Por Marretão de Ribeirão
Quem
me conhece, sabe: sou homem de poucas, quase mesmo de nenhuma, ambições. Nos
últimos tempos, minha única ambição, meu desejo ardente de consumo é sossego.
Tempo livre para ócio e sossego, longe do bicho humano.
Desprovido
de ambições, sou, por conseguinte, imune à mosca verde da inveja. Admiro muitas
pessoas, mas não lhes tenho inveja. Tenho meus ídolos nas áreas científica,
literária, musical etc, mas nunca tive inveja por não possuir os seus talentos.
Uma
única exceção, a confirmar a regra. Um único ser humano no planeta foi objeto e
depositário de minha inveja. Desde que eu era adolescente. Se fosse possível
trocar de lugar com o cara e tivesse que roubar, matar, OU MESMO VIRAR POLÍTICO
para isso, a tudo eu faria, sem pestanejos, nem remorsos posteriores.
Um
verdadeiro escolhido. Se existisse um Deus e ele tivesse tido um filho a
caminhar por entre os homens (por entre as mulheres, nesse caso), o rebento do
Senhor não teria sido o Cristo, e, sim, HUGH
HEFNER, O FUNDADOR DA PLAYBOY.
O
sujeito morreu quarta-feira, aos 91 anos. Viveu muito. E, principalmente, viveu
bem. Viveu bem pra caralho. Pra caralho, não; viveu bem pra BUCETA, viveu para as BUCETAS, rodeado delas. BUCETINHAS suculentas,
loiras e ruivas em sua maioria, BUCETINHAS anglo-saxônicas, nórdicas, russas, eslavas, checas.
Levante
a mão - SE ELA NÃO
ESTIVER OCUPADA - quem nunca
descabelou o palhaço com o dito cujo em uma das mãos e uma revista Playboy na
outra. Quem nunca escondeu uma Playboy dos pais no fundo de uma gaveta, ou
nunca foi para o banheiro com uma Playboy dentro de um livro de capa grossa
para dar uma estudadinha, para revisar a matéria da prova do dia seguinte?
Entre os meus treze, catorze anos, até aos dezoito, vinte, eu lia tanto que
minha mãe achou que eu fosse virar um intelectual, um escritor, um literato, um
jornalista consagrado. Quem nunca pegou, em eras pré-internet, épocas de
difícil acesso a material punhetífero, uma Playboy emprestada com o amigo, uma
daquelas que vinha com as páginas todas coladas?
Canonizado,
ele será. O santo padroeiro dos punheteiros. Aliás, já está. UNGIDO E BESUNTADO POR CADA TOCADOR DE BRONHA DO PLANETA. Inegáveis e incontestes são os seus milagres. Não há advogado do
diabo capaz de refutá-los. Até porque, se o diabo tem advogados, Hugh Hefner é
o Ministro do Supremo do Tártaro. É o Joaquim Barbosa do Inferno.
Mas
só um título canônico não fará jus à contribuição de Hugh Hefner à humanidade.
A.HF e D.HF: A CIVILIZAÇÃO
OCIDENTAL SE DIVIDE EM ANTES DE HUGH HEFNER E DEPOIS DE HUGH HEFNER. Justiça máxima,
portanto, lhe seja feita. Derrubado e revogado seja o calendário cristão.
Instituído seja o calendário Hefnênico. QUE
1926, O ANO DO NASCIMENTO DO MESSIAS, SE TORNE O ANO UM DE NOSSA ERA, E CHICAGO,
A MANJEDOURA DE SEU NASCIMENTO, A NOVA JERUSALÉM, A NOVA TERRA SANTA.
Aos
calendários, o que, antigamente, a gente chamava de "FOLHINHA", ficarão
vetadas imagens lúdicas e bucólicas a ilustrar cada mês, assim como fotos de
bichos fofinhos, filhotes de gato, de cão etc. TODAS
AS FOLHINHAS SERÃO OBRIGADAS A ESTAMPAR HUGH HEFNER E SUAS APÓSTOLAS, A TORNAR
MAIS RÁPIDA E PRAZEROSA A ÁRDUA E LENTA PASSAGEM DE CADA MÊS. A foto do mês de janeiro do Ano Um do calendário Hefnênico bem
que podia ser abaixo. FAÇAMOS UM MINUTE
DE SILÊNCIO POR HUGH HEFNER. - Este esporrante e excepcional artigo foi gentilmente roubado lá do blog marreta do azarão - http://amarretadoazarao.blogspot.com.br/
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