sexta-feira, 20 de novembro de 2020

ENTRE ESPUMAS, ROBERTO MULLER, VIVE HOJE EM CADEIRA DE RODAS

 


Por Altamir Pinheiro

No ano de 2017, através do programa de Geraldo Freire da Rádio Jornal do Comércio da cidade de Recife-PE, o Pingo de Ouro ROBERTO MULLER, recebeu das mãos do cantor e compositor pernambucano Nando Cordel, uma cadeira de rodas onde auxilia sua locomoção até hoje. Lá,  num simples apartamento do bairro do IPSEP na capital pernambucana foi feita a doação da cadeira e  no momento da entrega a pura  emoção tomou conta tanto de Nando como da secretária/cuidadora, Dagmar Pereira,  hoje esposa  de Roberto Muller. "Muito honrado porque esse rapaz aqui já fez muita coisa boa para o povo. É uma honra para mim estar aqui perto desse grande homem", disse Nando Cordel.


Em pleno ano de 2020, aos 83 anos de idade, Roberto Müller que vive de uma aposentadoria de menos que dois salários mínimos e o dinheiro que deveria receber, anualmente, dos seus direitos autorais, a gata comeu, pois recebe uma mixaria depois  de  quase 70 discos gravados. Hoje,  encontra-se em Recife morando em um bairro popular, aos cuidados de sua querida e amada Dagmar, vítima de AVC, sofreu um infarto,  sofre do mal de   Alzheimer e necessita da solidariedade dos colegas cantores, dos amigos e fãs. A difícil situação vivida por Roberto Müller foi tornada pública por um vídeo gravado pelo cantor Tarcys Andrade que pede o apoio de todos, para garantir uma melhor qualidade de vida a este grande artista.


O crítico de música e profundo conhecedor de MPB, Jornalista José Teles, descreve muito bem como hoje se encontra Roberto Muller, que ganhou o epíteto de Pingo de Ouro, por medir 1,53 de altura, mesmo assim, ele namorou altas estrelas do rádio, entre elas Clara Nunes. O  apartamento é modesto, no térreo de um edifício caixão, no IPSEP, bairro da Zona Sul do Recife. Logo à entrada, uma estante recheada de troféus, discos de ouro, medalhas. As paredes da sala, do corredor e de dois quartos estão cobertas por fotos emolduradas. Não cabe tudo ali dentro. Na área externa, um puxado, com vaga para um carro, protegida por grades, abriga mais lembranças: partituras, recortes de jornais e revistas, toda vida artística do dono.


Ali, naquele pequeno museu, mora o piauiense José Ribamar da Silva, 83 anos, nome artístico: Roberto Muller, um dos cantores mais populares do País entre os anos 60 e 70. As fotos espalhadas pelas paredes do apartamento mostram o piauiense ao lado de uma Gretchen em plena forma, nos ano 70, com Chacrinha, em cujo programa recebeu discos de ouro, com Agnaldo Timóteo, e Jerry Adriani, de quem foi amigo. Naturalmente, não faltam fotos em solenidades com prefeitos, com o presidente José Sarney, a governadora Roseana Sarney, a lista é extensa.


Em 1963, após dois compactos, lançou seu primeiro álbum "NUNCA MAIS BRIGAREI CONTIGO", conquistando definitivamente um lugar de destaque no cenário artístico nacional. A partir de então, Muller tornou-se presença obrigatória nos programas de televisão. Finalmente, depois de se apresentar na "discoteca do chacrinha", na extinta TV Tupi, ganhou o título de "Pingo de Ouro do Brasil" do próprio Abelardo Barbosa. Roberto Muller tem o dom de cantar a dor de cotovelo, a música romântica dos apaixonados. Neste ano  ele completou 65 anos de carreira e 83 de idade e tem cerca de 70 discos gravados entre LPs e CDs. Entre os muitos prêmios ao longo da carreira estão inclusos seis discos de ouro.


Na sua discografia há um bolero, com letra trágica de tango, que o Brasil escuta há 52 anos. Um hit que estourou entre o ocaso da Jovem Guarda e a eclosão da Tropicália, em 1968: “Não foi o meu maior sucesso, mas foi a que mais me deu dinheiro”, diz Muller. EIS A LETRA: Uma noite sentou-se a minha mesa/ E entre tragos lhe dei todo o meu amor/ Transcorreram só duas semanas/ Como em sonho, minha vida se acabou/ Desde então os rios do meu pranto/ Confortaram a cruz da minha dor/ Ninguém sabe que meus males são tão grandes/ Que me partem, o coração/ Mas conforta e eu sei que está em minhas mãos/ Aliviar-me desta amargura/ Se um amor nasceu de uma cerveja/ Outra cerveja beberei para esquecer/ Um amor que surge numa mesa/ Entre espumas terá que terminar...


Roberto Müller é dono de sucessos inesquecíveis e imortais no cancioneiro popular, destacam-se:  Entre Espumas, Velha Moça, Luz Negra,  Mulher de Cabaré, Colecionador de Chifres, Com homem Não se Brinca, Farrapo de Calçada, Uma Cruz em Meu caminho, Vida de Cão sem Dono, Pagando sem estar devendo,  Tudo menos traição, Por favor Minta pra ela, são alguns de seus vários sucessos. Da mesa de bar ao radinho de pilha, pode apostar que as rimas fáceis e as sofridas histórias de amor fazem um tremendo sucesso entre a moçada que curte a música "brega". Cantores como Reginaldo Rossi, Waldick Soriano, Carlos André, Bartô Galeno, Odair José e Roberto Muller  são ícones que encantam gerações com melodias simples e repletas de criatividade. A bem da verdade, o Pingo de Ouro do Brasil que também é conhecido como o Lord do Brega,  sempre se apresentava em seus shows,  impecavelmente  bem vestido de terno e gravatas vistosas. A música ENTRE ESPUMAS é nostalgia pura por ser   uma composição  real, um testamento autêntico  que fala da nossa  vida no nosso cotidiano. É por essa e outras e os versos de Entre Espumas que o brega é chique...

https://www.youtube.com/watch?v=V_Sgy4RKiyM&feature=emb_logo

LINDOMAR CASTILHO, O CIUMENTO CAFONA QUE ULTRAPASSOU A MURALHA DA VIOLÊNCIA MACHISTA

 


Por Altamir Pinheiro


Há 40 anos, mais precisamente no topo da carreira, aclamado com Discos de Ouro, Platina e inclusive um Grammy, o machão cafona casou-se com a também cantora jovem  Eliane de Grammont,  exigindo que ela deixasse o glamour artístico e se dedicasse ao lar e a filha recém-nascida. Ciúmes, alcoolismo e uma convivência entre tapas e beijos foram responsáveis pelo fim do casamento, que durou aproximadamente dois anos. A propósito, quando o machão brasileiro vai entender que mulher não é propriedade do homem ou em que momento  nós vamos   abandonar esse sentimento de posse misturado com arrogância...


Pois bem, logo após a separação, Eliane retoma  sua trajetória musical, grava “AMÉLIA DE VOCÊ”, que por si só exprime sua vivência conjugal com Lindomar, e se apaixona pelo primo de seu ex-marido, que também era músico, com quem inicia um relacionamento. Na madrugada do dia 30 de março de 1981, Eliane de Grammont e seu novo namorado – Carlos Randall, estavam se apresentando no “Café Belle Époque”, no centro de São Paulo, quando seu ex-marido entra e dispara cinco tiros em suas costas e um tiro no abdômen do namorado. O primo sobreviveu, mas sua ex-mulher faleceu no local. O crime chocou o país.


Aos 26 anos e com poucos  meses de separada, quando cantava em um bar, a jovem Eliane levou cinco tiros pelas costas e morreu no palco. O embriagado homicida que premeditou o delito covarde e bárbaro, antes de ir ao local do crime, havia comprado além de  um revólver três oitão, balas do tipo “dundun” que ao perfurar a vítima explodem dentro do corpo causando lesões mortais. A filhinha de então,  LILIANE,  foi criada pelas duas tias (irmãs de Eliane), enquanto o pai cumpria pena em regime fechado. Na cadeia o cantor ainda lançou o disco “Muralhas da Solidão”, ganhando a liberdade em 1996, tendo ficado 7 anos preso, e o restante no semiaberto. Após o cumprimento da pena, Liliane procurou o pai, perdoando-o pela tragédia cometida contra sua própria mãe em 1981, num ato pouco aceitável pela maioria das pessoas. 


