O ex-presidente Lula foi preso, após ter caído no radar do juiz federal Sérgio Moro. Ao que tudo indica, o petista não será o único ex-presidente da República do PT a ser investigado pelo temido juiz federal da 13.ª Vara Federal de Curitiba.
Um outro preso por Sérgio Moro pode abrir a porta da cadeia para outros petistas ilustres, como a ex-presidente Dilma Rousseff, a mais ameaçada pela assinatura do acordo de delação do ex-ministro Antonio Palocci, preso há um ano e meio em Curitiba.
O ex-ministro dos governos petistas, que teve suas propostas de de acordo de delação negadas pelo Ministério Público Federal finalmente conseguiu assinar um acordo de colaboração com a Polícia Federal. O fundador do PT e membro do núcleo duro do partido de dos governos de Lula e Dilma já prestou os depoimentos de seu acordo, que deve ser homologado pelo próprio juiz Sérgio Moro. Acuados, integrantes dilmilstas da Procuradoria-Geral da República não terão mais como blindar a ex-presidente, já delatada por gente como Marcelo Odebrecht, Joesley Batista, Monica Moura e João Santana, sem que nada tenha acontecido.
Palocci tem o poder de envolver Dilma, Guido Mantega e outros integrantes da mais alta cúpula do PT. Considerado o 3. na hierarquia do partido, o ex-ministro é considerado o arquiteto de esquemas ilícitos e foi o responsável por administrar milhões em recursos desviados da Petrobras para financiar as campanhas da ex-presidente. Palocci já afirmou que Dilma não apenas tinha conhecimento sobre os fatos criminosos, como também participou de reuniões com ele e o ex-presidente Lula para tratar de desvios na Petrobras.
Em seu acordo de delação premiada assinado com a PF, Palocci prometeu "bala na agulha" para abater muita gente. Em seu primeiro depoimento ao juiz Sergio Moro, em abril de 2017, o ex-ministro afirmou que poderia entregar "nomes e operações" que ajudariam os procuradores a avançar na comprovação do esquema de corrupção investigado pela força-tarefa. "Apresento todos os fatos com nomes, endereços e operações realizadas. Posso lhe dar um caminho que vai lhe dar mais um ano de trabalho, que faz bem ao Brasil", prometeu Palocci.
Naquela ocasião, Palocci declarou à Justiça que os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff participaram, em 2010, de uma reunião com o empresário Emilio Odebrecht na qual foi discutido o pagamento de R$ 300 milhões em "contribuição". O ex-ministro narrou ainda uma reunião, em meados de 2010, na biblioteca do Palácio do Planalto que, segundo ele, também estavam presentes Lula, Gabrielli e Dilma Rousseff. Na ocasião, Lula falou sobre os investimentos bilionários no pré-sal e falou com Gabrielli que o papel dele e de Palocci era garantir "que uma parcela deste projeto financie a campanha desta companheira aqui, a Dilma Rousseff que eu quero ver eleita presidente do Brasil”. Palocci diria mais tarde ter testemunhado Lula sucumbir ao pior da política no melhor momento dos seus governos. Palocci disse numa carta na qual rompia com o PT que o ex-presidente navegou no “terreno pantanoso do sucesso sem crítica, do poder sem limites, onde a corrupção e desvios (...) são apenas notas de rodapé no cenário entorpecido dos petrodólares que pagarão a tudo e a todos”. Apesar de ter assinado um acordo de delação com a Polícia Federal, a colaboração se dará no âmbito da Lava Jato, a maior investigação sobre corrupção do Brasil, cuja força-tarefa é integrada pela PF.
Por influência ou não do PT de Lula e Dilma, o MPF se negou a assinar o acordo de delação com o petista, assim como fizeram até aqui com gente como Eduardo Cunha, Léo Pinheiro, da OAS e Marcos Valério, todos com potencial explosivo contra os dois ex-presidentes petistas e seus subordinados. Palocci é o primeiro a romper a barreira imposta pelo MPF desde os tempo de Rodrigo Janto. O que vem pela frente é motivo de pânico no PT de Lula e Dilma justamente pelo fato de não haver nada a fazer para retirar de Sérgio Moro a oportunidade de esclarecer mais uma série de crimes que permanecem impunes no Brasil. Que venha logo a verdade. Doa a quem doer. - Imprensa Viva -
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