Em nome do Brasil, o
presidente Michel Temer tem o dever de transmitir uma mensagem clara, objetiva
e serena, porém dura, ao regime autoritário da Venezuela: acabou a era das
ditaduras na América do Sul. É assim que precisa ser, na essência, o tom da reação
do governo brasileiro à expulsão do embaixador do país em Caracas, Ruy Pereira,
simultânea à do diplomata do Canadá, Craig Kowalik.
A prioridade deve
ser aumentar a pressão, com os governos das Américas e da União Europeia, para
resgatar a Venezuela à vida democrática. É fundamental considerar que o Brasil
está diante de uma grave crise humanitária na sua fronteira norte. O número de
refugiados venezuelanos cresce na proporção do colapso provocado pelo patético
e errático Nicolás Maduro.
Sequestrada por um
esquerdismo populista, a Venezuela vive hoje a pior crise, embora tenha uma das
maiores reservas comprovadas de petróleo e gás do mundo — responsáveis por 90%
de suas receitas. Na primeira eleição do coronel Hugo Chávez, em 1999, o país
desfrutou da bonança da valorização petróleo, o que viabilizou políticas de
atenuação à pobreza e o financiamento da montagem de um projeto
nacional-populista.
O chavismo teve
respaldo de uma minoria de empresários-companheiros, que o humor venezuelano
passou a identificar como a “boliburgesia”, a casta da "robolución".
Companhias estrangeiras foram nacionalizadas e as maiores locais acabaram
submetidas à intervenção militar.
Deu tudo errado. O
Produto Interno Bruto (conjunto das riquezas produzidas no país) ainda teve fôlego
para alcançar 1,3% em 2013. A partir de então, a Venezuela vive em recessão
contínua, com projeção de um PIB negativo de 12% este ano. Mergulhou na
hiperinflação, com aumento médio de preços de 650% neste ano. As reservas
internacionais, medida da capacidade de solvência de um país, caíram de US$
20,28 bilhões, em 2013, para US$ 10,16 bilhões.
Sem caixa para
comprar alimentos e remédios, e sob a desnorteada liderança de Maduro, o
chavismo derreteu na incompetência, corrupção e na partilha do território entre
milícias e narcotráfico. Acossado pelo próprio desgoverno, Maduro transmutou-se
num tiranete. Divide-se entre cerimoniais delirantes e a política de prisões e
tortura de opositores políticos — as respeitáveis Human Rights Watch e Foro
Penal acabam de documentar 88 casos, com 314 militantes da oposição vítimas da
tortura sistemática nas prisões.
O governo Temer tem
o dever de reagir. Precisa reforçar os mecanismos de apoio e assistência
humanitária à população refugiada em áreas-chave como Roraima. Ao mesmo tempo,
avançar em iniciativas conjuntas para ampliar o isolamento do regime,
reforçando a legitimidade da oposição venezuelana. E, importante, respaldar a
ação de organizações como a Human Rights Watch e a Foro Penal na denúncia à
Corte Penal Internacional contra Nicolás Maduro e seus companheiros de
“robolución” pelo compêndio de crimes cometidos contra a humanidade. - editorial do jornal O Globo -
Um comentário:
DESEJO A TODOS OS FREQUENTADORES AQUI DO BLOG ( MENOS AOS PETISTAS, POIS PETISTA PRÁ MIM NÃO É GENTE É UM SER DESPREZÍVEL, IGNÓBIL, PARENTE DO CAMARÃO ) UM ÓTIMO 2018.
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