quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

POR ENQUANTO, SÉRGIO MORO NÃO É CANDIDATO...

 


Carlos Newton

O esforço é impressionante e comovente. Desde que foi aberta a primeira investigação contra Lula da Silva, o então juiz Sérgio Moro passou a ser fustigado implacavelmente pela ala petista da imprensa, que tem forte influência nas redações de todo tipo, incluindo rádios, TVs, portais, sites e blogs. Por incrível que pareça, grande parcela dos jornalistas ainda acredita que o ex-presidente Lula é perseguido político, à semelhança do grande líder sul-africano Nelson Mandela.


Essa suposta perseguição vem sendo atribuída a Moro, que teria julgado o fundador do PT com parcialidade e ausência de provas, embora tenha  havia mais de 100 delações contra ele, que nos mandatos se tornou um homem rico, pois sua segunda esposa, Marisa Letícia, quando morreu deixou aplicações de R$ 12 milhões, nada mal para uma mulher que só trabalhou como empregada doméstica.


UMA VIDA LIMPA – A trajetória de Moro foi investigada desde a juventude, nada encontraram de desabonador.  Vasculharam a vida da mulher dele, Rosângela Wolff Moro, nada, nada. Mesmo assim, a campanha difamatória foi mantida e atingiu Moro quando aceitou ser ministro, decidido a lutar pela aprovação de regras mais rigorosas contra a criminalidade.


Em junho de 2019, enquanto o Planalto e o Congresso desvirtuavam totalmente as propostas de Moro, começou uma grande ofensiva na mídia, com o site internacional The Intercept publicando uma interminável série de gravações de procuradores da Lava e do ex-juiz Moro. Houve apoio entusiástico de órgãos de imprensa como Folha e Veja. Os ataques duraram semanas, mas não havia nada, mas nada mesmo, que indicasse conluio entre o Juízo e Ministério Público, restando provada apenas a inacreditável imaturidade de alguns procuradores.


CASO BANESTADO – Depois, ressuscitaram o caso Banestado, apontando irregularidades que o então juiz Moro jamais cometeu. Em seguida, Moro se demitiu do Ministério em abril de 2020, denunciando interferência do presidente da República para blindar a família e amigos na Polícia Federal, um fato concreto, porque foi admitido pelo próprio Bolsonaro em reunião ministerial, com gravação que o Planalto até tentou escamotear.


Ao invés de amainar a campanha, os defensores do PT e de Lula aumentaram a ofensiva, passando a patrulhar os pareceres que Moro dava em processos. Pela primeira vez, um advogado passou a ser denunciado por defender réus, como se não tivessem direito ao contraditório e o devido processo legal.


E vale tudo contra Moro, inclusive fabricar notícias sem real fundamento, sejam factoides ou fake news.


MENTIRAS E CALÚNIAS – Agora, é uma verdadeiro festival de notícias manipuladas. A mais frequente é de que a Alvarez & Marsal “defende” a Odebrecht. Em cima disso, afirmam que Moro vai “defender” a empreiteira. A notícia correta seria de que a consultoria A&M foi contratada pela Vara de Falências para supervisionar a execução do plano de recuperação judicial da Odebrecht e da OAS.


Moro já explicou que não vai advogar na A&M, terá outra função na empresa multinacional de consultoria, mas não adianta, as fake news não cessam.


Nada disso interessa. O importante é que, em entrevista a Ceciliana Costa, do Estado de Minas, a advogada Rosângela Moro não descartou a possibilidade de uma candidatura do marido à Presidência da República. “Não temos como viver confabulando, pensando no que vai acontecer no período de um ano, dois, dez anos. Por enquanto, está programado assim: trabalhar na iniciativa privada e pagar as contas no fim do mês”.

domingo, 6 de dezembro de 2020

INÍCIO DA NOITE: AMOR A PRIMEIRA MORDIDA

 


Por Altamir Pinheiro


Prepare seu kit com alho e crucifixo e dê de garra de um pé de coelho e não se separe de maneira alguma da  cruz da caravaca para não  ter nenhum susto ao se  confrontar com pessoas de maus olhados, dentes salientes e pontudos e que sente o cheiro de sangue a quilômetros de distância, como também perder o medo   da viagem que, juntos,  vamos fazer a TRANSILVÂNIA para conhecer a história de Vlad, o autêntico Conde Drácula. Para isso, vamos seguir os rastros do genuíno  VLAD III, com destino a  Romênia que é a verdadeira história do verdadeiro Conde Drácula, segundo nos afirma o historiador  Sam raimi. 


Não foi uma estaca de madeira ou a luz do sol  que matou o Conde Drácula(Cristopher Lee), mas problemas respiratórios e o coração em frangalhos em seus 93 anos. Entre tantos papéis que desempenhou em sua longa carreira Cristopher entrou para a história do cinema pela dezena de filmes em que ele interpretou Drácula durante 20 anos. Culto, Crisdtopher Lee falava fluentemente oito idiomas, incluindo línguas difíceis como alemã, russa e grega. Ele media 1,96m de altura. Muitos acham que ele foi quem melhor desempenhou o personagem Drácula nos filmes de vampiro. Cristipher Lee morreu em 2015 aos 93 anos de idade  e como diz o jornalista André Barcinski, até o fim da vida Cristopher Lee tocou o terror.


Películas de vampiro que se assistiam na penumbra no escurinho do cinema  sem sir Christopher Lee é como retirar Marlon Brando e Al Pacino da película “O Poderoso Chefão”. Ele brilhou — sim, brilhou, pois era bom ator, apesar daquele jeitão de canastrão. Lee tirou de Béla Lugosi seu estilo. Introduziu o olhar sexy. Lugosi tinha um olhar de psicopata. E depois de Lee o vampiro era algo realmente sobrenatural. No cinema mudo do realizador  Murnau, Lugosi era monstro e feio. Lee o oposto. Os que vieram depois não conseguem superá-lo.

 

Afinal de contas, quem foi BÉLA LUGOSI? Lugosi foi outro ícone do terror. Caracterizou-se   como o   principal representante do terror.  Aliás, o  gênero terror como também os filmes de dráculas ou vampiros são amplos no cinema mundial.  Com subgêneros que vão da sátira ao  malogro ou até mesmo fracasso e insucesso, o terror possui grandes estrelas que o representam, sendo a principal delas o ator húngaro Béla Lugosi que foi outro ícone do terror.  O ator húngaro, fugiu de Budapeste, na primeira guerra mundial e  acabou parando, clandestinamente, em Nova Orleans. O ator já havia feito aparições no cinema, antes de encarnar o personagem  Drácula, papel que o eternizaria e que o seguiu com resultado positivo de sua interpretação do grande vampiro, continuou protagonizando filmes de terror, como O Corvo (1935) e O Filho de Frankenstein (1939). 


Quanto a Christopher Lee, ele  foi um dos atores mais prolíficos da história do cinema. É reconhecido especialmente por seus papéis de vilões, dentre os quais  Frankenstein, A Múmia, Conde Dooku, Francisco Scaramanga e Drácula. Lee nasceu na Inglaterra em 1922. Na fantástica trajetória de sua carreira, Lee adquiriu um vasto repertório de conquistas e habilidades. Atuou em mais de 250 filmes. Ainda hoje Lee é considerado o “Eterno Drácula”, título que o consagrou. Essa consideração, no entanto, não o agrada. Numa entrevista dada antes da estreia mundial de A Sociedade do Anel (2001), ele respondeu ao repórter que tocou no assunto: “POR QUE SEMPRE TEMOS QUE VOLTAR AO DRÁCULA? NÃO TEM POR QUÊ!”. Realmente, não existem muitas razões para Lee ficar feliz por esse foco da mídia em um único personagem, levando em conta o seu imenso portfólio.


Por sua longa vida destacou-se muito bem nas artes. Dos profissionais de ópera que atuavam na Suécia, dizia-se que Lee era o cantor mais talentoso da época. Mas havia um problema: o salário era extremamente irrisório. Por insuficiência financeira, ele desanimou da perspectiva de cantar. Mesmo assim, ele continuou investindo em sua voz. Como músico, Lee atingiu um marco histórico surpreendente: ser o vocalista mais velho da história a compor um álbum de Metal, com 92 anos de idade. Muito elogiado pela crítica especializada. Christopher Lee foi um mestre da música clássica. No vídeo abaixo tem-se uma boa noção do alcance de seu timbre vocal.

https://www.youtube.com/watch?v=Qo53qPjkGPg&feature=emb_logo

 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

LIQUIDAUNERS VERSUS NEGACIONISTAS: O JOGO DO SÉCULO!!!

