Por
Jamildo Melo
PERDIDO POR
UM, PERDIDO POR MIL.
Mesmo frisando que não gostaria de entrar em embate pessoal com
Dilma, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou, ainda há pouco, em
entrevista coletiva no Salão Verde, que a PRESIDENTE
MENTIU À NAÇÃO, ao afirmar que não
participa de barganhas. Aliado de Eduardo Cunha, o presidente da Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), deputado Arthur Lira (PP-AL), é o
relator, no colegiado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 140/15, que
recria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Compete
à CCJ analisar a admissibilidade do texto, o que já foi feito. Eduardo Cunha
disse ao menos QUATRO VEZES que ela mentiu e revelou que o relator da CPMF foi chamado ao
palácio, a sua revelia, para tratar da aprovação da CPMF na Câmara dos
Deputados, em troca de que os três deputados do PT no Conselho de Ética não
votassem pela admissibilidade do processo contra o líder do Legislativo.
Eduardo Cunha disse que Dilma participou diretamente da proposta de barganha,
em uma reunião no Palácio, ao lado do ministro Jaques Wagner. “O GOVERNO TEM MUITO A EXPLICAR À
SOCIEDADE. Eu prefiro ser
julgado pelos meus pares do que pelo PT, que sempre me fez oposição”, afirmou.
Eduardo Cunha também anunciou que convocou para segunda-feira, às 18 horas, uma
reunião extraordinária. Na sua fala de ontem, Dilma fez referência às suspeitas
de troca de favores em relação à sessão no Conselho de Ética da Câmara desta
terça (1º), na qual os deputados petistas estariam sendo pressionados a votarem
a favor de Cunha para que ele arquivasse o processo de impeachment. “Nunca
coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus
interesses. Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipo de barganha,
muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições
democráticas do meu país, bloqueiam a justiça ou ofendam os princípios morais e
éticos que devem governar a vida pública”, afirmou. Nesta quarta-feira, a
presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento após decisão do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aceitar o pedido de abertura do processo de
impeachment contra seu mandato. Indignada, ela contestou Cunha e alegou que são
“inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam este pedido”. “Recebi
com indignação a decisão do presidente da Câmara dos Deputados de processar
pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo
brasileiro”, disse. Dilma continuou o discurso, baseado em “ALFINETADAS” em Eduardo Cunha.
“Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim nenhuma
suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior nem
ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais”, pontuou.
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