sexta-feira, 29 de novembro de 2019

CANTANDO NA CHUVA COM GENE KELLY


 
Por Altamir Pinheiro

Em se tratando de coreografia, a conhecida cena de Gene Kelly cantando na chuva de guarda-chuva em punho é uma referência musical quando se trata da sétima arte. Atire a primeira pedra aquele ou aquela que nunca teve vontade de fazer isso para extravasar todo um sentimento por estar feliz com a namorada ou de uma pessoa que expressa alegria ao seu lado. Toda aquela cena mágica sendo sapateada na chuva nos faz refletir que,  “Os grandes momentos da vida podem estar nas pequenas coisas...”. Uma cena  do cinema clássico quando Gene Kelly faz transparecer todo seu amor com um jogo de música, canto, dança e o bom e velho sapateado. A projeção cinematográfica do ano de 1952 representa um lirismo  animador, além da trama original, clima festivo, diálogos espirituosos e inteligentes é um musical de    tirar o fôlego. Um filme imperdível, para ser visto e revisto.

Gene Kelly que faleceu em 1996 aos 83 anos de idade, além de ator foi diretor, produtor, cantor, dançarino  e um dos  maiores coreógrafos que o mundo das artes já conheceu. Em 1945 Gene recebeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator, por seu papel em Marujos do Amor. Em 1951, uniu-se a Vincent Minelli para fazer Sinfonia de Paris, um filme “desenhado” nos mínimos detalhes, e que acabou levando 7 Oscars no ano. Gene ganhou um prêmio especial por sua versatilidade como ator, cantor e dançarino. Seu maior sucesso sem dúvida alguma é SINGIN IN THE RAIN(Dançando na Chuva de 1952), a história é baseada em   altas doses de comédia e romance. A imagem do cantor sapateando no meio da chuva é sem dúvida alguma uma das mais famosas da história do cinema. Na década de 90  ele  chegou a ser consultor de dança da cantora Madonna, em sua turnê Girl Show.

Cantando na chuva é um marco secular
cinematográfico pela época que foi produzido, haja vista que naquele período da nrrativa do filme   foi inserido um importante momento da história do cinema: A CHEGADA DO SOM. Com a chegada do som,    todos na indústria do cinema precisam se adaptar à nova forma de fazer filmes, e nem mesmo os grandes astros terão vida fácil neste difícil momento de transição. Conforme nos conta o cinéfilo Roberto Siqueira, O roteiro do musical  aborda também outro tema interessante, a resistência das pessoas às novidades tecnológicas. O vídeo de exibição do cinema falado causa diversas reações. Alguns acham que o som vai estragar o cinema, outros que o som nunca vai vingar. É comum a rejeição às inovações técnicas no cinema, foi assim também com o filme colorido e  o conflito entre cinema e teatro.


O filme se passa em 1927, onde Hollywood passava pela transição do cinema mudo para o falado e na época Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hage) eram o casal mais querido do cinema e tinham que se adaptar a esse novo tipo de cinema. Vendo o sucesso feito pela tecnologia do som no cinema, um grande estúdio de Hollywood decide fazer um filme que não seja mudo e, para isso, usa duas maiores estrelas, Don Lockwood e Lina Lamont. Para ajudá-los no trabalho, o estúdio contrata o músico Cosmo Brown, grande amigo de Don. Durante a passagem do cinema mudo para o sonoro, Don Lockwood (Kelly) se apaixona pela cantora Kathy Selden (Debbie Reynolds) escolhida para dublar a voz esganiçada da estrela Lina Lamont (Jean Hagen).

A Crítica de cinema Jornalista Claudia Farias, nos afirma através de suas análises que o  cinema serviu como forma de registro para o desempenho da dança e teve papel fundamental na sua preservação no século XX. O filme musical combinou formas americanas de balé (dança de salão, sapateado e bailado acrobático) com a ópera cômica e romântica. Historicamente, o musical nasceu com o cinema sonoro, em 1927, inaugurou ao mesmo tempo o cinema falado e o cinema cantado. Contudo, o filme musical se firmou nos Estados Unidos segundo o modelo dos espetáculos da Broadway, e teve o seu verdadeiro apogeu com Vincent Minelli, que trouxe para a grande tela a sua experiência no teatro musical. Além de Minelli, destacam-se os grandes criadores de musicais, como os diretores Busby Berkeley, Stanley Donen, os atores Fred Astaire e Gene Kelly.