 



Paulo Polzonoff 


Bem amigos da Rede Globo. Estamos aqui do glorioso Estádio Jack Dorsey, o Tuitão, para mais uma partida emocionante neste ano de 2020. A partida, você sabe, era para ter sido disputada na Arena Pública, carinhosamente chamada pelo torcedor de Debatezão, mas uma rachadura nos pilares que sustentam o debate público fez com que o espetáculo fosse transferido para esse campo novinho em folha, mas já tão sujo.


Apita o Árbitro e o coronavírus rola pelo gramado. Hoje é o dia pelo qual todo mundo esperava. A grande final do campeonato Covid-19 entre Loquidauners e Negacionistas. O time da casa leva vantagem, porque conta com os artilheiros Dória e STF e, no meio-campo, com o grande armador Átila, o Huno da Ciência. Já os Negacionistas têm sua maior força na defesa, com o goleiro Bom Senso e a zaga liderada pelo experiente, ainda que velho e cansado, Zoínho da Liberdade.


— Galvão.


— Diga lá, Tino.


— E essa final tem outro componente interessante: as acusações recentes de que a China, principal patrocinadora dos Loquidauners, teria pagado bandidos para intimidar o goleiro Bom Senso, que foi encontrado desacordado num banco de praça. Vamos ver como os jogadores reagirão a esse escândalo extra-campo.


Tem razão, Tino. A partida promete com mais esse elemento. Vale lembrar que, lá no começo do campeonato, um dos principais jogadores dos Loquidauners, o Autoritarismo, foi surpreendido no exame antidoping – e nada aconteceu com ele. Só falta agora vira-lata entrar em campo para este jogo ficar completo.


E lá vem o time dos Loquidauners. Quarentena Gourmet passa por Curva Achatada, dá um drible em Taxa de Mortalidade e um chapéu (que beleza!) em Hidroxicloroquina, passa para Átila que lança Dória e... O bandeirinha dá impedimento. Estava mesmo impedido, Arnaldo?


— A regra é clara! O jogador não pode impor um lockdown antes das eleições. A festa da democracia não pode parar.


— Mas depois das eleições pode, Arnaldo?


— A regra é clara. Depois das eleições vale tudo!


Bom Senso dá uma bicuda no coronavírus, mas os Negacionistas não conseguem manter o controle da narrativa. E lá vem Loquidauner no ataque de novo. Quer comentar, Casagrande? Você está quietão hoje...


- É... Os Loquidauners são um time muito bom, né? E eles vieram com um esquema certinho pra sufocar o adversário. Eles treinaram muito o controle da narrativa. E isso é mérito do treinador Má-Fé e seu preparador físico Ignorância.


Realmente este campeonato mostra o grande trabalho de Ignorância neste clube novo, mas muito poderoso. E lá vem Átila de novo, sempre ele comandando as jogadas ali pelo meio do campo. Olha a elegância com que ele domina a narrativa e usa a Ciência para lançar o ataque contra a meta do Bom Senso.


— Galvão.


— Diga lá, Tino.


— Mudança importante no time dos Negacionistas. Sai a Hidroxicloroquina e entra Vacina com a camisa 10.


Isso deve mudar todo o esquema tático dos Negacionistas. Depois de meses no Departamento Médico, Vacina entra em campo para tentar mudar a história dessa final comprada pela China. Vai demorar um pouco ainda, porque a Vacina está sem ritmo de jogo, mas... Mas... Mas o que é isso?! O que está acontecendo?! Que coisa feia, seu juiz! Entrada ver-go-nho-sa de Átila, o Huno, em Vacina. Isso é lance para cartão vermelho, não é, Arnaldo?


- Uma entrada criminosa mesmo, Galvão. Tem que expulsar. Tem que expulsar. Resta saber se a China também não comprou esse Árbitro aí.


Cenas fortes mesmo. Vacina está estendida no chão. Parece desacordada. Será que aconteceu algo mais grave? Não, não. Aos poucos dá para ver que Vacina se levanta. Parece que está tudo bem e ela vai continuar no jogo, sob protestos da imensa torcida adversária que, da arquibancada virtual, grita “Fica em casa! Fica em casa!”


— Galvão.


— Diga lá, Casão.


— A Vacina é um jogador controverso. Tem muito torcedor negacionista que não gosta dela.


Verdade. Mas é uma minoria de arruaceiros da Torcida Organizada Terra Plana. Uns brutamontes que não reconhecem um jogador que começou a carreira no inesquecível e marcante Varíola Esporte Clube e que hoje está aí, jogando seu melhor futebol, mesmo depois dessa falta absurda de Átila.


É Vacina quem está com a bola. Ela faz tabelinha com Zoínho da Liberdade, que toca para o goleiro Bom Senso, que dá uma de líbero, avança, abandona mesmo o gol, se transforma em volante, passa por Átila com um elástico, segue em frente, passa por Autoritatismo, por Cientificismo, já virou atacante, olha Vacina de frente pro goleiro Iluminismo, vai marcar, vai marcar...!


Mas não é possível! O que foi que aconteceu, Tino?


— Não sei e ninguém sabe, ninguém viu, Galvão. Jack Dorsey mandou apagar os refletores do estádio.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

FIQUE RICO, SÉRGIO MORO!!!

 


Mário Sabino

No vídeo Assim não dá, Moro, Diogo Mainardi foi suficientemente irônico sobre o fato de políticos, advogados e jornalistas terem colocado mais uma vez em dúvida a honestidade de Sergio Moro, o imperdoável ex-juiz da Lava Jato, por ele ter aceitado o cargo de sócio-diretor numa empresa de consultoria que tem como um dos seus clientes a Odebrecht. Sergio Moro vai trabalhar na área de compliance e disse que não irá envolver-se em casos que impliquem conflito de interesses, como o da empresa mais atingida pela operação.


A perseguição política a Sergio Moro é evidente. A presunção de inocência não vale para ele, só para quem é pego chafurdando na lama da corrupção. Trata-se de tentar convencer o distinto público de que o ex-juiz, potencial candidato à presidência da República, age sempre em interesse próprio: de que prendeu Lula et caterva porque queria eleger Jair Bolsonaro, ser ministro da Justiça e, em seguida, ministro do Supremo Tribunal Federal; de que já antecipava trabalhar com compliance para ganhar dinheiro em cima de empresas pegas pela Lava Jato. Só mesmo a ironia para dar conta da teoria conspiratória malandra.


Esse pessoal não limites. Os detratores deste site e da Crusoé nos acusam de sermos uma espécie de braço armado da Lava Jato. É outra malandragem. Apoiamos a Lava Jato por termos a convicção de que é necessário limpar o  país das safadezas cometidas por gente poderosa, assim como acreditam os cidadãos minimamente honestos. Convidamos Sergio Moro para ser colunista da revista pela razão óbvia de que se trata de personalidade revestida de interesse público, e ele gentilmente aceitou o nosso convite por gostar do jornalismo investigativo da Crusoé. Razão idêntica foi a do convite ao ex-procurador Carlos Fernando Lima. Cada um tem os colunistas que pode ou quer. Mesmo assim, os suspeitos de sempre insinuaram que Sergio Moro como colunista da Crusoé era sinal de ligações perigosas conosco e insinuaram que o ex-ministro da Justiça estaria burlando a quarentena prevista pela legislação para quem trabalhou no alto escalão do governo. Vão para o diabo.


O meu ponto aqui vai além da perseguição político-malandra contra Sergio Moro. Como apontam vários leitores, a inveja que os suspeitos de sempre têm dele é igualmente gritante. O sujeito agora vai ganhar muito dinheiro, como é que pode? Já ganha como palestrante e vai ganhar como sócio de uma empresa de consultoria: inadmissível. Gente honesta tem de ser remediada, no máximo — inclusive porque fazer um bom dinheiro de maneira limpa mostra, por contraste, como corruptos são incompetentes para acumular riqueza de outra forma.


A livre manifestação da inveja desse pessoal se baseia na convicção católica de que ter lucro é pecado — o exato contrário da ética protestante que ajudou a engendrar o espírito capitalista, como dissecou o alemão Max Weber num livro que deveria ser leitura obrigatória. Exemplifico: o ex-presidente Barack Obama é admirado nos Estados Unidos por ter embolsado dezenas de milhões de dólares com palestras e livros; o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro é vilipendiado no Brasil porque conseguiu bons empregos. Vão para o diabo outra vez.


