quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

GOVERNADOR DE PERNAMBUCO COMPORTA-SE COMO UM ROLA-BOSTA... TOMA JEITO, FRAQUEZA!!!







Com a sua morte, o ex-governador Eduardo Campos arrastou também o PSB para o túmulo. O partido está à deriva, sem rumo e sem liderança. De largada, entregaram a presidência a Carlos Siqueira, histórico arraesista e orgânico, mas sem liderança, visto no partido como um gerentão, um burocrata.

No vácuo, a instância paulista, liderada pelo vice-governador Márcio França, fiel discípulo de Eduardo no passado, tentou arrebatar para si o comando da legenda. Não conseguiu ainda, mas esta hipótese não está descartada, porque EM PERNAMBUCO FALTA UMA LIDERANÇA PARA DAR O MURRO NA MESA.

PODERIA SER O GOVERNADOR PAULO CÂMARA, NATURALMENTE. MAS ESTE, SEM ENXERGAR O FIO DA MEADA, AO INVÉS DE CONDUZIR AS OVELHAS SOCIALISTAS PARA ONDE A SOCIEDADE BRASILEIRA DESEJA (E ISSO ESTÁ PROVADO NAS PESQUISAS, QUE APONTAM 68% DA PREFERÊNCIA PELO IMPEACHMENT), VAI NA CONTRAMÃO.

Sob a alegação de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não tem legitimidade para tanger a boiada do impeachment, O GOVERNADOR VACILA EM CIMA DE UM DISCURSO INODORO E SEM CONSISTÊNCIA. Ele precisa entender que o Brasil cansou de corrupção, de bandidagem e deseja o mais rápido possível banir a quadrilha do poder.

Se alguém tivesse liderança no PSB, o partido não teria transferido para o próximo dia 17 a decisão que estava para ser tomada hoje pela sua executiva nacional quanto ao posicionamento oficial do partido sobre o impedimento da presidente que levou o País a uma crise sem precedentes.

Em apenas um ano, de 2014 para 2015, 1,5 milhão de empregos formais foram jogados pela janela, mais de sete milhões de postos de trabalho na informalidade viraram pó. Nesse rastro de destruição, 400 mil pequenas e médias empresas foram fechadas. Só em Suape, PERNAMBUCO PERDEU 54 MIL TRABALHADORES FORMAIS E O MUNICÍPIO DE IPOJUCA DEIXOU DE ARRECADAR R$ 30 MILHÕES.

É preciso ter discernimento, como demonstrou com o seu gesto o prefeito do Recife, GERALDO JÚLIO, ao ficar bem distante da malvada quando esteve por aqui, sábado passado. Este Governo – se é que pudemos assim classificar – não tem mais o que oferecer ao País a não ser mais safadeza e gatunagem do dinheiro público. Dilma é um vexame! Que o diga o vice-presidente Michel Temer.

QUEM DIZ QUE NÃO ROUBA, MAS DEIXA ROUBAR COMETE O MESMO PECADO. Se vivo fosse, não tenho a menor dúvida de que Eduardo, ao contrário do vacilante sucessor que deixou nas Princesas, estaria empunhando a bandeira do impeachment. Não há outro caminho para o País sair da crise.

Se o PSB se posicionar diferente, na reunião que adiou para a próxima semana, estará dando um tiro no pé, indo de encontro ao mais legitimo desejo do povo brasileiro, de dar um basta a tudo que estamos vendo neste País, construir uma saída para a crise e, consequentemente, para uma Nação decente, que os brasileiros em geral possam se orgulhar. Ainda está em tempo, PSB!(Magno Martins) – A manchete e a imagem não fazem parte do texto original -


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

DILMA APANHOU DE BUNDA LIMPA. A SURRA FOI DE 272 VOTOS X 199 VOTOS. FORAM 73 VOTOS DE LAMBUJA!!!



Reinaldo Azevedo

Atenção, meus caros! Desde que acompanho política, e comecei cedo, nunca vi tamanha incompetência do governo, o que dá uma medida do que pode acontecer com o país caso, DEUS NOS LIVRE!, DILMA PERMANEÇA NA PRESIDÊNCIA. O que o PT e a presidente viram viu nesta terça foi se agigantar o fantasma do impeachment ou, ainda pior, da ingovernabilidade.

