quarta-feira, 17 de junho de 2020

SERGIO MORO: “A POPULARIDADE É IRRELEVANTE, COM O TEMPO A VERDADE PREVALECE”

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro, em julho de 2019.

Ex-ministro, que teve imagem desgastada pela Vaza Jato e por sair do Governo, encara resistência em manifestos pró-democracia. Para ele, não há risco de ruptura no Brasil

Quando o ex-juiz Sergio Moro (Maringá, 1972) aceitou seguir o ultradireitista Jair Bolsonaro no Governo fez uma aposta arriscada. Entregava o seu capital político como símbolo anticorrupção a um deputado veterano e incendiário, um nostálgico da ditadura. A lua de mel acabou no fim de abril, como um divórcio ruim, não consensual e uma acusação bomba contra o mandatário: ele queria trocar o diretor-geral da Polícia Federal e interferir na corporação por interesses pessoais. O Supremo Tribunal Federal abriu uma investigação contra Bolsonaro e contra o próprio Moro.

Em uma entrevista por videoconferência desde Curitiba, onde está confinado com a família, por conta da pandemia de coronavírus, Moro critica os arroubos autoritários de Bolsonaro mas diz que não vê riscos de uma ruptura democrática. Perguntado se o vídeo podia ser exibido, negou o pedido, embora tenha feito Lives para outros veículos, e para o movimento Vem pra Rua.

Ele, que já teve bonecos infláveis gigantes com seu rosto exibidos em todo o país, diz que não se importa com sua queda de popularidade. Saiu de uma imagem positiva entre 60% dos entrevistados em maio de 2019 para 42% no mês passado, segundo o Atlas Político. A série de reportagens da Vaza Jato, que revelou bastidores da Lava Jato, e sua saída do Governo, contribuíram para essa mudança de percepção. Moro não vê relação entre a sua atuação como juiz da Lava Jato e o Estado de Direito fragilizado atualmente, como apontam seus críticos. “Ao contrário, o combate à corrupção fortalece o Estado de Direito”, defende. Também revela que depois de quase 24 anos como servidor público, sendo 22 na magistratura federal, terá de se reinventar profissionalmente, provavelmente no setor privado. Já começou a assinar uma coluna na revista Crusoé, ferrenha defensora da Lava Jato.

PERGUNTA: -  O senhor saiu do governo 16 meses após assumir o ministério com ataques ao presidente. Ele o enganou ou o senhor cometeu um erro de avaliação?

RESPOSTA: -  Quando entrei no Governo foi uma decisão difícil, largar a magistratura. O que disse publicamente é a pura verdade. As pessoas às vezes tendem a acreditar em conspirações, motivações ocultas. Minha intenção era ir ao Ministério da Justiça para consolidar os avanços [contra a corrupção] dos últimos anos, além de realizar um trabalho de combate ao crime organizado e à criminalidade violenta. Progressivamente, minha percepção foi que essa agenda, principalmente anticorrupção, não estava tendo a prioridade necessária e ao final, por conta dessa interferência na Polícia Federal… Sou um ex-juiz, temos uma formação, para nós, o rule of law, o estado de direito é fundamental. Para mim foi o momento em que entendi que já não fazia mais sentido minha permanência no Governo. Saí não porque queria prejudicar o Governo em meio à pandemia. Entendi que precisava, que tinha o dever de revelar os feitos que envolviam a minha saída, inclusive para proteger a Polícia Federal.

P. Sente-se decepcionado com o presidente com o compromisso dele de lutar contra a corrupção?

R. Eu permaneci fiel aos compromissos que me levaram ao Governo. Se ele permaneceu ou não é uma questão que tem de ser feita a ele.

P. O senhor se arrepende de ter assumido o Ministério da Justiça?

R. Não. Acho que fui fiel aos meus compromissos. Quando entrei a bolsa [de valores] subiu, as pessoas gostaram. Eu recebi muito apoio. Claro que tinham críticas também, mas em geral foi algo muito positivo. Tivemos queda expressiva em 2019 dos principais indicadores criminais, inclusive de assassinatos, que caíram 19%, algo que nesse percentual não tinha esse precedente histórico. Foi implementada uma série de políticas, mas infelizmente não foi possível ir adiante.

P. A questão dos homicídios dolosos depende dos governos estaduais. O enfrentamento é feito por eles diretamente, não pelo governo federal.

R. Ao contrário. O combate ao crime envolve muito a questão do simbolismo. Boa parte dos homicídios no Brasil, nas periferias, estão relacionados ao crime organizado. Não estou dizendo que não tem o mérito dos Estados e mesmo dos municípios. Tenho certeza se tivesse tido um movimento contrário, um incremento do número de assassinatos a responsabilidade iria se recair sobre o governo federal.

P. Na segunda-feira, ativista bolsonarista Sara Winter foi presa por atos antidemocráticos. Há uma escalada nos conflitos contra o Judiciário. Como os avalia?

R. No Brasil e em algumas partes do mundo vemos uma polarização excessiva, que dificulta o bom funcionamento da democracia, o diálogo, e isso gera falta de tolerância e impede que questões de construção de políticas públicas, por exemplo, sejam tratadas de uma maneira racional. Esses radicais, em particular, representam o extremo dessa polarização. Evidentemente há que preservar a liberdade de opinião. Agora essa liberdade de opinião não abrange a prática de crimes incluindo as ameaças explícitas contra instituições ou pessoas. Foi essa a situação que surgiu e infelizmente o Supremo teve de decretar a prisão pelos excessos cometidos.

P. O senhor se viu como alvo desses extremistas?

R. O que eu vi, principalmente depois da minha saída do Governo, são ataques dessa natureza nas redes sociais. Não sei até que ponto espontâneas ou não.

P. O senhor encarnou um desejo pela ética nas relações políticas. Havia quase uma unanimidade, era um apoio pouco visto para alguém da magistratura. Mas o senhor perdeu popularidade . Está sendo mal compreendido ou vê que alguns pontos de sua trajetória poderiam ter sido diferentes?

R. Minhas opções foram tomadas sob a perspectiva de fazer a coisa certa. Às vezes, fazer a coisa certa envolve consequências. Nunca foi um objetivo a questão da popularidade. Se houve alguma incompreensão dos motivos de minha saída, principalmente por uma parte dos apoiadores do presidente, eu lamento, mas isso não mudaria nada. A popularidade é irrelevante, não estou em concurso de popularidade. Existe também essa rede de desinformação que muitas vezes prejudica a percepção adequada dos fatos por parte das pessoas. Sinceramente não estou preocupado com essa questão. Com o tempo, a verdade acaba sempre prevalecendo.

P. Existem três manifestos em defesa da democracia. Dois deles colocam barreiras ao seu nome. Como se posiciona diante disso?

R. Parte um pouco da incompreensão do que foi a Lava Jato. Ela foi uma grande operação que revelou casos disseminados de subornos no âmbito do Governo federal durante a gestão dos presidentes eleitos pelo PT. Algumas pessoas têm essa visão de que houve um viés político, mas o fato é que se fizeram investigações e foram condenados agentes políticos da esquerda e da direita. Existe esse rancor que vem de longe. Estamos em um momento difícil com essa pandemia, as dificuldades econômicas, não penso que deveríamos estar discutindo defesa da democracia, embora se compreenda porque esteja se fazendo isso. A democracia se tem como pressuposto, é algo que não precisaríamos estar defendendo em um contexto normal.

