Paulo Malamanhado
VERCEBÚCIO ZABUMBA vive com sua família
em um dos bairros mais baratinado de sua cidade. Na rua em que VERCEBÚCIO reside, praticamente todos os vizinhos são intrigados,
não se conhecem e sempre viveram intranquilos.
Pra variar mais uma vez há um troço que vem incomodando os moradores. É uma
casa que fica no fim da rua e que já está abandonada há muito tempo. Os
moradores mais antigos dizem que a família que lá morava, um dia saiu e nunca
mais voltou. Não houve mudança e nenhum outro parente apareceu por lá. Desde
então, pessoas dizem ouvir gritos amargurados, outras relatam ver alguém com os
cabelos todo arrepiado na janela e os
olhos estufados, alguns dizem sentir uma sensação estranha e ruim, tipo uma gastura,
ao passarem em frente à casa. Até o parque que se localiza próximo a velha
casa centenária, que as pessoas usam para se exercitar e as crianças para
brincar, está sendo evitado. Pois falam que os brinquedos se mexem sozinhos.
Até uma pista de corrida que passa ao lado da casa e é cercada por muitas
árvores, as pessoas que lá correm, sentem-se perseguidas, mas quando olham para
trás, não há ninguém. E assim continua dia após dia. Certo dia, alguns parentes
de VERCEBÚCIO ZABUMBA foram visitar sua
família HÉLIOGÁBALO, primo de ZABUMBA, é um garoto que gosta muito de aprontar, e sabendo do que
ocorria por lá, esperava uma oportunidade para entrar na casa “ASSOMBRADA”. E a
oportunidade veio. Depois de muita insistência, convenceu VERCEBÚCIO e mais um colega, que na noite do dia seguinte, eles
entrariam na casa. Nesse meio tempo, arrumaram lanternas e uma filmadora só
para registrar tudo o que ocorreria lá dentro. Na madrugada chuvosa daquele NATAL de quinta para sexta-feira, depois que os seus
pais foram dormir, VERCEBÚCIO ZABUMBA e HÉLIOGÁBALO saíram para se
encontrarem com DEZÊNCIO
NUNES,
que já os esperava na rua. DEZÊNCIO estava acompanhado
de seu pai, um homem com certa idade, mas com espírito jovem. Os quatro se
dirigiram até a casa no fim da rua. Nesse horário, como a rua estava deserta,
os rapazes pularam o muro com facilidade. A grama e as plantas do jardim haviam
crescido muito, e haviam também alguns brinquedos e até uma bicicleta largados
próximo a porta de entrada da casa. Ficaram forçando a porta até que ela
cedesse e eles pudessem adentrar a casa. Ao entrar, um forte cheiro de enxofre
e mofo foi sentido. Com as lanternas os garotos iluminavam todo o ambiente,
enquanto o pai de DEZÊNCIO
NUNES
começou a filmar tudo. Todos os móveis e eletrodomésticos estavam no lugar,
apenas cobertos por uma densa camada de poeira. Um clima tenso pairava no ar,
mas mesmo assim eles não desistiram e continuaram a andar pela casa até chegar
em uma escada que leva ao andar de cima. Quando se preparavam para subir,
começaram a ouvir um barulho como se alguém estivesse correndo lá em cima.
Todos sentiram um terrível frio na espinha. Ficaram na dúvida se subiriam ou
não. O medo foi se misturando com a curiosidade, e com a insistência do pai de DEZÊNCIO, começaram a subir bem devagar. No andar de
cima havia dois quartos e um banheiro, todos com as portas fechadas. Os rapazes
foram caminhando lentamente pelo corredor onde também havia uma janela em que
era possível avistar a rua. DEZÊNCIO
NUNES
lembrou que uma vizinha disse ter visto
alguém naquela janela enquanto passava pela rua. Isso deixou todos mais
assustados ainda. Na parede ao lado da janela, várias fotos de família, a
maioria delas com um casal e três crianças. O pai de DEZÊNCIO continuava a filmar tudo. Ainda
morrendo de medo, VERCEBÚCIO ZABUMBA forçou as maçanetas
das portas dos quartos e do banheiro, mas não conseguiu abrir nenhuma delas,
pois estavam emperradas. E quando eles pensaram que não havia mais nada para
ver e já estavam preparados para ir embora, ouviram um leve ranger na porta de
um dos quartos. E quando clarearam a porta com a lanterna, havia uma garota com
os olhos esbugalhados fitando eles. Ela tinha uma aparência muito estranha.
Tinha a aparência de alguém muito doente. Ela era magra e usava um pijama
amarelo contendo algumas manchas escuras que pareciam ser sangue. A menina fez
um olhar de alguém muito triste e fechou a porta batendo-a violentamente. Os
quatro correram e desceram as escadas rapidamente. VERCEBÚCIO ZABUMBA que estava por último, tropeçou,
caiu e fraturou o braço, mas no seu desespero, conseguiu junto com os outros
sair da casa e pular o muro. O susto foi tão grande que ZABUMBA desmaiou e tiveram que acordar os seus pais no meio da
madrugada para levá-lo ao hospital. Depois do susto, os rapazes contaram tudo o
que aconteceu naquela casa. Mostraram até a gravação que fizeram lá dentro. No
áudio da gravação, os sons de passos no andar de cima foram captados, mas no
momento em que a garota apareceu, o veinho pai de DEZÊNCIO NUNES tremeu tanto, cagou-se todo, pois só um vulto foi registrado no vídeo. HÉLIOGÁBALO disse que a garota
parecia com uma das crianças que estavam nas fotos na parede da casa. Doravante
ninguém voltou a entrar mais naquela casa. Também nunca descobriram o que
aconteceu com a família que lá morava e quem realmente era aquela garota. Os
“fenômenos” não só continuaram a acontecer, mas aumentaram ainda mais, pois
naquela velha casa centenária
do fim da rua morava uma horrorosa
família que além de estranha
fazia presepada que até o cão do rabo cotó duvidava...
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