sábado, 12 de março de 2016

O ESQUEMA ERENICE

COMO A EX-MINISTRA DA CASA CIVIL E FIEL ESCUDEIRA DE DILMA OPEROU EM BELO MONTE, AO LADO DE PALOCCI E SILAS RONDEAU, UM PROPINODUTO DE R$ 45 MILHÕES PARA ABASTECER AS CAMPANHAS ELEITORAIS DE 2010 E 2014


Débora Bergamasco
Além de fornecer um dossiê explosivo sobre as tentativas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff para tentar barrar as investigações da operação Lava Jato, o ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), revela, em acordo de deleção premiada, um sofisticado esquema de corrupção nas obras da usina de Belo Monte. As informações estão dispostas no anexo sete da delação, obtido por ISTOÉ na quarta-feira 9. 
1Erenice.jpg
Antiga companheira: Erenice Guerra está com Dilma desde que a atual presidente
ocupou o Ministério de Minas e Energia 
 
Segundo o senador, um “triunvirato”, formado pelos ex-ministros Erenice Guerra, Antônio Palocci e Silas Rondeau, movimentou cerca de R$ 25 bilhões e desviou pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014. Nas duas disputas presidenciais os partidos estavam coligados na chapa liderada por Dilma Rousseff. “A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 1014”, afirmou o ex-líder do governo no Senado aos procuradores.
 
Denúncias sobre corrupção nas obras de Belo Monte já haviam sido feitas por outros delatores, mas é a primeira vez que uma testemunha revela com detalhes como funcionava o esquema, qual o destino do dinheiro desviado e aponta o nome dos coordenadores de toda a operação. A delação feita por Delcídio leva as investigações sobre o propinoduto petista nos setores de energia e de infraestrutura para as antessalas do gabinete presidencial. Desde 2003, Erenice é tida como uma escudeira da presidente Dilma e mesmo após deixar o governo, sob a acusação de favorecer lobistas ligados a seu filho, permanece como uma das poucas interlocutoras de Dilma. 
 
Depois de homologada pelo STF, a delação de Delcídio deverá ser encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral e engrossar o processo que pede a cassação da presidente. Os relatos feitos pelo senador mostram que a operação montada para desviar dinheiro público de Belo Monte foi complexa e contínua. Começou a ser arquitetada ainda no leilão para a escolha do consórcio que tocaria a empreitada, em 2010, e se desenrolou até pelo menos o início do ano passado, quando a Lava Jato já estava em andamento. Tida como obra prioritária do governo e carro chefe do PAC, Belo Monte era acompanhado de perto pela chefia da Casa Civil, onde estavam Dilma, então ministra, e Erenice Guerra, secretária executiva. 
 
“A atuação do triunvirato formado por Silas Rondeau (ex-ministro de Minas e Energia), Erenice Guerra (ex-ministra da Casa Civil) e Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda) foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte”, afirmou Delcídio aos procuradores da Lava Jato. Em sua delação, o senador explica que os desvios de recursos do projeto da usina vieram tanto do pacote de obras civis como da compra de equipamentos. “Antônio Palocci e Erenice Guerra, especialmente, foram fundamentais nessa definição”, revelou o senador. 
 
Ele afirmou que as obras civis consumiram cerca de R$ 19 bilhões e a compra de equipamentos chegou a R$ 4,5 bilhões. De acordo com os relatos feitos pelo ex-líder do governo, em todas as etapas do processo houve superfaturamento. Entre os procuradores que já tomaram conhecimento da delação de Delcídio há a convicção de que Erenice era a principal operadora do triunvirato, uma vez que antes de assumir o cargo na Casa Civil trabalhou, ao lado de Dilma, no Ministério de Minas e Energia, responsável pelas obras da usina.
 
Delcídio afirmou que o triunvirato de Erenice começou de fato a operar três dias antes da data marcada para o leilão que escolheria o consórcio responsável pelas obras. O grupo formado pelas maiores empresas de engenharia do País desistiu da disputa. “Em algumas horas foi constituído um novo grupo de empresas que venceu o leilão, tendo sido a única proposta apresentada”, afirmou o senador. Entre essas empresas estão a Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern, JMalucelli, Gaia Engenharia, Cetenco, Mendes Jr Trading Engenharia e Serveng-Civilsan. 
 