O governo esticou a corda e decidiu bater chapa com oposição e dissidentes pelo controle da comissão especial que vai analisar a denúncia contra a presidente. BATEU CHAPA E PERDEU. BATEU CHAPA E PERDEU FEIO. BATEU CHAPA E PERDEU POR 272 VOTOS A 199.

QUE COISA!

Se a base governista tivesse sido menos truculenta na formação da chapa oficial, é possível que não se tivesse formado a chapa dois, batizada de “UNINDO O BRASIL”. Mas eles são quem são. Resolveram atropelar, esmagar, passar por cima…

Leonardo Picciani (PMDB-RJ), por exemplo, líder do PMDB, que foi cooptado pelo Palácio do Planalto, decidiu que as oito cadeiras do partido seriam entregues a adversários do impeachment. Vale dizer: a metade (ou mais) do partido que pensa o contrário não seria representada.
Os petistas não escolheram deputados, mas uma tropa de choque, composta, entre outros, DE SIBÁ MACHADO (AC), JOSÉ GUIMARÃES (CE) E WADIH DAMOUS (RJ). SÃO LIDERANÇAS QUE CHAMAM O SIMPLES DEBATE DO IMPEACHMENT DE “GOLPE” (a exemplo da presidente) e que não reconhecem, pois, o foro para o qual se candidatam. É uma vergonha!

Foi o governo que forçou os dissidentes da base e a oposição a formar uma chapa alternativa. Vale, para essa gente, a frase de Talleyrand sobre os Bourbons: eles não aprendem nada nem esquecem nada.

As chapas foram à votação com, respectivamente, 47 e 39 membros — a menor era a composta pelos adversários de Dilma. Caso o STF decida não atravessar a rua para comprar uma briga monumental (vou escrever a respeito), a chapa vencedora terá de receber ainda 26 membros, para compor os 65 necessários.

Sim, segundo as regras, os partidos têm de estar proporcionalmente representados. Se a base não estivesse dividida, é claro que o governo teria o controle da comissão. Mas o caos se instalou. Para vocês terem uma ideia, 20 dos 39 membros da chapa anti-Dilma pertencem a partidos que têm cargos na Esplanada dos Ministérios.

FANTASMA DO IMPEACHMENT

É claro que o PT e Dilma viram se agigantar à sua frente o fantasma do impeachment — ou, ainda pior, da ingovernabilidade. Sim, se a votação de hoje tivesse sido a da aceitação ou rejeição da denúncia, Dilma teria sido fragorosamente derrotada nos números, mas teria vencido no placar.
Bastam 171 votos (ou 172 se todos os 513 votaram “sim” ou “não”) para Dilma permanecer no cargo, e a denúncia morrer na Câmara. Já os que querem o impeachment precisam reunir a enormidade de 342 VOTOS.

Notem, Dilma obteve nesta terça 27 ou 28 votos a mais do que precisaria para barrar o impeachment. Embora a oposição e dissidentes tenham tido 73 a mais do que os governistas, ainda lhe faltariam 70 para afastar Dilma.

Cabe, então, a pergunta que já fiz aqui: UM GOVERNO CONSEGUE A ESTABILIDADE NECESSÁRIA COM 199 VOTOS NA CÂMARA? A resposta está dada. Esse é hoje o tamanho da base fiel — e olhem lá. Eu duvido que esse mesmo tanto defendesse, por exemplo, a CPMF — que, para ser aprovada, precisa de 308 votos na Câmara: 109 a mais do que os obtidos nessa terça.

NÃO É POSSÍVEL QUE DILMA NÃO PERCEBA QUE SEU SEGUNDO MANDATO ACABOU ANTES DE COMEÇAR. Sempre destacando que a pressão em favor do impeachment não deriva da sua incompetência — nem mesmo da roubalheira do petrolão. Dilma pode cair em razão dos crimes de responsabilidade cometidos.

Ainda que a ministra Carmen Lúcia resolva meter a mão em cumbuca, anulando a sessão em favor do voto secreto, a derrota já está dada. O GOVERNO, DEFINITIVAMENTE, ACABOU.





