O mito Lula foi,
definitivamente, destruído. Primeiro petista a delatar o ex-presidente, o
ex-ministro Antonio Palocci revelou que Lula fez um “PACTO DE SANGUE” com o empreiteiro Emilio Odebrecht
para continuar a receber propinas da empreiteira mesmo depois de deixar o
governo. Em depoimento de duas horas ao juiz Sergio Moro, Palocci foi demolidor
ao revelar que no dia 30 de dezembro de 2010, no apagar das luzes de seu
governo, Emílio pediu que Lula garantisse que Dilma Rousseff manteria as
benesses para sua empresa no novo governo petista. “Emílio Odebrecht abordou
Lula no final de 2010. Não foi para oferecer alguma coisa. Foi para fazer um
pacto, que eu chamei de PACTO DE SANGUE, que envolvia um
presente pessoal, que era o sítio de Atibaia. ENVOLVIA O PRÉDIO DO
INSTITUTO LULA PAGO PELA EMPRESA. ENVOLVIA PALESTRAS PAGAS A R$ 200 MIL, FORA
IMPOSTOS. E ENVOLVIA MAIS R$ 300 MILHÕES À DISPOSIÇÃO DO EX-PRESIDENTE PARA
ATIVIDADES FUTURAS. E PODERIA SER ATÉ MAIS SE FOSSE PRECISO”, afirmou Palocci.
Até petistas que tiveram acesso ao depoimento de Palocci comentaram
estupefatos: foi a pá de cal sobre Lula.
CRIMES EM SÉRIE
Palocci, que está
preso em Curitiba desde setembro do ano passado, foi intimado por Moro para
depor no caso em que ele e Lula são réus pelo recebimento de R$ 75 milhões da
Odebrecht em oito contratos com a Petrobras. Nesse valor, segundo a Força
Tarefa da Lava Jato, estão incluídos R$ 12,5 milhões gastos na compra do
terreno para o Instituto Lula na Vila Mariana, em São Paulo, e R$ 504 mil
usados na aquisição de uma cobertura para Lula em São Bernardo do Campo,
localizada ao lado de sua atual residência. O ex-ministro chegou à audiência
com Moro disposto a entregar Lula e suas relações ilícitas com a Odebrecht.
Falando pausadamente e aparentando calma, Palocci detonou o ex-presidente já ao
responder a primeira pergunta feita por Moro sobre a compra do terreno para o
Instituto Lula. “AS ACUSAÇÕES SÃO VERDADEIRAS DOUTOR
MORO”. Ele disse que chegou a alertar Lula de que esse negócio daria dor
de cabeça. Confirmou que ele foi o intermediário de uma doação de R$ 4 milhões
da Odebrecht para o Instituto Lula entre em 2013 e 2014, “PARA COBRIR UM
BURACO NAS CONTAS DO INSTITUTO”.
O ex-ministro
confessou ter participado dos crimes atribuídos a Lula e detalhou a RELAÇÃO ILÍCITA existente entre a
Odebrecht e os GOVERNOS LULA e DILMA. O ex-ministro se colocou como um interlocutor dos interesses da
empresa junto ao governo, tratando de todos os temas, inclusive ilícitos. “A RELAÇÃO DA
ODEBRECHT COM OS GOVERNOS LULA E DILMA SEMPRE FOI INTENSA, MOVIDA A VANTAGENS E
PROPINAS”, disse. “Os fatos narrados nesta denúncia dizem respeito a um
capítulo de um livro um pouco maior do relacionamento da Odebrecht com o
governo do presidente Lula e da presidente Dilma. Foi uma relação bastante
intensa, bastantes vantagens dirigidas à empresa, propinas pagas em forma de
doação de campanha, caixa 1 e 2, benefícios pessoais”, relatou Palocci. Pela
primeira vez, o ex-ministro reconheceu que a alcunha “ITALIANO” nas planilhas
da Odebrecht se referia a ele. Por meio da conta “ITALIANO”, Palocci movimentou
R$ 128 milhões. Ele garantiu, também, que Lula era o “AMIGO” das planilhas, que
chegaram a registrar, em 2012, UM SALDO DE R$ 40
MILHÕES EM NOME DO EX-PRESIDENTE.
Em fase de
negociação de acordo de delação premiada, Palocci confessou também outro crime:
que ele e Lula tramaram para obstruir as investigações da Lava Jato. “Em
algumas oportunidades, eu me reuni com o ex-presidente Lula no sentido de
buscar, vamos dizer, criar obstáculos à evolução da Lava Jato”.
O HOMEM QUE SABE
DEMAIS – PALOCCI ESTÁ PREPARANDO DELAÇÃO PREMIADA E VAI CONTAR
QUE:
– Ele é o “italiano” das planilhas da Odebrecht, que atribuíram a ele
um total de R$ 128 milhões
– Lula é o “amigo”
citado nas planilhas e chegou a ter uma conta corrente no departamento de
propinas da empreiteira com R$ 300 milhões
– Em 2012, o saldo
dessa conta de Lula era de R$ 40 milhões
– Em 2009, a
Odebrecht deu R$ 50 milhões em propinas para o PT em troca de benefícios
fiscais para a Brasken, pertencente ao grupo
– Em 2010, com a
criação da Sete Brasil, destinada a fabricar as sondas para a exploração de
petróleo, Lula ganhou R$ 51 milhões
– A Projeto,
empresa de consultoria de sua propriedade, foi usada para o recebimento de
propinas das empreiteiras. De 2006 a 2015, a empresa movimentou R$ 107 milhões. - Transcrito da Revista Isto É. -
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