“Alguns meses depois da realização do certame, várias empresas que não bidaran (não participaram no leilão) Belo Monte tornaram-se sócias do empreendimento e contrataram como prestadoras de serviço as empresas do consórcio vencedor”, relatou Delcídio. Com essa operação, as maiores empreiteiras do País passaram a mandar na construção sem se submeterem às regras impostas nas licitações convencionais. O ex-líder do governo no Senado afirmou aos procuradores da Lava Jato que durante as campanhas eleitorais aumentava o valor das propinas e que para isso as empresas recorriam a “claims”, instrumento usado para readequar valores de contratos. 
 
2Erenice.jpg
Outro delator, Flávio Barra da Andrade Gutierrez,
confirmou propinas em Belo Monte
 
“Os acordos com relação aos claims eram uma das condições exigidas para aumentar a contribuição eleitoral das empresas”, explicou Delcídio. O senador destacou ainda a existência de várias ilicitudes envolvendo o fornecimento de equipamentos para a usina de Belo Monte. De acordo com ele, houve uma enorme disputa entre fornecedores chineses, patrocinados por José Carlos Bumlai (o pecuarista amigo do ex-presidente Lula), e fabricantes nacionais, entre eles Alston, Siemens, IMPSA e IESA. “O triunvirato agiu rapidamente definindo os nacionais como fornecedores, tudo na busca da contrapartida, revelada nas contribuições de campanha”, denunciou Delcídio. 
 
Erenice Guerra e Palocci, disse o ex-líder do governo no Senado, tiveram papel fundamental nessa definição. Pelo lado das empresas, segundo Delcídio, o principal negociador de Belo Monte foi o empreiteiro Flávio Barra, da Andrade Gutierrez. Na semana passada, ISTOÉ apurou que Barra já prestou depoimento de delação premiada e mencionou o propinoduto em Belo Monte. O nome do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi rapidamente citado por Delcídio aos procuradores. Ele afirmou que o governador exerceu influência direta em favor da IMPSA, mas não atribuiu a ele nenhuma pratica criminosa. 
 
Ainda sobre dinheiro irregular na campanha eleitoral de 2014, no anexo nove da delação, também obtido com exclusividade por ISTOÉ na quarta-feria 9, o ex-líder do governo no Senado afirma que o atual ministro de Comunicação Social, Edinho Silva, tesoureiro da campanha da presidente Dilma em 2014 trabalhou para “esquentar” recursos provenientes da indústria farmacêutica usando a contabilidade das campanhas para governador e forjando falsas prestações de serviço. Delcídio afirmou que em 2014, quando disputava o cargo de governador do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho, “para que pagasse R$ 1 milhão do saldo da dívida de sua campanha, sendo R$ 500 mil devidos à FSB Comunicação, e mais R$ 500 mil à Zilmar Fernandes, através de um laboratório farmacêutico chamado EMS”, revelou o senador. 
 
Zilmar Fernandes foi sócia do publicitário Duda Mendonça e já esteve envolvida no escândalo do Mensalão. O laboratório EMS é investigado pela Lava Jato por manter parceria com o doleiro Alberto Youssef. Os investigadores também apuram o pagamento de uma suposta consultoria de R$ 8 milhões que o laboratório teria contratado do ex-ministro José Dirceu. Delcídio disse que as faturas foram emitidas contra o laboratório, mas que os pagamentos não foram realizados. “Os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar”, afirmou o senador. 
 
Por fim, ele disse acreditar que a mesma situação pode ter ocorrido com outros candidatos a governador. Ao finalizar sua delação, o ex-líder do governo no Senado, apontou para a força-tarefa da Lava Jato que laboratórios e planos de saúde, em troca de indicações para cargos na ANS e na Anvisa, têm despertado grande atenção dos políticos quando são discutidos os caminhos para a arrecadação de recursos. Por outras vias, os procuradores da Lava Jato já estavam trilhando por esse caminho.
 
-----
 
Erenice comandou o trio do propinoduto em belo monte
 
No anexo sete de sua delação, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, descreve em detalhes o esquema de corrupção armado na construção da usina de Belo Monte. Ele afirma que a propina foi de aproximadamente R$ 45 milhões e que serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e de 2014. Diz que houve a participação de José Carlos Bumlai, mas que todo o esquema foi coordenado por um triunvirato formado pelos ex-ministros Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antônio Palocci, especialmente Palocci e Erenice, uma das principais escudeiras da presidente Dilma Rousseff.
 