VOTAÇÃO DA COMISSÃO ESPECIAL DO IMPEACHMENT SERÁ SECRETA E OPOSIÇÃO FECHA CHAPA ALTERNATIVA


Será secreta a votação desta terça-feira, 8, para escolha dos integrantes da Comissão Especial que decidirá sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A informação é da Secretaria-Geral da Mesa, segundo o Estadão. A decisão cabe ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

Procurado no final da manhã, ele ainda não se manifestou. A decisão foi divulgada no mesmo dia em que a oposição e uma ala do PMDB registraram uma chapa alternativa para compor o colegiado. A opção pela votação secreta foi feita ainda na segunda-feira, 7, e está embasada no artigo 188 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Os deputados votarão em urnas eletrônicas em cabines individuais.

O governo tentará reverter a decisão do voto secreto. "Não vamos aceitar voto secreto por um motivo simples: o STF já definiu que não cabe voto secreto nesse caso. E vamos para a luta política", afirmou Sílvio Costa (PSC-PE), vice-líder do governo.

A eleição desta tarde é um termômetro da força de cada lado da disputa: governo e a dobradinha entre Cunha e oposição, retomada ontem. O grupo vencedor também tende a ficar com os cargos de comando da comissão - relatoria e presidência.

Duas chapas disputam a eleição. Cada uma precisa de um mínimo de 33 nomes. A original, majoritariamente governista, é formada por PMDB, PRB, PSC, PTN, PMN, PEN, PT, PR, PROS, PC do B, PSB, PV, PDT, PSOL, PTC, PT do B, Rede e PMB, totalizando 42 nomes. 

A chapa alternativa, batizada de "Unindo o Brasil", protocolou seus nomes no começo desta tarde. Ela possui 39 deputados de 13 partidos: PSDB, SD, PPS, PSC, PMDB, PHS, PP, PTB, PSD, PSB, PEN, PMB. 

Se a chapa vencedora não tiver os 65 nomes da comissão - o que deve acontecer, já que a oposição não deve indicar nomes para a chapa original e governo não deve fazer indicações para a chapa alternativa -, líderes dos partidos não representados apresentam novos nomes, que formam uma nova chapa, votada em eleição suplementar. Esta votação, só deve ocorrer nesta quarta-feira, 9.

Concluída a eleição suplementar, a Câmara tem até 48 horas para instalar a comissão especial. Já na instalação, são eleitos presidente e relator do colegiado. A partir daí, a presidente Dilma tem até dez sessões para se manifestar. Então, em até cinco sessões, a comissão dá parecer para arquivar ou levar adiante o processo.

Votado o parecer na comissão, o texto vai a plenário. Se dois terços dos deputados (342) aprovarem o parecer, o caso segue para o Senado e a presidente é afastada até que haja votação pelos senadores. 

Deputados da oposição e da ala dissidente do PMDB protocolaram, às 13h50 desta terça-feira, 8, a chapa alternativa para comissão que dará parecer sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Batizada de "Unindo o Brasil", ela possui 39 deputados de 13 partidos diferentes. A eleição deve ocorrer a partir das 17 horas e será por meio de voto secreto em cabines instaladas dentro do plenário da Câmara. 

Veja os nomes da chapa alternativa:
 
PMDB
Carlos Marun (MS)
Flaviano Melo (AC)
Lelo Coimbra (ES)
Lucio Vieira Lima (BA)
Manoel Júnior (PB)
Mauro Mariani (SC)
Osmar Terra (RS)
Osmar Serraglio (PR)

PSDB
Bruno Covas (SP)
Carlos Sampaio (SP)
Rossoni (PR)
Shéridan (RR)
Nilson Leitão (MT)
Paulo Abi-Ackel (MG)

PP
Jair Bolsonaro (RJ)
Jerônimo Goergen (RS)
Luis Carlos Heinze (RS)
Odelmo Leão (MG)

PSD
Sóstenes Cavalcante (RJ)
Evandro Roman (PR)
João Rodrigues (SC)
Delegado Éder Mauro (PA)

PSB
Fernando Bezerra Filho (PE)
Bebeto (BA)
Danilo Forte (CE)
Tadeu Alencar (PE)

PTB
Benito Gama  (BA)
Sérgio Moraes (RS)
Ronaldo Nogueira (RS)
Solidariedade
Paulinho da Força (SP)
Fernando Francischini (PR)

DEM
Mendonça Filho (PE)
Rodrigo Maia (RJ)

PSC
Eduardo Bolsonaro (SP)
Marco Feliciano (SP)

PMB 
Major Olímpio (SP)

PHS 
Kaio Maniçoba (PE)

PPS
Alex Manente (SP)

PEN
André Fufuca (MA)

@@@ - Blog do Coronel

DILMA TENTOU DESMORALIZAR MICHEL TEMER, AÍ TOMOU NA TARRAQUETA!!!