P. Mas o senhor reconhece que é necessária essa defesa, não?

R. Sim, absolutamente. Considero necessário, mas é lamentável que tenhamos de estar discutindo isso.

P. Aceitaria estar com o ex-presidente Lula, com o PT, se eles quisessem em uma frente pela democracia?

R. Isso é uma questão desnecessária. Eu tenho definido o governo Bolsonaro como populista com arroubos autoritários. Temos uma democracia e instituições sólidas, não acredito que ela esteja de fato ameaçada, mas esse tipo de arroubo evidentemente é indesejável.

P. O presidente Bolsonaro foi deputado por 28 anos. Em várias ocasiões demonstrou esse flerte com o autoritarismo. Achava que ia ser diferente?

R. A grande maioria não pensava que isso ocorreria. Minha entrada no Governo na época foi vista por muitos que seria um elemento de moderação. Também eu teria esse papel dentro do Governo. Como tenho esse histórico de juiz também me via ali como uma espécie de um garante, em certa medida, de que não haveria esses arroubos autoritários. O mais relevante é que há uma reação forte da sociedade e temos instituições que estão reagindo. Em que pese todos os alarmes, temos um Supremo que está atuando com independência. Temos um Congresso que está funcionando normalmente. A democracia brasileira é consolidada, essas turbulências vão passar.

P. Então, não vê risco de uma ruptura constitucional?

R. Não vejo esse risco, mas isso não justifica os arroubos autoritários. Passaríamos melhor sem eles.

P. No ano passado o jurista espanhol Baltasar Garzón expressou críticas sobre sua atuação na condução do processo do ex-presidente Lula e por ter aceito ir ao Governo Bolsonaro. O que diria a ele?

R. Não quero entrar em um debate com Baltasar Garzón. Acho que existe uma certa incompreensão. No caso do ex-presidente eu o condenei em um processo e a sentença foi confirmada em outras duas instâncias. Logo foi condenado em outro processo. Tem toda uma realidade de uma prática sistemática de suborno no Governo dele. Temos a corrupção envolvendo agentes do Partido dos Trabalhadores, antes revelada no julgamento da ação penal 470 (caso Mensalão). Nunca teve nada a ver questão ideológica ou pessoal. É um álibi que foi tentado se vender no exterior em relação ao ex-presidente que ele seria vítima de uma de perseguição política e aí tenta levar para esse lado pessoal. Simplesmente cumpri meu papel como juiz.

P. The Intercept e outros meios, incluindo o EL PAÍS, cobrimos a Vaza Jato em que apareceram algumas movimentações que podem ser levadas na ação de suspeição que o envolve.

R. Essa é outra ilusão. Nada do que foi decidido nos processos, nas provas, nada é afetado por essas situações específicas. Acho que esse episódio aconteceu no passado, tem os hackers que estão respondendo aos processos. Isso não invalida nada do que foi abordado pela operação Lava Jato.

P. Na Lava Jato o senhor tinha uma comunicação estreita com os procuradores. O senhor acha que cometeu alguma falha ali?

R. Temos um modelo brasileiro em que o juiz que atua mesmo na área de investigação quanto na fase de julgamento. Tem gente que critica isso, mas é o que está previsto na legislação. Numa investigação como a operação Lava Jato, falar com o Ministério Público, com os advogados, com a polícia é algo usual. Sem querer reconhecer a autenticidade daquilo [a Vaza Jato], não existe nada que aponte alguma fraude, alguma coisa imprópria ou indevida. Sinceramente, acho que esse assunto é história antiga. 

TEMOS UMA DEMOCRACIA E INSTITUIÇÕES SÓLIDAS, NÃO ACREDITO QUE ELA ESTEJA DE FATO AMEAÇADA, MAS ESSE TIPO DE ARROUBO AUTORITÁRIOS EVIDENTEMENTE É INDESEJÁVEL.

P. Mas a questão é um julgamento do ex-presidente. Há uma corrente na comunidade jurídica que diz que a Lava Jato fragilizou o que o senhor mesmo defende, o Estado de Direito. Essas críticas não lhe...

R. Ao contrário, o combate à corrupção fortalece o Estado de Direito. Tem muita manipulação de discurso. Alguns dizem no Brasil fala que a Lava Jato representou a criminalização da política. Não, o político que comete um crime de corrupção o regular é essa conduta ser punida pelas Cortes de Justiça. Isso não tem nada de criminalização da política.

P. Como ex-juiz, como analisa os indícios, as provas, contra os filhos do presidente? Acredita que há material para levá-los a julgamento?

R. Esse tipo de avaliação entendo que não cabe a mim.

P. O senhor tem mais provas dessa suposta interferência do presidente na PF?

R. Essas questões estão sendo discutidas lá no Supremo.

P. Teme que essa investigação volte contra o senhor, de que se torne o alvo?

R. Não. Eu fiz o que era certo e o que eu disse era absolutamente verdade.

P. O senhor é visto como um nome para a eleição 2022. Onde se encaixa no espectro político?

R. Temos uma pandemia, um problema econômico muito sério com pessoas perdendo o emprego, pessoas sem renda, empresas fechando e acho que é absolutamente inconveniente qualquer debate envolvendo essas questões políticas. Existe uma agenda urgente no país a ser enfrentada e que não permite esse tipo de debate fora de hora. Não tem nenhuma discussão pertinente de esquerda ou direita ou sobre o que vai acontecer em 2022, 2026, 2030 ou eleições futuras. É muito cedo para esse tipo de conversa. Tudo seria especulativo.

P. Quais são os seus planos? Está procurando um trabalho?

R. Como consequência da saída do Governo, tem um período de quarentena jurídica para evitar conflitos de interesses. Nesses seis meses eu preciso me reinventar, provavelmente no âmbito do setor privado. Mas essas questões ainda estão em andamento. Agora, o desejo, de fato, é permanecer contribuindo para o debate público.

P. A ideia é continuar no Brasil?

R. Puxa vida! As coisas ainda estão muito prematuras. Talvez sair. Talvez ficar. Essa pandemia também complica todos os cenários. É uma situação um pouco difícil no momento.

P. Recentemente, o senhor tuitou que o governo Bolsonaro estava criando um ministério da propaganda. Esse é um termo que ficou forte entre nazistas. Crê que a gestão Bolsonaro tenha essa característica?

R. Não. Aí é exagero. Era uma crítica. Houve a transferência da Secretaria da Comunicação e me pareceu que o perfil principal era a área da propaganda. Mas propaganda que, de alguma maneira, todos os governos fazem. Isso não tem nenhum nada a ver com nazismo ou fascismo, necessariamente.

P. O senhor está de acordo com a presença de tantos militares no Governo? Não acha que isso fere um pouco a imagem das Forças Armadas? O tempo todo parece uma gestão de medo. Não vê isso como um elemento que colocou a democracia do Brasil em xeque?

R. A presença de militares no Governo não, necessariamente, é negativa. Eles têm um papel a desempenhar e isso acontece também em outros países sem que se cogite que isso envolva algum risco à democracia. Agora, essas invocações constantes das Forças Armadas e a necessidade de estar reafirmando nossos compromissos democráticos é ruim para o país. Traz instabilidade, afugenta investimento. A minha avaliação é que temos uma democracia consolidada, as instituições estão funcionando, estamos passando por momentos de turbulência.