Já o estudioso da Sétima Arte, Carlos Massari,  afirma que no seu entender acredita que raramente um único filme conseguiu ser tão emocionante e hilariante ao mesmo tempo como "Cantando na Chuva", um musical repleto de passagens antológicas e que marcaram a história do cinema. Hoje, infelizmente, esse gênero que deu tantas obras-primas à sétima arte está quase morto. Tudo o que podemos fazer é torcer para que um dia Hollywood volte a ter o bom senso de produzir filmes tão contagiantes como esses. Vivemos em uma época onde a maioria das obras vem rotuladas com "ação", "suspense" e sempre coisas parecidas. É impossível rotular os musicais dessa maneira, eles mesclam tudo, comédia, drama, romance, suspense, e todos os gêneros possíveis. É o cinema arte, que todos os fãs dos verdadeiros filmes lutam incansavelmente para tirar do túmulo.

Segundo observação do estudioso de filmes Roberto Siqueira quando ele afirma e nos assegura que apesar do final previsível e do citado deslize no longo número musical da Broadway (“Broadway Rhythm Ballet”), “Cantando na Chuva” é bastante agradável e deixa o espectador com uma gostosa sensação de satisfação com o que viu. Além disso, a clássica cena que dá origem ao título já seria motivo suficiente para a apreciação do filme. Goste ou não de musicais, o espectador tem o privilégio de assistir um grande espetáculo e ainda entender melhor um momento importante da história do cinema. Pode ainda fazer uma última reflexão. Até mesmo nos dias mais chuvosos podemos encontrar a felicidade.

Cantando na Chuva  foi lançado nos Estados Unidos, no ano de 1952, e teve um enorme sucesso de público e bilheteria. Passando, com o tempo, a desfrutar do reconhecimento da crítica. Está em 10º lugar como um dos melhores filmes dos últimos 70 anos pelo American Filme Institute. Para o seu deleite total, click no vídeo abaixo e assista aos  dois dançarinos históricos que se tornaram os melhores de Hollywood e do Universo, Gene Kelly e Fred Astaire.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

A SITUAÇÃO DO SEBOSO É DE FAZER PENA : ELE VAI PRECISAR MUITO DE GILMAR E TOFFOLI PARA RESOLVER SUA AMARGURADA VIDA...



J.R.GUZZO

O ex-presidente Lula nem bem completou duas semanas fora do xadrez e já foi condenado, mais uma vez, por corrupção, e mais uma vez em segunda instância, pelo Tribunal Federal Regional da quarta região, em Porto Alegre.

Foi realmente uma maravilha, para ele, o presente que acabou de receber da facção Pró-Imunidade Eterna do STF, livrando os criminosos condenados em segunda instância do aborrecimento de começarem a cumprir suas penas de prisão após receberem as sentenças.

Não poderia haver um “timing”, como se diz, mais favorável a ele – se não fosse pelos seus defensores no Supremo, já poderia estar se preparando para voltar à prisão, agora com 17 anos de cadeia no lombo, depois de cumprir a pena (quer dizer, 1/6 da pena, como permite a lei) que tomou em sua primeira condenação. Sai o “triplex do Guarujá”, entra o “sítio de Atibaia” – e a degeneração da carreira de Lula continua, agora com a vantagem de que ele pode esperar em liberdade a decisão do seu caso na terceira instância, no STJ. (Da última vez que passou por lá, perdeu por 5 a 0.)

E depois? Depois há o terceiro processo, e o quarto, e o quinto e sabe Deus o que mais.

Lula vai precisar de muito Toffoli, de muito Gilmar, de muita Rosa, etc. para resolver a sua vida. Não está fácil.

