segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

A VELHA CASA NO FIM DA RUA DO LOUVOR NATALINO


Paulo Malamanhado

VERCEBÚCIO ZABUMBA vive com sua família em um dos bairros mais baratinado de sua cidade. Na rua em que VERCEBÚCIO reside, praticamente todos os vizinhos são intrigados,  não se conhecem e sempre viveram intranquilos. Pra variar mais uma vez há um troço que vem incomodando os moradores. É uma casa que fica no fim da rua e que já está abandonada há muito tempo. Os moradores mais antigos dizem que a família que lá morava, um dia saiu e nunca mais voltou. Não houve mudança e nenhum outro parente apareceu por lá. Desde então, pessoas dizem ouvir gritos amargurados, outras relatam ver alguém com os cabelos todo arrepiado  na janela e os olhos estufados, alguns dizem sentir uma sensação estranha e ruim, tipo uma gastura,  ao passarem em frente à  casa. Até o parque que se localiza próximo a velha casa centenária, que as pessoas usam para se exercitar e as crianças para brincar, está sendo evitado. Pois falam que os brinquedos se mexem sozinhos. Até uma pista de corrida que passa ao lado da casa e é cercada por muitas árvores, as pessoas que lá correm, sentem-se perseguidas, mas quando olham para trás, não há ninguém. E assim continua dia após dia. Certo dia, alguns parentes de VERCEBÚCIO ZABUMBA foram visitar sua família HÉLIOGÁBALO, primo de ZABUMBA, é um garoto que gosta muito de aprontar, e sabendo do que ocorria por lá, esperava uma oportunidade para entrar na casa “ASSOMBRADA”. E a oportunidade veio. Depois de muita insistência, convenceu VERCEBÚCIO e mais um colega, que na noite do dia seguinte, eles entrariam na casa. Nesse meio tempo, arrumaram lanternas e uma filmadora só para registrar tudo o que ocorreria lá dentro. Na madrugada chuvosa daquele NATAL  de quinta para sexta-feira, depois que os seus pais foram dormir, VERCEBÚCIO ZABUMBA e HÉLIOGÁBALO saíram para se encontrarem com DEZÊNCIO NUNES, que já os esperava na rua. DEZÊNCIO estava acompanhado de seu pai, um homem com certa idade, mas com espírito jovem. Os quatro se dirigiram até a casa no fim da rua. Nesse horário, como a rua estava deserta, os rapazes pularam o muro com facilidade. A grama e as plantas do jardim haviam crescido muito, e haviam também alguns brinquedos e até uma bicicleta largados próximo a porta de entrada da casa. Ficaram forçando a porta até que ela cedesse e eles pudessem adentrar a casa. Ao entrar, um forte cheiro de enxofre e mofo foi sentido. Com as lanternas os garotos iluminavam todo o ambiente, enquanto o pai de DEZÊNCIO NUNES começou a filmar tudo. Todos os móveis e eletrodomésticos estavam no lugar, apenas cobertos por uma densa camada de poeira. Um clima tenso pairava no ar, mas mesmo assim eles não desistiram e continuaram a andar pela casa até chegar em uma escada que leva ao andar de cima. Quando se preparavam para subir, começaram a ouvir um barulho como se alguém estivesse correndo lá em cima. Todos sentiram um terrível frio na espinha. Ficaram na dúvida se subiriam ou não. O medo foi se misturando com a curiosidade, e com a insistência do pai de DEZÊNCIO,  começaram a subir bem devagar. No andar de cima havia dois quartos e um banheiro, todos com as portas fechadas. Os rapazes foram caminhando lentamente pelo corredor onde também havia uma janela em que era possível avistar a rua. DEZÊNCIO NUNES  lembrou que uma vizinha disse ter visto alguém naquela janela enquanto passava pela rua. Isso deixou todos mais assustados ainda. Na parede ao lado da janela, várias fotos de família, a maioria delas com um casal e três crianças. O pai de DEZÊNCIO continuava a filmar tudo. Ainda morrendo de medo, VERCEBÚCIO ZABUMBA forçou as maçanetas das portas dos quartos e do banheiro, mas não conseguiu abrir nenhuma delas, pois estavam emperradas. E quando eles pensaram que não havia mais nada para ver e já estavam preparados para ir embora, ouviram um leve ranger na porta de um dos quartos. E quando clarearam a porta com a lanterna, havia uma garota com os olhos esbugalhados fitando eles. Ela tinha uma aparência muito estranha. Tinha a aparência de alguém muito doente. Ela era magra e usava um pijama amarelo contendo algumas manchas escuras que pareciam ser sangue. A menina fez um olhar de alguém muito triste e fechou a porta batendo-a violentamente. Os quatro correram e desceram as escadas rapidamente. VERCEBÚCIO ZABUMBA que estava por último, tropeçou, caiu e fraturou o braço, mas no seu desespero, conseguiu junto com os outros sair da casa e pular o muro. O susto foi tão grande que ZABUMBA desmaiou e tiveram que acordar os seus pais no meio da madrugada para levá-lo ao hospital. Depois do susto, os rapazes contaram tudo o que aconteceu naquela casa. Mostraram até a gravação que fizeram lá dentro. No áudio da gravação, os sons de passos no andar de cima foram captados, mas no momento em que a garota apareceu, o veinho  pai de DEZÊNCIO NUNES  tremeu tanto, cagou-se todo,  pois só um vulto foi registrado no vídeo. HÉLIOGÁBALO disse que a garota parecia com uma das crianças que estavam nas fotos na parede da casa. Doravante ninguém voltou a entrar mais naquela casa. Também nunca descobriram o que aconteceu com a família que lá morava e quem realmente era aquela garota. Os “fenômenos” não só continuaram a acontecer, mas aumentaram ainda mais, pois naquela velha casa centenária  do fim da rua morava uma horrorosa  família que  além de estranha fazia presepada que até o cão do rabo co  duvidava... 




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