Ricardo Noblat
O QUE DILMA DEVE A TEMER
“Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo. Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, porque era eu o candidato à reeleição a Vice.
UM VICE DECORATIVO
“Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios, secundários, subsidiários.”
DESVALORIZADO
“A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia seguinte, ao telefone.
No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas ‘desfeitas’, culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC. Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta ‘conspiração’.”
INGRATIDÃO
"Quando a senhora fez um apelo para que eu assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava muito desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste fiscal. Tema difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários. Não titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do que fazíamos tinha sequência no governo. Os acordos assumidos no Parlamento não foram cumpridos."
HUMILHAÇÃO
“De qualquer forma, sou Presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido.”
“Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Vice-Presidente Joe Biden — com quem construí boa amizade — sem convidar-me, o que gerou em seus assessores a pergunta: o que é que houve que, numa reunião com o Vice-Presidente dos Estados Unidos, o do Brasil não se faz presente?”
ROMPIMENTO
“O PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso. A senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silêncio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.
Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais. Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção.” – As imagens e a manchete não fazem parte do texto original -  



A RODA DO IMPEACHMENT COMEÇOU A GIRAR: DILMA LASCOU-SE!!! OU SEJA, DILMA ESTÁ COM OS DIAS CONTADOS, A CASA CAIU!!!



Reinaldo Azevedo
De todos os argumentos vigaristas para combater o impeachment da presidente Dilma Rosseff, o mais estúpido é o que sustenta que sua situação é muito diferente da de Fernando Collor porque este, afinal, não tinha partido, não tinha base social e não tinha incluído milhões de pessoas na economia.
Aliás, aí está a essência do que defini como “petalhismo”, que é prática dos petralhas: apelar ao social para justificar ações criminosas. Consegue ser um lixo moral superior à defesa do roubo puro e simples. Por quê?
O ladrão que não procura se justificar tem ao menos o bom gosto de não corromper o bem, não é mesmo? Esses outros não: arrastam qualquer ideia de virtude em sua pantomima criminosa. Se os operadores dessa máquina maligna são detestáveis, seus arautos na imprensa, no mundo do direito e na academia constituem a mais nefasta canalha.
Os ladrões que se assumem como aquilo que efetivamente são não degradam as instituições, não inviabilizam países, não condenam gerações ao atraso, à penúria e à melancolia. Esses outros, por óbvio, sim.
Pensem: quanto tempo vai demorar para que o Estado brasileiro se alimpe dessa súcia que infelicita o Brasil, que impede a devida aplicação de políticas públicas, que se impõe para defender e proteger os interesses de seu grupo, de sua camarilha, contra as necessidades do conjunto da população?.
Se querem uma evidência do que essa gente é capaz, olhem para a nossa educação, olhem para a saúde. Tomem como exemplo o surto de microcefalia no país. Há quantos anos o governo central namora com o mosquito, que antes era só da dengue, depois passou a ser também da chikungunya e agora é do Zika vírus? O que mata os brasileiros não é um destino, mas suas escolhas.
E, como resta claro, nem uma sombra de bom senso ameaça a incompetência arrogante do governo. Nesta segunda, o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) concedeu até uma entrevista razoável à Folha. Mas a ponderação durou pouco.
Ontem, Dilma compareceu à abertura da Conferência Nacional de Assistência Social — essas conferências, desde sempre, de qualquer área, são conduzidas por franjas do petismo. Foi recebida aos gritos de “não vai ter golpe”. A presidente não se fez de rogada. Afirmou: “Ao longo da história, os golpes não constroem harmonia, a unidade, nem constroem a pacificação necessária para os países avançarem. Pelo contrário: geralmente o que os golpes constroem é o caos, que deixam feridas e marcas profundas”.
Dilma sabe que não há golpe nenhum. Ao fazer essa acusação, deslegitima o próprio Parlamento que vai tomar a decisão sobre o seu caso. Ela está a dizer que só aceita um resultado. Mas um Poder Legislativo que só pudesse votar de uma maneira seria livre?
E não pensem que Dilma negou as pedaladas, não. Ela as admitiu nestes termos: “Nós escolhemos um caminho, uma política, e podem ter certeza de que essa escolha, mais cedo ou mais tarde, sempre é cobrada. Uma parte do que me acusam é de ter pago o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Uma parte do que me acusam é por isso. Paguei, sim. Mas nós pagamos com dinheiro do povo brasileiro. Não foi empréstimo que pagou o Minha Casa Minha Vida, foi o dinheiro legítimo dos tributos pagos pelo povo desse país”.
Aí está, para aqueles ditos juristas do nariz marrom que lhe foram puxar o saco no Palácio do Planalto, a confissão do crime. Atenção! Dos R$ 40 bilhões das pedaladas dadas só em 2014, R$ 19,6 bilhões foram do BNDES, que nada têm a ver com os programas sociais a que se referiu na governanta. Dilma está admitindo o crime, sim. Deixa claro que o cometeu de forma consciente. E conta uma mentira sobre a destinação do dinheiro.
É evidente que, se Dilma acha que está diante de uma ação golpista, então ela não reconhece as instâncias que vão avaliar o processo contra ela e, eventualmente, julgá-la. Se é assim, como é que aceita se submeter, então, a um julgamento que pode contemplar um golpe?
Se é como diz a presidente, o melhor que ela tem a fazer é voltar às suas origens, aderir a um grupo clandestino e partir para a resistência armada. Mas que o faça já, não é? Não pode esperar a votação da Câmara e, eventualmente, o julgamento do Senado.
Ou será que a presidente deixou a luta armada para mais tarde, para a hipótese de o Congresso fazer a coisa certa e, diante da confissão do crime e a evidência de que ela o cometeu de modo claro, consciente e determinado, condená-la por isso? - As imagens e a manchete não fazem parte do texto original - 