JÁ QUE A CONSTITUIÇÃO(LEIA-SE SUPREMO) NÃO QUER MANDAR LULA PRO CEMITÉRIO(FUZILÁ-LO) QUE O MANDE PRA CADEIA, ORA BOLAS!!!


A indômita turma do TRF-4 de Porto Alegre enfiou mais 17 anos de xilindró goela abaixo e toba adentro do Sapo Barbudo! Mais uma condenação em segunda instância para o maior ladrão de cofres públicos da história do Brasil e do planeta.

O inquebrantável TRF-4 não só negou o pedido cara de pau da defesa de Lula para anular a condenação em primeira instância dada pela bela juíza Gabriela Hardt, a Sérgio Moro de saias, no caso do Sítio de Atibaia, como foi além, aumentou a pena do Seboso de Caetés, de 12 anos e 11 meses para 17 anos, 1 mês e 10 dias. Enfiou mais quatro anos de pena no toba arrombado do Seboso.

A decisão foi unânime! Decisão que se faz exceção à regra Rodrigueana de que toda unanimidade é burra; foi inteligentíssima, neste caso.

Lula só permanece livre por conta da canalhice da máfia de Toga, o STF, que contradisse e anulou a decisão tomada pelo próprio STF há três anos, que previa a prisão de condenados em segunda instância. Só pela safadeza dos paus mandados que Lula e o PT colocaram no STF durante seus governos é que o Nove-Dedos ainda está livre.

Mas, acredito, que logo isso será resolvido. Tramita, manquitola e claudica,  pela Câmara e pelo Senado, um projeto de lei que, se aprovado, estabelecerá, de uma vez por todas, a prisão após condenação em segunda instância. Uma vez aprovado o projeto, o Barbudo volta pro xilindró. Se não pelo caso do Triplex, cujo um sexto da pena ele já cumpriu, sim, dessa vez, pelo caso do Sítio de Atibaia. E Lula ainda é réu em mais sete processos. Honestíssimo o ídolo dos sociólogos, dos professores de História e Geografia e outros vermelhoides afins.

Lula é um fóssil politico! Um dinossauro, um mamute! Não há razão para a sua volta. Sua figura agora só é cabível num museu e nos livros de história, como o maior saqueador dos cofres públicos do planeta. Lula morreu politicamente e se esqueceu de deitar. Só não apodreceu ainda por completo porque está curtido em álcool e porque tem o ego abastecido por toda a canalhada e a jumentalha que o segue e o idolatra. - Este texto foi gentilmente roubado lá do Blog  A MARRETA DO AZARÃO. http://amarretadoazarao.blogspot.com/2019/11/trf-4-enfia-mais-17-anos-de-cadeia-no.html#comment-form

O ZÉ BONECO DE CERA QUE SE DIZ ADVOGADO DO SEBOSO NÃO PASSA DE UM RÁBULA DE PORTA DE CADEIA FAZENDO TEATRINHO.


J.R.GUZZO

O julgamento do último recurso que o ex-presidente Lula socou em cima do Tribunal Regional Federal da 4ª Região é mais um exemplo da maciça falsificação do direito de defesa que ele próprio, seus advogados e suas milícias estão fazendo na Justiça brasileira.

Há três anos, pelo menos, Lula gasta milhões de reais e toma o tempo de juízes e de tribunais com a apresentação de recursos, apelos, agravos, embargos e tudo o mais que se pode imaginar em matéria de chicana jurídica para embaçar as suas condenações.

Gasta, junto, outros tantos milhões em dinheiro público ocupando tempo, gente e verbas do judiciário com os seus problemas penais – a justiça do Brasil, nesses anos, praticamente tem estado a serviço de um indivíduo só.

Isso não é se defender. É, apenas, o mais flagrante caso de contrafação dos direitos de um réu jamais visto na justiça brasileira. São centenas, literalmente, de ações feitas pelo ex-presidente, com as alegações mais fúteis e abusivas à sua disposição, para adiar, prolongar, confundir, complicar e, no fim das contas, sabotar as penas e decisões tomadas legalmente contra ele até agora.