P. Essa tensão permanente tem aumentado o número de pedidos de impeachment do presidente. O senhor apoiaria um processo de impeachment do Bolsonaro?

R. (Risos, seguidos de negativas com a cabeça). Não me cabe fazer essa avaliação. Veja, eu sou um cidadão comum hoje.

P. Mais ou menos. Uma coisa sou eu, somos nós aqui [entrevistadores] levantarmos uma bandeira. Outra coisa é o senhor. É diferente.

R. Não cabe a mim esse tipo de postura no momento. Essa é uma questão que depende do Congresso, se sim ou se não. O que eu fiz, já me trouxe bastante problemas. Saí do Governo, me expus a uma situação delicada. Perdi, não posso mais voltar para a magistratura.

P. Como o senhor avalia a gestão que Bolsonaro faz da pandemia?

R. Esse foi um dos motivos subjacentes à minha saída do Governo. Não me sentia confortável. Não é a minha área, a saúde, mas causava-me incômodo estar dentro do Governo e o presidente ter essa postura negacionista. Assim como o PT nega a ocorrência dos crimes na Petrobras, o presidente nega a existência de uma pandemia, o que dificulta qualquer política em nível nacional de combate ao vírus. Não se enfrenta a pandemia negando a gravidade dela. Isso faz com que nós tenhamos hoje 43.000 óbitos pelo coronavírus, o que é muito grave. Talvez, parte desses óbitos teria sido evitada com uma política mais racional por parte do Governo federal.

ASSIM COMO O PT NEGA A OCORRÊNCIA DOS CRIMES NA PETROBRAS, O PRESIDENTE NEGA A EXISTÊNCIA DE UMA PANDEMIA


P. Algo que está claro é que o presidente quer armar a população. O senhor era um desarmamentista no Governo?

R. Parte dos apoiadores do presidente defende uma maior flexibilização sobre o porte de armas. É uma reivindicação, em certa medida legítima, mas ela tem de ter os seus limites. Facilitar a posse de armas em casa, já que era uma promessa eleitoral do presidente, não é nenhum absurdo. Agora, tem sempre que se discutir até que ponto se vai. Em alguns momentos esse limite tem sido ultrapassado. Evidentemente, não é aceitável o discurso de armar a população para se opor às medidas sanitárias. Isso não tem como.

P. O senhor falou com o presidente desde que saiu do Governo?

R. Não.

P. Nem com a deputada bolsonarista Carla Zambelli [afilhada de casamento de Moro]?

R. [Risos constrangidos] Não.

FONTE: EL PAÍS.


terça-feira, 16 de junho de 2020

IDEOLOGIA TORNAM AS PESSOAS CEGAS AOS FATOS


Tiago Cordeiro

O que França, Alemanha, Itália, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos têm em comum? Em geral, seus cidadãos não fazem a menor ideia de quantos são, quem são, que religião praticam e quanto ganham os imigrantes legais de seus países. Foi o que concluíram, em 2018, três pesquisadores do Departamento de Economia da Universidade Harvard, Alberto Alesina, Armando Miano e Stefanie Stantcheva.

Utilizando um questionário online desenvolvido especialmente para o projeto, a equipe entrevistou cerca de 24 mil pessoas nos seis países. “Em todos os locais, os entrevistados superestimam o total de imigrantes, consideram que eles são muito distantes em termos culturais e religiosos e têm menor potencial econômico do que de fato possuem. Os cidadãos em geral consideram os imigrantes menos educados, com maiores taxas de desemprego e maior dependência de ajuda do governo do que a realidade aponta”. As pessoas também exageraram o percentual de imigrantes vindos do norte da África e o total de praticantes do islamismo.

No Brasil, na mesma época, a pesquisa Perigos da Percepção, realizada pelo instituto Ipsos, chegou a resultado semelhante: apenas 0,4% da população nacional é formada por imigrantes, mas ainda assim os entrevistados disseram, em média, que 30% dos moradores do país são cidadãos vindos de outros lugares. Os brasileiros também afirmaram que 16% da população é muçulmana. Na verdade, a religião é praticada por menos de 1% do total.

Por que isso acontece? Como é possível que a percepção das pessoas seja tão diferente da realidade? Os três pesquisadores de Harvard realizaram um novo estudo, que abrangia outros temas sensíveis além da imigração. O trabalho foi publicado em janeiro deste ano (no dia 23 de maio, um dos autores, Alberto Alesina, morreu aos 63 anos). E confirma: a ideologia interfere diretamente na capacidade de apreender fatos.

CONSTRUÇÃO DE  NARRATIVAS 

A pesquisa de 2020, chamada The Polarization of Reality, comparou a posição de republicanos e democratas a respeito de temas como imigração, mobilidade social e políticas para tentar diminuir as desigualdades sociais, como um sistema tributário progressivo e a concessão de ajuda financeira da parte do governo. O objetivo era entender como cada entrevistado constrói sua opinião.

Os economistas identificaram que os conservadores são muito mais otimistas sobre as chances de uma pessoa, saindo de classes sociais mais pobres, alcançar classes mais abastadas. Por outro lado, entre quem se identifica com um espectro político mais à esquerda, 37,4% consideram que uma pessoa pobre continuará sendo pobre. Entre os republicanos, esse percentual é muito menor, 29,5%.

De fato, a percepção da economia varia muito de acordo com a visão política do cidadão, como apontou a pesquisa Consumer Confidence Survey realizada em abril de 2019: 80% dos republicanos expressavam confiança na economia sob o governo do presidente Donald Trump, contra 42% dos democratas. E esse tipo de visão da realidade interfere nas opiniões dos entrevistados sobre programas sociais de todo tipo, e até mesmo na posição sobre, por exemplo, a adoção de medidas mais educativas ou mais violentas contra criminosos.

OLHAR ABERTO

Essas diferenças são construídas ao longo dos anos, dizem os pesquisadores, na medida em que as pessoas buscam informações em fontes coerentes com sua visão de mundo. “Muitos assuntos são sujeitos a narrativas políticas. Apresentar fatos que apontem numa direção diferente mudam pouco a visão de mundo das pessoas”. Mudar de ideia fica difícil, afirmam os pesquisadores de Harvard, quando se vive num ciclo em que só se lê aquilo que já confirma sua própria visão de mundo, seja ela qual for.

Adam Berinsky, professor de ciência política do Massachusetts Institute of Technology (MIT), chegou à conclusão parecida quando analisou rumores e boatos na política. Descobriu que, na maioria dos casos, tentar corrigir as fake news só pioras as coisas. “As pessoas usam sua experiência metacognitiva – ou seja, quão fácil é relembrar ou coletar novas informações – como um sinal de veracidade da informação. Ou seja, quando mais uma afirmação é repetida, mais fluida se torna sua apreensão”, concluiu no artigo Rumors, Truths, and Reality: A Study of Political Misinformation. Por outro lado, quando se rompe esse ciclo, a atitude de se manter aberto a novas informações e novas experiências altera até mesmo a percepção visual. 

Foi o que concluiu uma pesquisa realizada dentro das Universidade de Melbourne, na Austrália. “Indivíduos mais abertos a observar um determinado ambiente apresentam experiências visuais diferentes, na medida em que captam detalhes que outras pessoas não percebem”, conclui o trabalho, chamado Seeing it Both Ways: Openness to Experience and Binocular Rivalry Suppression. É possível, portanto, e recompensador, abrir-se para novas informações e novas experiências. 