Não tenho procuração para defender Sergio Moro, de quem não sou amigo e a quem vi três vezes na vida, sempre na companhia de outros jornalistas. Não o acho imune a críticas. Ninguém é. Mas defendo o direito de ele ganhar muito dinheiro de forma transparente e fazendo o que sabe. Fique rico, Sergio Moro, e demonstre aos detratores e invejosos que a corrupção é um elogio que a esperteza faz à inépcia.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

QUE ÓTIMO, ELE VOLTOU!!!

 



Por Altamir Pinheiro

Na eleição de 2012 o triunfante Alexandre Marinho,  que como coordenador de campanhas eleitorais que fora, já vinha da sua terceira vitória (Bartolomeu, Silvino e Luiz Carlos. Naquela oportunidade, em 2012, ele coordenava com sucesso a campanha de Zé da Luz e caminhava para ser TETRA. Porém, no apagar das luzes, Silvino desistiu de sua candidatura e Izaías Régis se elegeu prefeito de Garanhuns. Mesmo angustiado por nunca ter simpatizado com o intragável grupo de Izaías, Alexandre Marinho reconheceu a derrota, mas não desanimou.  Como diz o poeta, levantou-se sacodiu a poeira e de cabeça erguida  ausentou-se por um período de sua terra natal. 


Exilado na capital pernambucana, quase uma década depois o baixinho deu a volta por cima  e, hoje, volta para seu aconchego para compartilhar sua capacidade de trabalho e seu conhecido otimismo como também seu eterno  bom humor com seus velhos amigos dos quais estava relativamente afastado por aceitar e respeitar a opinião do povo, mas sem engolir ou concordar jamais com essa tropa de choque xexelenta que governou à aldeia de Simôa por enfadonhos oito anos. Pois bem, de repente não mais que de repente, eis o dito cujo retornando ao seu habitat natural... Ainda bem que ele voltou,  que seja bem-vindo e receba os abraços calorosos e merecedores de todos os seus fraternos amigos!!!


Na prefeitura de Garanhuns, o moderno e atualizado  Alexandre Marinho sabe muito bem que, o  grande desafio do seu grupo  é, realmente, tornar-se mais eficiente e fazer com que seus agentes exerçam suas atribuições com mais compromisso para que a sociedade do município de Garanhuns  possa ter seus anseios atendidos e respeitados. E, evidentemente, o prefeito eleito que também é um modernista deve comandar muito bem a sua equipe de trabalho formado por seu secretariado. Até onde conheço, Alexandre Marinho é uma figura incorruptível e o desafio de todo o quadro do primeiro escalão  deverá  levar os servidores da prefeitura a uma mudança de comportamento exemplar, afastando-se das práticas nefastas  e passando a uma prestação do serviço público com maior eficiência e qualidade. Espera-se que o novo gestor implante o princípio da BOA ADMINISTRAÇÃO, onde seus subordinados procurem ser eficientes, capacitados e comprometidos com valores fundamentais como a legalidade, a imparcialidade e a moralidade. No popular: NÃO ROUBAR!!!


Todos nós que nascemos ou vivemos aqui na terrinha torcemos ardentemente para que essas novas competências que estão assumindo à prefeitura de Garanhuns, reflitam sobre a importância  e que se reinventem para prestarem serviços de grande relevância a toda comunidade.  A partir de janeiro de 2021 são vocês  que vão trabalhar na execução de estratégias e planejamentos governamentais para garantir melhor qualidade dos produtos e serviços prestados aos cidadãos. Portanto, Garanhuns em peso,  ambiciona  a você, Alexandre Marinho,  toda a sorte do mundo nesta nova(mais uma) jornada da sua vida. Todos nós desejamos que você não perca o foco daquilo que quer e que sonha para a nossa terra, que saiba conduzir seus comandados e que seja muito bem orientado pelo novo gestor que se elegeu no último dia 15 de novembro. Prezado Alexandre, que faça bom uso da lealdade e da confiança de todos os garanhuenses  amigos que os admira!!!

A SEGUNDA HECATOMBE DE GARANHUNS

   



 Por Altamir Pinheiro 

Há 103 anos Garanhuns foi vítima de um  acontecimento trágico deixando para trás um rastro de destruição nada mais nada menos do que a leitura sinistra do evangelho da truculência e da estupidez. Em 1917 a Hecatombe transformou-se num espetáculo de tristeza saída das penumbras da desilusão que descambou numa verdadeira carnificina, levando um lado das mulheres garanhuenses a se vestirem ou cobrirem-se com o véu da viuvez. Que rezemos juntos e  jamais haja uma segunda Hecatombe. Na verdade, a Hecatombe de Garanhuns transmutou-se numa aldeia movida a ódio e sangue. Ou seja, a Hecatombe de dezessete foi um açougue de sangue humano... Pois bem,  no último dia 15 de novembro as senhoras e moçoilas de Garanhuns vestiram-se com o véu da alegria colorido pelas cores amarela &  vermelha para comemorar NÃO a segunda Hecatombe, mas a deslumbrante e surpreendente vitória nas urnas do prefeito de todos os garanhuenses, eleito democraticamente,  Sivaldo Albino.  


Diz o dito popular  e é verdade de fato e talvez  de direito que, de grão em grão a galinha enche o papo... Como também, quem busca sempre alcança... Ou então, água mole em pedra dura tanto bate até que fura... A prova é tanta que Sivaldo Albino ganhou essa eleição porque teve voto, Silvino perdeu porque faltou!!! De uma coisa ninguém há de negar, o candidato vitorioso  do PSB nunca abriu dos seus ideais e muito menos  do seu empenho e determinação,  pois insistiu, persistiu e nunca desistiu de um dia ser prefeito de Garanhuns!!!  Na verdade, o perdedor ou o esmagado dessa HECATOMBE QUE NUNCA EXISTIU foi o atual mandatário que está deixando a prefeitura. O petulante e “sabichão” Izaías Régis nunca quis entender que de grão em grão a GALERA  enche o saco...  


Quedo-me a divagar (esta foi boa!!!) ou alegra-me bastante em saber que Alexandre Marinho e Ronaldo Cesar irão fazer parte do novo governo. Caso seja verdade tenho plena certeza que esses dois em muito vão contribuir com o novo gestor que  está tomando posse. Como dizia Ayrton Sena: “Eu não tenho ídolos. Tenho admiração por trabalho, dedicação e competência”. Portanto, esses dois têm de sobra!!! O proveitoso dessas duas figuras no novo governo é que eles não sabem ser incendiários. Eles são mais ágeis como bombeiros... Alguém já disse que aparentar ter competência é tão importante quanto a própria competência e essa dupla tem muito a contribuir para com a nossa cidade.  O novo prefeito de todos os garanhuenses já começou com o pé direito. Além de bem-vindo  todos os  garanhuenses do bem e os que moram na terra de Simôa  desejam que os ventos soprem em favor de nossa terra e   que os anjos das sete colinas os ilumine...  


Finalmente podemos dizer que, de uma coisa não se deve ter dúvida: o arco-íris pode até mudar de cor; as fontes de água mineral secarem; a brisa ou serração do Magano pode até desaparecer; o charme do friozinho gostoso em noite de inverno perder ou diminuir o nosso aconchego. Mesmo assim. nada nos fará deixar de amar a nossa querida cidade das flores. Até porque, parodiando o poeta paraibano Noaldo Dantas, eu me arvoro no direito de poetizar ou versejar quando afirmo categoricamente que: nunca tive dúvida que além de bom brasileiro DEUS É GARANHUENSE e vai ajudar bastante o nosso prefeito a fazer uma grande administração. Sou capaz de imaginar o dia da criação de Garanhuns, senão vejamos: “Ô  Santo benfeitor, disse Deus,  pegue o estoque de neblina mais pura e jogue dentro das manhãs encharcadas de frio e cubra seus campos com o verde dos gramados, parques e jardins; faça das flores um espelho do céu; quero os entardeceres multicoloridos nas sete colinas e aquelas fontes de água mineral que estávamos  guardando para uso particular, coloque-as nesse paraíso terrestre”. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

ENTRE ESPUMAS, ROBERTO MULLER, VIVE HOJE EM CADEIRA DE RODAS

 


Por Altamir Pinheiro

No ano de 2017, através do programa de Geraldo Freire da Rádio Jornal do Comércio da cidade de Recife-PE, o Pingo de Ouro ROBERTO MULLER, recebeu das mãos do cantor e compositor pernambucano Nando Cordel, uma cadeira de rodas onde auxilia sua locomoção até hoje. Lá,  num simples apartamento do bairro do IPSEP na capital pernambucana foi feita a doação da cadeira e  no momento da entrega a pura  emoção tomou conta tanto de Nando como da secretária/cuidadora, Dagmar Pereira,  hoje esposa  de Roberto Muller. "Muito honrado porque esse rapaz aqui já fez muita coisa boa para o povo. É uma honra para mim estar aqui perto desse grande homem", disse Nando Cordel.


