Guilherme Fiuza
A
Lava-Jato perdeu a chance de se tornar a principal instituição feminista do
país PRENDENDO Dilma Rousseff no Dia Internacional da Mulher. A delação
da Odebrecht está confirmando o óbvio — que ela sabia de tudo (“TUDO”, NO
CASO, SIGNIFICANDO O MAIOR ASSALTO AOS COFRES PÚBLICOS DA HISTÓRIA). Mas Dilma
continua à solta, e isso nem é o mais grave. A mesma delação está servindo ao
papo de que a corrupção iguala todo mundo. O Brasil está louco para ser
depenado de novo — e ele é bom nisso.
“A
delação da Odebrecht mostra que os que derrubaram a Dilma praticaram a mesma
corrupção que ela”, decretou no rádio um desses companheiros fantasiados de
comentaristas. Claro que não gastaremos uma linha explicando a esses militantes
que quem derrubou a Dilma foi a Dilma, o PT e esse AMOR atávico deles PELO
DINHEIRO DOS OUTROS. Eles sabem — com profundo conhecimento de causa.
Aí
vem outro dizer que, à luz das revelações redentoras da Odebrecht, o caixa dois
do Lula é igual ao do Fernando Henrique. É a preparação perfeita do “fora todo
mundo”, relativizando as obras completas do PT. Se já apareceu até gente
tentando relativizar o holocausto, por que não RELATIVIZAR O PETROLÃO?
Também
não vale gastar meia linha para explicar que Lula e Dilma, os presidentes da
Lava-Jato, botaram o Estado brasileiro EM CIMA DO BALCÃO, AMORDAÇADO. Há uma
dinastia de tesoureiros petistas presos por esse detalhe. A maior empresa do
país foi à lona por esse detalhe. Um pedaço do PIB foi gentilmente conduzido
pelo bando governante ao seu sistema particular de arrecadação. Ninguém jamais
havia sequer tentado algo parecido, porque o Brasil jamais havia sido governado
pelo filho do Brasil — o herdeiro natural de tudo. COM LENDA NÃO SE MEXE.
O
“fora todo mundo” quer que você ache que todos são iguais perante a planilha da
Odebrecht. Estão loucos para ressuscitar a sentença mensaleira do herdeiro
solitário: caixa dois todo mundo faz.
A
história do ASSALTO SEM PRECEDENTES DO PT precisa ser
retocada porque a narrativa coitada não pode morrer. É QUE NEM
TRÁFICO DE DROGAS: virou indústria, meio de vida para muita gente. O sistema
simplesmente não deixa acabar. Imagine se a plateia descobre, de repente, que a
Gleisi Hoffmann propôs greve de sexo no Dia da Mulher apenas porque ela ganha a
vida assim (não com o sexo, com a greve).
Seria
duro demais para o país admitir, enfim, que todos esses revolucionários
progressistas são só GIGOLÔS DA BONDADE — conforme a Lava-Jato, que indiciou
Gleisi Hoffmann, já esfregou na cara dos brasileiros. Assim como a maconha e a
cocaína, a hegemonia politicamente correta dá dinheiro — e dá onda. NO AUGE DA
ALUCINAÇÃO, PRODUZIU DILMA ROUSSEFF. O BRASIL FUMOU (E TRAGOU) ESSE PROTETORADO
MELANCÓLICO DE LULA COMO SÍMBOLO DE AFIRMAÇÃO FEMINISTA E MATERNAL. ESSA ERA DA
BOA.
E
segue o baile. No Dia Internacional da Mulher, quem fala é Gleisi Hoffmann e a
patrulha nostálgica dos anos Dilma — que levou ao poder Erenice, Idely, Iriny,
Rosemary, Rosário, Jandira e grande elenco empoderado. Após o golpe do homem
branco, velho, fascista e do lar, sabem qual é o perfil do poder feminino no
país? Maria Silvia Bastos Marques. Sabem o que ela faz? Preside o BNDES, um dos
maiores bancos públicos do mundo. Sabem o que ela está fazendo lá? Salvando o
banco (e o seu dinheiro) do desastre perpetrado pelo governo bandido das
companheiras empoderadas.
Cada
nação tem o símbolo feminino que merece. Maria Silvia não surgiu à sombra de
máquina partidária nenhuma, não ganhou notoriedade com proselitismo vagabundo
nem batendo boca com político machista para se vitimizar. É
INDEPENDENTE, PODEROSA POR SUAS VIRTUDES, BELA, ELEGANTE E ÉTICA. Claro que
não fez o menor sucesso no Dia da Mulher.
Ao
contrário: o que se viu foram notinhas plantadas na imprensa sobre empresários
reclamando do BNDES — ou seja, tentando fritar Maria Silvia. São aqueles que
mamaram nos 13 anos da DisneyLula, período em que o banco foi para as páginas
policiais suspeito de operações obscuras no Brasil e no exterior. LULA É RÉU
POR TRÁFICO DE INFLUÊNCIA INTERNACIONAL ENVOLVENDO A ODEBRECHT E O BNDES. Imaginou
a pressão sobre Maria Silvia?
Pois
é. Agora volte ao noticiário sobre a greve de sexo da Gleisi Hoffmann e
disparates do gênero, porque é isso o que o Brasil tem para te oferecer na
semana da mulher.
Um
simpático deputado do PSOL foi ao jantar dos 50 anos de carreira de Ricardo
Noblat. A patrulha flagrou-o conversando sobre vida real com Temer e Aécio. O
pobre homem teve de se ajoelhar perante seus fiéis, jurando que continuava puro
— e já arrependido. Quase ao mesmo tempo, o Ministério Público denunciava o
PSOL pela criação de um núcleo partidário dentro do Colégio Pedro II. É a
pureza de resultados.
Dizem
que a MPB está entre Lula e Ciro Gomes para 2018. Viu como a lenda coitada tem
sete vidas? Então preste atenção, porque caixa dois de reputação a Lava-Jato
não pega. – A manchete e as imagens não fazem parte do texto original -
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