4Erenice.jpg
 
 
“Delcídio tem conhecimento de que em 2010 seria feito o ‘leilão’ de Belo Monte. Contudo, três dias antes do certame, o consórcio constituído pelas maiores empresas de engenharia do País, desistiu de participar. Em algumas horas foi constituído novo grupo de empresas junto a CHESF e Eletronorte. Entre elas, participaram Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Contern (sob influência de José Carlos Bumlai), JMalucelli, Gaia Energia, Cetenco, Mendes Jr. Trading Engenharia e Serveng-Civilsan. 
 
Apesar de muito menos robusto, o consórcio em questão venceu leilão, tendo sido a única proposta apresentada. Alguns meses depois, várias empresas que não ‘bidram’ Belo Monte tornaram-se sócias do empreendimento e contrataram como prestadoras de serviços as companhias do consórcio vencedor. Em pouco tempo, o controle da principal usina do mundo, em construção, mudou de mãos, sendo que as empresas que compunham o consórcio vencedor passaram a desempenhar um papel secundário. A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014. O principal agente negociador do Consórcio de Belo Monte foi o empreiteiro Flávio Barra, da Andrade Gutierrez.
 
3Erenice.jpg
Triunvirato: Palocci, Erenice e Silas Rondeau (da esq. à dir.):
R$ 45 milhões para a acampanha
 
Os números da propina giravam na casa dos R$ 30 milhões, destinados às campanhas eleitorais. Delcídio do Amaral acredita que os números finais da propina sejam superiores, pois durante a campanha, houve acordo com relação a ‘claims’ de cerca de R$ 1,5 bilhão, apresentadas pelo consórcio. Era uma das condições exigidas para aumentar a contribuição eleitoral das empresas. É preciso dizer que a atuação do triunvirato formado por Silas Rondeau, Erenice Guerra e Antônio Palocci foi fundamental para se chegar ao desenho corporativo e empresarial definitivo do projeto Belo Monte. 
 
Delcidio estima que o valor destinado para as contribuições das campanhas (2010 e 2014) do PMDB e do PT atingiram cerca de R$ 45 milhões. ... ... Antônio Palocci e Erenice Guerra, especialmente, foram fundamentais nessa definição... ...Delcídio recorda-se da influência direta do ex-governador Eduardo Campos e favor da IMPSA... ...Ao longo do fornecimento de equipamentos, ficou demonstrada a inaptidão da IMPSA em fazer frente a um desafio dessa magnitude.”
 
5Erenice.jpg
 
 
 
-----

O tesoureiro Edinho e as notas frias
 
O ex-líder do governo no Senado disse que em 2014, quando disputou o governo do Mato Grosso do Sul, foi procurado por Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro da Comunicação Social. De acordo com Delcídio, Edinho lhe propôs um esquema para saldar R$ 1 milhão de dívida da campanha, usando para isso a ex-sócia de Duda Mendonça, Zilmar Fernandes, e a FSB Comunicações, que receberiam o dinheiro do laboratório EMS. O delator também afirmou que os laboratórios e planos de saúde estão no foco dos políticos que buscam arrecadar recursos.
 
6Erenice.jpg
Proposta Edinho sugeriu esquema para Delcídio pagar dívida
 
“Nas eleições para governador do estado do Mato Grosso do Sul, em 2014, em que Delcídio do Amaral foi candidato, o atual ministro- chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva (na época tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff) orientou Delcídio do Amaral para que pagasse R$ 1 milhão do saldo da dívida de sua camapnha, sendo R$ 500 mil devido à FSB Comunicação e mais R$ 500 mil à Zilmar Fernandes, através de um laboratório farmacêutico chamado EMS. Delcídio solicitou a FSB e a Zilmar que emitissem faturas contra o laboratório EMS, entretanto os pagamentos não foram feitos...
 
...Delcídio sabe que os impostos das transações financeiras para a EMS foram efetivamente pagos pela FSB e por Zilmar, o que pode ser levantado por intermédio da quebra do sigilo fiscal de ambos. Delcídio acredita que essa mesma situação ocorreu com outros candidatos que podem ter usado laboratórios farmacêuticos para os mesmos fins ilegais similares. Delcídio do Amaral sabe que questões envolvendo laboratórios e planos de saúde na arrecadação de propina tem despertado grande interesse de lideranças políticas na indicação de cargos para diretorias da ANS e da Anvisa, a exemplo do que ocorria na Petrobras.” 
 