Diga-se de passagem  parece mais uma história inventada, aquela que chamaríamos de “estória” com “E” maiúsculo, sinopse pronta para qualquer filme de sucesso, mas foi à pura realidade de Lindomar Castilho, um dos maiores seresteiros do país, tendo sido intitulado como o “Rei do Bolero”, que matou sua ex-mulher, que foi condenado, cumpriu sua pena, e que pelo resto de seus dias terá este capítulo como tema principal em sua história de vida, mancha que encobrirá qualquer música de sucesso que fez parte do passado. O cantor, hoje auto refugiado no seu próprio lar, quando questionado a respeito do crime declara: “Eu carrego comigo um sentimento de culpa enorme. Não é apenas arrependimento. Cometi o crime, independente do meu querer ou não querer. Não sei como explicar aquilo. Hoje, sempre que posso, peço perdão a minha filha e a família Grammont”.


Tragédia incompreensível à parte, em 1965,  o estudante de direito Lindomar Cabral lança seu primeiro disco pelo selo Continental, mas foi na década de 1970, na gravadora RCA, com o nome artístico de LINDOMAR CASTILHO que alcança a marca de 500 mil cópias com Eu Vou Rifar Meu Coração (1973). Permaneceu no topo das paradas musicais com “Você É Doida Demais”, parceria com Ronaldo Adriano, “Feiticeira” (1975) e “Nós Somos Dois Sem Vergonha” (1976) e mais uma vez a bela parceria com Ronaldo Adriano, tornam-se as mais tocadas na época do lançamento. Em sua obra, o músico de voz grave fala sobre boemia, ciúme, tragédia e decadência que, coincidentemente, a arte imitou  a vida ou vice versa.


O excelente biógrafo Paulo César Araújo nos relata que,  as canções de Lindomar têm como principal tema a desilusão amorosa, com letras sentimentais e referências à traição, ao desamparo e ao abandono, o que é verdade!!! O exemplo maior  é a canção VOU RIFAR MEU CORAÇÃO... Lindomar Castilho é classificado como tenor de grande extensão vocal, afinada e de notável alcance, que consegue ser ouvido através de  distância  expressiva, com músicas de sucesso e carreira consolidada no Brasil e no exterior. Torna-se conhecido como “Rei do Bolero” e “Namorado de las Américas”. É um dos maiores intérpretes de boleros da música brasileira, ao lado de Altemar Dutra (1940-1983), Agnaldo Timóteo (1936), Nelson Ned (1947-2014) e Waldick Soriano (1933-2008). Esses cantores potencializam a interpretação das canções e são associados à música romântica popular.

https://www.youtube.com/watch?v=-6KWDeKHwgE&app=desktop

https://www.youtube.com/watch?v=CrgG1YgqSnQ&t=2s

ADELINO NASCIMENTO, O CANTOR APAIXONADO DO POVÃO

 



Por Altamir Pinheiro

José Alves Filho que tinha o nome artístico de Adelino Nascimento, nasceu em Maracaçumé, na região de Gurupi, no Maranhão. Foi autor de muitas músicas cantadas por outros intérpretes, como "ADEUS INGRATA", que fez grande sucesso na voz do também maranhense  Cláudio Fontana (que está hoje,  com idade de 75 anos). Com mais de 30 discos gravados, Adelino Nascimento estava entre os mais populares da música romântica regional, conhecida popularmente como brega. Junto com  Waldick Soriano,  Maurício Reis, Reginaldo Rossi, José Ribeiro, Roberto Muller, Genival Santos  e Lindomar Castilho, Adelino era considerado um dos melhores cantores do país em seu gênero. O desmantelado Adelino  faleceu em abril de 2008, em Aracaju,  por complicações pulmonares com apenas 51 anos de idade, pois bebia uma cachaça da gota serena e fumava maconha até umas “zora”...


Adelino Nascimento Gravou 30 discos de estilo brega nos anos 1980 e 1990 e anos 2000, tendo atingido um alto patamar de popularidade no interiorzão do  norte e nordeste. Lançou compacto simples, pelo selo RCA, em 1988. Em 1989, gravou os discos de maior destaque na carreira, "O cantor apaixonado do povão - vol. 1" e "O cantor apaixonado do povão - vol. 2", que contaram com sucessos como "Coração Arrependido"; "Não Precisa Chorar"; "Flagra do Ricardão" e "De Joelhos na Terra". Na reta final de sua carreira, entre 2000 e 2006,  só subia aos palcos às “queda” de bêbado e sua voz aguda e brilhante já não era a mesma. Eis uma balada de Adelino de arrebentar à boca do balão: Não toque essa música, que eu não posso ouvir/ Porque ela recorda triste um amor que perdi/ Dizem que o homem não chora quando sente saudade/ Mas na verdade esta música fere o meu coração...

 

Ele  teve discos relançados por gravadoras como Unimar Music, que lançou em 2009 o CD "Adelino Nascimento - Não se Vá", com as músicas: "Não se Vá"; "Eu Hoje Chorei"; "Eu Te Amo Feiticeira"; "Mulher Fingida"; "Te Amo,Te Amo"; "Quando Estou com Você"; "Vou Tentar Te Esquecer"; "Nosso Amor Morreu",(grande sucesso popular); "O que Será de Mim"; "Adão e Eva"; "Juras"; Coitado de Mim"; "De Pouco a Pouco" e "Mulher Falsa"; e, ainda a  Sony Music, que lançou o CD "Adelino Nascimento - 20 Supersucessos", com as músicas "Menina Faceira"; "Na Pracinha Da Igreja"; "Voa Canarinho"; "Caminhoneiro Apaixonado"; "Ruas Do Mundo"; "Brega Do Amor"; "Viola Velha Companheira"; "De Joelhos Na Terra"; "Vou Voltar Pra  São Luiz"; "Momento Infeliz"; "Coração Arrependido"; "Mulher Sem Dono"; "Decidi Ficar Sozinho"; "Bailarina"; "Garota Proibida"; "Nuvem De Chuva"; "Pelo Menos Uma Palavra"; "Secretária Da Beira Do Cais"; "A Surpresa Da Carta" e "A Cruz Que Carrego".


Eis o verdadeiro hino de Adelino Nascimento que é um melô  da dor de cotovelo,  na voz de Cláudio Fontana:  Hoje à noite partirei/ Pretendo nunca mais lhe ver/ Desde o dia em que lhe encontrei/ Minha vida é um eterno sofrer/ Adeus ingrata, adeus ingrata, Adeus ingrata/ Não é preciso nem me escrever/ Amanhã estarei longe daqui/ Outras garotas irei conhecer/ Um novo sol há de brilhar pra mim/ Não quero nem lembrar de você/ Adeus ingrata, adeus ingrata, adeus ingrata/ Não é preciso nem me escrever...

https://www.youtube.com/watch?v=WPFwQTWD6T4

tps://www.youtube.com/watch?v=gTTJMJ6hQO8

GENIVAL SANTOS, O MAIOR DISTINTIVO DA DITA MÚSICA BREGA

 



Por Altamir Pinheiro


O cantor Genival Santos, paraibano da cidade de Campina Grande, com seus mais de 40  anos de carreira, iniciada no programa Flávio Cavalcanti passou a ser conhecido pelo Brasil inteiro por suas músicas: “Meu Coração pede Paz”, ”Se errar outra vez”, “Sendo Assim” e “Eu não sou brinquedo”. Despontando nas paradas de sucesso com “ EU TE PEGUEI NO FLAGRA. Na época o cantor barrou grandes nomes da música vendendo mais de 80 mil cópias logo em sua estreia. são quase 30 discos gravados e mais de 5 milhões de cópias vendidas  em todo o país. Genival ficou conhecido com hits do brega como  Se Errar Outra Vez e Eu Lhe Peguei no Flagra. Ele morreu em Fortaleza, onde morava há mais de 30 anos, quando estava com 71 anos de idade, em novembro de 2014.


