segunda-feira, 6 de junho de 2016

A semana - "São tantas emoções e delações...", como diria o Roberto Carlos




Por Zé Carlos de Bom Conselho

Começo hoje com a constatação de que o Sarney está muito abatido com as delações do seu amigo, o Sérgio Juruna, feitas através de divulgação das escutas das quais ele, o ex-presidente, não entende, quando achava que o Juruna o considerava um pai. Pobre homem, foi picado pelos seus próprios maribondos de fogo. Isto é para dizer que também estou abatido, com a constatação de que, entre os meus parcos leitores, há um que me ler com uma fita métrica. Se o meu texto passar de mais de 5 linhas, ele não ler nem o título. E o meu abatimento é pela dificuldade de ser conciso quando quer se tratar com humor a política brasileira. Pelo volume de humoristas que têm aparecido atualmente, ser sucinto é uma impossibilidade técnica. Portanto, perdão meu leitor medidor de textos, “SÃO TANTAS DELAÇÕES”, como diria o Roberto Carlos, se fosse tratar do assunto.

E aqui estamos nós, mais uma semana, vivos e sorrindo, e se tiver algum leitor desempregado dentre os 12 milhões que nossa musa, a Dilma, colocou nas ruas, pense sempre que rir ainda é o melhor remédio. Não tenha raiva dela, assista aos seus SHOWS DE HUMOR, que continuam melhores do que aqueles que eram feitos no Palácio no Planalto. Agora ela faz show falando com as emas no Palácio da Alvorada. Além disto ela está, a cada dia, ampliando o seu show, depois que está sendo assessorado pelo seu advogado, o JECa, que não é mais ministro, mas, quem disse que é preciso ser ministro para fazer a plateia rir, e veremos isto daqui a pouco.

Dizem que os shows da Dilma melhoram muito depois que ela foi mandada embora da presidência, para descansar até por 180 dias, se o Lewandowski quiser, porque agora ele está apresentando crises de amnésia, que, pelo realismo, todos pensam que é verdade. Por exemplo, lembram de um show bem antigo em que ela dizia que “ODIAVA DELATORES”? Hoje com a mesma frieza que só os grandes humoristas possuem ela diz que “AMA DELATORES”. Tanto que deixou o Sérgio Juruna Machado na Transpetro durante quase todo seu governo, somente para apreciar hoje suas delações, que tentam defenestrar o Jucá, o Renan, Sarney e Lobão, por enquanto. O Juruna disse, segundo a mídia, que pagou 70 milhões de reais de propina com os 3 primeiros e que dava uma “mesada” de 300 mil por mês a grande lobo. Pois é esta mudança de atitude súbita que faz de nossa musa, ainda, nossa maior colaboradora. Todos pensam que é doença senil, mas, estão redondamente enganados.

E com estas atitudes, eu não posso poupar meus leitores de mais letras risonhas, pois nossa meta aqui é matá-los de riso, e, parodiando outro que promete no humorismo, o Temer, se eles não tiverem cuidado, MATÁ-LOS-EI. Portanto, segurem o bucho! Imaginem, que o enredo do novo show do Dilma, gira em torno de uma conspiração para derrubá-la, ou impichá-la, se preferirem, que, segundo o roteirista, que soube ser o Senador Lindberg, mais conhecido como Lindinho, e um dos componentes do “Quinteto Abilolado”, vem desde Pero Vaz de Caminha, cuja carta pedindo um emprego para o parente ao Rei de Portugal, nas entrelinhas, já mostrava que lá pelo ano 2000 apareceria um homem chamado Cunha que iria se vingar da Dilma, fazendo conchavos com Jucá, Renan e Sarney, porque achava que a nossa musa seria culpada pela resposta do Rei de Portugal em negar o emprego pedido, pelo Pero Vaz, que era  um seu ascendente. E assim prossegue o enredo, mostrando que as gravações feitas pelo Juruna mostram isto de forma transparente.