SÉRGIO MORO CONSIDERA CORRETA A PRISÃO DE RADICAIS QUE AMEAÇAM MINISTROS DO SUPREMO


O ex-ministro da Justiça Sergio Moro se manifestou em suas redes sociais após a prisão da militante bolsonarista Sara Winter e de mais cinco pessoas do grupo “300 pelo Brasil”. Moro afirmou que não se pode, a pretexto de criticar o Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçar os ministros da Corte.

“A prisão de radicais que, a pretexto de criticar o STF, ameaçam explicitamente a instituição e seus ministros, é correta. A liberdade de expressão protege opiniões, mas não ameaças e crimes. O debate público pode ser veemente, mas não criminoso”, escreveu o ex-ministro.

JUNTO COM SARA – A militante bolsonarista Sara Fernanda Giromini, autodenominada Sara Winter, foi presa na manhã desta segunda-feira pela Polícia Federal (PF) em Brasília, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A prisão é temporária, com duração de cinco dias. Sara Winter foi levada para a Superintendência da PF em Brasília.

Além de Sara Winter, outras cinco lideranças do grupo “300 do Brasil” foram presas, segundo informa a colunista Bela Megale. Os nomes delas, contudo, ainda não foram divulgados.

As prisões, temporárias, ocorreram no âmbito de um inquérito aberto em abril para investigar a organização de atos contra a democracia. A defesa de Sara Winter disse que a prisão dela foi política. - Fonte: O  Globo. -

domingo, 14 de junho de 2020

MORO LAMENTA INVASÃO A HOSPITAL E DIZ QUE VAI REINICIAR A LUTA CONTRA A CRIMINALIDADE


O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro se pronunciou na noite desta sexta, 12, sobre o grupo que invadiu o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari (zona norte do Rio), unidade de referência no tratamento de coronavírus. Segundo ele, é preciso repudiar e não incentivar ‘a violência e atos tresloucados que colocam outros em risco’.

“É necessário que as pessoas pensem e reflitam sobre suas ações. Compreende-se a dor de uma família que perde um ente querido, mas precisamos repudiar a violência e atos tresloucados que colocam outros em risco. Esse comportamento não pode ser incentivado”, tuitou o ministro.

TUMULTO NO RIO – O problema no Ronaldo Gazolla foi causado por familiares de uma mulher de 56 anos que estava internada e morreu vítima de covid-19. A reação ocorreu logo após serem informados sobre a morte da mulher.

No dia anterior à invasão no hospital do Rio, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que seus seguidores entrassem em hospitais públicos para filmar os leitos de UTI e mostrar se eles estão realmente ocupados.

Em transmissão ao vivo no Facebook, o mandatário afirmou que há “ganho político” em aumento do número de mortes e que ninguém no País perdeu a vida por falta de respirador ou leito.

DISSE MORO – No sábado, Moro volta a cobrar empenho de Bolsonaro no combate à corrupção. Numa live realizada pelo grupo Vem Pra Rua, o ex-ministro disse neste sábado que, se ainda estivesse no governo Jair Bolsonaro, voltaria a apresentar um projeto contra a corrupção.

“O mais difícil de fazer passar [no Congresso] foram as medidas contra a corrupção. Talvez eu apresentasse agora um projeto exclusivamente sobre essas medidas. Mas precisa do empenho junto ao Congresso de todo o poder Executivo. Eu penso que só o Ministério da Justiça estava trabalhando por essa pauta. Se tiver um empenho mais geral, mais forte do poder Executivo… E o governo atual tem essa bandeira. Não importa que eu tenha saído, isso é algo que pode ser retomado durante esse governo. É algo que gera ganhos para a população e para o próprio presidente”, disse Moro. - Fonte: Estadão.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

SÉRGIO MORO LAVA A ALMA DOS SEDENTOS DE JUSTIÇA... QUEM SE ATREVE A DUVIDAR?!?!?!



Por Altamir Pinheiro

Independente da inveja, da ciumeira mesquinha e tacanha, do disse me disse de fuxiqueiros desclassificados  e do que der e vier para com esse fenomenal homem probo e justo, acredita-se que: se a eleição para presidente da República fosse hoje,  o bem avaliado Sérgio Moro alcançaria uma margem de cerca de 60% de todo eleitorado brasileiro do bem.  De um modo geral,  o eleitor desprezou o petismo nojento, mentiroso e desonesto e não suporta mais a maluquice e papagaiada, além das palhaçadas desse bolsonarismo desvairado. A opção do eleitorado que tem os pés no chão, incondicionalmente, é pelo MORALISMO, e esse belo e benfazejo  atributo Sérgio Moro tem de sobra para oferecer ao brasileiro do bem  que clama por justiça e que não é gado e nem mesmo faz parte de manada apenas para mugir por políticos  quadrúpedes que  possuem os pés muito bem postados no chão e as mãos também...

O honrado ex- Juiz Sérgio Moro já se consolidou como a preferência nacional dos cidadãos do bem. Daqui vai um puxão de orelhas  para os babacas da extrema esquerda e extrema direita representadas por aqueles que têm o seu bandido de estimação  e os outros que  são adeptos do Bunda Suja Boca Porca Bolsonaro:  é humanamente impossível  querer desconstruir a imagem do nosso lorde   ou  conde  palatino da justiça, haja vista a formação da personalidade do Dr. Sérgio Moro vem do berço, com foco na doutrina cristã. Humildade, humanidade, princípios éticos e morais. O conhecimento jurídico veio das instituições (escola, faculdade) e, com certeza, de um grande esforço pessoal de aprimoramento. As pessoas no Brasil ainda não entenderam que atacar Moro como também   à  Lava jato é ir contra os brasileiros indignados. A lava jato que tem Sérgio Moro como o seu protagonista maior  é conquista dos brasileiros cansados da impunidade e da corrupção. Moro é a encarnação do espírito de Justiça que não existia no Brasil, até a Lava jato lavar a alma do Brasileiro. MORO LAVA   NOSSA ALMA... QUEM DUVIDA?!?!?!

Por ser uma pessoa digna e decente que tem um modo de proceder exemplar e no campo moral ser nota MIL, em 2022, ele tem tudo para ser presidente com uma votação estrondosa que deve extrapolar  a casa dos 100 milhões de eleitores altamente conscientes e possuidores de uma só vertente: optarem pelo MORALISMO DO MORO. Além de, cada um, abandonar de uma vez por toda  o esquerdismo imundo do PT et caterva, como também   a bagaceira militarista da extrema direita comandada pelo Bunda Suja Bolsonaro que carrega no lombo,  três filhos biológicos marginais de alta periculosidade e, recentemente,  adotou outro ao batizá-lo e ter  registrado  em cartório com o pomposo nome de CENTRÃO. Pode até se dizer que hoje, o carrancudo, porém  digno Sérgio Moro, sem o menor farelo de dúvida e sequer sem pestanejar, seria o nosso implacável e soberano salvador da pátria e da lavoura também... Até porque ou até agora, nada do que disse o ex-ministro moro foi desmentido, muito pelo contrário...  Pense nisso!!!