Há quem diga, principalmente os bons amantes das letras bem apuradas, que os bregas não são realmente boas melodias. A música é pobre, a letra é machista e ofensiva, e a música seguindo dentro dos velhos chavões  da década de 70/80. Hoje em dia o herdeiro do brega, – o sertanejo universitário – desprezou todas as opções estilísticas do brega e se posiciona somente como um clone do country pop americano. Cada um com seus gostos e preferências. Agora, não se há de negar que, onde tivesse um botequim, lá estava rodando um disco de Genival Santos. Um digno, um dos maiores, se não o maior, emblema da dita música brega. Atire a primeira pedra quem nunca tomou muitas lapadas de Conhaque Dreher com limão tendo como tira-gosto uma latinha de sardinha coqueiro ao molho de tomate...


E viva o brega de Genival Santos a Reginaldo Rossi, até Odair José que hoje é chique e tá na moda... Quem quiser que jogo tudo isso no liquidificador e  aprecie  o seu sabor de paixonite aguda e viaje na maionese pelas serestas das esquinas da vida saboreando essas letras: Encostei o meu carro na praça, pra  lhe dizer, que eu vou tirar você deste lugar... Hoje quem me vê assim/ Maltrapilho, embriagado/ Nem sequer pode supor/ Que fui gente no passado... Vivo agora pelas ruas/ Durmo em banco de jardim/ Só encontro levitivo no balcão de botequim... Eu lhe peguei no fraga/ E não quero explicação... Se errar uma vez/ Dou castigo/  Para não se acostumar/ Se errar outra vez/ Mando embora/ Pra saber me respeitar... Pois bem!!! Genival Santos se foi, porém sua música permanecerá para o povo simples, para os boêmios, para os solitários, para quem é eternamente gamado e  precisa de sua música, enfim, tem todo direito de se lambuzar com um long Play de Genival Santos.

https://www.youtube.com/watch?v=rX47YvqtvYk

 


A BELEZA DA ROSA QUE ERA A FIGURA DO CACHORRÃO ZÉ RIBEIRO

 


Por Altamir Pinheiro


O radialista Geraldo Freire da Rádio Jornal do Comércio da cidade de Recife-PE, amigo íntimo do veterano cantor José Ribeiro costumava chamá-lo ou trata-lo por  CACHORRÃO.  José Ribeiro é natural de Barbacena, Minas Gerais.  Antes de ficar famoso pelo seu romantismo,  Ribeiro tentou a carreira como cantor de baião. O sotaque mineiro e a voz explicitamente nasalada foram os vilões da história do cantor. Ele queria de todo jeito ser um cantor de baião, mas entrar no ritmo não foi fácil. O rol agregava apenas representantes nordestinos. O sucesso como cantor romântico foi a vingança do artista que, em 1972,  estourou de norte a sul do país fazendo parte do elenco da gravadora mais importante do Brasil, a CBS. A música A BELEZA DA ROSA é até hoje uma das mais tocadas no nordeste do Brasil.


O romantismo impregnado nas músicas dele, vem da inspiração no ídolo Anísio Silva. O LP Meu Coração Não Te Esquece (CBS-1973), tem como diretor artístico Renato Barros(falecido em julho de 2020), o líder do grupo Renato e Seus Blue Caps. Das 12 faixas do disco, seis fizeram sucesso nas rádios do Brasil, entre elas Na Porta da Cozinha, Meu Coração Que Não Te Esquece,  Um Amor Vai, Outro Vem  e A Maior Saudade Minha. Por um bom tempo José Ribeiro morou em Pernambuco na capital Recife no bairro da Boa Vista, no centro da cidade e costumava fazer shows nos arredores da capital pernambucana. 


O profundo estudioso e analista da MPB, o recifense José Teles,  nos relata que Zé Ribeiro foi um dos mais bem sucedidos cantores de um estilo, derivado da jovem guarda, rotulado de brega. Foi também um dos mais originais. Suas canções são permeadas de bom humor, mesmo quando retratam situações constrangedoras. Sua interpretação também era contida, nunca resvalava para a choradeira sentimentalóide de boa parte de praticantes do gênero. José Ribeiro foi colega de gravadora de Roberto Carlos na antiga CBS (a atual Sony Music), tiveram o mesmo produtor, Mauro Motta, e diretor artístico, Evandro Ribeiro, este segundo, eminência parda na CBS durante três décadas: “Encontrava muito Roberto Carlos na gravadora, mas não somos amigos!. Disse Ribeiro.  


Depois de dez anos no Recife, José Ribeiro se mudou para João Pessoa e depois pata Fortaleza. Voltando ao começo de sua carreira que teve Renato Barros como seu produtor, Zé Ribeiro    estourou com Beleza da rosa, ele dividiu as paradas com o Rei Roberto. Se não vendeu mais do que ele, chegou perto: “O primeiro LP pela CBS vendeu 800 mil cópias. O segundo, já saiu da fábrica com cem mil cópias vendidas. Não apareci mais na época, porque a CBS tinha Roberto como prioridade. Ninguém podia aparecer na frente dele. Eu corria noutra faixa. Eles queriam alguém para o público de Roberto Müller e Carlos Alberto (dois remanescentes da época do bolerão de fim dos 50, começo dos 60).


Ele canta a música BELEZA DA ROSA  desde 1972, e garante que não se importa de repeti-la, as vezes, três vezes num mesmo show. Assim como canta com prazer outros clássicos do seu repertório, Na porta da cozinha ou Canção dos namorados (ambas assinadas por ele e Joel Teixeira), a primeira a maioria dos fãs consideram que seja autobiográfica. A letra é impagável:  Entrei pela porta da sala/ Ela chegou pela cozinha/ Perguntei onde ela estava/ Respondeu na casa da vizinha... Ribeiro garante que não é experiência pessoal: “Na época eu ainda trabalhava em banco. Ouvi uma história parecida num programa policial A Patrulha da Cidade, e contei ao meu parceiro. Então fizemos a letra. Por fim, o  mineiro José  Ribeiro  faleceu em 2018 aos 84 anos, na região metropolitana de Fortaleza.

https://www.youtube.com/watch?v=TwvAOxxhL2s

BALTHAZAR, VERDADE PURA, NUA E CRUA

 


Por Altamir Pinheiro


Muito conhecido pelo seu  estilo romântico e prestes a completar 70 anos, o sergipano   Balthazar, lançou seu primeiro LP, em 1975, intitulado "Cartas de amor", música de sua autoria, um dos sucessos do disco. O outro sucesso foi o samba-canção "Vontade de voltar", de Raul Sampaio. Também foram incluídas no disco as músicas "Passagem só de ida", com Pedro Paulo e César Roberto, "Sarah", Chico Xavier e Nem e "Se ainda existe amor", do maluco beleza Raul Seixas que estrondou em todo o país. Em Sua carreira, Balthazar começou cantando rock com Raul Seixas, mas não deslanchou. Aí,  preferiu a estrada fácil da música popular brasileira conhecida como brega, cafona ou romântica e se deu bem. Compôs e cantou verdadeiros hinos na década de 70. 


Eis estrofes de alguns sucessos: Hoje eu tenho certeza foi tudo mentira/  Até o lugar que nasceu você quis esconder pra mim/  Sua carinha de santa por pouco não enganou/  Alguém que viveu de mentiras e tanto lhe amou/  Vai, vai, você pra mim já é passado. E CONTINUA: Compre uma passagem só de ida/  Não quero adeus, nem despedida/ Só quero ver você partir... OUTRA: Sarah, onde é que você se esconde? / Sarah, minhas cartas por que não responde? / Sarah, não me deixe ficar tão triste/ Sem saber se você ainda existe... E VAI MAIS ALÉM: Eu não sei se você morreu na guerra/ Eu não sei se você sobreviveu/ Será que você vive em Israel? / Ou será que você está no céu? E LÁ VEM RAULZITO:  Você de uns dias pra cá/ Vem mudando demais/ O seu modo de ser/ Tem muita tristeza no olhar/ Mas evita me olhar, para eu não perceber/ Eu vim conversar com você procurando saber/ O que foi que eu lhe fiz/ Eu peço não deixe acabar esse amor/ Que você dedicou sempre a mim/ Sei que o amor é igual/ Como o tempo que voa/ Se não lhe tenho bastante/ Meu bem me perdoa, me perdoa...


