quinta-feira, 23 de junho de 2022

MINISTRO DO BUNDA SUJA RECEBE PROPINA DE R$ 60 MIL E ALEGOU VENDA DE AUTOMÓVEL


 Igor Gadelha e Raphael Veled

Uma movimentação suspeita na conta bancária de Milton Ribeiro foi indício determinante para a Justiça Federal decretar a prisão do ex-ministro da Educação. Segundo fontes a par da investigação, Ribeiro teria recebido um depósito suspeito de Arilton Moura, um dos pastores presos na operação que investiga um esquema de corrupção no MEC.


Aliados do ex-ministro sustentam que o depósito seria referente à venda de um carro da esposa dele, Myriam Pinheiro Ribeiro, para Victoria Bartolomeu, filha de Arilton.


ANTES DO ESCÂNDALO – O Metrópoles teve acesso ao documento de transferência do veículo. Ele indica que o negócio foi feito em 21 de fevereiro de 2022, um mês antes do escândalo no MEC envolvendo os pastores ser noticiado.


O carro vendido foi um SUV KIA Sportage ano 2015, modelo 2016. Embora o endereço da filha de Arilton seja de Goiânia, a transferência do veículo foi validada em um cartório de Santos, onde o ex-ministro mora.


O depósito foi identificado em investigação da Controladoria-Geral da União (CGU). Sem dar detalhes, o órgão emitiu nota nesta quarta comunicando apenas que repassou a informação à Polícia Federal e ao Ministério Público.


OUTRAS VERSÕES – No governo, há ainda outras versões sobre quem teria efetuado o depósito na conta do ex-ministro. Há quem diga, por exemplo, que teria sido uma universidade.


A defesa de Ribeiro reafirma que a movimentação considerada suspeita pelos investigadores foi a venda de um carro, “venda regular, documentada e sem qualquer ilicitude”. Mas não dá detalhes.


De uma forma ou de outra, o discurso de defesa e do Palácio do Planalto já está montado para tentar isolar o escândalo da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Após prisão de Ribeiro, Bolsonaro fez reunião para debater o esquema de comunicação


A INVESTIGAÇÃO – A Polícia Federal já investigava o ex-ministro desde março deste ano, quando um áudio em que Ribeiro dizia priorizar pedidos de pastores apadrinhados de Bolsonaro (PL) se tornou público e levou à demissão do então ministro.


Depois, apareceram outras provas. No entanto, o presidente Bolsonaro sempre defendeu a inocência do ministro e chegou a dizer que colocaria “a cara no fogo” por ele.


Depois da prisão, passou a dizer que o problema é dele. Mas a primeira-dama Michelle Bolsonaro continuou fiel ao pastor e ofereceu seu advogado a ele, enquanto a ex-ministra Damares Alves dizia que Milton Ribeiro provará inocência.




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