Em pleno ano de 2020, aos 83 anos de idade, Roberto Müller que vive de uma aposentadoria de menos que dois salários mínimos e o dinheiro que deveria receber, anualmente, dos seus direitos autorais, a gata comeu, pois recebe uma mixaria depois  de  quase 70 discos gravados. Hoje,  encontra-se em Recife morando em um bairro popular, aos cuidados de sua querida e amada Dagmar, vítima de AVC, sofreu um infarto,  sofre do mal de   Alzheimer e necessita da solidariedade dos colegas cantores, dos amigos e fãs. A difícil situação vivida por Roberto Müller foi tornada pública por um vídeo gravado pelo cantor Tarcys Andrade que pede o apoio de todos, para garantir uma melhor qualidade de vida a este grande artista.


O crítico de música e profundo conhecedor de MPB, Jornalista José Teles, descreve muito bem como hoje se encontra Roberto Muller, que ganhou o epíteto de Pingo de Ouro, por medir 1,53 de altura, mesmo assim, ele namorou altas estrelas do rádio, entre elas Clara Nunes. O  apartamento é modesto, no térreo de um edifício caixão, no IPSEP, bairro da Zona Sul do Recife. Logo à entrada, uma estante recheada de troféus, discos de ouro, medalhas. As paredes da sala, do corredor e de dois quartos estão cobertas por fotos emolduradas. Não cabe tudo ali dentro. Na área externa, um puxado, com vaga para um carro, protegida por grades, abriga mais lembranças: partituras, recortes de jornais e revistas, toda vida artística do dono.


Ali, naquele pequeno museu, mora o piauiense José Ribamar da Silva, 83 anos, nome artístico: Roberto Muller, um dos cantores mais populares do País entre os anos 60 e 70. As fotos espalhadas pelas paredes do apartamento mostram o piauiense ao lado de uma Gretchen em plena forma, nos ano 70, com Chacrinha, em cujo programa recebeu discos de ouro, com Agnaldo Timóteo, e Jerry Adriani, de quem foi amigo. Naturalmente, não faltam fotos em solenidades com prefeitos, com o presidente José Sarney, a governadora Roseana Sarney, a lista é extensa.


Em 1963, após dois compactos, lançou seu primeiro álbum "NUNCA MAIS BRIGAREI CONTIGO", conquistando definitivamente um lugar de destaque no cenário artístico nacional. A partir de então, Muller tornou-se presença obrigatória nos programas de televisão. Finalmente, depois de se apresentar na "discoteca do chacrinha", na extinta TV Tupi, ganhou o título de "Pingo de Ouro do Brasil" do próprio Abelardo Barbosa. Roberto Muller tem o dom de cantar a dor de cotovelo, a música romântica dos apaixonados. Neste ano  ele completou 65 anos de carreira e 83 de idade e tem cerca de 70 discos gravados entre LPs e CDs. Entre os muitos prêmios ao longo da carreira estão inclusos seis discos de ouro.


Na sua discografia há um bolero, com letra trágica de tango, que o Brasil escuta há 52 anos. Um hit que estourou entre o ocaso da Jovem Guarda e a eclosão da Tropicália, em 1968: “Não foi o meu maior sucesso, mas foi a que mais me deu dinheiro”, diz Muller. EIS A LETRA: Uma noite sentou-se a minha mesa/ E entre tragos lhe dei todo o meu amor/ Transcorreram só duas semanas/ Como em sonho, minha vida se acabou/ Desde então os rios do meu pranto/ Confortaram a cruz da minha dor/ Ninguém sabe que meus males são tão grandes/ Que me partem, o coração/ Mas conforta e eu sei que está em minhas mãos/ Aliviar-me desta amargura/ Se um amor nasceu de uma cerveja/ Outra cerveja beberei para esquecer/ Um amor que surge numa mesa/ Entre espumas terá que terminar...


Roberto Müller é dono de sucessos inesquecíveis e imortais no cancioneiro popular, destacam-se:  Entre Espumas, Velha Moça, Luz Negra,  Mulher de Cabaré, Colecionador de Chifres, Com homem Não se Brinca, Farrapo de Calçada, Uma Cruz em Meu caminho, Vida de Cão sem Dono, Pagando sem estar devendo,  Tudo menos traição, Por favor Minta pra ela, são alguns de seus vários sucessos. Da mesa de bar ao radinho de pilha, pode apostar que as rimas fáceis e as sofridas histórias de amor fazem um tremendo sucesso entre a moçada que curte a música "brega". Cantores como Reginaldo Rossi, Waldick Soriano, Carlos André, Bartô Galeno, Odair José e Roberto Muller  são ícones que encantam gerações com melodias simples e repletas de criatividade. A bem da verdade, o Pingo de Ouro do Brasil que também é conhecido como o Lord do Brega,  sempre se apresentava em seus shows,  impecavelmente  bem vestido de terno e gravatas vistosas. A música ENTRE ESPUMAS é nostalgia pura por ser   uma composição  real, um testamento autêntico  que fala da nossa  vida no nosso cotidiano. É por essa e outras e os versos de Entre Espumas que o brega é chique...

https://www.youtube.com/watch?v=V_Sgy4RKiyM&feature=emb_logo

LINDOMAR CASTILHO, O CIUMENTO CAFONA QUE ULTRAPASSOU A MURALHA DA VIOLÊNCIA MACHISTA

 


Por Altamir Pinheiro


Há 40 anos, mais precisamente no topo da carreira, aclamado com Discos de Ouro, Platina e inclusive um Grammy, o machão cafona casou-se com a também cantora jovem  Eliane de Grammont,  exigindo que ela deixasse o glamour artístico e se dedicasse ao lar e a filha recém-nascida. Ciúmes, alcoolismo e uma convivência entre tapas e beijos foram responsáveis pelo fim do casamento, que durou aproximadamente dois anos. A propósito, quando o machão brasileiro vai entender que mulher não é propriedade do homem ou em que momento  nós vamos   abandonar esse sentimento de posse misturado com arrogância...


Pois bem, logo após a separação, Eliane retoma  sua trajetória musical, grava “AMÉLIA DE VOCÊ”, que por si só exprime sua vivência conjugal com Lindomar, e se apaixona pelo primo de seu ex-marido, que também era músico, com quem inicia um relacionamento. Na madrugada do dia 30 de março de 1981, Eliane de Grammont e seu novo namorado – Carlos Randall, estavam se apresentando no “Café Belle Époque”, no centro de São Paulo, quando seu ex-marido entra e dispara cinco tiros em suas costas e um tiro no abdômen do namorado. O primo sobreviveu, mas sua ex-mulher faleceu no local. O crime chocou o país.


Aos 26 anos e com poucos  meses de separada, quando cantava em um bar, a jovem Eliane levou cinco tiros pelas costas e morreu no palco. O embriagado homicida que premeditou o delito covarde e bárbaro, antes de ir ao local do crime, havia comprado além de  um revólver três oitão, balas do tipo “dundun” que ao perfurar a vítima explodem dentro do corpo causando lesões mortais. A filhinha de então,  LILIANE,  foi criada pelas duas tias (irmãs de Eliane), enquanto o pai cumpria pena em regime fechado. Na cadeia o cantor ainda lançou o disco “Muralhas da Solidão”, ganhando a liberdade em 1996, tendo ficado 7 anos preso, e o restante no semiaberto. Após o cumprimento da pena, Liliane procurou o pai, perdoando-o pela tragédia cometida contra sua própria mãe em 1981, num ato pouco aceitável pela maioria das pessoas. 


Diga-se de passagem  parece mais uma história inventada, aquela que chamaríamos de “estória” com “E” maiúsculo, sinopse pronta para qualquer filme de sucesso, mas foi à pura realidade de Lindomar Castilho, um dos maiores seresteiros do país, tendo sido intitulado como o “Rei do Bolero”, que matou sua ex-mulher, que foi condenado, cumpriu sua pena, e que pelo resto de seus dias terá este capítulo como tema principal em sua história de vida, mancha que encobrirá qualquer música de sucesso que fez parte do passado. O cantor, hoje auto refugiado no seu próprio lar, quando questionado a respeito do crime declara: “Eu carrego comigo um sentimento de culpa enorme. Não é apenas arrependimento. Cometi o crime, independente do meu querer ou não querer. Não sei como explicar aquilo. Hoje, sempre que posso, peço perdão a minha filha e a família Grammont”.