quinta-feira, 11 de junho de 2020

IMITANDO HITLER, O BUNDA SUJA BOILSONARO RECRIOU O MINISTÉRIO DA PROPAGANDA NAZISTA

Joseph Goebbels, Adolf Hitler, Sergio Moro, Jair Bolsonaro e Fábio Faria

Por Plínio Teodoro

Em guerra com Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro  usou um termo que remete ao Reich, de Adolph Hitler, para comentar a recriação do Ministério das Comunicações, que foi entregue ao deputado Fabio Faria (PSD-RN), integrante do chamado Centrão na Câmara e genro de Silvio Santos, dono do SBT e um dos principais aliados do presidente. “Recriado o Ministério da Propaganda. Quais serão os próximos?”, indagou o ex-juiz da Lava Jato. O termo remete ao ministério comandado por Joseph Goebbels durante o regime nazista e era usado para controlar a imprensa e as artes por Hitler.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

A CIDADE DE CAPOEIRAS VAI FICAR EM LIMPAS E BOAS MÃOS



Por Altamir Pinheiro

Através da INTERNET e tendo  as REDES SOCIAIS como o principal termômetro que vai medir  a temperatura das eleições deste ano, o município de Capoeiras vem de cara nova e  já entrou na  onda de renovação política com um candidato a prefeito que caiu na graça do povo e tem tudo para se eleger prefeito, pois nem bem começou a campanha ele já é o favorito absoluto para renovar a prefeitura da cidade que produz o melhor queijo de  coalho  do Agreste Meridional. Trata-se de uma figura  bastante agradável que é Joaquim Costa Teixeira, popularmente conhecido como NEGO DO MERCADO. Aliás, NEGO   garante que com ele todo o município de Capoeiras   estará em boas mãos.  Diga-se de passagem: "Boas e limpas". 

Na eleição para prefeito de Capoeiras, Nego do Mercado  vai encarar nomes da política tradicional como o ficha suja Dudu e o eterno colecionador de derrotas Carlos Batata. Em condições normais de temperatura e pressão, os dois principais  adversários do  candidato do PSB jamais serão  páreos para enfrentar o bem cotado na bolsa de votos dos capoeirenses, pois os ventos(leia-se votos) sopram ao sabor das circunstâncias e conveniências para uma consagradora vitória nas urnas  de Nego do Mercado que seguramente  coloca como ponto de honra sua  lealdade e a confiança acima de qualquer coisa para com o eleitor consciente  de Capoeiras. 
Nesta eleição de 2020  e especialmente em Capoeiras, as redes sociais, numa progressão impressionante e por óbvio, claro,  terão  um papel decisivo no redesenho da política local  e no resgate da agenda moral, à qual Nego do Mercado se credencia para exercer esse papel. As redes  estão no centro da virada, pois  quase todos os dias ele está  nas manchetes, fazendo LIVE ou  divulgando no Instagram o que tem a oferecer para seu município que o conduzirá à prefeitura, como também  nas páginas de política dos blogs e nas discussões das redes sociais,   NEGO DO MERCADO tornou-se estrela de alta grandeza. Sempre avaliado positivamente ou apoiado pelos internautas, pois continua sendo estrela. Recentemente, num bate papo  informal, ele confidenciou a autor deste artigo o seu positivismo e o grande otimismo que carrega dentro de si para se eleger prefeito de sua cidade ao afirmar categoricamente que: “Tivemos muitos pontos positivos nos últimos oito anos do governo Neide Reino. Mas novos desafios surgem a cada dia que passa. Ao ser eleito prefeito, vamos trabalhar e muito pelo crescimento de nossa querida cidade. Podem ter certeza disso”.  Falou entusiasmado o autoconfiante futuro prefeito de Capoeiras.






QUEM LIVROU O BRASIL DO PT FOI SÉRGIO MORO. BOLSONARO APENAS PEGOU CARONA


O presidente Jair Bolsonaro tem acusado o ex-juiz Sérgio Moro de traição. Em postagem neste sábado no Twitter, Bolsonaro chamou Moro de 'judas' e fez menção ao caso Adélio, que não possui qualquer relação como o depoimento do ex-ministro presta nesta data à Justiça. 


 "O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse?", questionou Bolsonaro, tentando atribuir a Moro alguma responsabilidade sobre um caso que ele mesmo, através da AGU, não fez questão de recorrer. 

Quando Moro ganhou projeção nacional em 2014 com a deflagração da Operação Lava Jato, Bolsonaro estava no PP, partido da base aliada do PT nos governos Lula e Dilma. Tinha como ídolo o dono do partido, Ciro Nogueira, alvo de algumas investigações da Polícia Federal. 

Bolsonaro era um ilustre desconhecido que ganhou visibilidade nacionalmente durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma rousseff, quando usou os poucos segundos ao microfone para exaltar o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra. 

Posteriormente, Bolsonaro também teve que explicar um cheque de R$ 200 mil da JBS. Segundo o então deputado, ele devolveu o cheque ao partido e recebeu os mesmos R$ 200 mil de volta, via fundo partidário.

Enquanto Bolsonaro tentava explicar fatos embaraçosos como este, Moro dava prosseguimento à sua cruzada contra a corrupção e a impunidade de poderoso, numa jornada que culminaria não apenas no imepachment de Dilma, como também na prisão do ex-presidente Lula. 

Resta saber quem é o verdadeiro Judas nesta história. É fato que foi Moro quem livrou o Brasil do PT.  É fato que Moro saiu do governo Bolsonaro por discordar dos retrocessos no combate à corrupção, por insatisfação com as manobras para blindar lavadores de dinheiro no Coaf e por tentativas de interferência política na Polícia Federal. 

Por mais óbvio que possa parecer, há ainda os que tentam reescrever a história com garranchos que não convencem nem mesmo aqueles que tentam distorcer os fatos. Muitos que se dizem a favor do combate à corrupção são na verdade adoradores de políticos de estimação, assim como os militantes do PT. - Fonte: Imprensa Viva. - 

ATÉ AGORA, NADA DO QUE DISSE O EX-MINISTRO MORO FOI DESMENTIDO, MUITO PELO CONTRÁRIO


Antonio Fallavena
A cada dia, lembro mais e mais, do que o PT dizia de Fernando Henrique Cardoso quando entregou o governo: uma herança maldita! Lembram disso? Na verdade, a herança maldita de FHC a Lula já é muito menor – e bota menor nisso – do que o PT nos legou após seus 16 anos (eles dizem que foram 14 anos, mas é mentira…).
A herança maldita do PT foi um país desorganizado, desorientado, assaltado e por fim, para retirá-los do poder, sobrou-nos eleger Bolsonaro. Nenhum dos outros candidatos demonstrou ter condições de enfrentar a máquina esquerdopata.
PRESENÇA DE OLAVO – Deve-se reconhecer que Olavo de Carvalho muito lutou contra a esquerda. Nos últimos anos, foi o que mais atacou comunistas, socialistas e corruptos. Este mérito não se lhe retira, mas terminou sendo assumido como “guru” pela família Bolsonaro. E isto foi lógico!
Desequilibrado como é, agressivo e compulsivo, Olavo atacou quem queria e lhes disse tudo o que eram ou o que ele pensava que eram. As ações indenizatórias vieram e acumularam-se as penas financeiras. Tudo normal, dentro da sociedade atual.
As perguntas que estão esperando resposta são as seguintes: Quanto Bolsonaro e os filhos devem à Olavo de Carvalho? Se não arrumarem recursos, o que grande “filósofo” fará? Se nada mais acontecer e Olavo de Carvalho permanecer defendendo o governo, é sinal de que valores pretendidos foram alcançados. Se gritar novamente, poderá terminar como o caso Roberto Jefferson/Zé Dirceu!
O CASO MORO  Até aqui, o que o ex-ministro Sérgio Moro disse não foi desmentido, muito pelo contrário! As “bonequinhas de pano”, com mandatos de deputadas passam, quando muito, por “principiantes”. Esquizofrénicos, paranoicos e fanáticos não sabem o que seja política.
Moro foi o primeiro brasileiro a dar uma chance a verdade e a democracia nos últimos 30 anos! Política é coisa séria e não se presta à seitas! Aliás, é bom saber que política é razão e nunca deve ser paixão!
O tempo, senhor das verdades, se encarregará de colocar, um a um, nos seus devidos lugares. Vejam o caso de Lula, um ídolo mundial, que hoje é apenas um presidiário, eternamente um condenado!