Lula, no TRF-4, quis simplesmente anular a sentença de condenação que recebeu no seu segundo processo – com desculpas paupérrimas em termos de lógica, desonestas na argumentação e mal-intencionadas em tudo o mais.

Foi mais uma exigência absurda. Foi, também, mais um insulto a ideia de que os crimes neste país devem ser punidos, e que o tamanho do réu não lhe dá o direito de usar a justiça como um serviço de despachantes.

TRF-4 PENDURA A MEDALHA DA CORRUPÇÃO NO PESCOÇO GRUDENTO DO SEBOSO DE CAETÉS



Josias de Souza
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, segunda instância da Lava Jato, foi implacável com Lula no julgamento do caso do sítio de Atibaia. Em decisão unânime, os três desembargadores que participaram da sessão ignoraram o Supremo Tribunal Federal, rejeitaram os pedidos de anulação do processo e elevaram a pena imposta a Lula de 12 anos e 11 meses para 17 anos, 1 mês e 10 dias de cadeia. O rigor é plenamente respaldado nas folhas do processo, que trazem evidências abundantes de que Lula se corrompeu.
Ao pendurar no pescoço de Lula uma segunda medalha de corrupto, o TRF-4 deixou no ar uma dúvida incômoda quanto à adequação do nome do tribunal que representa a última instância do Judiciário brasileiro: STF ou STL? Supremo Tribunal Federal ou Supremo Tribunal do Lula? A dúvida não é impertinente. Ao contrário, é plenamente justificável.
Não fosse pela recente decisão do Supremo de revogar a regra que permitia a prisão de condenados na segunda instância, Lula estaria nesse momento fazendo uma mala para retornar à cadeia. Graças ao Supremo, esse risco foi substituído pelo velho cenário em que os condenados com dinheiro para pagar advogados recorrem em liberdade até o infinito ou a prescrição dos crimes —o que chegar primeiro.
Generoso, o pedaço do STF que compõe o STL ainda ofereceu à defesa de Lula a possibilidade de requerer a anulação do processo. Fez isso ao determinar que réus delatados devem falar por último nos processos, depois de tomar conhecimento das alegações finais dos delatores. Os advogados pediram a anulação. Mas o TRF-4 negou.
Prevaleceu o entendimento segundo o qual os juízes não poderiam adivinhar que o Supremo criaria uma nova regra, que não estava prevista em nenhuma lei, para beneficiar os condenados. Os advogados de Lula irão recorrer. Os recursos chegarão ao STF. Ou ao STL. Hoje, o combate à corrupção no Brasil depende dos humores do Supremo Tribunal do Lula.


quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O TRF-4 ENFIOU UMA PICA DE JUMENTO NO FIOFÓ DO SEBOSO DE CAETÉS!!!




Por maioria, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4,ª região de Porto Alegre, o TRF-4, confirmou a condenação do ex-presidente Lula no caso do Sítio de Atibaia nesta quarta-feira, 27 de novembro. Além da multa por danos causados por supostos desvios, os desembargados  Leandro Paulsen e Gebran Neto votaram pela ampliação para ampliar pena do petista.

Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na primeira instância e teve uma pena fixada pela juíza Gabriela Hardt em 12 anos e 11 meses de reclusão. O revisor da Lava Jato no TRF-4, desembargador Leandro Paulsen, votou com o relator pelo aumento da pena de 12 anos de prisão para 17 anos.

Com o voto de Paulsen, a Oitava Turma do TRF-4 formou maioria pela condenação de Lula. Falta ainda o voto do desembargador Carlos Eduardo Thonpson Flores.

Esta é a segunda condenação de Lula em segunda instância nos processos da Lava Jato, em Curitiba, origem do escândalo Petrobrás. Em janeiro de 2018, o mesmo TRF-4 condenou o ex-presidente a 12 anos de prisão no processo do tríplex do Guarujá (SP) e determinou a prisão do petista para início do cumprimento provisório da pena, que foi posteriormente reduzida para 9 anos, no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na sequência, O Supremo Tribunal Federal (STF) mudou o entendimento sobre a legalidade da execução provisória da pena, após julgamento final em segunda instância e Lula foi colocado em liberdade no caso do triplex do Guarujá. Em virtude da mundana do entendimento do STF sobre a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, Lula  não poderá ser detido, antes do trânsito em julgado da ação.

