Encerrado o primeiro discurso do novo ministro da Economia, Paulo Guedes, o comentário entre os presentes era um só: foi uma fala "forte" na direção de fazer um duro ajuste fiscal, acabando com privilégios concedidos com o dinheiro público.
Em conversa com o blog do Valdo Cruz, após a cerimônia, empresários e executivos de bancos estavam animados com o receituário apresentado por Paulo Guedes.
A avaliação era unânime. O ministro da Economia pretende implementar uma agenda liberal radical, invertendo o modelo de distribuição dos recursos públicos, que hoje beneficia uma minoria no país, em detrimento da maioria.
"O dinheiro público tem de ir onde o povo está", foi uma das frases comentadas por participantes da cerimônia. Outra que causou impacto foi quando Paulo Guedes disse que o "Brasil foi corrompido pelo excesso de gastos e parou de crescer pela expansão destes gastos".
Mas teve gente na plateia que se assustou com o tom da fala do ministro. Reservadamente, o blog ouviu de participantes que autoridades públicas no local chegaram a dizer que Paulo Guedes estava exagerando no tom. Ou seja, comentou um economista, o ministro acertou na direção do seu discurso.
Uma das frases que deixaram autoridades incomodadas foi quando Paulo Guedes falou da reforma da Previdência, classificada por ele como o "primeiro e maior desafio". O ministro, ao tocar no tema, afirmou: "Quem legisla tem as maiores aposentadorias, quem julga tem as maiores aposentadorias, e o povo tem as menores”.
Uma avaliação que reflete bem a realidade brasileira, mas que mostra, pela reação de alguns, exatamente o motivo de a reforma da Previdência sofrer tanta resistência dentro do Congresso Nacional.
Paulo Guedes prometeu encaminhar a proposta de reforma logo no início dos trabalhos do novo Congresso, em fevereiro. Mas adiantou que, antes, sua equipe vai divulgar ações para reduzir os gastos previdenciários que podem ser editadas por medida provisória ou projeto de lei.
Segundo o secretário-especial de Previdência, Rogério Marinho, as medidas podem ser anunciadas na sexta-feira (4) e podem gerar uma economia entre R$ 17 bilhões e R$ 30 bilhões por ano. O formato final deve ser definido na reunião ministerial que o presidente Jair Bolsonaro realiza amanhã.
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