Os governos petistas
criaram embaixadas em países pouco expressivos. Muitas delas, fruto da
arrogância LULOPETISTA, deverão ser fechadas. Adeus, Burkina Faso; adeus,
Nepal; adeus, Guiné Equatorial do ditador Teodoro Nguema (na foto, com Lula):
A visão expansionista da
diplomacia brasileira, tônica do governo petista, está em xeque, ainda mais
depois que o presidente Michel Temer manteve o Itamaraty sob o comando tucano,
nomeando o senador Aloysio Nunes Ferreira para substituir o ex-ministro José
Serra. E a mudança de rota já tem um roteiro pronto para ser seguido pelo novo
chanceler.
Estudo elaborado pela
senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e aprovado em 8 de dezembro de 2016 pela
Comissão de Relações Exteriores do Senado, presidida na ocasião por Aloysio
Nunes, indica que a grave crise fiscal do país abre caminho para o Itamaraty
fazer uma “REVISÃO
DA ALOCAÇÃO DE INFRAESTRUTURA DIPLOMÁTICA AO REDOR DO MUNDO, PRIVILEGIANDO A
LOCALIZAÇÃO EM PAÍSES DO SUL E NORTE QUE TÊM A MAIOR CHANCE DE GERAR DIVIDENDOS
ECONÔMICOS E POLÍTICOS PARA O BRASIL”.
O levantamento, que
utilizou dados inéditos da estrutura do Itamaraty no exterior, aponta que a
criação de dezenas de representações diplomáticas no governo Lula gerou
retorno, comercial ou político, duvidoso. Mostra ainda a dificuldade da
diplomacia brasileira para aferir a eficácia desses novos postos.
Uma revisão da expansão
diplomática já vinha sendo estudada pelo Itamaraty. Serra pediu um diagnóstico
sobre as embaixadas abertas durante a gestão de Lula. Uma fonte do ministério
disse ao GLOBO, sob condição de anonimato, que o ex-ministro Mauro Vieira
também já havia se preocupado com o assunto. Procurados pela reportagem, o
Itamaraty e o chanceler não se pronunciaram.
Muitas das embaixadas
criadas por Lula foram enfraquecidas por Dilma Rousseff, que deu pouca atenção
à política externa. DAS
44 EMBAIXADAS CRIADAS ENTRE 2003 E 2010, SETE TINHAM APENAS UM FUNCIONÁRIO EM
2015 (GUINÉ, BURKINA FASO, MALI, MAURITÂNIA, DOMINICA, LIBÉRIA E SERRA LEOA). O estudo sugere que, em alguns casos, é
melhor unificar postos ou mesmo fazer acordos com países parceiros na região
para dividir os custos de uma representação.
Um importante membro da
cúpula do Itamaraty, ligado ao novo ministro, afirmou ao GLOBO que muitas
destas embaixadas foram criadas por motivos políticos — VOTOS NO CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU
— OU POR IDEOLOGIA. E
que, em muitos casos, a existência de um conselheiro comercial ou um adido
cultural ou agrícola tem mais efeito do que o funcionamento de uma embaixada.
Ele lembra, contudo, que é preciso cautela, pois não é matemática a medição do
custo-benefício de uma atividade diplomática.
O estudo recomenda que se “REVEJA O
NÚMERO DE EMBAIXADAS E DE EFETIVO DIPLOMÁTICO, DE MODO A MAXIMIZAR O USO DOS
RECURSOS DO MINISTÉRIO PARA GERAR O MAIOR RETORNO DIPLOMÁTICO POSSÍVEL”.
— A minha expectativa é que
sim (o estudo tenha aplicação prática). O senador Aloysio era presidente da
Comissão de Relações Exteriores, e o Serra já tinha dado relevância grande ao
trabalho — afirmou Tasso Jereissati, embora reconheça as resistências
corporativas à decisão de fechar uma embaixada.
Rubens Ricupero, que
comandou a secretaria-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (Unctad) entre 1995 e 2004, defende um enxugamento dos postos.
— Eu acho muito melhor
reduzir o número, se for o caso, e procurar concentrar os recursos nos postos
principais — avaliou o embaixador. Para o diretor do Instituto de Estudos
Estratégicos da Universidade Federal Fluminense, Eurico Figueiredo, o recuo
diplomático seria um erro: — Eu acho que é uma economia imediatista que não tem
visão estratégica de país. Espaço político se conquista e não se deve perder.
Ricupero, Tasso e o
embaixador Roberto Abdenur, que comandou postos na China e em Washington,
admitem riscos na mudança de rota, pois os países afetados podem identificar
desprestígio. Ainda assim, afirmam que o Brasil não tem como se dar ao luxo, no
atual quadro fiscal, de ter embaixadas ou consulados que não trazem resultados
eficazes.
— A expansão da rede
diplomática brasileira estava muito em linha com a política brasileira de
universalizar a rede diplomática. Não é uma coisa ruim, mas foi longe demais. O
fechamento é, sim, sempre doloroso e ruim, porque dá a sensação de que se está
dando as costas para o país que ganhou um posto. Exige uma avaliação caso a
caso — disse Abdenur.
OBJETIVOS POLÍTICOS E
COMERCIAIS
A expansão da era Lula
tinha objetivos políticos e comerciais, como ampliar exportações e ter um ASSENTO PERMANENTE NO CONSELHO DE
SEGURANÇA DA ONU.
“No que se refere ao
comércio exterior, nota-se que após a abertura das embaixadas houve uma
melhoria marginal nos resultados agregados do comércio. Mas a dispersão é muito
grande e, de modo global, o investimento nas novas embaixadas possivelmente não
cobre os retornos econômicos auferidos pelo Brasil”, diz um trecho do
relatório.
Sérgio Amaral, embaixador brasileiro
nos Estados Unidos, afirma que o Brasil não pode virar as costas para a África,
mas sim atualizar e modernizar o foco do relacionamento com o continente.
— Nas últimas duas décadas,
a África cresceu mais que a América Latina. Há muitas oportunidades, e o Brasil
tem uma vantagem: além de laços históricos, somos líderes em tecnologia para
produtos tropicais, tanto na agricultura como na pecuária — afirmou o
embaixador, um dos mais influentes no Itamaraty.(O Globo). – A manchete
não faz parte do texto original -
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