7Erenice.jpg
 
 
Créditos das fotos destas matérias: Marcelo Camargo/Agência Brasil; Junior Pinheiro/Photo Press/Folhapress; Andre Dusek/AE

O BILHETE QUE LIGA O DOLEIRO A DILMA

EM MANUSCRITO DE ALBERTO YOUSSEF O NOME DA PRESIDENTE DILMA APARECE PRÓXIMO A VALORES. DOCUMENTO FOI ENTREGUE PELA CONTADORA DO DOLEIRO À PF EM ABRIL DE 2014, ÀS VÉSPERAS DA CAMPANHA ELEITORAL, E QUE ESTRANHAMENTE SE MANTINHA INCÓGNITO ATÉ AGORA.


Sérgio Pardellas
No dia 29 de abril de 2014, quando começou a atuar como informante da Polícia Federal, a contadora de Alberto Youssef, Meire Poza, forneceu à Lava Jato uma série de documentos recolhidos por ela nos escritórios do doleiro. Um deles, se divulgado à época, poderia ter efeito devastador sobre a campanha à reeleição de Dilma Rousseff. Trata-se de um bilhete escrito de próprio punho pelo doleiro em que ele menciona a presidente. No alfarrábio, o nome de Dilma aparece próximo a valores.
2Capa_Dilma.jpg
 
 
Guardado a sete chaves pela Lava Jato, o manuscrito de Alberto Youssef atravessou a campanha presidencial incógnito e assim permaneceu até agora. ISTOÉ teve acesso com exclusividade ao documento. Na atual circunstância política, – com a presidente cada vez mais isolada e impassível diante da crise e das denúncias envolvendo sua campanha, – a anotação do doleiro renova o seu potencial explosivo. O bilhete é a principal revelação do livro Assassinato de Reputações II – muito além da Lava Jato – de autoria do delegado Romeu Tuma Jr, previsto para ser lançado nesta semana.
 
É a primeira vez que surge uma prova ligando Dilma ao doleiro. No manuscrito, a referência à Dilma é o segundo item abaixo do registro “1.000.000 Bsb” (um milhão Brasília). Ao lado do nome da atual mandatária do País aparece o número 17, a palavra viagem e ao que tudo indica ser um horário “16:30”. No primeiro item, Youssef refere-se a um “novo embaixador”. Na sequência, ele sugere o desembolso de alguma quantia: “1.000 – Pagar 50”. Para a secretária do doleiro, profunda conhecedora dos submundos do Petrolão, uma das explicações para o apontamento de Youssef seria “algum pagamento que deveria ser feito à Dilma”. 
 
3Capa_Dilma.jpg
 
 
De acordo com relato da contadora, ao receber o papel, em abril de 2014 na Superintendência da PF na Lapa, em São Paulo, o delegado Márcio Anselmo, da força-tarefa da Lava Jato, vibrou: “Que coisa maravilhosa”, teria dito, segundo testemunho dela que consta do livro Assassinato de Reputações II. Ao presenciar a cena, Meire pensou na hora: “Dilma estava no esquema”. Anselmo estava acompanhado do agente Rodrigo Prado. Tanto o manuscrito citando Dilma como os demais documentos entregues por Meire foram acondicionados no porta-malas de uma Range Rover Evoque, apreendida pela Lava Jato e agora a serviço da PF. 
 
No dia seguinte, o agente Prado enviou um email à contadora de Youssef: “Nossa conversa foi muito boa. Vamos mantendo contato por aqui”. Começava ali o trabalho de Meire Poza como uma espécie de agente infiltrada da PF. Ao longo de mais de um ano, até meados de setembro de 2015, a contadora municiou os policiais federais com uma série de informações relevantes. A maioria delas foi considerada pelos integrantes da Lava Jato na hora de produzir provas contra envolvidos no esquema de desvios na Petrobras. 
 
Os relatos se revelaram cruciais para a deflagração de operações que vieram a seguir. Estranhamente, o bilhete em que o doleiro menciona a presidente teve outro destino. Nunca foi incorporado às provas da Lava Jato. Além de não aparecer no e-Proc, sistema de consulta dos processos da força-tarefa, ISTOÉ apurou que o documento nunca foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) – caminho obrigatório e formal de qualquer indício ou prova envolvendo um presidente da República. “Esse manuscrito nunca apareceu por aqui”, assegurou na semana passada à reportagem de ISTOÉ um alto integrante da PGR que se debruçou sobre o material relativo ao doleiro Alberto Youssef. 
 
