SEM LULA, O
PT E A ESQUERDA FICARAM ÓRFÃOS, e essa é mais do que uma
imagem. A esquerda, em qualquer latitude, SEMPRE PRECISOU CULTUAR UM
PAI. No caso da brasileira, chegaram ao cúmulo de adotar
Getúlio Vargas como figura paterna esquerdista — o ditador que,
entusiasta de Mussolini e simpatizante de Hitler, despachou a mulher do
comunista Prestes para a Alemanha nazista. A adoção coincidiu com a
desmistificação de Stalin — AQUELE PAIZÃO UNIVERSAL DE QUEM ELES
GOSTAVAM DE APANHAR. (Para minúscula parte da esquerda
internacional e nacional, Trotsky continuou a ser papai no céu. E para uma
terceira, ínfima, Mao servia como daddy, embora fosse produto muito chinês para
parecer original.) Sem Getúlio no pedaço, tentaram transformar Jango em
sucessor do pai adotivo suicida. Mas Jango era apenas ficante ideológico
e não escondia isso. Uma decepção. Tudo bem, na falta de espécime nacional,
Fidel Castro tinha um charutão grande o suficiente. ENTÃO
VEIO O BARBUDO SINDICALISTA E, AFORA UMA E OUTRA CRIANÇA BIRRENTA, A ESQUERDA
NACIONAL SE UNIU EM TORNO DO REDENTOR DO ABC. Os adeptos românticos
quebraram a cara com o oportunista; os cínicos, adeptos ou não, quebraram o
país. E DEPOIS DE LULA? Cedo ou tarde, inventarão
outro pai, porque a esquerda não vive sem um. – O Antagonista -
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