O nordestino Balthazar Góes Neto  é parente, não muito distante, de Lampião, o rei do cangaço. Já no Rio de Janeiro, além de ser grande amigo, dividiu apartamento com o ídolo negro Evaldo Braga. Compartilhava do sucesso e dos percalços pessoais, enfrentados pelo cantor. Balthazar acredita que sua entrada na Phonogram foi exatamente pela voz e pela amizade que tinha com  o ídolo negro que morreu em 1973 de um acidente de carro no auge da carreira. Ele  foi casado com a cantora Diana (ex-mulher de Odair José) durante oito anos. Como pai, Balthazar só perde para Abraão, pois segundo seus cálculos, são mais de 26 filhos. Apesar dos três filhos oficiais, por muito tempo Balthazar ficou expert em conhecer filhos, bastava encerrar a apresentação, para vir moças com filhos nos braços apresentando-os como filhos. Balthazar lamenta não saber nada sobre um filho que teve com uma japonesa. Ela voltou para sua terra com o filho no ventre. Balthazar imagina que seu filho possa até ser um samurai...

https://www.youtube.com/watch?v=yJyiBLIs7Rw

https://www.youtube.com/watch?v=jDHeQkOAY04

https://www.youtube.com/watch?v=Ytrow5c9T60

BARTÔ GALENO, O BAIXINHO QUE SATISFAZ, JÁ É UM SETENTÃO...

 


Por Altamir Pinheiro

Quem conhece esse clássico que tocava  muito em parque de diversão  e foi parada de sucesso  nas rádios do interior,  no final da década de 70, do paraibano Bartolomeu Silva, que é uma verdadeira lenda viva do nosso cancioneiro  brega romântico?!?!?! EI-LO: No toca-fitas do meu carro / Uma canção me faz lembrar você / Acendo mais um cigarro / E procuro lhe esquecer / Do meu lado está vazio / Você tanta falta me faz / Pois cada dia que passa / Eu te amo muito mais. / Encontrei no porta-luvas um lencinho que você esqueceu / E num cantinho bem bordado o seu nome junto ao meu... Esse autêntico hino gandaieiro composto por Bartô Galeno e Carlos André, sem dúvida alguma estará na cápsula do tempo, pois quase me mata de beber cachaça nos cabarés de Maria do Bago Mole e Maria Gorda na Rua da Madeira.


De Palmares à Arapiraca, de Garanhuns à Caicó ou de Maceió  à cidade de Mossoró, passando por Palmeira dos índios e Carpina,  as casas  embelezadas por LUZ NEGRA e entupidas  com mulheres de corpo ou tipo  violão,  abasteciam seus   frequentadores com verdadeiras pérolas de Bartô Galeno, como Malena, Esta Cidade é Uma Selva sem Você, Olhos Que Eu Não Posso Ver, Pelo Menos Uma Palavra, Nosso Amor Já Morreu e Nesta Casa Onde Morou Felicidade fizeram  o prazer  de muitas pessoas, algumas delas, foram pra cama com uma mulher pela primeira vez... Seu principal parceiro nas composições era Carlos André. Da parceria veio músicas como "Amor Vagabundo" e "Cadeira Vazia", "Coração mentiroso", "Chorei por amor", "De que vale a minha vida agora", "Longe de você" e a emblemática  "No toca-fitas do meu carro". 


Desde  1975,  o cantor e compositor Bartô Galeno  lançava um LP a cada ano, todos eles com músicas que o público nunca esqueceu. Ele tem uma rica discografia e uma baita  história no mercado musical brasileiro, pois na época vendia discos tanto quanto Roberto Carlos.  Por isso, faz parte das lembranças, memórias e vida de muitas pessoas.  Quantos anônimos por aí afora,  não têm uma história desta para contar: “Meu pai amava muito suas músicas, infelizmente ele já faleceu, mas fez questão de colocar o nome da minha irmã de Malena, ele gostava bastante”.  Para quem não sabe, Malena é o nome de uma música que o cantor fez em homenagem para uma namorada. 


Conforme nos conta o locutor, e apresentador de programas musicais, Ronaldo Sá, quando afirma que,  apesar da futura estrela do estilo brega ter nascido em Sousa(PB), aos 10 anos foi residir em Mossoró(RN) e na adolescência, Bastinho Silva, como era conhecido  ganhou um concurso na Rádio Rural da cidade "A Mais Bela Voz”.  Em seguida, resolveu migrar para Recife e logo após para  São Paulo. Teve a participação importante na sua carreira, que foi a do mossoroense Oséas Lopes, hoje CARLOS ANDRÉ, que também saíra daqui a fim de  tentar a sorte no Sudeste do país.  "Bastinho Silva não soa bem como nome artístico", opinou o parceiro. Já que seu nome próprio é Bartolomeu, resolveu adotar Bartô Galeno. Até então o seu forte era compor.


Mas São Paulo não era o ideal, porque na época estava no auge do movimento da Jovem Guarda, promovido basicamente pela gravadora CBS, e todas as atenções estavam voltadas para o Rio de Janeiro. Bartô Galeno mudou-se para lá. Parcerias de peso e seu talento fizeram com que 40 músicas fossem gravadas com suas assinaturas. Os nomes de  Carlos André, Fernando Léllis, Fernando Mendes, Odair José e tantos outros atingiram o ápice do sucesso. 


Agora, foi com Genival Santos (com a música machista  de grande sucesso que diz "Se errar uma vez, dou castigo para não se acostumar; se errar outra vez, mando embora para aprender a me respeitar"),   que alavancou sua carreira de maneira extraordinária. Aí passou, também, a cantar, que ninguém é de ferro.  Em 1975, grava o seu primeiro Long Play(LP), tendo como carro-chefe a música "Só Lembranças", até hoje cantada e servindo de piada quando alguém passa um cheque sem fundos ou desaparece alguma coisa sem chances de recuperação: "Só lembranças... Só lembranças...” . O cantor brega  Bartô Galeno é um pequeno no tamanho, mas um gigante na humildade e um vencedor em quase 50 anos de carreira.

https://www.youtube.com/watch?v=evkTZ61P1Ng

 


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O QUEBRA-MESA, CARLOS ANDRÉ, JÁ É QUASE UM NOVENTÃO

 


Por Altamir Pinheiro

O hino do homem que sofre à mesa de um bar é  uma das âncoras que manteve  o cantor no mercado por quase meio século:  Eu hoje quebro esta mesa / se meu amor não chegar / Também não pago a despesa / Não saio desse lugar. / Tem tanta mulher me olhando / Querendo me conquistar / Acabo me desesperando / Se meu amor não chegar. / Pra que dois copos na mesa? / Com uma cadeira vazia / E eu aqui na incerteza / Vendo amanhecer o dia /Não posso mais eu confesso / Confesso  que vou chorar / Eu hoje quebro esta mesa / Se meu amor não chegar.  O artista nascido em Mossoró, no Rio Grande do Norte,  ainda hoje informa que, “Se o “QUEBRA-MESA” fosse sucesso hoje, eu estaria rico”, comenta ele, que, religiosamente, durante seus shows, geralmente, desce até a plateia para cantar seu maior hit ao lado dos fãs.


A jornalista e socióloga pernambucana Fabiana Moraes afirma  que na pirâmide sociocultural do cantor e compositor Oséias Carlos André Meida Lopes, era conhecido como  “artista de cabaré”, “cantor de brega”, fazia “música de empregada”, como também  de caminhoneiros, pedreiros, manicures, serventes, estivadores e putas. Nesse sentido, era quase um impropério, entre intelectuais e demais esclarecidos do Brasil de 1975, ouvir e cantar versos como “não posso mais, eu confesso/ confesso que vou chorar/ eu hoje quebro essa mesa/ se meu amor não chegar”. Escondida na última faixa do lado B do compacto duplo O APAIXONADO, a música “Se Meu Amor Não Chegar” (de Lindolfo Barbosa e Wilson Nascimento) provocou um sismo nas rádios do País quando foi lançada.