Para Romeu Tuma Jr, o episódio é um claro indicativo de que possa ter havido pressão do Planalto para abafar o caso. “É uma indicação forte de que houve uma tentativa de proteger Dilma”, afirmou Tuma Jr. à ISTOÉ. Hoje, no momento de maior fragilidade da presidente, desde a posse, em que as discussões sobre o impeachment ganham força e vigor, tanto a revelação do bilhete, escrito pelo doleiro, como as suspeitas de mais uma interferência do Planalto na Lava Jato contribuem para tornar a situação da petista ainda mais delicada. 
 
4Capa_Dilma.jpg
Internação do doleiro na véspera do 2º turno chegou a ser tratada como atentado.
Não foi, mas a relação dele com a candidata poderia influir na eleição
5Capa_Dilma.jpg
 
Na semana passada, ISTOÉ publicou com exclusividade trechos da delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). As revelações do parlamentar sacudiram a República. Entre elas, a tentativa de ingerência de Dilma nas investigações da Lava Jato, ao nomear o ministro Marcelo Navarro, ao STJ, em troca do compromisso de soltura de empreiteiros envolvidos no Petrolão. Esta seria mais uma investida de Dilma contra a Lava Jato, desta vez no sentido de evitar a criação de embaraços para ela própria. Razões não faltavam. 
 
Quando o manuscrito em que o doleiro menciona a presidente chegou às mãos da PF, em 29 de abril de 2014, o País encontrava-se às vésperas da campanha eleitoral. Em 17 de março daquele ano, Alberto Youssef fora preso, acusado de ser um dos operadores do Petrolão. Em setembro, o doleiro iniciaria os seus depoimentos à PF. Perguntado, em uma das sessões, sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro afirmou: “O Planalto sabia de tudo”. Questionado pelo delegado que colhia o depoimento a quem ele se referia, Youssef respondeu: “Lula e Dilma”. 
 
6Capa_Dilma.jpg
Ficou por isso mesmo: Ao ver o bilhete, o delegado
Márcio Anselmo vibrou: “Coisa maravilhosa”
 
A afirmação se tornou pública na sexta-feira 24 de outubro, antevéspera do segundo turno das eleições. No dia seguinte, o doleiro era internado. Imediatamente, surgiram versões de que ele teria sido alvo de atentado ou queima de arquivo. Oficialmente tratou-se de um infarto. O resto da história, todos sabem: Dilma reeleita por uma margem estreita de votos em relação ao senador Aécio Neves (PSDB). Difícil prever se o surgimento desse novo elemento – no caso, o bilhete de Youssef – seria capaz de mudar os rumos da eleição. É certo, no entanto, que o Planalto, tinha total interesse em manter o documento incógnito em meio ao calor da campanha. Seu vazamento era totalmente inconveniente a Dilma àquela altura.
 
 O livro Assassinato de Reputações II, cujo fio condutor é a trajetória da contadora Meire Poza, a ligação com Youssef e sua atuação como informante da PF, traz outra revelação importante. Por intrigante. Segundo Meire, a Lava Jato poderia ter sido deflagrada dois anos antes, em 2012, quando ela se dirigiu pessoalmente à sede da PF em São Paulo e se dispôs a colaborar com informações sobre o esquema operado por Alberto Youssef. Quem a recebeu foi o delegado Otávio Margonari Russo, lotado na Lapa de Baixo, bairro da zona oeste de São Paulo. Ela diz ter levado tudo o que tinha de indícios de Youssef associados ao PT. 
 
7Capa_Dilma.jpg
Dinheiro: Para Meire Poza, contadora do doleiro, anotação significa pagamento à Dilma
 
O delegado prometeu investigar, mas não tomou seu depoimento. Duas semanas depois, quando Meire telefonou cobrando uma posição, o delegado, de acordo com a contadora, primeiro disse não se lembrar dela. Depois, recomendou a Meire que não ligasse mais. “Se eu estiver precisando de alguma coisa, quem liga pra você sou eu”. A ligação nunca veio. Em 26 de maio de 2014, Meire relatou esse episódio em reunião com as estrelas da promotoria da Lava Jato: Deltan Dallagnol, Andrey Borges, Carlos Fernando e Roberson Pozzebon. Também participaram do encontro Márcio Anselmo, com quem Meire costumava conversar pelo whatsapp, e Rodrigo Prado. “Minha história começou em março de 2012, quando denunciei Alberto Youssef à Polícia Federal de São Paulo e não aconteceu nada”, disse. 
 