A EX-presidANTA VAI TER QUE ENGOLIR O FUTURO PRESIDENTE MORDOMO DE VAMPIRO...



Reinaldo Azevedo
Michel Temer, vice-presidente da República, é um homem educado também no sentido, vamos dizer, escolar do termo. Tanto é assim que recorreu ao velho estilo epistolar para evidenciar as múltiplas provas de desconfiança dadas por Dilma e expor o tratamento truculento de que tem sido vítima. Nesta segunda, enviou uma carta à presidente elencando 11 provas concretas de que ela não confia nem nele nem em seu partido, PMDB. A mensagem, esclarece a Vice-Presidência, não implica um rompimento pessoal com Dilma nem o fim da aliança do PMDB com PT. Ainda que assim seja, é claro que o texto se tornou um marco. Agora, ou racha ou racha.
Com a carta, Temer respondia ao assédio brutal dos palacianos, que tentam, na prática, cassar-lhe prerrogativas constitucionais. A ousadia é tal, já apontei isso aqui, que o ministro Jaques Wagner teve o topete de pôr na boca do vice palavras que este não pronunciou.
Agora vamos ao que é mais impressionante. A carta foi enviada à presidente nesta segunda, quando governistas fiéis ao Planalto lutavam com dissidentes, em companhia da oposição, pelo controle da comissão especial que vai analisar a denúncia que pode resultar no impeachment de Dilma. Trata-se de uma mensagem pessoal. Ora, é evidente que jamais deveria ter sido vazada para a imprensa. Mas foi.
O próprio Temer se surpreendeu. Afirmou:
“Escrevi uma carta confidencial e pessoal à presidente da República. Tive o cuidado de mandar pessoalmente a minha chefe de gabinete entregá-la. Mais uma vez, avaliei mal. Desembarquei em Brasília agora à noite e me surpreendi com o fato gravíssimo de o palácio ter divulgado uma carta confidencial. Eu já tinha me decepcionado quando os ministros Edinho Silva e Jaques Wagner divulgaram versões equivocadas do meu último encontro com a presidente, me deixando mal jurídica e politicamente.”
Pois é… A que alude o vice? Explico. Temer esteve com Dilma. Os dois ministros espalharam a versão de que o vice não via base jurídica para Eduardo Cunha aceitar a denúncia contra Dilma.
Temer não se furta a expor com todas as letras o seu desconforto:
“Eu havia sido comunicado pelo Eduardo Cunha que ele acolheria o pedido de impeachment. Reconheci seu direito de fazê-lo, e, depois, o ministro Jaques Wagner colocou na minha boca a afirmação de que a decisão não tinha lastro jurídico. Constrangido, tive que desmenti-lo. O acolhimento tem sim lastro jurídico.”
Pode não ser uma carta de rompimento pessoal e de descolamento do PMDB do governo, mas é evidente que, depois dela, ou racha ou racha. O que quero dizer com isso? Michel Temer está deixando claro que é vice-presidente da República; que a Constituição lhe assegura prerrogativas que governo nenhum pode tolher; que não vai entrar pessoalmente no jogo para influenciar os votos no Congresso; que não vai aderir à gritaria histérica do Planalto, que acusa “golpe”. Temer está dizendo, em suma, que seguirá leal ao papel que lhe atribui a Constituição.
Falemos um pouco da carta. O vice a inicia com uma epígrafe de um ditado latino, a saber: “Verba volunt; scripta manent” — palavras ditas voam; palavras escritas permanecem. Ou por outra: ele preferiu escrever porque ouviu dizer que a presidente o chamaria para mais um encontro. E, depois das distorções de Wagner e Edinho, Temer não quis correr o risco de ouvir falas que não são suas a voar por aí, como se suas fossem.
