quinta-feira, 22 de julho de 2021

QUANTO MAIS QUENTE MELHOR - SOME LIKE IT HOT: Enfim um título em português criativo e original.

  

d.matt


Por que existem poucos filmes de comédias clássicas? Não é por falta de grandes  atores comediantes, geniais. Em verdade, cito como exemplo apenas um que vale por  dezenas, o inesquecível e maravilhoso  CANTINFLAS. Mas, o mais genial é quando um artista de talento, reconhecido pelos seus grandes desempenhos em grandes dramas, aventuras e romances,  aceitam   trabalhar em grandes comédias, algumas inesquecíveis como neste caso.  


As comédias para serem levadas a sério, exigem um grande diretor com  muito talento,  do contrário descambam para  o pastelão e não há  enredo e produção que  salve uma comédia  mal feita, e é muito difícil fazer uma boa comédia, mesmo com grande produção, sem a mão firme e talentosa de um grande diretor. Neste caso, todos tiveram sorte, pois o diretor  é o grande BILLY  WILDER  que conseguiu um milagre, contratou um elenco de primeiríssima grandeza. Atores de grande projeção e muito talento, todos GIGANTES na arte de representar. Elenco este que conta com celebridades cinematográficas como : Marylin Monroe, Tony Curtis, Jack Lemmon, George Raft , Pat O'Brian, e Joe E. Brown. 


JACK LEMMON  já tinha sido dirigido  otimamente  pelo diretor BILLY WILDER , na  deliciosa comédia romântica "THE APARTMENT"  filme premiadíssimo  vencedor de 6 Oscars, incluindo Melhor Filme. TONY CURTIS  como sempre bem correto e com muita versatilidade, compõe o seu personagem  difícil, pois a toda hora aparenta ser duas personalidades diferentes e  demonstra grande talento para comédias. MARYLIN MONROE está adorável, nunca esteve mais bela, mais sedutora,  mais atriz, segura  com muita dignidade e competência num personagem  difícil, cantando (belissimamente), mostrando  o seu enorme talento no gênero comédia.


Os demais estão excelentes, ninguém escapa da direção segura e competente do maestro Billy Wilder, com um destaque merecido para o excelente   Joe E. Brown  que soube aproveitar a oportunidade e mostrar nesse filme o que era capaz de fazer, relembrando os bons tempos. Os Bandidos, a Máfia e a Policia estão bem contidas e não exageram criando uma situação que se não fora bem contida daria um enorme pastelão, o que o diretor soube dosar e evitar no seu filme. 


A estória é hilária e muito  bem bolada, quando dois músicos são perseguidos pela Máfia e para fugir se travestem de mulher e vão trabalhar em uma orquestra só de mulheres, na qual cantora é a deliciosa Marylin Monroe.


A comicidade explicita começa na viagem de trem, quando Jack Lemmon  fica entusiasmado por estar entre tantas mulheres fogosas e abre um enorme olho quando lhe perguntam o nome e ele apatetado responde num  aparente estado  fora de si e responde o primeiro nome que lhe vem à mente "DAPHNE" e fica sendo Daphne até o fim do filme. Tony Curtis entra na farsa  e personifica uma "Josephine" hilária  e com muitas situações difíceis, pois está perdidamente apaixonado pela sua colega de banda  Marylin Monroe.


Eles continuam sendo procurados e perseguidos pela Máfia, cujo chefe o  lendário   George Raft   está sempre no seu caminho e a farsa tem que continuar. Um bem bolado esquema cômico é belamente explorado  quando o personagem  travesti  "Daphne " encontra  um Playboy bem coroa, milionário (Joe E. Brown),  que fica apaixonado pela Daphne e ela para melhor se esconder da Máfia  aceita a corte e  em algumas cenas hilárias, dançam  rumbas e  tangos,  juntos como um par apaixonado.


Esse personagem interpretado pelo ótimo ator comediantye  JOE E. BROWN é um achado incrível, pois a sua presença no filme   ajuda a manter o ritmo cômico em alta dose e sua parceira (Daphne)  mesmo a contragosto colabora  na farsa para  manter a sua segurança e a do seu amigo .  Impagável é a cena  na qual a personagem Daphne conta para o seu amigo também travesti que recebeu uma proposta de casamento e quando questionada porque aceitaria, responde, por segurança, pois quando ele descobrir que não sou uma mulher, vai pedir  divorcio  e vou receber uma  gorda  pensão mensal.


Cenas tórridas entre Marilyn e Tony  Curtis no Yatch do milionário  Playboy apaixonado  e grande cena, quando na orquestra a cantora Marilyn canta chorando de infelicidade pois acredita que perdeu o seu amor pelo  personagem que na  verdade é o travesti Josephine  e esta  ao seu lado, a  abraça e dá-lhe um  apaixonado beijo na boca diante de toda orquestra, provocando um escândalo  e muita surpresa.


a direção do filme é excepcional, somente um  grande diretor como Billy  Wlder para saber dosar as situações de farsa e  manter os personagens em travestis no tom certo, sem resvalar para o ridículo ou afetações afeminadas. tudo está dentro do ritmo de comédia de  alta classe, jamais  descambando para  o pastelão das comédias baratas.


O filme foi indicado para sete prêmios Oscars,   o crítico criador do  livro movie &video guide leonard maltin's classificou este filme como "lendário, sensacional do inicio ao fim", com a maior cotação  (cinco estrelas). No seu referido livro, na última edição, em meu poder de 2020, este livro contém 20.000  filmes  com verbetes e sinopse dos filmes, com cotações de 0 a 5.


Faço esta informação  apenas para mostrar aos leitores o grau de qualificação e aceitação crítica desse filme, que é merecidamente considerado como o melhor filme comédia de todos os tempos. O final é inesquecível, e acredito ser o diálogo final mais famoso da toda  história do cinema, pois quando o playboy apaixonado pela Daphne  é informado que ela é um homem, ele simplesmente diz "NINGUÉM É PERFEITO".


Acredito que essa frase famosa seja  reconhecida como a frase final mais perfeita e gratificante em todo o filme e um dos motivos do seu grande sucesso. Acredito que talvez essa frase tenha  sido escrita, no intuito de considerar que ao dizê-la o  Playboy coroa não estava se importando se ele era mulher ou não, pois ele já sabia  que a DAPHNE, na realidade, era um travesti.

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