O enredo do show é tão bom que tem sido apresentado, não com a mesma perfeição que o faz a nossa musa, pelo Senador Lindberg, o Lindinho, em várias ocasiões tanto no plenário do Senado quanto nas comissões de que participa, de uma forma tão eficiente que impede até o andamento dos trabalhos, certas horas, com os ataques de riso sucessivos dos seus colegas e demais espectadores. E por isso, já digo aos nossos leitores, que conseguiram chegar até aqui, que o Lindinho já foi oficiado por nós para se integrar à coluna, no quadro de colaboradores fixos, e que desejamos que ele, igual à Dilma, deixe o cargo que hoje ocupa, e será um prazer contratá-lo em tempo integral. O homem é um talento nato para o humor. E sua grande característica é sua capacidade de mudar o roteiro a cada show, mantendo seu dois dedinhos levantados. Antes era para mostrar que o motivo do impeachment eram apenas dois, e agora é para mostrar que “por dois motivos”, que ele encontra na hora, a Dilma é inocente. É mais um pândego em nossa lista, e maior ainda quando ele, como performer vem com a cara pintada.

Entretanto, o que causou mais convulsões hilariantes,  nesta semana que passou, foi a sessão da Comissão Especial de Impeachment, que se está reunindo para tentar elaborar um cronograma de trabalho para julgar a Dilma, e decidir se ela vem ou não trabalhar para coluna em tempo integral. Eu espero que ela venha o mais rápido possível, pelo óbvio: sem a sua presença este país poderá até se tornar um país sério, o que seria um horror para quem gosta de rir.

Vejam que, para decidir quais as datas para os diversos eventos do processo de impeachment, houve uma sessão que durou quase 10 horas. Quem a assistiu, e eu o fiz, deve ter rido tanto que talvez não riam mais com esta coluna. É uma concorrência desleal. E a melhor performance foi  do “Quinteto Abilolado”, como sempre. Eles agora vão, além de cantarem a versão musical de “não vai ter golpe, vai ter luta”, cantaram outra canção intitulada de “O direito de defesa é sagrado”, que é de autoria do JECa. E, vocês imaginem, durante 10 horas, a plateia ouvindo a música, tendo como solista a Vanessa Graidiotin, e outras vezes a Gleisi Hoffman que, cantou tanto, que no final da sessão, estava tão cansada, que sob os risos de todos, chamou o quinteto para ir embora, dizendo que os seus colegas não apreciavam a boa música. É muito difícil descrever aqui, para morte dos meus parcos leitores, aqueles momentos. Só vendo!

Houve uma hora em que, pensando não estar o Raimundo Lira (que é o presidente da Comissão, e cuja principal característica de atuação é se fingir de morto), prestando atenção ao Quinteto,  a Graidiotin, foi, de dedo em riste, à mesa, cantando bem alto um dos trechos de nova música deles: “OU DÁ, OU DESCE!”, referindo-se ao direito de defesa. Foi um momento tão bom que procurei na internet um vídeo que representa este momento, apenas como um ato de sadismo contra meus parcos leitores (vejam lá no final).

No entanto, nem só de canto e música viveu a reunião da Comissão. O grande humorista do show foi, sem sombra de dúvida, o JECa, que agora, no papel de advogado, mostrou como se faz humor com juridiquês. Aliás, para se saber o que um advogado está falando deve-se estar esperto no início da fala, dormir no meio dela, e acordar no seu final. Se fizermos isto, entendemos mais seu raciocínio e rimos mais ao seu término, pelo menos com o JECa.

Por exemplo, num início de sua fala ele criticou o relator Anestesia (assim chamado o Anastasia pelo seu aspecto durante todas as sessões que parece anestesiado) por ele não tecer comentários sobre todos os requerimentos apresentados, pois ele queria discutir um por um. Falou, falou e falou, e começou a citar artigos, incisos e outros causos, e então eu dormi. Quando acordei ele ainda estava falando e disse, que a defesa estava sendo cerceada porque não poderia analisar todos os 86 requerimentos. Não é para morrer de rir? Imaginem novamente se o Anestesia tivesse aceito sua proposta! O PT iria apresentar tantos requerimentos que o julgamento de Dilma, quando terminasse, já teríamos outro presidente eleito em 2022.