Silêncio sepulcral. O primeiro a falar teria sido Dallagnol. “Como assim? Você sabia disso, Márcio?”. Ao que o delegado respondeu: “É, eu sabia. Ela esteve lá com um colega nosso, mas, putz, ele estava cheio de trabalho e não levou isso pra frente”. Anselmo foi procurado por ISTOÉ desde a terça-feira 8, mas não retornou até o fechamento desta edição. A reportagem também tentou uma audiência com a direção da PF em Brasília para tratar do tema. Sem sucesso. Numa conversa mantida em Curitiba com o agente Prado, com o qual mantinha uma relação próxima, Meire ouviu do próprio policial que, em sua avaliação, Otávio Russo, ao não investigar a denúncia formulada por ela em 2012, havia incorrido num crime: o de prevaricação.
 
91Capa_Dilma.jpg
 
 
 
“Esquema de Santo André se reproduziu em Brasília”
 
A expectativa é que o livro Assassinato de Reputações II - muito além da Lava Jato - repita o estrondoso sucesso da primeira edição
 
8Capa_Dilma.jpg
Ingerência: Para Romeu Tuma Jr, Planalto atuou para retardar início da Lava Jato
 
Em 2012, Marcos Valério, o operador do mensalão, prestou um depoimento em que revelou pela primeira vez que o pecuarista José Carlos Bumlai havia intermediado um empréstimo de R$ 12 milhões junto ao Banco Schahin para, com metade deste valor, conseguir comprar o silêncio do empresário de transportes, Ronan Maria Pinto. Segundo Valério, Ronan ameaçou envolver o ex-presidente Lula, e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho no assassinato do então prefeito de Santo André, Celso Daniel. 
 
Valério tentava um acordo de delação premiada e disse ainda que, como contrapartida ao empréstimo a Bumlai, a Schahin foi recompensada com contratos bilionários na Petrobras. Em fevereiro do ano passado, ISTOÉ trouxe um documento do Banco Central atestando a ilegalidade da operação. Em dezembro, depois de ser preso, Bumlai confessou o esquema. O livro Assassinato de Reputações II – muito além da Lava Jato – traz o contrato da transferência de R$ 6 milhões a Ronan, em 2004. Ele prova que a operação clandestina narrada por Valério e confirmada por Bumlai de fato ocorreu. 
 
9Capa_Dilma.jpg
 
 
A documentação, segundo narra o livro, foi repassado à PF pela contadora Meire Poza. De acordo com a secretária de Alberto Youssef, quem lhe entregou o material foi Enivaldo Quadrado, braço-direito do doleiro. “O Enivaldo pediu para que eu guardasse como se fosse a minha vida, pois era o seguro dele contra o Lula”. Fornido dessas e outras importantes revelações, o novo livro de Romeu Tuma Jr. e Claudio Tognolli promete repetir o retumbante sucesso da primeira edição. O Assassinato de Reputações – um crime de Estado, lançado em dezembro de 2013, vendeu mais de 140 mil cópias e ficou 24 semanas na lista dos mais vendidos. 
 
“Demonstramos no livro que o esquema de Santo André se reproduziu em Brasília. Como ocorreu em Santo André, também tentaram abafar as denúncias de Meire Poza feitas em 2012 sobre o Petrolão. Suspeita-se que tenha sido para preservar o governo, afinal, com o andamento das investigações, tudo o que nós temos assistido sobre a Lava Jato estaria acontecendo às vésperas da eleição de 2014, vencida por Dilma”, diz Tuma Jr. no livro. 
 
Filho do ex-senador e diretor-geral da Polícia Federal Romeu Tuma - morto em 2010 -, Romeu Tuma Junior é delegado aposentado da Polícia Civil de São Paulo e ex-deputado estadual. Integrou a Interpol e, em 2007, durante o governo Lula, Tuminha, como é conhecido, foi nomeado secretário nacional de Justiça. No cargo, acompanhou operações importantes, como a Satiagraha. Acabou exonerado três anos depois, de maneira repentina, pelo Palácio do Planalto. Diz ter sido vítima de perseguição política.
 