Na epístola enviada a Dilma, elenca 11 episódios em que a desconfiança da presidente no seu vice e no PMDB ficou patente. Pois é… Temer poderia ter citado ainda um outro adágio latino: “Verba movente; exempla trahunt”. Ou: as palavras movem; os exemplos empurram. Mas isso é literal demais e não aclara as coisas. O melhor seria: as palavras movem; os exemplos compelem, convencem, evidenciam.
Temer afirma que passou os quatro primeiros anos como “vice decorativo” e que “só era chamado para resolver votações do PMDB e crises políticas”. Diz que jamais foi convocado para discutir “formulações econômicas ou políticas do país”. E resume: “Éramos meros acessórios, secundários, subsidiários.”
Deixa claro que sentiu como agressão pessoal a retirada de Moreira Franco do Ministério da Aviação Civil, já que era uma indicação sua. Sustenta que Eliseu Padilha deixou a mesma pasta na semana passada porque desprestigiado, mas que o governo fez questão de alardear que isso era parte de uma conspiração supostamente liderada por ele, Temer.
No quinto item de suas razões, lembra a coordenação política que chegou a assumir em abril, para dela sair em agosto, depois de aprovado o ajuste fiscal, porque os acordos que foram costurados para conseguir aquelas votações não foram cumpridos.
Na reforma ministerial que mudou peças do PMDB, Temer lembra, que apesar de ser presidente do partido, Dilma preferiu ignorá-lo e chamou para cuidar do assunto Leonardo Picciani (RJ), líder do partido na Câmara, e seu pai, Jorge Picciani.
Na ordem dos insultos, Temer observa que, na posse, Dilma manteve reuniu de duas horas com Joe Biden, vice-presidente dos EUA, fazendo questão de ignorá-lo — justo ele, que diz manter uma relação de amizade com o político americano.
Temer afirma que até o programa da Fundação Ulysses Guimarães “Uma Ponte Para o Futuro” foi usado como suposta evidência contra o PMDB e contra ele próprio. E diz que o governo continua tentando dividir o partido, sem sucesso.
O vice-presidente, em suma, deixou claro que a relação de confiança alardeada por Dilma não existe. E conclui: “Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB hoje e não terá amanhã.”
Na mosca!
Não fosse a conjugação de crise econômica, crise política e crise de confiança, o PT estaria empenhado neste momento em destruir o PMDB. Apontei aqui essa disposição já em fins de 2011 e início de 2012. Na sua brutal arrogância, os petistas julgavam que já tinham destruído o PSDB e que era a hora de começar a caçar os aliados.
Agora é ou racha ou racha. O PMDB pode, sim, continuar na base — até porque, suponho, o próprio governo não pretende se livrar dele —, mas Temer deixa claro que, a exemplo de Dilma (deveria ser assim ao menos), as suas responsabilidades pessoais transcendem as do partido.
Dilma terá de lutar por seu mandato — espero que o faça dentro das regras do jogo, e Temer tem de ter claro que seu papel institucional é substituí-la em caso de impedimento. Com a grave responsabilidade de encontrar um caminho que ao menos nos livre da depressão econômica.
Cada um no seu quadrado. Sei lá por que diabos o Planalto divulgou a carta. Há mais fígado do que cérebro nessa decisão. Para Temer, foi excelente. Aquilo que é dito apenas entre duas pessoas não impõe, aos olhas da opinião pública, nenhuma forma de especial decoro. Quando, no entanto, a conversa confidencial vira assunto até de boteco, não resta às personagens, ou aos litigantes, outra coisa que não o dever da coerência.
E o dever de Temer, agora, é ficar longe de Dilma para, se preciso, substituí-la e dar início ao seu governo.
É a regra.
É a lei.
É a Constituição.
E o PT vai de ter de engolir ou de engolir.
@@@ As imagens e a manchete não fazem parte do texto original

