A CARTA DE GIVALDO CALADO
Altamir Pinheiro
Voltando ao ano de mil novecentos e me esqueci. Ou seja, para ser mais preciso, Ao fim de Dezembro de 1922(lá se vão 90 anos), o já inválido LENIN, líder da Revolução Russa, começou a ditar uma Carta que posteriormente se denominou o "TESTAMENTO" político de Lenin. Na dita cuja, rezava o seguinte terço, Lenin prevendo sua própria morte, advertia a nação para as duas figuras pesos pesados do Politiburo Soviético: as relações políticas partidárias entre STÁLIN e TROTSKY. E dizia mais, “O camarada STÁLIN, tendo chegado ao Secretariado Geral, tem concentrado em suas mãos um poder enorme, e não estou seguro que sempre irá utilizá-lo com suficiente prudência. Por outro lado, o camarada TROTSKY, um escravo do partido está demasiadamente envolvido e atraído pelo aspecto puramente administrativo dos assuntos do partidão”. O resto da história todo mundo já conhece, Trotsky, forçosamente, teve que fugir para o México, exilado, e posteriormente foi assassinado pelo serviço secreto russo. Medida as devidas proporções e fazendo um paralelo a esse trágico episódio acontecido há quase um Século, aqui em Pernambuco, mas precisamente em Garanhuns estamos convivendo com dois COVERS desses personagens: Eduardo Campos assumindo o papel de Stálin e Ivan Rodrigues sendo rotulado de Trotsky. Lá, houve um assassinato de morte. Aqui, tudo indica que vai haver outro também, apesar de não ser de morte, mas de rompimento político entre o último dos moicanos, Ivan, e o aprendiz de ditador Eduardo. Afinal, na política tupiniquim, as estradas e os corredores da história não se frequentam sem sangue. Nesse caso em especial, não haverá derramamento do líquido vermelho no chão, mas irá acontecer uma enxurrada de ódio, traição e o desrespeito político predominará para séculos e séculos sem fim, amém!!! Pois bem, vamos aos fatos: De um lado, está o empresário e político Givaldo Calado, defenestrado ditatorialmente do processo político de Garanhuns, e do outro, o capacho do governador, Sileno Guedes, Presidente estadual da agremiação política que tem como presidente nacional o Governador Eduardo Campos. Como fora amplamente divulgada pela imprensa local, estampou-se à atitude tomada pelo mandatário intermediário, assumindo a intransigência de não arredar o pé ao afirmar nas barbas de Givaldo que o candidato a prefeito de Garanhuns pelo PSB seria TONHO DOURADO DE LAJEDO. Com esse posicionamento ora firmado, ele deu todas as características de parecer ou ser um fanático, um histérico ou quem sabe um ditadorzinho de botequim. Na verdade, ele foi simplesmente um velhaco democrático ou então um tremendo pau mandado de sua excelência o Governador neto de Miguel Arraes. Só que, Naquele momento, Givaldo entendeu que nenhuma nação democrática, cidade, grupo ou INDIVÍDUO deve se curvar, ao peso da imposição. Por isso, constrangido e acuado pela posição irrevogável do seu partido, o destemido Givaldo lançou a pedra fundamental no castelo da maldade: Leia-se Palácio das Princesas. Quando naquela oportunidade protocolou uma carta de insatisfação ao seu chefe maior do partido socialista brasileiro, fazendo-lhe um duro e consistente desafio e ao mesmo tempo deixando-lhe um recado atrevido e encorajador que ele, Givaldo, não tem mais idade para se amedrontar com imposição ou determinações forçosas comandadas por quem quer que seja!!! Nas entrelinhas de sua carta, o prefeiturável deixa muito claro que, não exige que sua opinião necessariamente seja obedecida ou mesma seguida. Agora, que pelo menos seja respeitada.