Em virtude disto, o JECa, cantando contra o cerceamento da defesa, resolveu seguir o Quinteto Abilolado e abandonou a sessão. Ou seja, enquanto a Dilma entra pelo cano ele saiu por ele. Quando um senador, disse que “desculpa de amarelo é comer barro!”, a plateia veio abaixo. Cada um com sua barra de cereal na boca pelo avançado da hora, mas com o riso à flor da pele. Fiquei tão impressionado com a capacidade de fazer rir do advogado da Dilma que já enviei para ele um contrato com a coluna, esperando que ele não volte nunca mais para a Comissão. Falar só para aquela plateia é um desperdício de talento.

E o Temer? Este promete. Durante a cerimônia de posse dos novos colaboradores da área econômica, onde se viu, pela primeira vez, a presença de uma mulher, o que talvez o tenha deixado encabulado, ele não usou nenhuma MESÓCLISE, mas, mostrou que é bom de humor, tal qual sua antecessora, que até agora é insuperável. Repetiu a piada já dita anteriormente, que a Lava Jato é livre, leve e solta, e ainda tentou mostrar otimismo com a situação econômica do Brasil. Ser otimista a estas alturas só vale num show de humor. Ele está pegando o jeito. Basta dizer que recebeu o Zé Rainha no Palácio do Planalto. Eu, infelizmente, não sei o que ele disse em sua recepção, e nem quero saber. Eu também tenho meus limites de riso. E quase estourei de rir quando soube que ele está se aproximando do MST, e o Zé Rainha será seu assessor especial. Tive que parar de escrever e pedir meus sais anti-riso.

E enquanto me pedem para ser conciso, eu leio que o Luiz Trabuco foi indiciado. E já comecei a rir com o nome, quando me lembro do “trabuco” do meu pai. É, meu pai tinha um “trabuco” embora nunca o tenha usado. E ri mais ainda quando soube que o Luiz Trabuco é o presidente do Bradesco. Mas, o que é que se tem de rir com isto? Ora, meus amigos, com nossa modernização trazida pela Operação Lava Jato, gerou-se uma tal de Operação Zelotes, que não respeita nem presidente de banco. Ou seja, chegamos a uma situação onde ainda não nos habituamos de que todos são iguais perante a Lei, e quando um banqueiro é preso, ainda é motivo de riso e surpresa.

Por falar em prisão, o Lula anda um pouco sumido. Quem apareceu esta semana foi um dos seus filhos de quem dizem ter recebido uns 10 milhões da Petrobrás em seu trabalho de copiar, colar e treinar futebol americano. Até o Sarney já descobriu porque o Lula anda tão choroso. E todos sabem que seu ar de choro é o medo de descer para a República de Curitiba onde o Moro o receberá de braços abertos, apesar do mau humor, do meritíssimo juiz.

E agora, finalmente, os deixo, mostrando abaixo o filme da grande performance do melhor quinteto do Brasil, e do JECa, com muito alegria. Afinal de contas, na semana que passou o Temer só demitiu mais um ministro, por querer ser mais transparente do que o Ministério da Transparência. Se a média continua, nesta semana que entra, cairá mais um, a não ser que ele resolva fazer igual a nossa musa, e “dobrar a meta”.

E agora, para terminar mesmo, pergunto, depois de ver o Zé Rainha no Planalto, se não é uma jogada do Temer querendo vir para esta coluna, só colocar investigados em seu ministério. Pelo jeito que vai, brevemente, ele convida o Lula, a Dilma, e o Mercadante, do PT, que é um celeiro inesgotável de investigados. E, por motivo de concisão, nem falarei das delações da Odebrecht e de OAS, que estão inspirando dois shows de humor brevemente. Um do Lula que se chamará: “O DUPLEX NÃO É MEU!”, e um da Dilma intitulado “ SOU UMA MULHER HONESTA E HONRADA!”. Vai ser um arraso. Não percam!


Um comentário:

Altamir Pinheiro disse...

Há certos texto, que a gente ao acabar de lê-lo, fica a pensar: “COMO NÃO FUI EU A ESCREVER ISSO", de tanto que traduz o nosso(o meu) pensamento. Milton Nascimento fez uma música sobre isso: “Certas canções que ouço / Cabem tão dentro de mim / Que perguntar carece / Como não fui eu que fiz?”... O TEXTO ACIMA É INTOCÁVEL, IRREPREENSÍVEL, DE PARABÉNS O AUTOR!!!