“A responsabilidade do ex-presidente Lula é bastante elevada. Ocupava o grau de máximo dirigente da nação brasileira”, registrou Gebran Neto, em seu voto. “Havia a expectativa que se comportasse em conformidade com o Direito e que coibisse ilicitudes. Ao revés disso, o que se verifica, nesses casos, é uma participação e uma responsabilização pela pratica dos diversos atos de corrupção.”

Caso do sítio. O petista foi sentenciado por supostamente receber R$ 1 milhão em propinas via reformas do sítio de Atibaia, que está em nome de Fernando Bittar, filho do amigo de Lula e ex-prefeito de Campinas, Jacó Bittar.

“Pouco importa se a propriedade formal ou material do sítio é de Bittar ou Lula. Há fortes indicativos que a propriedade possa não ser de Bittar, mas fato é que Lula usava o imóvel com ‘animus rem sibi habendi’ (que significa uma intenção de ter a coisa como sua). Temos farta documentação de provas”, afirmou Gebran Neto.

A Lava Jato apontou que o sítio passou por três reformas: uma sob comando do pecuarista José Carlos Bumlai, no valor de R$ 150 mil, outra da Odebrecht, de R$ 700 mil, e uma terceira reforma na cozinha, pela OAS, de R$ 170 mil. Total de R$ 1,02 milhão gastos pelos acusados. Os pagamentos tiveram relação com negócios na Petrobrás e os caixas de propinas acertados entre as empreiteiras e o PT.

Preliminares. Os desembargadores do TRF-4 negaram por unanimidade a nulidade da sentença do caso do sítio, com base na decisão do STF de outubro de anular uma condenação da Lava Jato, em outro processo, em que réus argumentaram prejuízo no processo, por não poderem apresentar suas alegações finais – a defesa final, antes da sentença – após os réus delatores.

O entendimento dos três desembargadores da 8.ª Turma do TRF-4 foi de que é preciso haver comprovação de prejuízo para o réu delatado para que haja necessidade de apresentação de defesa final posterior a da defesa do delator.

Último a votar, o presidente da Oitava Turma do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores seguiu  integralmente os votos dos colegas João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen. Com isso, Lula teve  –por unanimidade– sua pena no caso do sítio de Atibaia aumentada de 12 anos e 11 meses para 17 anos, 1 mês e 10 dias.

ROSTO FEIO E IMAGEM DE MAU, ASSIM ERA LEE VAN CLEEF




Por Altamir Pinheiro

Rostos maus e figuras mal encaradas como  as faces  de Van Cleef,  Lee Marvin, Charles Bronson, James Coburn, Jack Palance, Ernest Borgnine,  Richard Boone  e alguns outros foram marcantes e inesquecíveis como grandes vilões da telona. Lee Van Cleef  jamais passava despercebido pois não era um “bandido” comum e terminou sendo um ator incomum do qual todos admiram. Ouso dizer que Lee Van Cleef foi o ator, tirando John Wayne e Clint Eastwood, que melhor representou em películas de western. Era alto, esguio, tinha um andar bonito e ao mesmo tempo era bem ameaçador, incorporava de fato um malfeitor. Genial, sem dúvidas.

Verdade que Van Cleef era possuidor de um temperamento azedo e como ator coadjuvante tinha mania de morrer em quase todos os filmes. Vezes morria cedo demais (Sem Lei e sem Alma), ou morria mais tardiamente (Estigma da Crueldade e Matar ou Morrer). Mas em Matar ou Morrer ele jamais dá uma palavra. E isso deve ter ocorrido em muitos outros filmes onde participou. Afinal, era este o seu trabalho. Um fato ninguém pode negar: era de uma elegância singular, mesmo com toda aquela feiura.  Seu porte  refinado  ao botar o pé no estribo, como também a esbelteza do corpo ereto ao   subir e descer do cavalo tendo como charmes maiores as baforadas em seu inseparável cachimbo e   um modo único, peculiar, só seu, de pôr o chapéu na cabeça. Cavalo, cachimbo e chapéu eram suas ferramentas de se apresentar ao público que ele as utilizava com muito charme...