Créditos das fotos desta matéria: Guilherme Pupo; Paulo Lisboa/Brazil Photo Press; Eduardo Knapp/Folhapres

sexta-feira, 11 de março de 2016

TIPOS DE CAFAJESTES: QUAL DELES VOCÊ SE ENQUADRA?!?!?!



O CLÁSSICO
Este é o que chega como "homem sério", falando em "relação duradoura", entre outros pormenores. Ele leva pra jantar, conversa muito bem, e faz todo o teatro necessário para conseguir uma transa. Imediatamente após a ejaculação, há uma metamorfose e ele se transforma numa outra pessoa. Muda o olhar, muda o jeito de falar, e de forma impressionante surge algum compromisso bem naquele momento. Obviamente, ele NÃO LIGA no dia seguinte. Porém, alguns dias depois (o prazo tradicional é de uma semana), ele liga querendo o famoso "repeteco", e dizendo que adorou, que foi tudo maravilhoso etc.



O AMIGUINHO
É mais ou menos parecido com aquele tipinho consagrado de nossa sociedade: o "arroz". Em vez de uma abordagem direta, ele prefere se fazer de amigo, se aproximar, ganhar a confiança e, como um urubu, esperar a hora certa para se alimentar. E a "hora certa" é o momento em que a garota briga com o namorado, ou de alguma outra forma se encontra muito carente. É nesse momento que o outrora amiguinho coloca as manguinhas de fora e mostra a que veio.


O (PSEUDO) HOMEM MÁQUINA 
Ele faz muita propaganda de si próprio. Muita, mesmo. De acordo com suas próprias estatísticas, ele é o homem que mais tempo já conseguiu permanecer com o membro ereto, que mais ejaculou numa única noite e mais vezes orgasmos proporcionou a uma mesma parceira. Lá pelas tantas, em geral depois de tomar umas e outras, alguma incauta cai nessa conversa e resolve arriscar. Via de regra, a transa é um fiasco.


O SUPERIOR HIERÁRQUICO  
Clássico dos clássicos, não é mesmo? Há os explícitos, que falam na cara-dura, e os supostamente mais "espertos", que preferem manter uma certa ambiguidade. De todo modo, trata-se daquele que se vale de sua posição de superioridade em uma empresa ou mesmo órgão público para mandar brasa no mulherio.


O SUBALTERNO 
É o inverso do anterior. Não que ele dê uma de coitadinho ou seja vítima da sanha conquistadora de sua chefe, mas sim pelo fato de tentar explorar a fantasia (de algumas mulheres) em relação aos serviçais e empregados em geral. Sempre que pode, esse tipinho mostra os músculos ou algum outro detalhe impressionante de seu corpo, e em tempo algum esconde os namoricos ou casinhos. Ele quer que a chefe o deseje, e a coisa fica mais intensa quando descobre que a dita cuja está em crise conjugal.


O BONITÃO 
Salvo casos realmente raros, ele é um cafajeste "criado pelo mundo". Nem sempre tem uma índole ruim, porém o mundo inúmeras vezes o forçou a ser assim. Enquanto todos os rapazes se esforçavam para conquistar uma garota, para ele tudo sempre foi fácil. Fácil até demais. Assim, ele nunca deu o devido "valor" à coisa, mais ou menos como acontece com os meninos que nascem em famílias milionárias. Em vez de corrigi-lo, a mulherada acaba estimulando ainda mais seu lado cafajeste, pois se oferece de todas as formas e maneiras, sem impor condição alguma, apenas pelo fato de que ele é bonito e gostoso. Aí o cara aceita, claro, e depois não adianta reclamar que ele é um desalmado ou coisa assim.


O ARTISTA 
Ele usa sua "arte" para conquistar. Há o mau artista que é bonito, e a mulherada cai de pau por conta da beleza; e há o bom artista que nem é tão bonito, mas a mulherada também cai de pau - aí por afeição artística, mesmo. E há, sem dúvida, o "bonito e bom artista", tipo o Chico Buarque, que é alvo de todo tipo de cantada de exatamente todas as mulheres do Planeta Terra. Por fim, o pior de todos os tipos: o "ruim e feio". Esse sofre.


O ESQUISITÃO 
Ele é quieto, tem hábitos estranhos e há vários boatos sobre o camarada. Além de tudo, nem mesmo é bonito. Mas as mulheres acabam querendo graça com o cara, porque é carismático, ou talvez por pura e simples curiosidade (que não matou somente o gato). Quando finalmente o conhecem - e descobrem suas esquisitices -, normalmente se afastam com medo, nojo, raiva, pudor ou algum outro tipo de sentimento horrível. Mas há sempre uma que se arrisca a ficar. E é essa "uma" que perpetuará a lenda e o mito do tal Esquisitão.