Apesar de tudo, a música de Carlos André fazia parte do cimento do preconceito em relação a tal produção. Esse olhar negativo era duplo na época da ditadura militar: enquanto direitistas julgavam as músicas como cafonas, esquerdistas viam ali o subjugo do intelecto a favor da alienação. “A esquerda era muito elitizada”, conta Carlos André. Mesmo assim, O enorme interesse pela música agradou imensamente à gravadora Beverly: um milhão de cópias foram vendidas, instigando a empresa a realizar mais cinco discos com o mesmo título O APAIXONADO (que distinguiam-se pelo número do volume: 2, 3, 4, 5, 6).


O  APAIXONADO veio em 1974/75 e logo todos cantavam as dores do homem que se perguntava “pra que dois copos na mesa/ e uma cadeira vazia?”. Ironicamente, a canção que tornaria Carlos André nacionalmente famoso quase não era gravada – foi considerada por alguns como “popular demais” para ser interpretada pelo cantor. Seu conteúdo atormentado, pouco contido, dramático, soava meio… brega. Diziam: Essa música é muito sem-vergonha para o senhor cantar. Mas se ser brega é agradar o povão, então eu sou. Carlos André Lançou mais 32 discos, boa parte deles gravados enquanto Carlos também trabalhava como diretor artístico da Copacabana, que o contratou em 1979. Produziu trabalhos de artistas como Luiz Gonzaga, Zé Ribeiro, Genival Santos, Bartô Galeno e tantos outros. 


Na seara das biografias sobre os cantores e autores que deram vida à música brega, há de um tudo, como nos confirma o poeta, escritor e historiador de Campina Grande(PB), Bruno Gaudêncio:  traições, desilusões e amores não correspondidos. O universo da chamada “música brega” é rico nesses temas, temas bastante universais que abrangem do erudito inglês Shakespeare aos desabafos embriagados do “ZÉ DO BOTEQUIM”, passando, claro, por textos deliciosamente trágicos de  Nelson Rodrigues e canções imortalizadas por Evaldo Braga, Waldick Soriano e Reginaldo Rossi, entre tantos outros. Tudo isso faz parte do cancioneiro que embalou histórias de relacionamento a dois, alegres ou tristes, nos anos 1970/1980 e que hoje, é visto com muito humor e deboche. Basta ouvir  Eu vou tirar você desse lugar, de Odair José, a Entre espumas, de Roberto Muller e o homem que sofre na mesa de um bar, SE MEU AMOR NÃO CHEGAR tão bem interpretada por Carlos André na década de 70. 

https://www.youtube.com/watch?v=hJ2_oaJS4rI

 

 


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A COROA VERÔNICA CONTINUA ENXUTA E SEMPRE FOI O AMOR DA VIDA DE MAURÍCIO REIS



Por Altamir Pinheiro

Conforme  rezam as religiões cristãs, principalmente à católica,  Verônica foi uma mulher caridosa que, comovida com o sofrimento de Cristo ao carregar aquela pesada  cruz, deu-lhe seu pano de cabeça em forma de véu para que o filho de Deus  aqui na terra  pudesse limpar seu rosto. Cristo aceitou o oferecimento e, após utilizá-lo, devolveu-o à bondosa senhora Verônica. E então, a imagem de seu rosto estava milagrosamente impressa naquele pano de linho branco. Pois bem!!! No campo musical, no final da década de 1960 o nome feminino ou uma mulher  chamada VERÔNICA  foi uma bela fonte de inspiração romântica  para ser feita uma   bem sucedida composição por C. Blanco que ocasionou um baita   sucesso na língua castelhana e em termos de Brasil, o pernambucano Fernando Adour fez uma milimétrica e caprichosa versão e entregou de mão beijada  ao vozeirão lindo com  voz de tenor,  o paraibano(radicado em Pernambuco), Maurício Reis.


A propósito, o pernambucano Fernando Adour é  produtor musical e excelente versionista(considerado o  Rossini Pinto do Nordeste). Sua primeira direção musical foi com a música “Pare de tomar a pílula” de Odair José, um sucesso impressionante no ano de 1973. Em 1978 fez  cerca de 20  versões para Julio Iglesias, na época, artista desconhecido no Brasil. No começo da carreira a cantora colombiana  Shakira  foi  produzida, também,  por Fernando Adour. Compositor de estilo romântico, fez muitas versões de músicas em inglês, italiano e espanhol, em especial no período final da Jovem Guarda. Quanto aos brasileiros há um rosário de VERSÕES escritas(ou traduzidas) por este produtor artístico, arranjador vocal, vocalista e compositor.


Há exatamente 48 anos chegava ao Brasil a versão da música VERÔNICA (letra de C. Blanco de 1968), gravada pelo eterno e inesquecível  poeta do cravo branco, Maurício Reis. De brega  é só o nome: pois ela tem poesia, música, sentimento e muito bom português!!! No ano de 1973 em diante, Maurício Reis fez parte da  infância, adolescência  e juventude de todos nós com esta romântica melodia que dilacerou corações dos eternos namorados durante quase cinco  décadas: Verônica, me sinto tão só / Quando não estais junto a mim / Verônica, eu quero dizer / Que te amo tanto / Que não posso mais / Que te quero tanto, amor...


Tive o prazer de ver essa fera cantando ao vivo em comícios de políticos nos palanques da vida. O saudoso cantor Maurício Reis cantava o amor verdadeiro, caipira, interiorano e sincero com àquela cafonice inesquecível do seu modo de trajar(cinto afivelado e sapato Cavalo de Aço, além do seu cabelo Black Power). Uma passagem agradabilíssima que como fita de cinema faroeste, nos mostrava felizes em tempo integral em nossa adolescência. Quem não curtiu em festas de rua de final de ano, ao lado de uma paquera, no alto de uma Roda Gigante, suas  músicas intituladas   Lenço Manchado, Dançarina, Mercedão Vermelho, Locutor, Amor fingido, Ilustríssima Madame, verônica (Um clássico dos anos 70). A música VERÔNICA foi o top de linha: top dos top. 


Com uma carreira de 30 anos, Maurício Reis Lançou 27 álbuns ente LPs e CDs. Nascido em Santa Rita, na Paraíba, tinha escolhido o Agreste pernambucano para morar e a cidade sorteada foi Gravatá, onde manteve residência fixa até sua morte por afogamento. Exatamente no dia 22/07/2000, há 20 anos,  chegava ao fim a vida de um artista de sucesso. João Maurício da Costa ou simplesmente Maurício Reis, O artista faleceu naquele trágico 22 de julho de 2000, aos 58 anos de idade, num fatal acidente automobilístico ocorrido no município pernambucano de Bonito. Maurício Reis havia saído de Gravatá, onde morava há sete anos, para fazer um show na cidade de Xexéu-PE. O carro estava sendo guiado pelo filho do cantor, o tecladista Maurício Inácio, que sobreviveu.


Como boa parte das músicas de hoje em dia não tem história e sim  pornografia explícita, o BREGÃO DO BOM de Maurício Reis, como a sua música mais conhecida no Brasil é louvada há quase meio século, desde 1973, era cantada sim, com a alma, pois não é à toa que ele deixou uma neta com o nome Verônica em homenagem a sua música de maior sucesso.  Então,   ouçamos a música cinquentenária tão bem interpretada pelo poeta do cravo branco, Maurício Reis, esse  vozeirão metálico com  uma voz de tenor: Verônica!!!

https://www.youtube.com/watch?v=xebWRNZ0hxc

domingo, 15 de novembro de 2020

ANDRÉA NUNES (14.100) TEM UM ÓTIMO PROGRAMA PARA EXECUTAR NA CÂMARA DE VEREADORES DE GARANHUNS, VEJAM!!!