segunda-feira, 4 de maio de 2020

SÉRGIO MORO: A ANATOMIA DE UM JUIZ HONRADO

Sergio Moro defende que Congresso autorize prisão em 2ª instância ...

Por Altamir Pinheiro

Muitas nações ao redor do mundo que dão uma “IMPRESSÃO”  de ser  possuidoras de uma sociedade formada por pessoas  rudes, amundiçadas e desonestas, como também desiguais e injustas como fazem “PARECER”, assim, países tipos Dinamarca, Alemanha, Suécia, Canadá, França, Suíça e até um Zé Povinho da laia dos lordes ingleses adorariam muito se tivessem em suas fileiras um personagem com a honradez exemplar feito Sérgio Fernando Moro ou então, tê-lo como Juiz em suas respectivas comarcas  para jogar na cadeia os trombadinhas, pilantras, ladrões de celulares e eleitores escrotos que há aos borbotões naquelas paradas. O mesmo não se pode dizer sobre nós, pois, Moro só serve mesmo aqui pra gente em razão de sermos uma sociedade aliada a ética, o respeito mútuo e aos bons costumes, coisas ou atributos  de gentalha, diga-se de passagem. A bem da verdade, isso é o que podemos chamar de inversão de valores...

Trazendo à tona o real caráter desse cidadão que engrandece em muito um país chamado  Brasil que tanto nos vangloria, há magistrados no Supremo Tribunal Federal que sequer calçam as chuteiras do  eterno  juiz Moro. Aliás, tratando-se de Supremo vou pegar aqui um bigu ou carona  nos escritos do jornalista Carlos Ribeiro para relatar que não há a mínima comparação do modo de proceder de Sérgio Moro com os imorais Gilmar Mendes, Toffoli,  Lewandowski e outras catraias que vagam naquele ambiente tenebroso, por serem   um bando de egocêntricos apátridas embriagados pelo poder, psicologicamente imaturos, e que não tem grandeza moral para desempenharem o papel de juízes. Eles são aproveitadores das benesses e das carcaças de um país apodrecido pela corrupção, cujos políticos ladrões são amparados pelo foro privilegiado, pela lentidão planejada da justiça, e pela fraqueza moral que impera principalmente naquela corte. São coadjuvantes da destruição de uma jovem  democracia, como também são  hipócritas de um teatro macabro e porque não dizer,  vassalos da criminalidade que campeia por aí afora. 

Enquanto nós temos o nosso  eterno juiz  que preza pela  hombridade, altivez e bravura, há pessoas que defendem governos tanto  desonestos quanto psicopatas por  serem seres de honestidades duvidosas que se ocupam a  uma perseguição implacável a Moro, tentando transformá-lo numa figura negativa. É claro que nunca conseguirão destruí-lo, porque sua dignidade é maior do que esse escândalo fabricado aos pedaços pela chamada cambada de imprestáveis que estão contaminados NÃO pelo covid-19, mas pela doença fanática da dissonância cognitiva chegando ao ponto de soltar  loas, lorotas e intrujices   a um dirigente com sintomas de psicopatia cavalar. Nada vai apagar o que Moro fez em prol da luta contra a corrupção e de dirigentes malucos. Seu futuro,  fora do governo está garantido. Não vai faltar partido dando legenda para ele concorrer nas  eleições presidenciais. Não que o ministro seja um santo, porém os que o atacam estão cometendo, para dizer o mínimo uma ofensiva no espaço vazio da impunidade.

Fazendo um paralelo entre o que representa Sérgio Moro para os brasileiros do bem e esse Supremo dos 11 imprestáveis,  essa corte é o próprio retrato de Sodoma e Gomorra, chegamos ao fim dos tempos. Depois de Lula, eles vão libertar Cabral, Cunha, Geddel, Palocci, Beira-Mar, só para mencionar uns poucos. Quem sabe eles não usem de um pouco de lucidez(se é que têm!!!), e mandem acorrentar àquele maluco juntamente com os três  filhos e os levem para um manicômio... Diferente de Moro esses cabras da capa preta ao  invés de guardiães da Constituição como se arvoram, são os prostitutos constitucionais, estafetas da imoralidade e da desesperança, gigolôs do poder absoluto da contravenção, e dos seus defensores feitos milionários pelo dinheiro do crime vindo dos cofres públicos. Esses lenientes doentios, pretensos artistas eruditos de televisão, consumidos por uma vaidade injustificada com tintas de psicopatia avançada como o próprio presidente da República que não passa de um maluco, são os torpedeadores da esperança nacional, esperança essa que o povo depositou nas tintas de Sérgio Moro e ele não decepcionou, pois continua firme e forte ao lado do brasileiro do bem.

Nunca antes na história desse País um Juiz de Direito foi tão atacado. Nunca antes na História desse País um Juiz de Direito se viu sob um fogo de artilharia tão cerrado. À esquerda, ele é bombardeado pelos asseclas do PT. À direita, ele é atacado por uma cambada de fanáticos que arreiam as calças a um doido varrido e seus três “bruguelos”. O Juiz Sérgio Moro parece a Polônia de 1939: À Leste, invadida pela URSS; à Oeste, invadida pela Alemanha. O Juiz Sérgio Moro está cercado por todos os lados, sendo atacado por todos os lados. Cada lado com seus patrões inconfessáveis. Do Lado do Moro somente o brasileiro do bem. O eterno juiz Moro fez e faz história no Brasil. Com ele, cadeia deixou de ser lugar para os três P (preto, pobre e puta). No tribunal da história, Juiz SÉRGIO MORO, já entrou como o maior juiz brasileiro — e a cambada de petralhas ladrões, como réus e os bolsonaristas como defensores de malucos. Enquanto a posteridade não chega, aguente firme o tranco do presente, porque todos os cidadãos decentes desta nação  continuarão  do seu lado. Nossa gratidão será eterna. E haja honradez desse eterno juiz!!!

sexta-feira, 1 de maio de 2020

BOLSONARO SERÁ ATROPELADO POR UM TANQUE DE GUERRA CHAMADO SÉRGIO MORO


Quando Sergio Moro decretou as primeiras prisões da Operação Lava-­Jato, em 2014, ninguém imaginava que começaria ali uma revolução de consequências históricas para a política, a economia e o combate à corrupção no Brasil. Em quatro anos, as investigações revelaram a existência de uma monumental estrutura que tinha como membros ativos as maiores empreiteiras do país, altos dirigentes de empresas estatais e políticos de todos os quilates — de deputados a presidentes da República. Todos se nutrindo da mesma fonte de um esquema que, durante anos, desviou mais de 40 bilhões de reais dos cofres públicos, dinheiro convertido em financiamento de campanhas eleitorais e propina. O caso fulminou biografias, quebrou empresas, arrasou partidos políticos e desmascarou muita gente que se dizia honesta. A histórica impunidade dos poderosos levou uma surpreendente rasteira — e abriu caminho para que um outsider chegasse à Presidência da República. Com a eleição de Jair Bolsonaro e a nomeação de Sergio Moro para o Ministério da Justiça, muitos apostaram que a corrupção sistêmica sofreria o golpe de misericórdia no país — UMA TREMENDA ILUSÃO, SEGUNDO O PRÓPRIO  MORO. 