EIS O TEOR DA CARTA QUE O
FUTURO PRESIDENTE ENVIOU
 A EX-presidANTA 

São Paulo, 07 de dezembro de 2015
Senhora Presidente,
“Verba volant, scripta manent”.
Por isso lhe escrevo. Muito a propósito do intenso noticiário destes últimos dias e de tudo que me chega aos ouvidos das conversas no Palácio.
Esta é uma carta pessoal. É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo.
Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade. Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos.
Lealdade institucional pautada pelo art. 79 da Constituição Federal. Sei quais são as funções do Vice. À minha natural discrição conectei aquela derivada daquele dispositivo constitucional.
Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo.
Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, por que era eu o candidato à reeleição à Vice.
Tenho mantido a unidade do PMDB apoiando seu governo usando o prestígio político que tenho advindo da credibilidade e do respeito que granjeei no partido.
Isso tudo não gerou confiança em mim. Gera desconfiança e menosprezo do governo.
Vamos aos fatos. Exemplifico alguns deles.
  1. Passei os quatro primeiros anos de governo como vice decorativo. A Senhora sabe disso. Perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas.
  2. Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios, secundários, subsidiários.
  3. A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho, elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia seguinte, ao telefone.
  4. No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas “desfeitas”, culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC.Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta “conspiração”.
  1. Quando a senhora fez um apelo para que eu assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava muito desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste fiscal. Tema difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários. Não titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do que fazíamos tinha sequencia no governo. Os acordos assumidos no Parlamento não foram cumpridos. Realizamos mais de 60 reuniões de lideres e bancadas ao longo do tempo, solicitando apoio com a nossa credibilidade. Fomos obrigados a deixar aquela coordenação.
  1. De qualquer forma, sou presidente do PMDB, e a senhora resolveu ignorar-me, chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido. Os dois ministros, sabe a senhora, foram nomeados por ele. E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de São Paulo e a mim ligado.
  1. Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento. Aliás, a primeira medida provisória do ajuste foi aprovada graças aos 8 (oito) votos do DEM, 6 (seis) do PSB e 3 do PV, recordando que foi aprovado por apenas 22 votos. Sou criticado por isso, numa visão equivocada do nosso sistema. E não foi sem razão que em duas oportunidades ressaltei que deveríamos reunificar o país. O Palácio resolveu difundir e criticar.
  1. Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Vice-Presidente Joe Biden — com quem construí boa amizade — sem convidar-me o que gerou em seus assessores a pergunta: “O que é que houve que numa reunião com o Vice-Presidente dos Estados Unidos, o do Brasil não se faz presente? Antes, no episódio da “espionagem” americana, quando as conversas começaram a ser retomadas, a senhora mandava o Ministro da Justiça para conversar com o Vice-Presidente dos Estados Unidos. Tudo isso tem significado absoluta falta de confiança;
  2. Mais recentemente, conversa nossa (das duas maiores autoridades do país) foi divulgada e de maneira inverídica, sem nenhuma conexão com o teor da conversa.
  3. Até o programa “Uma Ponte para o Futuro”, aplaudido pela sociedade, cujas propostas poderiam ser utilizadas para recuperar a economia e resgatar a confiança, foi tido como manobra desleal.
  4. PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso.
A senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silencio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.
Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais.
Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB hoje e não terá amanhã.
Lamento, mas esta é a minha convicção.
Respeitosamente, \ L TEMER
A Sua Excelência a Senhora
Doutora DILMA ROUSSEFF
DO. Presidente da República do Brasil
Palácio do Planalto
Brasília, D.F.