 


HOJE, A COHAB II AMANHECEU EM FESTA: POIS VAI ELEGER SUA LEGÍTIMA REPRESENTANTE À CÂMARA MUNICIPAL. SÃO DOIS MIL VOTOS PARA ELEGÊ-LA. VAMO QUE VAMO, GALERA!!!






sábado, 14 de novembro de 2020

EM CAPOEIRAS, DUDU LEVOU UM TREMENDO CHUTE NA BUNDA DA JUSTIÇA ELEITORAL

 


Por Altamir Pinheiro

O Tribunal Superior Eleitoral, interpretando o art. 175, §§ 3º e 4º, do Código Eleitoral, entende que deve prevalecer a situação jurídica do candidato à data da eleição para fim de destinação dos votos por ele recebidos. Ou seja,  estando o pedido de registro de candidatura INDEFERIDO na data do pleito e mantida tal decisão OS VOTOS SÃO NULOS PARA TODOS OS EFEITOS (art. 175, § 3º, do Código Eleitoral). Quer dizer, quem votar em DUDU não vai saber quantos votos ele teve. No popular, se DUDU GANHAR, NÃO LEVA!!!


A lei é clara e específica, pois com a justiça eleitoral não tem mimimimi, choro nem cara feia, ex-prefeitos que tiveram suas contas rejeitadas pelaS CâmaraS de Vereadores locais não tem perdão. É feto caldo de cana a candidatura é cassada na hora!!! SENÃO VEJAMOS: Cassação de registro de candidato antes da eleição. Nulidade dos votos. Cassado o registro do candidato antes da eleição, e não revertida essa situação nas instâncias superiores, OS VOTOS SÃO NULOS, para todos os efeitos, inclusive para a legenda.


No caso específico de  Capoeiras, o candidato a prefeito pelo PL 22 seu nome e número vai constar na urna eleitoral, mas seus votos serão nulos!!! Com a lei não tem arrodeio nem conversa mole,  ela vai direto ao assunto, pois não é à toa que, Candidato inelegível ou não registrado nas eleições proporcionais ou majoritárias: NULIDADE DOS VOTOS RECEBIDOS: ressalva do art. 175, § 4º, A decisão que cassa por inelegibilidade o registro do candidato tem eficácia imediata e leva, em princípio, À NULIDADE DOS VOTOS por ele recebidos (CE, art. 175, § 3º). Trocando em miúdos, para DUDU não há mais eleição. Morreu Maria Preá e NÃO SE FALA MAIS NISSO!!!

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

COLUNA DA SEXTA-FEIRA



Convenhamos e sejamos bastantes sensatos: gente!!!  Política não ficou pra amadores e nem muito menos se queima uma honrada biografia à toa ou a  troco de nada, como, sorrateiramente, tentaram fazer com um dos bons gestores que governou Garanhuns por oito anos e que ficou conhecido como o prefeito das grandes obras, tanto no campo estrutural quanto de embelezamento da cidade, como foi o caso do hoje favorito absoluto e inconteste para ganhar as eleições de 2020, Silvino de Andrade Duarte. Os candidatos amadores, inexperientes e “BEBÊS CHORÕES” do PP & PSB jamais se aperceberam que o competente candidato do PTB(14) é bastante experiente por vir de longe e,  tradicionalmente,  as princesas paraibanas da vida lhes ensinou tudo que tinha direito sobre política. E mais um tiquinho... Doutor Silvino vem de velhos carnavais e conhece muito bem as estradas sinuosas e traiçoeiras da política. Afinal de contas, ele não chegou a este patamar de FAVORITISMO em todas as  pesquisas eleitorais por acaso.  Doutor Silvino é um animal político que sabe como poucos transitar pelo labirinto do jogo dos bastidores e conhece como a palma de sua mão o espinhoso caminho das pedras. Na verdade, percebe-se claramente sua enorme  disposição, o gás e a vontade que está intrínseca nele para voltar a governar,  mais uma vez, à terra de Simôa.  No popular, pode-se  até chama-lo de   “PUTA VÉIA” na política local. E mais: por incrível que possa parecer, mas o diferencial desta eleição sem o menor farelo de dúvida foi Doutor Silvino. Pois, comportou-se  exemplarmente em toda campanha.  Jamais agrediu seus adversários com palavras chulas ou de baixo calão. Alias, ignorou-os por completo, pois, preferiu dar atenção ao seu eleitor ao levar para os quatro cantos da cidade, distritos e zona rural do município uma bela mensagem  propositiva  com uma baita sustança incorporada ao seu programa de governo quando afirmou categoricamente o que fez e o que fará sendo mais uma vez prefeito de Garanhuns. Na verdade, seus dois principais adversários que não passam de estagiários ou aprendizes da arte de fazer política ficaram a ver navios e se perderam na curva do bambuzal. Gente!!! Política não é pra amadores...



RENOVAÇÃO NA CÂMARA: - Escolhendo a dedo, salva-se pouco menos de meia dúzia de vereadores que faz jus ao cargo que exerce até 31.01.2021. O resto não cheira nem fede.  Garanhuns tem a pior Câmara de toda sua história. Em compensação temos o melhor quadro de candidatos dos últimos pleitos. Só vota errado ou enganado quem quer, pois temos uma ótima safra de candidatos à altura do cargo, começando por Luiz Leite, Genoveva, Marcelo Marçal, Luizinho Roldão, professor e escritor Carlos Guedes, Ronaldo Cesar, Charles de Paulo Gomes, Cláudio Rangel, Engenheiro Hélio Faustino, advogado Tony Neto e a professora da Cohab II, Andréa Nunes. Não é por falta de opção que você vai voltar errado é só saber escolher e ao mesmo tempo praticar a maior RENOVAÇÃO da história da Câmara, ou seja, 80%.


DEBATE NA RÁDIO MARANO: - O péssimo debate comandado pela Rádio Marano, que aliás, no aspecto técnico  foi um horror como também os jornalistas que fizeram perguntas mamão com açúcar aos debatedores foi de deixar todos nós com uma pulga atrás da orelha e nos perguntar:  querem mudar Garanhuns com àquilo que esteve presente no debate?!?!?! Se for verdade, estamos lascados... Então deixa como estar!!! Ou então que venha Silvino que será muito bem-vindo, pois o que se viu ali, foi uma cambada de incapacitados que pelo seus argumentos não tem condição de ser vereador de Jucati, imaginem prefeito de uma cidade do porte de  Garanhuns!!!


PAULO CAMELO: - Bem!!! O que se viu naquele festival de horrores que muitos chamam de debate político, em que pese ser REPETITIVO e parecer mais uma múmia paralítica do tempo do homem da caverna quando se pronuncia à moda antiga, mesmo assim, o “destaque” maior, se é que podemos chamar assim,  ficou por conta do eterno candidato Paulo Camelo do surrado partido comunista.


SIVALDO ALBINO: - Escanteado durante todo o debate,  o falante deputado do PSB foi triturado pelos fracos debatedores a começar por Paulo Camelo que desmanchou Sivaldo ao chamá-lo de CARRASCO DO PT. Em tempos atrás o candidato Sivaldo Albino esculhambava com o PT, Lula e Dilma e hoje, hipocritamente, seu vice é do próprio PT, diga-se de passagem uma infeliz escolha!!! Sivaldo Albino sentiu o impacto do soco cruzado deferido por Paulo Camelo ao  enrolar-se por completo e não respondeu patavina alguma e o que balbuciou não convenceu  nem a ele mesmo. Na história toda quem ficou com cara de tacho foi o PT!!!


ZAQUEU LINS: - Mais uma vez o delegado do DEM deixou o candidato Zaqueu grogue. Cambaleando e baratinado com o tiro certeiro do delegado, Zaqueu falou um festival de besteirol no que diz respeito ao assistencialismo que é o que só sabe  falar, quando criticou o ex-prefeito Silvino que não estava lá para se defender ao afirmar que no governo Silvino não existia ambulância. Não sabe ele que, prefeitura que tem 8 ou 10 ambulâncias é uma prova maior que a cidade não tem saúde, o prefeito não investe em saúde e prefere uma frota de ambulâncias para satisfazer e atender recados de vereadores para carregar gente que levou uma topada para um hospital mais próximo. Zaqueu ainda pisou na bola por  ser  do tempo de carros pipas para abastecer a população, coisa nefasta que vem dos meados do século 20 e ainda é defendida em programa de governo de um candidato a prefeito da cidade das águas minerais. QUANTO ATRASO E PRIMITIVISMO, NÃO?!?!?!