“O combate à corrupção não é prioridade do governo”, revela o agora ex-­ministro da Justiça, que foi descobrindo aos poucos que embarcara numa fria. Ele estava em casa na madrugada da sexta 24 quando soube que o diretor-geral da Polícia Federal fora demitido pelo presidente. Mas o episódio foi a gota d’água de uma relação tumultuada. Havia tempo o presidente não escondia a intenção de colocar no cargo alguém de sua estrita confiança. Bolsonaro frequentemente reclamava da falta de informações, em especial sobre inquéritos que tinham como investigados amigos, correligionários e parentes dele. Moro classificou a decisão do presidente de pôr um parceiro no comando da PF de uma manobra para finalmente ter acesso a dados sigilosos, deu a isso o nome de interferência política e, na sequência, pediu demissão. Bolsonaro, por sua vez, disse que a nomeação do diretor da PF é de sua competência e que as acusações de Moro não eram verdadeiras. O Supremo Tribunal Federal mandou abrir um inquérito para apurar suspeitas de crime.

Em entrevista exclusiva a VEJA, Moro revelou que não vai admitir ser chamado de mentiroso e que apresentará à Justiça, assim que for instado a fazê-lo, as provas que mostram que o presidente tentou, sim, interferir indevidamente na Polícia Federal. Um pouco abatido, o ex-ministro também se disse desconfortável no papel que o destino lhe reservou: “Nunca foi minha intenção ser algoz do presidente”. Desde que deixou o ministério, ele passou a ser hostilizado brutalmente pelas redes bolsonaristas. “Traidor” foi o adjetivo mais brando que recebeu. Mas o fato é que Bolsonaro nunca confiou em Moro. Sempre viu nele um potencial adversário, alguém que no futuro poderia ameaçar seu projeto de poder. Na entrevista, o ex-ministro, no entanto, garante que a política não está em seus planos — ao menos por enquanto. Na quarta-feira 29, durante a conversa com VEJA, Moro recebeu um alerta de mensagem no telefone. Ele colocou os óculos, leu e franziu a testa. “O que foi, ministro?” “O presidente da República anunciou que vai divulgar um ‘vídeo-bomba’ contra mim.” “E o que o senhor acha que é?”, perguntamos. Moro respirou fundo, ameaçou falar alguma coisa, mas se conteve. A guerra está só começando. Acompanhe nas próximas páginas os principais trechos desta conversa.

“O COMBATE À CORRUPÇÃO NÃO É PRIORIDADE DO GOVERNO”

O ex-ministro Sergio Moro recebeu VEJA em seu apartamento em Brasília. Na entrevista, que durou duas horas, ele lembrou que aceitou o cargo de titular da Justiça diante do compromisso assumido por Bolsonaro com o combate à corrupção. Aos poucos, porém, foi percebendo que esse discurso não encontrava sustentação na prática do governo — e ficou bastante incomodado quando viu o presidente se aproximar de políticos suspeitos:

“Sinais de que o combate à corrupção não é prioridade do governo foram surgindo no decorrer da gestão. Começou com a transferência do Coaf para o Ministério da Economia. O governo não se movimentou para impedir a mudança. Depois, veio o projeto anticrime. O Ministério da Justiça trabalhou muito para que essa lei fosse aprovada, mas ela sofreu algumas modificações no Congresso que impactavam a capacidade das instituições de enfrentar a corrupção. Recordo que praticamente implorei ao presidente que vetasse a figura do juiz de garantias, mas não fui atendido. É bom ressaltar que o Executivo nunca negociou cargos em troca de apoio, porém mais recentemente observei uma aproximação do governo com alguns políticos com histórico não tão positivo. E, por último, teve esse episódio da demissão do diretor da Polícia Federal sem o meu conhecimento. Foi a gota d’água”.

O senhor acusou o presidente Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal. Tem provas disso? O presidente tem muito poder, tem prerrogativas importantes que têm de ser respeitadas, mas elas não podem ser exercidas, na minha avaliação, arbitrariamente. Não teria nenhum problema em substituir o diretor da PF Maurício Valeixo, desde que houvesse uma causa, uma insuficiência de desempenho, um erro grave por ele cometido ou por algum de seus subordinados. Isso faz parte da administração pública, mas, como não me foi apresentada nenhuma causa justificada, entendi que não poderia aceitar essa substituição e saí do governo. É uma questão de respeito à regra, respeito à lei, respeito à autonomia da instituição.

E quais eram as motivações políticas? Reitero tudo o que disse no meu pronunciamento. Esclarecimentos adicionais farei apenas quando for instado pela Justiça. As provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar.

“NÃO POSSO ADMITIR QUE O PRESIDENTE ME CHAME DE MENTIROSO”

O presidente Bolsonaro rebateu as acusações do ex-ministro. Ele negou que houvesse tentativa de interferência política na Polícia Federal e acusou Sergio Moro de tentar negociar a demissão do diretor da PF em troca de sua nomeação para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Moro conta por que divulgou uma mensagem trocada entre ele e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e outra entre ele e Bolsonaro:

“Eu apresentei aquelas mensagens. Não gostei de apresentá-las, é verdade, mas as apresentei única e exclusivamente porque no pronunciamento do presidente ele afirmou falsamente que eu estava mentindo. Embora eu tenha um grande respeito pelo presidente, não posso admitir que ele me chame de mentiroso publicamente. Ele sabe quem está falando a verdade. Não só ele. Existem ministros dentro do governo que conhecem toda essa situação e sabem quem está falando a verdade. Por esse motivo, apresentei aquela mensagem, que era um indicativo de que eu dizia a verdade, e também apresentei a outra mensagem, que lamento muito, da deputada Carla Zambelli. O presidente havia dito uma inverdade de que meu objetivo era trocar a substituição do diretor da PF por uma vaga no Supremo. Eu jamais faria isso. Infelizmente, tive de revelar aquela mensagem para provar que estava dizendo a verdade, que não era eu que estava mentindo”.

Na mensagem, Bolsonaro cita uma investigação sobre deputados aliados e afirma que aquilo era motivo para trocar o diretor da PF. O que exatamente queria o presidente? Desculpe, mas essa é uma questão que também vai ter de ser examinada dentro do inquérito que foi aberto no Supremo Tribunal Federal para investigar esse caso. Reitero a minha posição. Uma vez dito, é aquilo que foi dito. Não volto atrás. Seria incoerente com o meu histórico ceder a qualquer intimidação, seja virtual, seja verbal, seja por atitudes de pessoas ou de outras autoridades.

