Janot também contou que na última quinta-feira (31) investigadores obtiveram áudios com conteúdo grave |
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu abrir uma investigação sobre indícios de "crimes gravíssimos", conforme informou em coletiva, que podem resultar na anulação do acordo de delação premiada dos executivos do grupo J&F, inclusive com o cancelamento dos muitos benefícios concedidos a Joesley Batista e sua turma.
“Determinei hoje a abertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações sobre prática de crimes no processo de negociação para assinatura do acordo de colaboração premiada no caso JBS”. Janot disse ainda, que o acordo pode ser anulado, mas que caso isso ocorra, as provas não serão invalidadas.
Janot também contou que na última quinta-feira (31) investigadores obtiveram áudios com conteúdo grave, "Eu diria gravíssimo, foram obtidos pelo Ministério Público Federal na semana passada, precisamente quinta-feira, às 19h. A análise de tal gravação revelou diálogo entre dois colaboradores com referências indevidas a Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. Tais áudios também contêm indícios, segundo esses dois colaboradores, de conduta em tese criminosa atribuída ao ex-procurador Marcelo Miller”.
Sobre Miller, seu ex-braço-direito, que integrava o grupo de trabalho de Janot para a Lava Jato, o PGR ressaltou. “Ao longo de três anos, Marcelo Miller foi auxiliar do gabinete do procurador-geral, convocado por suas qualidades técnicas. Se descumpriu a lei no exercício de sua função, deverá pagar por isso. Não só ele e, repito, qualquer pessoa que tenha descumprido a lei deverá pagar sobre isso. Não há ninguém, ninguém que republicanamente esteja a salvo da aplicação da lei. O Ministério Público tem uma mãe que é a Constituição e a lei e sobre esse manto atuamos independentemente de quem tenha agido. O Ministério Público Federal atuou na mais absoluta boa fé para a celebração desse acordo. Se ficar provada qualquer ilicitude, o acordo de colaboração premiada será rescindido”.
Em março deste ano, Marcelo Miller deixou o Ministério Público Federal para entrar como sócio no escritório de advocacia, Trench Rossi Watanabe, que tratou do acordo de leniência dos executivos da JBS.
Em pronunciamento, após a primeira denúncia do PGR, o presidente Michel Temer atacou Miller. “Um assessor muito próximo ao procurador-geral da República, senhor Marcelo Miller, homem de sua mais estrita confiança, um dia deixa o emprego do sonho de milhares de jovens brasileiros. Abandona o Ministério Público para trabalhar em empresa que faz delação premiada com o procurador-geral. Ganhou milhões em poucos meses, o que levaria décadas para poupar.”
Logo após o episódio, por meio de nota enviada a imprensa, foi informado o desligamento do ex-procurador do escritório de advocacia.
Fonte: Blog
Diário do Poder. A manchete
não faz parte do texto original -
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