REBUTALHOS: - Os três restantes “debatedores”  É DE DAR DÓ...  O metido a valentão, Delegado João Lins, mostrou um cavalar desconhecimento da cidade em que se intrometeu  a querer ser prefeito. Em um momento de delírio ditatorial e machista, deve ter o Bunda Suja Bolsonaro como seu ídolo, enfatizou em tom grave que Garanhuns não era uma cidade de maricas. Já o folclórico Todinho que é docinho, mas não é bonzinho se comporta como barata tonta sem saber nada o que está se passando ao seu redor a respeito das perguntas ou respostas. Dos ruins, Valter Couto foi  o menos ruim...



DÊ UM VOTO SEGURO: - No próximo dia 15 de novembro, estaremos em frente à urna eletrônica, com uma importantíssima missão: escolher bons vereadores e uma ótima opção é ANDRÉA NUNES DA COHAB II, que tem o número 14.100. Em razão da pandemia, a  campanha política foi curta e mais econômica e isso, por vezes, pode ter dificultado o acesso às propostas de alguns candidatos, no entanto, não deve ser motivo para que se escolha alguém sem seguir critérios. Por isso, dê o seu voto consciente, eleitor!!!  cabe mais a nós, eleitores, do que a eles, candidatos ao cargo de vereador e vereadora, essa tarefa. É através do nosso voto que podemos promover uma faxina de verdade e não apenas varrer a sujeira para baixo do tapete. Pense e vote de forma racional, escolha o número 14.100 que pertence a competente Andréa Nunes e vamos elegê-la vereadora de Garanhuns.


DÊ UM VOTO CONSCIENTE: - Vamos ser racionais e conscientes na hora do voto, minha gente!!! Nesta eleição o eleitor NÃO pode  projetá-la para ser definida mais pelo fígado do que pelo cérebro, é preciso deixar de lado as revoltas,  preconceitos e opiniões e analisar o que há de concreto e viável ao votar em Andréa Nunes. Para se ter noção o que representa a candidata  de número  14.100, ela passou apenas um ano na Câmara de Vereadores de Garanhuns, pois como primeira  suplente assumiu por um ano no lugar de Gersinho e, em 2019, foi considerada a vereadora REVELAÇÃO da Casa Raimundo de Moraes. Nunca faltou uma sessão!!! Era a primeira a chegar no plenário e a última a sair discutindo seus requerimentos e projetos em benefício da cidade, do município  e em especial para o Bairro da COHAB II que lhe deu cerca de 1.300 votos naquela oportunidade.


DÊ UM VOTO RACIONAL: - Através do voto seguro, consciente e racional do eleitor de Garanhuns, há uma perspectiva de, Andréa Nunes chagar a casa dos 2 mil votos e se eleger entre a figura do sexo feminino mais votada de Garanhuns e a terceira ou quarta colocada entre os 17 que serão eleitos. Pensando bem: vamos ser racionais na hora do voto. E ser racional significa questionar,  não só a candidata quanto às suas próprias convicções. Eu conheço essa candidata? Ou então: eu conheço alguém que vai votar nela? Quem pede voto pra ela tem conhecimento de causa e está falando a verdade? Ela está preparada para ser vereadora e me representar? Essas são perguntas que o eleitor deve se fazer antes de digitar o número 14.100 e  apertar a tecla Confirma, que dará sinal verde para a candidata realizar aquilo a que se propôs. Isso é, realmente, um voto consciente, um voto que deixará em paz a sua consciência. Ao votar em ANDRÉA NUNES, o eleitor de Garanhuns está sendo ou votando seguro, consciente e racional. 



SILVINO EM GARANHUNS & SIVALDO EM RECIFE: - O lugar de Sivaldo Albino é na Assembleia prestando bons serviços ao povo de Garanhuns, como aconteceu nessa pandemia, donde, o deputado estadual chegou junto e ajudou bastante nossa população. Garanhuns não se pode dar ao luxo de perder um deputado que ainda tem dois anos para nos representar e muito bem. Por isso, o lugar de SIVALDO é na Assembleia; já o de  SILVINO é na Prefeitura. E NÃO SE FALA MAIS NISSO!!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

JOGO SUJO, MENTIRAS E TRAPAÇAS FAZEM PARTE DO DIA A DIA DOS PICARETAS DO PP & PSB

A medida em que o pleito do próximo domingo, dia 15, se aproxima, o número de informações falsas sobre as eleições se multiplica na internet.

A mais nova Fake News é que o candidato a Prefeito de Garanhuns, Doutor Silvino (PTB), estaria doente e por isso teria se afastado da campanha e não participou do debate de hoje, realizado pela Rádio Marano FM. A informação foi postada na internet por um Blog e vem sendo compartilhada por partidários de outro candidato a Prefeito de Garanhuns nas redes sociais. Para dar um basta na notícia falsa, o candidato Silvino Duarte gravou um vídeo em que registra estar bem de saúde.

AUSÊNCIA AO DEBATE - “Nosso debate continua sendo nas ruas com o povo, conversando e apresentando nossas propostas a todos e não sendo agredido pela oposição com mentiras e calúnias! Por isso não vamos participar do debate da Rádio Marano FM”, justificou Doutor Silvino, antes do início do Debate, através das Redes Sociais.

CLIQUE EM PLAYER E CONFIRA O VÍDEO DO CANDIDATO SILVINO DUARTE: 

A COHAB II VAI VOTAR MACIÇAMENTE NA SUA LEGÍTIMA REPRESENTANTE: VEREADORA ANDRÉA NUNES (14.100)

 


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

ANDRÉA NUNES: UM VOTO SEGURO, CONSCIENTE E RACIONAL



Por Altamir Pinheiro


No próximo dia 15 de novembro, estaremos em frente à urna eletrônica,   com uma importantíssima missão: escolher bons vereadores e uma ótima opção é ANDRÉA NUNES DA COHAB II, que tem o número 14.100. Em razão da pandemia, a  campanha política foi curta e mais econômica e isso, por vezes, pode ter dificultado o acesso às propostas de alguns candidatos, no entanto, não deve ser motivo para que se escolha alguém sem seguir critérios. Por isso, dê o seu voto consciente, eleitor!!!  cabe mais a nós, eleitores, do que a eles, candidatos ao cargo de vereador e vereadora, essa tarefa. É através do nosso voto que podemos promover uma faxina de verdade e não apenas varrer a sujeira para baixo do tapete. Pense e vote de forma racional, escolha o número 14.100 que pertence a competente e mulher guerreira Andréa Nunes e vamos elegê-la vereadora de Garanhuns.


Vamos ser racionais e conscientes na hora do voto, minha gente!!! Nesta eleição o eleitor NÃO pode  projetá-la para ser definida mais pelo fígado do que pelo cérebro, é preciso deixar de lado as revoltas,  preconceitos e opiniões e analisar o que há de concreto e viável ao votar em Andréa Nunes. Para se ter noção o que representa a candidata  de número  14.100, ela passou apenas um ano na Câmara de Vereadores de Garanhuns, pois como primeira  suplente assumiu por um ano no lugar de Gersinho e, em 2019, foi considerada a vereadora REVELAÇÃO da Casa Raimundo de Moraes. Nunca faltou uma sessão!!! Era a primeira a chegar no plenário e a última a sair discutindo seus requerimentos e projetos em benefício da cidade, do município  e em especial para o Bairro da COHAB II que lhe deu cerca de 1.300 votos naquela oportunidade.