O FALSO GAY 
Tempos atrás, um homem efeminado sofreria todo tipo de discriminação, inclusive por parte das mulheres, e quase nenhuma aceitaria sair em público com o cara. Hoje, porém, os tempos são outros, e a coisa mais normal do mundo é uma garota ter um "melhor amigo gay". O Falso Gay é um oportunista que ataca esse nicho de mercado. Ele tem trejeitos, seu estilo gera dúvidas, mas ao mesmo tempo ele é sedutor, tal e coisa. E a garota, às vezes movida pelo desafio de converter e catequizar, entra na conversa.


O CARENTE PROVISÓRIO 
Esse é perigosíssimo. Por algum motivo, ele está realmente carente. Em geral, foi por conta de briga com a namorada. Aquele farrapinho humano desamparado logo desperta o instinto maternal de umas e outras, mas principalmente faz com que pensem "Ahá! Esse aí é presa fácil!". E, de fato, é mesmo. O problema é que a tal "presa" deixa de ficar carente rapidinho e, ato contínuo, dispensa a mocinha que o ajudou a "sair da fossa". Ou então - o que é bem comum, aliás -, ele simplesmente volta para a namorada. E a pobre garota que ficou com ele nesse meio-tempo, além de se sentir uma idiota, vai passar por "oportunista".


O PODEROSO 
É uma tática parecida com a do Superior Hierárquico, mas a diferença é que o Poderoso não precisa se preocupar com processos judicais de assédio sexual. Então, ele joga mesmo no ataque. Convida para sua casa da praia, fala em velejar, passeia com seu carro importado, enfim, deixa claro que a vida consigo é pra lá de mansa e confortável. Então, ele come a garota e vai embora. Simples assim. Ah, um aviso para eventuais espertinhas: praticamente todo Poderoso fez vasectomia. Então, nem adianta ter esperanças...


O TIGRÃO 
Nem sempre é uma questão de grana, mas sim de "experiência de vida". Seu alvo são as garotas que "não aguentam a imaturidade dos meninos". Ele fala de viagens que fez, de gente que conheceu, dos problemas do trabalho, e acaba envolvendo a moça num universo adulto que é muito encantador, bem diferente do mundinho pós-adolescente dos amigos da faculdade. Como em todos os outros casos, porém, o Tigrão também descarta sua "presa" rapidamente.


O TIGRINHO 
É o "molecão sarado" que descobriu o maravilhoso, encantado e pra lá de farto mundo das "coroas carentes que querem sexo desesperadamente". Acostumadas com os ex-maridos que eram uns palermas, elas rapidamente se encantam com o menino que parece "saber tudo". E ele deita e rola, se sentindo o FODÃO. Até o dia em que cansa disso tudo e resolve sair com garotas de sua idade, provocando traumas e ódios em pelo menos umas 30 coroas que, de novo, estão desamparadas.

TEXTO DE MENINAS ONLY.....MUITO BOM!!!

quinta-feira, 10 de março de 2016

HOMENS E MULHERES NA CAMA: E HAJA PUTEIRO, PHUDELÂNCIA E SENVERGONHICES...



QUAL É A DIFERENÇA ENTRE AS MULHERES DE 8, 18, 28, 38 E 58 ANOS?!?!?!

 

* 08 - Você a leva para a cama e conta uma história.

* 18 - Você conta uma história e a leva para a cama.

* 28 - Você não precisa contar uma história para levá-la para a cama.

* 38 - Ela conta uma história para te levar para a cama.

* 58 - Você conta uma história para não ter que levá-la para a cama.

 

 

 

QUAL É A DIFERENÇA ENTRE OS HOMENS DE 8, 18, 28, 38 E 48 ANOS?!?!?!

 

* 08 - Você o leva para a cama e conta uma história.

* 18 - Você conta uma história para não ter que ir para a cama.

* 28 - Você o faz crer que ele precisa te contar uma história para ir para a cama com você.

* 38 - Você conta uma história e vai para a cama com outro.

* 58 - Você não precisa contar nenhuma história porque ele já dormiu no sofá.

 


Agradecimentos ao Blog do Papi