O senhor sofreu algum tipo de ação intimidatória após as revelações que fez? Atacaram minha esposa e estão confeccionando e divulgando dossiês contra ela com informações absolutamente falsas. Ela nunca fez nada de errado. Nem eu nem ela fizemos nada de errado. Esses mesmos métodos de intimidação foram usados lá trás, durante a Lava-­Jato, quando o investigado e processado era o ex-presidente Lula.

“NUNCA FOI MINHA INTENÇÃO SER ALGOZ DO PRESIDENTE”

Depois das denúncias de Moro, o Supremo Tribunal Federal determinou que fosse aberto um inquérito para apurar se o presidente tentou de fato aparelhar a PF para fins políticos. Em seu parecer, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu que também fossem investigados os crimes de denunciação caluniosa e contra a honra — ilícitos que, em tese, podem ter sido praticados por Moro:

“Entendi que a requisição de abertura desse inquérito que me aponta como possível responsável por calúnia e denunciação caluniosa foi intimidatória. Dito isso, quero afirmar que estou à disposição das autoridades. Os ataques mais virulentos vieram principalmente por redes virtuais. Não tenho medo de ofensa na internet, não. Me desagrada e tal, mas se alguém acha que vai me intimidar contando inverdades a meu respeito no WhatsApp ou na internet está muito enganado sobre minha natureza”.

O senhor recebeu mais críticas ou apoios por se demitir do cargo e acusar o presidente? A opinião pública compreendeu o que eu disse e os motivos da minha fala. É importante deixar muito claro: nunca foi minha intenção ser algoz do presidente ou prejudicar o governo. Na verdade, lamentei extremamente o fato de ter de adotar essa posição. O que eu fiz e entendi que era minha obrigação foi sair do governo e explicar por que estava saindo. Essa é a verdade.

Qual é hoje a sua opinião sobre o presidente Bolsonaro? Pessoalmente, gosto dele. No governo, acho que há vários ministros competentes e técnicos. O fato de eu ter saído do governo não implica qualquer demérito em relação a eles. Fico até triste porque considero vários deles pessoas competentes e qualificadas, em especial o ministro da Economia. Espero que o governo seja bem-sucedido. É o que o país espera, no fundo. Quem sabe a minha saída possa fomentar um compromisso maior do governo com o combate à corrupção.

“NÃO QUERO PENSAR EM POLÍTICA NESTE MOMENTO”

Em todas as grandes manifestações dos apoiadores do presidente, a figura do ex-ministro da Justiça sempre ocupou lugar de destaque. Após sua demissão, ele passou a ser tratado nas redes sociais como traidor e oportunista que estaria tirando proveito político em um momento de fragilidade do governo:

“Lamento ter de externar as razões da minha saída do governo durante esta pandemia. O foco tem de ser realmente o combate à pandemia. Estou dando entrevista aqui porque tenho sido sucessivamente atacado pelas redes sociais e pelo próprio presidente. Hoje mesmo, quarta, ele acabou de dar declarações, ontem deu declarações. Venho sendo atacado também por parte das pessoas que o apoiam politicamente. Tudo o que estou fazendo é responder a essas agressões, às inverdades, às tentativas de atingir minha reputação”.

O que o senhor pretende fazer a partir de agora? Estou num período de quarentena. Tive 22 anos de magistratura. Deixei minha carreira com base em uma promessa não cumprida de que eu teria apoio nessas políticas de combate à corrupção. Isso foi um compromisso descumprido. Não posso voltar para a magistratura. Eu me encontro, no momento, desempregado, sem aposentadoria. Tudo bem, tem gente em situação muito mais difícil que a minha. Não quero aqui ficar reclamando de nada. Pedi a quarentena para ter um sustento durante algum tempo e me reposicionar, provavelmente no setor privado.

Não pensa em entrar definitivamente na política? Minha posição sempre foi de sentido técnico. Vou continuar buscando realizar um trabalho técnico, agora no setor privado. Não tenho nenhuma pretensão eleitoral. Não me filiei a partido algum. Nunca foi meu plano. Estou num nível de trabalho intenso desde 2014. Quero folga. E não quero pensar em política neste momento.

“PODE EXISTIR UM MANDANTE DO CRIME”

Um dos motivos do desgaste de Sergio Moro e da direção da PF foi a investigação do atentado que Bolsonaro sofreu durante a campanha. O presidente não acredita que o garçom Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho. Crê numa conspiração política patrocinada por adversários. A polícia nunca encontrou nenhuma prova concreta disso. Questionado sobre o assunto, o ex-ministro diz que a hipótese não é absurda:

“Existe uma forte suspeita de que o Adélio tenha agido a mando de outra pessoa. A Polícia Federal fez a investigação. Como o presidente é vítima neste caso, nós fizemos uma apresentação no primeiro semestre de 2019 no Planalto. Os delegados apresentaram todo o resultado da investigação até aquele momento. Pende para o final da investigação um pedido de exame do aparelho celular de um advogado do Adélio. A polícia buscou esse acesso, e isso foi obstado pelas Cortes de Justiça, e ainda não há uma decisão definitiva. Depois do exame desse celular, o inquérito poderá ser concluído. Esse é o conteúdo de inquérito que foi mostrado ao presidente, não é ilegal, já que ele é a vítima e tem, como vítima, a meu ver, o direito de ter essas informações. Não é nenhuma questão só do crime em si, mas um caso de segurança nacional. A suspeita de que pode existir um mandante intelectual do crime não pode ser descartada. Enquanto não se tem a conclusão da investigação, não se pode ter um juízo definitivo”.

O senhor tem medo de sofrer algum atentado? Certamente. Sigo tendo a proteção da Polícia Federal. Não gosto de falar muito nesse assunto. Isso é algo que assusta pessoas próximas a mim.

Foi por isso que, antes de aceitar o cargo, o senhor pediu ao presidente uma pensão caso lhe acontecesse algo? Achei engraçado algumas pessoas dizerem que seria um crime da minha parte. O que aconteceu foi o seguinte: como eu larguei a magistratura, perdi a aposentadoria e a pensão. E, como eu sabia que nós seríamos firmes contra a criminalidade violenta, contra o crime organizado e contra a corrupção, o que externei ao presidente foi um desejo de que, se algo me acontecesse durante a gestão, como eu havia perdido a pensão, minha família não ficasse desamparada. Certamente teria de ser analisada juridicamente a viabilidade disso, e a aprovação através de uma lei. A condição para que a pensão fosse paga seria a minha morte. Só externei que, caso eu fosse morto em combate, fosse garantida uma pensão integral à minha família, correspondente aos vencimentos de ministro.

O senhor se arrepende de ter largado a magistratura para entrar no governo Bolsonaro? Não. A gente tem esse espelho da Operação Mãos Limpas, na Itália. Foi feito um trabalho fantástico lá pelos juízes, mas houve um retrocesso político na Itália naquela época. Eles lamentavam muito. Embora soubesse que minha ida para o governo seria controversa, o objetivo sempre foi continuar defendendo a bandeira anticorrupção, evitando retrocessos. Não, não me arrependo. Acho que foi a decisão acertada naquele momento. Agradeço ao presidente por ter me acolhido. Assumi um compromisso com ele que era muito claro: combate à corrupção, ao crime organizado e à criminalidade violenta. Eu me mantive fiel a esse compromisso.