Tragédia incompreensível à parte, em 1965,  o estudante de direito Lindomar Cabral lança seu primeiro disco pelo selo Continental, mas foi na década de 1970, na gravadora RCA, com o nome artístico de LINDOMAR CASTILHO que alcança a marca de 500 mil cópias com Eu Vou Rifar Meu Coração (1973). Permaneceu no topo das paradas musicais com “Você É Doida Demais”, parceria com Ronaldo Adriano, “Feiticeira” (1975) e “Nós Somos Dois Sem Vergonha” (1976) e mais uma vez a bela parceria com Ronaldo Adriano, tornam-se as mais tocadas na época do lançamento. Em sua obra, o músico de voz grave fala sobre boemia, ciúme, tragédia e decadência que, coincidentemente, a arte imitou  a vida ou vice versa.


O excelente biógrafo Paulo César Araújo nos relata que,  as canções de Lindomar têm como principal tema a desilusão amorosa, com letras sentimentais e referências à traição, ao desamparo e ao abandono, o que é verdade!!! O exemplo maior  é a canção VOU RIFAR MEU CORAÇÃO... Lindomar Castilho é classificado como tenor de grande extensão vocal, afinada e de notável alcance, que consegue ser ouvido através de  distância  expressiva, com músicas de sucesso e carreira consolidada no Brasil e no exterior. Torna-se conhecido como “Rei do Bolero” e “Namorado de las Américas”. É um dos maiores intérpretes de boleros da música brasileira, ao lado de Altemar Dutra (1940-1983), Agnaldo Timóteo (1936), Nelson Ned (1947-2014) e Waldick Soriano (1933-2008). Esses cantores potencializam a interpretação das canções e são associados à música romântica popular.

https://www.youtube.com/watch?v=-6KWDeKHwgE&app=desktop

https://www.youtube.com/watch?v=CrgG1YgqSnQ&t=2s

ADELINO NASCIMENTO, O CANTOR APAIXONADO DO POVÃO

 



Por Altamir Pinheiro

José Alves Filho que tinha o nome artístico de Adelino Nascimento, nasceu em Maracaçumé, na região de Gurupi, no Maranhão. Foi autor de muitas músicas cantadas por outros intérpretes, como "ADEUS INGRATA", que fez grande sucesso na voz do também maranhense  Cláudio Fontana (que está hoje,  com idade de 75 anos). Com mais de 30 discos gravados, Adelino Nascimento estava entre os mais populares da música romântica regional, conhecida popularmente como brega. Junto com  Waldick Soriano,  Maurício Reis, Reginaldo Rossi, José Ribeiro, Roberto Muller, Genival Santos  e Lindomar Castilho, Adelino era considerado um dos melhores cantores do país em seu gênero. O desmantelado Adelino  faleceu em abril de 2008, em Aracaju,  por complicações pulmonares com apenas 51 anos de idade, pois bebia uma cachaça da gota serena e fumava maconha até umas “zora”...


Adelino Nascimento Gravou 30 discos de estilo brega nos anos 1980 e 1990 e anos 2000, tendo atingido um alto patamar de popularidade no interiorzão do  norte e nordeste. Lançou compacto simples, pelo selo RCA, em 1988. Em 1989, gravou os discos de maior destaque na carreira, "O cantor apaixonado do povão - vol. 1" e "O cantor apaixonado do povão - vol. 2", que contaram com sucessos como "Coração Arrependido"; "Não Precisa Chorar"; "Flagra do Ricardão" e "De Joelhos na Terra". Na reta final de sua carreira, entre 2000 e 2006,  só subia aos palcos às “queda” de bêbado e sua voz aguda e brilhante já não era a mesma. Eis uma balada de Adelino de arrebentar à boca do balão: Não toque essa música, que eu não posso ouvir/ Porque ela recorda triste um amor que perdi/ Dizem que o homem não chora quando sente saudade/ Mas na verdade esta música fere o meu coração...

 

Ele  teve discos relançados por gravadoras como Unimar Music, que lançou em 2009 o CD "Adelino Nascimento - Não se Vá", com as músicas: "Não se Vá"; "Eu Hoje Chorei"; "Eu Te Amo Feiticeira"; "Mulher Fingida"; "Te Amo,Te Amo"; "Quando Estou com Você"; "Vou Tentar Te Esquecer"; "Nosso Amor Morreu",(grande sucesso popular); "O que Será de Mim"; "Adão e Eva"; "Juras"; Coitado de Mim"; "De Pouco a Pouco" e "Mulher Falsa"; e, ainda a  Sony Music, que lançou o CD "Adelino Nascimento - 20 Supersucessos", com as músicas "Menina Faceira"; "Na Pracinha Da Igreja"; "Voa Canarinho"; "Caminhoneiro Apaixonado"; "Ruas Do Mundo"; "Brega Do Amor"; "Viola Velha Companheira"; "De Joelhos Na Terra"; "Vou Voltar Pra  São Luiz"; "Momento Infeliz"; "Coração Arrependido"; "Mulher Sem Dono"; "Decidi Ficar Sozinho"; "Bailarina"; "Garota Proibida"; "Nuvem De Chuva"; "Pelo Menos Uma Palavra"; "Secretária Da Beira Do Cais"; "A Surpresa Da Carta" e "A Cruz Que Carrego".


Eis o verdadeiro hino de Adelino Nascimento que é um melô  da dor de cotovelo,  na voz de Cláudio Fontana:  Hoje à noite partirei/ Pretendo nunca mais lhe ver/ Desde o dia em que lhe encontrei/ Minha vida é um eterno sofrer/ Adeus ingrata, adeus ingrata, Adeus ingrata/ Não é preciso nem me escrever/ Amanhã estarei longe daqui/ Outras garotas irei conhecer/ Um novo sol há de brilhar pra mim/ Não quero nem lembrar de você/ Adeus ingrata, adeus ingrata, adeus ingrata/ Não é preciso nem me escrever...

https://www.youtube.com/watch?v=WPFwQTWD6T4

tps://www.youtube.com/watch?v=gTTJMJ6hQO8

GENIVAL SANTOS, O MAIOR DISTINTIVO DA DITA MÚSICA BREGA

 



Por Altamir Pinheiro


O cantor Genival Santos, paraibano da cidade de Campina Grande, com seus mais de 40  anos de carreira, iniciada no programa Flávio Cavalcanti passou a ser conhecido pelo Brasil inteiro por suas músicas: “Meu Coração pede Paz”, ”Se errar outra vez”, “Sendo Assim” e “Eu não sou brinquedo”. Despontando nas paradas de sucesso com “ EU TE PEGUEI NO FLAGRA. Na época o cantor barrou grandes nomes da música vendendo mais de 80 mil cópias logo em sua estreia. são quase 30 discos gravados e mais de 5 milhões de cópias vendidas  em todo o país. Genival ficou conhecido com hits do brega como  Se Errar Outra Vez e Eu Lhe Peguei no Flagra. Ele morreu em Fortaleza, onde morava há mais de 30 anos, quando estava com 71 anos de idade, em novembro de 2014.


Há quem diga, principalmente os bons amantes das letras bem apuradas, que os bregas não são realmente boas melodias. A música é pobre, a letra é machista e ofensiva, e a música seguindo dentro dos velhos chavões  da década de 70/80. Hoje em dia o herdeiro do brega, – o sertanejo universitário – desprezou todas as opções estilísticas do brega e se posiciona somente como um clone do country pop americano. Cada um com seus gostos e preferências. Agora, não se há de negar que, onde tivesse um botequim, lá estava rodando um disco de Genival Santos. Um digno, um dos maiores, se não o maior, emblema da dita música brega. Atire a primeira pedra quem nunca tomou muitas lapadas de Conhaque Dreher com limão tendo como tira-gosto uma latinha de sardinha coqueiro ao molho de tomate...