Através do voto seguro, consciente e racional do eleitor de Garanhuns, há uma perspectiva de, Andréa Nunes chegar a casa dos 2 MIL VOTOS e se eleger entre a vereadora mais votada de Garanhuns e a terceira ou quarta colocada entre os 17 que serão eleitos. PENSANDO BEM: vamos ser racionais na hora do voto. E ser racional significa questionar,  não só a candidata quanto às suas próprias convicções. Eu conheço essa candidata? Ou então: eu conheço alguém que vai votar nela? Quem pede voto pra ela tem conhecimento de causa e está falando a verdade? Ela está preparada para ser vereadora e me representar? Essas são perguntas que o eleitor deve se fazer antes de digitar o número 14.100 e  apertar a tecla Confirma, que dará sinal verde para a candidata realizar aquilo a que se propôs. Isso é, realmente, um voto consciente, um voto que deixará em paz a sua consciência. Ao votar em ANDRÉA NUNES, o eleitor de Garanhuns está sendo ou votando seguro, consciente e racional. 

domingo, 8 de novembro de 2020

BUNDA SUJA BOLSONARO E OS SEUS SERVOS DAS TREVAS

 


Por Weiller Diniz*

"Eu pertenço à raça que cantava no suplício; não compreendo as leis; não tenho senso moral; sou um bruto: vós vos enganais". A descrição de Arthur Rimbaud, um dos poetas malditos franceses, é apropriada para ilustrar o principal causador do calvário dos brasileiros antes e durante a pandemia. O ambiente soturno que impregna "Uma Estação no Inferno" amaldiçoou o Brasil após a eleição do capitão Jair Bolsonaro. Abertas as portas das profundezas, passamos a padecer no submundo da escuridão, pecados, degeneração, crimes, moléstias, vilanias, desgraças e mortes aos milhares. A ascensão dos brutos ao poder é consequência direta da satanização da política.


Jair Bolsonaro evangeliza diabolicamente nas trevas brasileiras. É aliado de salteadores, protetor de malfeitores, preceptor de infames, sabotador da ciência, idólatra de ditadores, semeador do caos, professante dos golpes traiçoeiros, adversário rugoso das democracias, dublador dos ogros, sacerdote da morte, patrono da mentira, apologista da estupidez, ocioso, rudimentar e tosco. Segue o evangelho das calamidades, flagelos e obscurantismo que embrenhou o País no mais escuro dos abismos. Nessa vertigem moral e declínio civilizatório nazistas, fascistas, estupradores e assassinos encontram o ambiente confortável para perpetrar suas atrocidades.


No inferno de Dante Alighieri são nove os círculos reservados a castigar todos os pecadores. “A Divina Comédia” sedimentou na humanidade a noção de que o mundo inferior, escaldante pela incessante crepitação das labaredas, é o local da condenação eterna e irrecorrível das almas pecaminosas, apartando o mal do bem. Sem esperanças agonizam por lá os pagãos, hereges, fraudadores, corruptos, adeptos da luxúria, avarentos, gulosos, gananciosos, incitadores da discórdia, aduladores, violentos, traidores, hipócritas e apóstolos da ira. Todas as misérias humanas estão ali amontoadas.


No pandemônio bolsonarista várias criaturas mefistofélicas têm assentos cativos em um ou mais círculos. Os terraplanistas são os hereges. Fraudadores, corruptos, gananciosos e ladrões são muitos. Estão na legião política e na intimidade do poder. Entre os ladravazes sentenciados estão Roberto Jefferson e Valdemar da Costa Neto. O vice-líder Francisco Rodrigues queimaria no oitavo círculo junto com o dinheiro escondido em suas fendas. Dois de seus filhos do capitão são investigados por crime de corrupção. O partido pelo qual foi eleito é suspeito de fraudes, bem como 2 de seus ministros. Ele diz ter os melhores ministros da história, mas a realidade é outra. Não há retórica tão demoníaca que sobreviva no confronto com os fatos.


O Ministério Público acaba de denunciar as diabruras de Flávio Bolsonaro, da esposa, de Fabrício Queiroz, sua mulher e filhas, além de outros devotos por possessão ilegal de dinheiro público. Foram enquadrados em peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A defesa qualificou a denúncia como "crônica macabra". O MP do Rio de Janeiro fez uma investigação nas profundezas do ex-deputado e constatou dinheiro esquentado pelo atual senador depois de rastrear saques em espécie, transferências, compra de imóveis abaixo do preço de mercado, aquisição de empresas e uma movimentação financeira milionária por parte do ex-deputado e do Queiroz. O anjo exterminador, Fred Wassef, não evitou a descida.


Nos caldeirões ardentes da avareza, ganância e gula acumula-se um extenso patrimônio imobiliário familiar adquirido com dinheiro vivo, longe da terra dos mortos. Não se pode nem mesmo mencionar os R$ 89 mil depositados por um miliciano na conta da primeira-dama, ainda sem explicação alguma. O risco é de “porrada”. Os aduladores transformaram a Esplanada em rio fervente da bajulação. O mestre da ira, da discórdia, da violência, da traição é o próprio “senhor das moscas”. Abandonou muitos dos seus seguidores pelo meio do caminho. A insipiência, aliada ao negacionismo, deixou um rastro de sofrimento e morte. O método é o ódio, a meta a morte. Já defendeu matar 30 mil brasileiros, quer banalizar as armas de fogo, fuzilar a "petralhada", escarnece de vidas, prescreve remédios inúteis, almeja privatizar o SUS e agora recusa a vacina chinesa. Está do outro lado da vida.


Nas redes sociais alguns adversários o classificam como "capetão", recendendo enxofre e exalando o cheiro da morte. É o Midas do infortúnio. Ao contrário das lendas, superstições e crenças, o espírito demoníaco é real e catequisou uma diminuta legião de seguidores em um projeto maligno para esconjurar o Estado de Direito, a democracia e a vida. O tridente autoritário é recorrente e conta o auxílio de vários diabinhos soçobrados que, coléricos como o chefe, atormentam a vida dos brasileiros. Enxergam chifres por todos os lados, mas não olham o próprio rabo. Alguns já foram exorcizados, profanadores da institucionalidade, como Abraham Weintraub, valentão boquirroto que se homiziou no paraíso remuneratório do Banco Mundial.


No purgatório tupiniquim repastam outros anjos caídos que se nutrem de fofocas, maledicências e intrigas bestiais. Um deles é Ricardo Salles, o tinhoso do Meio Ambiente que arde em chamas, matou fauna, flora e nos empurrou para o isolamento mundial após o desmonte dos organismos de proteção ambiental. Estimulado por Belzebu, o príncipe dos diabos, o dissimulado passador de boiadas gosta de blasfemar, de futricar contra ministros e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. De uma garfada só apelidou o ministro Luiz Eduardo Ramos de "Maria fofoca", "banana de pijama" e o presidente da Câmara de "Nhonhô". Nem parece que o Brasil está pegando fogo.


A fogueira de vaidades, além das fagulhas grosseiras, revela um governo completamente perdido e sem projetos. A fervura atual antecipa a temperatura da fornalha no futuro próximo. O que se avizinha, da perspectiva política, econômica e social é muito grave. O déficit público está na estratosfera, a economia estagnada, o desemprego em percentuais superlativos punindo os mais jovens, o real desvalorizado e a inflação mostrando suas garras. No cenário mundial as línguas de fogo da Amazônia e do Pantanal agravaram nossa condição de pária, de nação irrelevante. As queimadas também foram foco da efervescente campanha eleitoral dos EUA, túmulo arcaico da democracia onde nem sempre prevalece a vontade da maioria.


O capitão fez da política externa um altar de servidão cega ao bezerro de ouro, Donald Trump e seu ideário insano de extrema direita, antidemocrático e anticientífico. Após a ruína política do líder do Grande Satã, como os iranianos se referem aos EUA, os devotos de Trump, o demônio vermelho, precisam acender velas para excomungar as blasfêmias contra a democracia. As eleições recentes na América do Sul baniram verdadeiras bestas do apocalipse da região. O resultado dos EUA, ainda sujeito a muitas chicanas e outras demências, sedimenta a tendência de ressurreição dos democratas e o fim dos pactos de anticristos populistas, golpistas, despreparados e irresponsáveis.


@@@ - A manchete e imagem não fazem parte do texto original.