Viajando no tempo, nas décadas de 1960/70, os
westerns estavam atravessando uma nova linha, já que o formato americano de se ver as coisas já estava consumindo o público. Nesta época, muitas mudanças culturais no mundo inteiro estavam ingressando na sociedade. Pois bem. Em suas pesquisas, o cinéfilo  Paulo Telles nos informa que pareciam que os westerns americanos já eram clichês passados, se não fosse a interferência da Itália em realizar também suas próprias produções. Mas por que um país da Europa se interessaria em realizar westerns se este é um gênero somente americano? Simples: somente um cineasta italiano, que era um fã dos westerns americanos, queria apresentar ao mundo o que os americanos nunca ousaram mostrar nas telas, e este cineasta era Sergio Leone que morreu em 1989 aos 60 anos de idade.  Leone queria mostrar ao público o que era, na realidade, o velho oeste americano, retratando seus “mocinhos e bandidos” sujos, suados, poeirentos, com aquelas cusparadas de baba de fumo e com barba por fazer, e tramas nada românticas, afastando definitivamente toda legenda áurea que Hollywood mostrou ao longo de quase 50 anos.



Doravante, surgia uma nova etapa no gênero, o “western spaghetti”, como era definido o gênero além mar, produzido por cineastas italianos e rodados em alguns lugares na própria Itália, mas precisamente também na Espanha, na região de Almería, por esta além de ser a região mais pobre da Espanha (que sequer tinha energia elétrica em muitas localidades), lembrava também alguns lugares do deserto do Oeste dos Estados Unidos, como o Monument Valley, no Arizona (Estado de Utha), que é tida como a “Terra de John Ford”, pelo fato do grande mestre ter dirigido muitas de suas películas westerns neste local. Com o diretor Sergio Leone muitos atores se revelaram, entra tantos LEE VAN CLEEF foi o mais bem sucedido depois de Clint Eastwood.


Com uma grande ajuda do diretor e roteirista  Sergio Leone, Lee chegou ao auge de sua carreira a  ser considerado o feio mais adorado no mundo do bang bang  – Os novos trabalhos de Lee Van Cleef seriam o próximo western de Sergio Leone um escritor e roteirista que se aventurava na direção de um spaghetti western. No filme de Leone, o feioso Lee Van Cleef se tornou também protagonista pois o título escolhido foi “IL BUONO, IL BRUTTO, IL CATTIVO”, traduzido para muitas línguas como “O Bom, o Mau, e o Feio”. Claro que Lee deveria ser o “FEIO’”,  mas Lee é o “Mau”, ficando o “Feio” para Eli Wallach. Lançado no Brasil como “TRÊS HOMENS EM CONFLITO”, esse terceiro Spaghetti Western de Van Cleef se transformou num estrondoso sucesso no mundo todo e o público se dividia na preferência entre os três homens em conflito: Lee, Eli Wallach e Clint Eastwood. Foi com esse filme que o mercado norte-americano se abriu para o Spaghetti Western, mais especialmente para os faroestes de Sergio Leone que se tornaram grande influência no gênero também em produções de Hollywood.