E viva o brega de Genival Santos a Reginaldo Rossi, até Odair José que hoje é chique e tá na moda... Quem quiser que jogo tudo isso no liquidificador e  aprecie  o seu sabor de paixonite aguda e viaje na maionese pelas serestas das esquinas da vida saboreando essas letras: Encostei o meu carro na praça, pra  lhe dizer, que eu vou tirar você deste lugar... Hoje quem me vê assim/ Maltrapilho, embriagado/ Nem sequer pode supor/ Que fui gente no passado... Vivo agora pelas ruas/ Durmo em banco de jardim/ Só encontro levitivo no balcão de botequim... Eu lhe peguei no fraga/ E não quero explicação... Se errar uma vez/ Dou castigo/  Para não se acostumar/ Se errar outra vez/ Mando embora/ Pra saber me respeitar... Pois bem!!! Genival Santos se foi, porém sua música permanecerá para o povo simples, para os boêmios, para os solitários, para quem é eternamente gamado e  precisa de sua música, enfim, tem todo direito de se lambuzar com um long Play de Genival Santos.

https://www.youtube.com/watch?v=rX47YvqtvYk

 


A BELEZA DA ROSA QUE ERA A FIGURA DO CACHORRÃO ZÉ RIBEIRO

 


Por Altamir Pinheiro


O radialista Geraldo Freire da Rádio Jornal do Comércio da cidade de Recife-PE, amigo íntimo do veterano cantor José Ribeiro costumava chamá-lo ou trata-lo por  CACHORRÃO.  José Ribeiro é natural de Barbacena, Minas Gerais.  Antes de ficar famoso pelo seu romantismo,  Ribeiro tentou a carreira como cantor de baião. O sotaque mineiro e a voz explicitamente nasalada foram os vilões da história do cantor. Ele queria de todo jeito ser um cantor de baião, mas entrar no ritmo não foi fácil. O rol agregava apenas representantes nordestinos. O sucesso como cantor romântico foi a vingança do artista que, em 1972,  estourou de norte a sul do país fazendo parte do elenco da gravadora mais importante do Brasil, a CBS. A música A BELEZA DA ROSA é até hoje uma das mais tocadas no nordeste do Brasil.


O romantismo impregnado nas músicas dele, vem da inspiração no ídolo Anísio Silva. O LP Meu Coração Não Te Esquece (CBS-1973), tem como diretor artístico Renato Barros(falecido em julho de 2020), o líder do grupo Renato e Seus Blue Caps. Das 12 faixas do disco, seis fizeram sucesso nas rádios do Brasil, entre elas Na Porta da Cozinha, Meu Coração Que Não Te Esquece,  Um Amor Vai, Outro Vem  e A Maior Saudade Minha. Por um bom tempo José Ribeiro morou em Pernambuco na capital Recife no bairro da Boa Vista, no centro da cidade e costumava fazer shows nos arredores da capital pernambucana. 


O profundo estudioso e analista da MPB, o recifense José Teles,  nos relata que Zé Ribeiro foi um dos mais bem sucedidos cantores de um estilo, derivado da jovem guarda, rotulado de brega. Foi também um dos mais originais. Suas canções são permeadas de bom humor, mesmo quando retratam situações constrangedoras. Sua interpretação também era contida, nunca resvalava para a choradeira sentimentalóide de boa parte de praticantes do gênero. José Ribeiro foi colega de gravadora de Roberto Carlos na antiga CBS (a atual Sony Music), tiveram o mesmo produtor, Mauro Motta, e diretor artístico, Evandro Ribeiro, este segundo, eminência parda na CBS durante três décadas: “Encontrava muito Roberto Carlos na gravadora, mas não somos amigos!. Disse Ribeiro.  


Depois de dez anos no Recife, José Ribeiro se mudou para João Pessoa e depois pata Fortaleza. Voltando ao começo de sua carreira que teve Renato Barros como seu produtor, Zé Ribeiro    estourou com Beleza da rosa, ele dividiu as paradas com o Rei Roberto. Se não vendeu mais do que ele, chegou perto: “O primeiro LP pela CBS vendeu 800 mil cópias. O segundo, já saiu da fábrica com cem mil cópias vendidas. Não apareci mais na época, porque a CBS tinha Roberto como prioridade. Ninguém podia aparecer na frente dele. Eu corria noutra faixa. Eles queriam alguém para o público de Roberto Müller e Carlos Alberto (dois remanescentes da época do bolerão de fim dos 50, começo dos 60).


Ele canta a música BELEZA DA ROSA  desde 1972, e garante que não se importa de repeti-la, as vezes, três vezes num mesmo show. Assim como canta com prazer outros clássicos do seu repertório, Na porta da cozinha ou Canção dos namorados (ambas assinadas por ele e Joel Teixeira), a primeira a maioria dos fãs consideram que seja autobiográfica. A letra é impagável:  Entrei pela porta da sala/ Ela chegou pela cozinha/ Perguntei onde ela estava/ Respondeu na casa da vizinha... Ribeiro garante que não é experiência pessoal: “Na época eu ainda trabalhava em banco. Ouvi uma história parecida num programa policial A Patrulha da Cidade, e contei ao meu parceiro. Então fizemos a letra. Por fim, o  mineiro José  Ribeiro  faleceu em 2018 aos 84 anos, na região metropolitana de Fortaleza.

https://www.youtube.com/watch?v=TwvAOxxhL2s

BALTHAZAR, VERDADE PURA, NUA E CRUA

 


Por Altamir Pinheiro


Muito conhecido pelo seu  estilo romântico e prestes a completar 70 anos, o sergipano   Balthazar, lançou seu primeiro LP, em 1975, intitulado "Cartas de amor", música de sua autoria, um dos sucessos do disco. O outro sucesso foi o samba-canção "Vontade de voltar", de Raul Sampaio. Também foram incluídas no disco as músicas "Passagem só de ida", com Pedro Paulo e César Roberto, "Sarah", Chico Xavier e Nem e "Se ainda existe amor", do maluco beleza Raul Seixas que estrondou em todo o país. Em Sua carreira, Balthazar começou cantando rock com Raul Seixas, mas não deslanchou. Aí,  preferiu a estrada fácil da música popular brasileira conhecida como brega, cafona ou romântica e se deu bem. Compôs e cantou verdadeiros hinos na década de 70. 


Eis estrofes de alguns sucessos: Hoje eu tenho certeza foi tudo mentira/  Até o lugar que nasceu você quis esconder pra mim/  Sua carinha de santa por pouco não enganou/  Alguém que viveu de mentiras e tanto lhe amou/  Vai, vai, você pra mim já é passado. E CONTINUA: Compre uma passagem só de ida/  Não quero adeus, nem despedida/ Só quero ver você partir... OUTRA: Sarah, onde é que você se esconde? / Sarah, minhas cartas por que não responde? / Sarah, não me deixe ficar tão triste/ Sem saber se você ainda existe... E VAI MAIS ALÉM: Eu não sei se você morreu na guerra/ Eu não sei se você sobreviveu/ Será que você vive em Israel? / Ou será que você está no céu? E LÁ VEM RAULZITO:  Você de uns dias pra cá/ Vem mudando demais/ O seu modo de ser/ Tem muita tristeza no olhar/ Mas evita me olhar, para eu não perceber/ Eu vim conversar com você procurando saber/ O que foi que eu lhe fiz/ Eu peço não deixe acabar esse amor/ Que você dedicou sempre a mim/ Sei que o amor é igual/ Como o tempo que voa/ Se não lhe tenho bastante/ Meu bem me perdoa, me perdoa...


O nordestino Balthazar Góes Neto  é parente, não muito distante, de Lampião, o rei do cangaço. Já no Rio de Janeiro, além de ser grande amigo, dividiu apartamento com o ídolo negro Evaldo Braga. Compartilhava do sucesso e dos percalços pessoais, enfrentados pelo cantor. Balthazar acredita que sua entrada na Phonogram foi exatamente pela voz e pela amizade que tinha com  o ídolo negro que morreu em 1973 de um acidente de carro no auge da carreira. Ele  foi casado com a cantora Diana (ex-mulher de Odair José) durante oito anos. Como pai, Balthazar só perde para Abraão, pois segundo seus cálculos, são mais de 26 filhos. Apesar dos três filhos oficiais, por muito tempo Balthazar ficou expert em conhecer filhos, bastava encerrar a apresentação, para vir moças com filhos nos braços apresentando-os como filhos. Balthazar lamenta não saber nada sobre um filho que teve com uma japonesa. Ela voltou para sua terra com o filho no ventre. Balthazar imagina que seu filho possa até ser um samurai...

https://www.youtube.com/watch?v=yJyiBLIs7Rw

https://www.youtube.com/watch?v=jDHeQkOAY04

https://www.youtube.com/watch?v=Ytrow5c9T60

BARTÔ GALENO, O BAIXINHO QUE SATISFAZ, JÁ É UM SETENTÃO...

