domingo, 10 de julho de 2022

LULA, PT ET CATERVA "INCARNADA" MATARAM CELSO DANIEL E MAIS 8 PESSOAS QUE TESTEMUNHARAM O CRIME


Maurício  Assuero

O PT finge que não vê o fantasma de Celso Daniel. Não foi um companheiro morto heroicamente na resistência da luta armada. Foi um companheiro vítima do fogo amigo. Há algum tempo eu vi uma entrevista dada a Geneton Moraes Neto por Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz, conhecido como Comandante Clemente, que chegou a ser o sucessor de Carlos Marighela na luta armada brasileiro. Nessa entrevista, Clemente admite participação na morte de Márcio Leite de Toledo, um jovem de 19 anos que era integrante da Aliança Libertadora Nacional. Márcio pediu “autorização” para se ausentar do país, dada a repressão, e Clemente entendeu que ele ia entregar o movimento. Atraíram o rapaz numa emboscada e o fuzilaram, sem piedade.

Comparo essa ação ao que se fez com Celso Daniel. Prefeito de Santo André, petista fundador do partido, Celso se viu envolto num emaranhado de corrupção justificada como importante para bancar a candidatura de Lula em 2002. Ao que se sabe, ele tinha um dossiê com o esquema de corrupção detalhado e estava prestes a romper esse vínculo. Não sabia ele que o sistema mata mais do que cigarro ou bebida alcóolica e em janeiro de 2002, Celso é sequestrado e morto. O problema se estende além dessa morte porque surgiu um encadeado de assassinatos com pessoas diversas.

Registra-se que em 18/01/2002, Celso Daniel jantava numa churrascaria com Sérgio “Sombra” e saiu em sua companhia num carro blindado que foi cercado e metralhado. Os bandidos liderados por Dionísio Severo, um especialista em sequestro evadido de um presídio numa cena cinematógrafica. A primeira coisa estranha é que a porta do carro só poderia ser aberta por dentro… e foi. Tiraram Celso Daniel do veículo e não mexeram com Sombra. Nem o assustaram. Portanto, se fosse um crime comum, ambos seriam mortos na hora.

Depois disso, Severo participou de um assalto que deu errado e voltou para a cadeia e foi assassinada com 60 facadas. Com a sua morte, descobriu-se que ele se comunicava com um policial civil, chamada Otávio Mercier que foi assassinado a tiros, em 2013. O garçom que atendia Celso, “sofreu” um acidente quando era perseguido dois homens e sua moto se chocou com um poste. Uma testemunha desse acidente foi assassinada a tiros em 2004. Mas, não para por aí: o agente funerário que reconheceu o corpo de Celso Daniel foi morto a tiros. O legista que declarou que a vítima sofreu torturas intensas foi morto uma semana após ter dada uma entrevista no programa de Jô Soares. Sérgio Sombra morreu em 2015.

Essas coisas assustam bastante, não apenas pela violência em si, mas pela posição das autoridades. A pressa em classificar como crime comum ganhava medalha de ouro nos 100 metros rasos. A delegada Elisabete Saito mandou arquivar o processo “por falta de provas” e talvez ela tivesse um pouco de razão porque “as provas foram sendo eliminadas gradativamente”. Em 2016, o Sérgio Sombra morreu de câncer e os mandantes aquietaram-se no silencia da consciência pesada, mas o que importa?

No meio de tudo isso, eis que Marcos Valério, operador do mensalão, único envolvido nessa ação que ficou preso, tem uma delação premiada homologada por Celso de Mello, então ministro do STF. E Marcos Valério relaciona o PT, relaciona Lula com a morte de Celso Daniel, chegando a dizer, inclusive, que Lula foi chantageado por Ronan Pinto pra não ser envolvido nesse emaranhado de imundície.

Marcos Valério dá argumentos que, no mínimo, deveria ser objetos de investigação. Um deles é que não seria interessante para a campanha petista ter filiados presos e não deveria envolver a estrela máxima do PT num crime praticado com requintes de perversidade. Optou-se pelo silêncio.

A sociedade tem o direito legal de saber o que houve e de saber quem são os mandantes porque a rede criminosa não envolve apenas uma cabeça. Celso Daniel e Márcio Leite de Toledo foram mortos pelo mesmo motivo: não quebrar a hegemonia de um sistema ideológico que não se preocupa em descartar quem se opõe aos seus conceitos. Em meio a isso tudo, temos nomes envolvidos nesse lamaçal concorrendo às eleições de 2022, com a benevolência do STF. “Dura lex sed látex” ou seja “a lei é dura, mas estica” e esse é sentimento que mais incomoda: imaginar que todos somos imbecis. - A manchete e a imagem não fazem parte do texto original -

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