O Bom, o Mau e o Feio, rebatizado como “Três Homens em Conflito(1966)” é uma obra-prima do cinema. Estar entre os   faroestes de todos os tempos, disparado!!! Em que pese ser uma exibição de longa duração de quase três horas, o  filme é  perfeito: direção, roteiro, trilha sonora: "inigualáveis". Os 3 atores – Clint, Eli Wallach e Van Cleef – são verdadeiros “monstros sagrados” em seus papéis. Nunca vi um filme tão perfeito em tudo, do começo ao fim é simplesmente  espetacular!!! Neste filme, a interpretação encarnada pelo “Feio” é fantástica. Seu olhar, sua ironia, sua risada, ele chamando o Clint de “lourinho” durante todo o filme, dá o toque exato da perfeição!!!  Se eu tivesse que escolher os três melhores filmes de bang bang que já vi em toda minha  vida,  sem sombra de dúvidas,  este com certeza faria parte da trilogia do bom faroeste: Lee Van Ceef, Eli Valach e o inigualável Clint Eastwood que fez um papel exuberante nesta ótima película. RECOMENDO COM LOUVOR. É filme para se ter uma cópia em casa, para mostrar para os filhos, netos e todos aqueles que desejam apreciar um filme arte, e perfeito em tudo, com destaque, também, para a trilha sonora, que é inesquecível. Talvez, esta projeção,  não seja o maior papel  já interpretado por Lee Van Cleef, mas é o  melhor filme de Clint Eastwood.


Entre os 50 westerns da carreira de Lee Van Cleef, destacam-se alguns bons filmes  como: 1952 – Matar ou Morrer; - 1953 – Bando de Renegados; - 1954 – Duelo de Assassinos; - 1955 – Arizona Violento; - 1956 – Honra a um Homem Mau; - 1957 – O Revólver Silencioso; - 1957 – O Bandoleiro Solitário; - 1957 – O Homem dos Olhos Frios; - 1957 – E o Morto Venceu; - 1958 – Na Fúria de uma Sentença; - 1959 – O Homem que Luta Só; - 1961 – Quadrilha do Inferno; - 1962 – A Conquista do Oeste;  1965 – Por uns Dólares a Mais; - 1966 – O Dia da Desforra; - 1966 – Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo); - 1967 – A Morte Anda a Cavalo; - 1968 – Um Colt... para os Filhos do Demônio; - 1969 – Sabata, o Homem que Veio para Matar; - 1971 – Sabata Vem para Vingar; - 1972 – O Último Grande Duelo; - 1975 – Cavalgada Infernal; - 1976 – A Arma Divina; -  1977 – A Vingança.


Após virar um dos maiores nomes do bem sucedido filão descoberto pelos produtores italianos, Lee Van Cleef passou a atuar quase que exclusivamente em coproduções europeias. Garantia absoluta de bilheteria,  Cleef era o ator principal dos filmes em que atuava. Muito interessante observar que, no meu simplório modo de entender,  os filmes de faroeste feito por italianos, são bem melhores do que os americanos em vários quesitos, um deles, as trilhas sonoras, os atores apresentam mocinhos e bandidos mais perto da realidade da época, sujos, dentes amarelados e sem o exagero de roupas JEANS. Já os americanos apresentam e se prendem mais aos mocinhos bonitinhos, porém os bandidos categoricamente são feios e “malamanhados”. Agora, uma coisa não se pode negar nos filmes de cowboy norte-americano: OS CENÁRIOS... Neste quesito eles são impecáveis, magníficos, detalhistas, deslumbrantes!!!


Pois bem, o último filme que contou com a participação de Van Cleef foi “THIEVES OF FORTUNE”, rodado em 1989 e lançado após a morte do ator. Lee vinha há algum tempo lutando contra um câncer na garganta e um ataque cardíaco fulminante abreviou seu sofrimento quando morreu aos 64 anos de idade. Como curiosidade, Lee Van Cleef começou a fumar cachimbo quando estava na Marinha e nunca deixou o hábito, o que pode ser comprovado em inúmeros filmes em que seu cachimbo aparece na tela tanto quanto o arsenal de diferentes armas que Lee manejava com perícia. Além da elegância de andar, descer ou subir em um cavalo, e mais ainda a precisão e  rapidez do saque de sua arma. Agora,   seu charme maior e irresistível era suas famosas baforadas nos famosos cachimbos que usou durante os seus filmes. Por último, rogo e recomendo com louvor, aos adeptos do faroeste clicarem no endereço eletrônico logo abaixo para assistirem ao filme  do ano de 1967 – A Morte Anda a Cavalo. É UM SHOW DE INTERPRETAÇÃO DO VELHO E BOM LEE VAN CLEEF!!!