 


Por Altamir Pinheiro

Quem conhece esse clássico que tocava  muito em parque de diversão  e foi parada de sucesso  nas rádios do interior,  no final da década de 70, do paraibano Bartolomeu Silva, que é uma verdadeira lenda viva do nosso cancioneiro  brega romântico?!?!?! EI-LO: No toca-fitas do meu carro / Uma canção me faz lembrar você / Acendo mais um cigarro / E procuro lhe esquecer / Do meu lado está vazio / Você tanta falta me faz / Pois cada dia que passa / Eu te amo muito mais. / Encontrei no porta-luvas um lencinho que você esqueceu / E num cantinho bem bordado o seu nome junto ao meu... Esse autêntico hino gandaieiro composto por Bartô Galeno e Carlos André, sem dúvida alguma estará na cápsula do tempo, pois quase me mata de beber cachaça nos cabarés de Maria do Bago Mole e Maria Gorda na Rua da Madeira.


De Palmares à Arapiraca, de Garanhuns à Caicó ou de Maceió  à cidade de Mossoró, passando por Palmeira dos índios e Carpina,  as casas  embelezadas por LUZ NEGRA e entupidas  com mulheres de corpo ou tipo  violão,  abasteciam seus   frequentadores com verdadeiras pérolas de Bartô Galeno, como Malena, Esta Cidade é Uma Selva sem Você, Olhos Que Eu Não Posso Ver, Pelo Menos Uma Palavra, Nosso Amor Já Morreu e Nesta Casa Onde Morou Felicidade fizeram  o prazer  de muitas pessoas, algumas delas, foram pra cama com uma mulher pela primeira vez... Seu principal parceiro nas composições era Carlos André. Da parceria veio músicas como "Amor Vagabundo" e "Cadeira Vazia", "Coração mentiroso", "Chorei por amor", "De que vale a minha vida agora", "Longe de você" e a emblemática  "No toca-fitas do meu carro". 


Desde  1975,  o cantor e compositor Bartô Galeno  lançava um LP a cada ano, todos eles com músicas que o público nunca esqueceu. Ele tem uma rica discografia e uma baita  história no mercado musical brasileiro, pois na época vendia discos tanto quanto Roberto Carlos.  Por isso, faz parte das lembranças, memórias e vida de muitas pessoas.  Quantos anônimos por aí afora,  não têm uma história desta para contar: “Meu pai amava muito suas músicas, infelizmente ele já faleceu, mas fez questão de colocar o nome da minha irmã de Malena, ele gostava bastante”.  Para quem não sabe, Malena é o nome de uma música que o cantor fez em homenagem para uma namorada. 


Conforme nos conta o locutor, e apresentador de programas musicais, Ronaldo Sá, quando afirma que,  apesar da futura estrela do estilo brega ter nascido em Sousa(PB), aos 10 anos foi residir em Mossoró(RN) e na adolescência, Bastinho Silva, como era conhecido  ganhou um concurso na Rádio Rural da cidade "A Mais Bela Voz”.  Em seguida, resolveu migrar para Recife e logo após para  São Paulo. Teve a participação importante na sua carreira, que foi a do mossoroense Oséas Lopes, hoje CARLOS ANDRÉ, que também saíra daqui a fim de  tentar a sorte no Sudeste do país.  "Bastinho Silva não soa bem como nome artístico", opinou o parceiro. Já que seu nome próprio é Bartolomeu, resolveu adotar Bartô Galeno. Até então o seu forte era compor.


Mas São Paulo não era o ideal, porque na época estava no auge do movimento da Jovem Guarda, promovido basicamente pela gravadora CBS, e todas as atenções estavam voltadas para o Rio de Janeiro. Bartô Galeno mudou-se para lá. Parcerias de peso e seu talento fizeram com que 40 músicas fossem gravadas com suas assinaturas. Os nomes de  Carlos André, Fernando Léllis, Fernando Mendes, Odair José e tantos outros atingiram o ápice do sucesso. 


Agora, foi com Genival Santos (com a música machista  de grande sucesso que diz "Se errar uma vez, dou castigo para não se acostumar; se errar outra vez, mando embora para aprender a me respeitar"),   que alavancou sua carreira de maneira extraordinária. Aí passou, também, a cantar, que ninguém é de ferro.  Em 1975, grava o seu primeiro Long Play(LP), tendo como carro-chefe a música "Só Lembranças", até hoje cantada e servindo de piada quando alguém passa um cheque sem fundos ou desaparece alguma coisa sem chances de recuperação: "Só lembranças... Só lembranças...” . O cantor brega  Bartô Galeno é um pequeno no tamanho, mas um gigante na humildade e um vencedor em quase 50 anos de carreira.

https://www.youtube.com/watch?v=evkTZ61P1Ng

 


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O QUEBRA-MESA, CARLOS ANDRÉ, JÁ É QUASE UM NOVENTÃO

 


Por Altamir Pinheiro

O hino do homem que sofre à mesa de um bar é  uma das âncoras que manteve  o cantor no mercado por quase meio século:  Eu hoje quebro esta mesa / se meu amor não chegar / Também não pago a despesa / Não saio desse lugar. / Tem tanta mulher me olhando / Querendo me conquistar / Acabo me desesperando / Se meu amor não chegar. / Pra que dois copos na mesa? / Com uma cadeira vazia / E eu aqui na incerteza / Vendo amanhecer o dia /Não posso mais eu confesso / Confesso  que vou chorar / Eu hoje quebro esta mesa / Se meu amor não chegar.  O artista nascido em Mossoró, no Rio Grande do Norte,  ainda hoje informa que, “Se o “QUEBRA-MESA” fosse sucesso hoje, eu estaria rico”, comenta ele, que, religiosamente, durante seus shows, geralmente, desce até a plateia para cantar seu maior hit ao lado dos fãs.


A jornalista e socióloga pernambucana Fabiana Moraes afirma  que na pirâmide sociocultural do cantor e compositor Oséias Carlos André Meida Lopes, era conhecido como  “artista de cabaré”, “cantor de brega”, fazia “música de empregada”, como também  de caminhoneiros, pedreiros, manicures, serventes, estivadores e putas. Nesse sentido, era quase um impropério, entre intelectuais e demais esclarecidos do Brasil de 1975, ouvir e cantar versos como “não posso mais, eu confesso/ confesso que vou chorar/ eu hoje quebro essa mesa/ se meu amor não chegar”. Escondida na última faixa do lado B do compacto duplo O APAIXONADO, a música “Se Meu Amor Não Chegar” (de Lindolfo Barbosa e Wilson Nascimento) provocou um sismo nas rádios do País quando foi lançada.


Apesar de tudo, a música de Carlos André fazia parte do cimento do preconceito em relação a tal produção. Esse olhar negativo era duplo na época da ditadura militar: enquanto direitistas julgavam as músicas como cafonas, esquerdistas viam ali o subjugo do intelecto a favor da alienação. “A esquerda era muito elitizada”, conta Carlos André. Mesmo assim, O enorme interesse pela música agradou imensamente à gravadora Beverly: um milhão de cópias foram vendidas, instigando a empresa a realizar mais cinco discos com o mesmo título O APAIXONADO (que distinguiam-se pelo número do volume: 2, 3, 4, 5, 6).


O  APAIXONADO veio em 1974/75 e logo todos cantavam as dores do homem que se perguntava “pra que dois copos na mesa/ e uma cadeira vazia?”. Ironicamente, a canção que tornaria Carlos André nacionalmente famoso quase não era gravada – foi considerada por alguns como “popular demais” para ser interpretada pelo cantor. Seu conteúdo atormentado, pouco contido, dramático, soava meio… brega. Diziam: Essa música é muito sem-vergonha para o senhor cantar. Mas se ser brega é agradar o povão, então eu sou. Carlos André Lançou mais 32 discos, boa parte deles gravados enquanto Carlos também trabalhava como diretor artístico da Copacabana, que o contratou em 1979. Produziu trabalhos de artistas como Luiz Gonzaga, Zé Ribeiro, Genival Santos, Bartô Galeno e tantos outros. 


Na seara das biografias sobre os cantores e autores que deram vida à música brega, há de um tudo, como nos confirma o poeta, escritor e historiador de Campina Grande(PB), Bruno Gaudêncio:  traições, desilusões e amores não correspondidos. O universo da chamada “música brega” é rico nesses temas, temas bastante universais que abrangem do erudito inglês Shakespeare aos desabafos embriagados do “ZÉ DO BOTEQUIM”, passando, claro, por textos deliciosamente trágicos de  Nelson Rodrigues e canções imortalizadas por Evaldo Braga, Waldick Soriano e Reginaldo Rossi, entre tantos outros. Tudo isso faz parte do cancioneiro que embalou histórias de relacionamento a dois, alegres ou tristes, nos anos 1970/1980 e que hoje, é visto com muito humor e deboche. Basta ouvir  Eu vou tirar você desse lugar, de Odair José, a Entre espumas, de Roberto Muller e o homem que sofre na mesa de um bar, SE MEU AMOR NÃO CHEGAR tão bem interpretada por Carlos André na década de 70. 

https://www.youtube.com/watch?v=hJ2_oaJS4rI

 

 


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

A COROA VERÔNICA CONTINUA ENXUTA E SEMPRE FOI O AMOR DA VIDA DE MAURÍCIO REIS



Por Altamir Pinheiro

Conforme  rezam as religiões cristãs, principalmente à católica,  Verônica foi uma mulher caridosa que, comovida com o sofrimento de Cristo ao carregar aquela pesada  cruz, deu-lhe seu pano de cabeça em forma de véu para que o filho de Deus  aqui na terra  pudesse limpar seu rosto. Cristo aceitou o oferecimento e, após utilizá-lo, devolveu-o à bondosa senhora Verônica. E então, a imagem de seu rosto estava milagrosamente impressa naquele pano de linho branco. Pois bem!!! No campo musical, no final da década de 1960 o nome feminino ou uma mulher  chamada VERÔNICA  foi uma bela fonte de inspiração romântica  para ser feita uma   bem sucedida composição por C. Blanco que ocasionou um baita   sucesso na língua castelhana e em termos de Brasil, o pernambucano Fernando Adour fez uma milimétrica e caprichosa versão e entregou de mão beijada  ao vozeirão lindo com  voz de tenor,  o paraibano(radicado em Pernambuco), Maurício Reis.


A propósito, o pernambucano Fernando Adour é  produtor musical e excelente versionista(considerado o  Rossini Pinto do Nordeste). Sua primeira direção musical foi com a música “Pare de tomar a pílula” de Odair José, um sucesso impressionante no ano de 1973. Em 1978 fez  cerca de 20  versões para Julio Iglesias, na época, artista desconhecido no Brasil. No começo da carreira a cantora colombiana  Shakira  foi  produzida, também,  por Fernando Adour. Compositor de estilo romântico, fez muitas versões de músicas em inglês, italiano e espanhol, em especial no período final da Jovem Guarda. Quanto aos brasileiros há um rosário de VERSÕES escritas(ou traduzidas) por este produtor artístico, arranjador vocal, vocalista e compositor.


Há exatamente 48 anos chegava ao Brasil a versão da música VERÔNICA (letra de C. Blanco de 1968), gravada pelo eterno e inesquecível  poeta do cravo branco, Maurício Reis. De brega  é só o nome: pois ela tem poesia, música, sentimento e muito bom português!!! No ano de 1973 em diante, Maurício Reis fez parte da  infância, adolescência  e juventude de todos nós com esta romântica melodia que dilacerou corações dos eternos namorados durante quase cinco  décadas: Verônica, me sinto tão só / Quando não estais junto a mim / Verônica, eu quero dizer / Que te amo tanto / Que não posso mais / Que te quero tanto, amor...


Tive o prazer de ver essa fera cantando ao vivo em comícios de políticos nos palanques da vida. O saudoso cantor Maurício Reis cantava o amor verdadeiro, caipira, interiorano e sincero com àquela cafonice inesquecível do seu modo de trajar(cinto afivelado e sapato Cavalo de Aço, além do seu cabelo Black Power). Uma passagem agradabilíssima que como fita de cinema faroeste, nos mostrava felizes em tempo integral em nossa adolescência. Quem não curtiu em festas de rua de final de ano, ao lado de uma paquera, no alto de uma Roda Gigante, suas  músicas intituladas   Lenço Manchado, Dançarina, Mercedão Vermelho, Locutor, Amor fingido, Ilustríssima Madame, verônica (Um clássico dos anos 70). A música VERÔNICA foi o top de linha: top dos top. 


Com uma carreira de 30 anos, Maurício Reis Lançou 27 álbuns ente LPs e CDs. Nascido em Santa Rita, na Paraíba, tinha escolhido o Agreste pernambucano para morar e a cidade sorteada foi Gravatá, onde manteve residência fixa até sua morte por afogamento. Exatamente no dia 22/07/2000, há 20 anos,  chegava ao fim a vida de um artista de sucesso. João Maurício da Costa ou simplesmente Maurício Reis, O artista faleceu naquele trágico 22 de julho de 2000, aos 58 anos de idade, num fatal acidente automobilístico ocorrido no município pernambucano de Bonito. Maurício Reis havia saído de Gravatá, onde morava há sete anos, para fazer um show na cidade de Xexéu-PE. O carro estava sendo guiado pelo filho do cantor, o tecladista Maurício Inácio, que sobreviveu.


Como boa parte das músicas de hoje em dia não tem história e sim  pornografia explícita, o BREGÃO DO BOM de Maurício Reis, como a sua música mais conhecida no Brasil é louvada há quase meio século, desde 1973, era cantada sim, com a alma, pois não é à toa que ele deixou uma neta com o nome Verônica em homenagem a sua música de maior sucesso.  Então,   ouçamos a música cinquentenária tão bem interpretada pelo poeta do cravo branco, Maurício Reis, esse  vozeirão metálico com  uma voz de tenor: Verônica!!!

https://www.youtube.com/watch?v=xebWRNZ0hxc

domingo, 15 de novembro de 2020

ANDRÉA NUNES (14.100) TEM UM ÓTIMO PROGRAMA PARA EXECUTAR NA CÂMARA DE VEREADORES DE GARANHUNS, VEJAM!!!

 


HOJE, A COHAB II AMANHECEU EM FESTA: POIS VAI ELEGER SUA LEGÍTIMA REPRESENTANTE À CÂMARA MUNICIPAL. SÃO DOIS MIL VOTOS PARA ELEGÊ-LA. VAMO QUE VAMO, GALERA!!!






sábado, 14 de novembro de 2020

EM CAPOEIRAS, DUDU LEVOU UM TREMENDO CHUTE NA BUNDA DA JUSTIÇA ELEITORAL

 


Por Altamir Pinheiro

O Tribunal Superior Eleitoral, interpretando o art. 175, §§ 3º e 4º, do Código Eleitoral, entende que deve prevalecer a situação jurídica do candidato à data da eleição para fim de destinação dos votos por ele recebidos. Ou seja,  estando o pedido de registro de candidatura INDEFERIDO na data do pleito e mantida tal decisão OS VOTOS SÃO NULOS PARA TODOS OS EFEITOS (art. 175, § 3º, do Código Eleitoral). Quer dizer, quem votar em DUDU não vai saber quantos votos ele teve. No popular, se DUDU GANHAR, NÃO LEVA!!!


A lei é clara e específica, pois com a justiça eleitoral não tem mimimimi, choro nem cara feia, ex-prefeitos que tiveram suas contas rejeitadas pelaS CâmaraS de Vereadores locais não tem perdão. É feto caldo de cana a candidatura é cassada na hora!!! SENÃO VEJAMOS: Cassação de registro de candidato antes da eleição. Nulidade dos votos. Cassado o registro do candidato antes da eleição, e não revertida essa situação nas instâncias superiores, OS VOTOS SÃO NULOS, para todos os efeitos, inclusive para a legenda.


No caso específico de  Capoeiras, o candidato a prefeito pelo PL 22 seu nome e número vai constar na urna eleitoral, mas seus votos serão nulos!!! Com a lei não tem arrodeio nem conversa mole,  ela vai direto ao assunto, pois não é à toa que, Candidato inelegível ou não registrado nas eleições proporcionais ou majoritárias: NULIDADE DOS VOTOS RECEBIDOS: ressalva do art. 175, § 4º, A decisão que cassa por inelegibilidade o registro do candidato tem eficácia imediata e leva, em princípio, À NULIDADE DOS VOTOS por ele recebidos (CE, art. 175, § 3º). Trocando em miúdos, para DUDU não há mais eleição. Morreu Maria Preá e NÃO SE FALA MAIS NISSO!!!