O Filme GIANT(gigante) completa 65 anos de filmado quando foi
estrelado por Elizabeth Taylor, Rock
Hudson e James Dean que marcou a derradeira atuação de
James Dean no cinema: ele morreu antes mesmo de ver a obra concluída em
acidente automobilístico com apenas 24 anos de idade.
d.matt
Lembremos que o filme original tem o nome de GIANT e é centrado numa gigantesca fazenda de milhões de hectares, com milhões de cabeças de gados e cavalos, com dezenas, talvez centenas de cowboys para controlar tamanho rebanho. É verdade que o enredo principal, escrito pela autora Edna Farber, está mais centrado na família Benedict e sua influência financeira e política local e estadual, devido a imensidão de suas terras, maior até que alguns pequenos países europeus.
como quase sempre, o livro é melhor que o filme. o enredo é inferior em qualidade ao gigantesco romance, que merecidamente exalta a grandeza e qualidade boas e ruins do grande Estado americano. Sua narrativa, bem elaborada e descritiva é uma enciclopédia sobre os usos e costumes do nação norte-americana. Bem explicitado no livro,, o que acertadamente o autor da adaptação do enredo e o diretor conseguiram mostrar no filme.
A fita mostra desde o início a "diferença" entre os seres humanos e os mexicanos, que são seres à parte. Tratados com muito pouca civilidade sempre desdenhados, sendo considerados como escória e lixo pelos poderosos texanos. Nota-se que o personagem JET RIT interpretado pelo ator James Dean, apesar de pobre e empregado da fazendo, recebe um tratamento menos preconceituoso dos seus arrogantes patrões, isto porque ele "é branco e texano" e suas extravagâncias e audácias, são sensivelmente toleradas e ele também considera os mexicanos miseráveis como lixo humano, uma vez que não são, americanos, texanos e são de raça "inferior" segundo o seu julgamento racista e boçal.
George Stevens mereceu um Oscar de melhor direção em 1956, prêmio muitíssimo justo pois a sua direção é segura e mantem o filme num elevado padrão de qualidade, até a metade do filme. George Stevens já era considerado um excelente diretor, tendo nos presenteado com o belíssimo filme UM LUGAR AO SOL em 1951, e posteriormente dirigiu o belíssimo e clássico western SHANE em 1953, do qual um dia ainda escreveremos a respeito.
O filme de que trata este artigo muda de tom e deixa de ser um western a partir do momento em que o seu pobre empregado encontra petróleo em seu terreno, localizado dentro da fazenda Reata. Um pequeno lote de terra deixado por herança pela irmã do fazendeiro morta por acidente rural. O filme muda completamente, de um semi-western passa a ser um dramalhão, agora quase totalmente focado no sentido de preconceito racial, financeiro, e de estatura politica e social.
No livro a escritora Edna Farber faz volteios mágicos para salientar, no somente, o comportamento de todos os seus personagens, inclusive, fica bem claro nos seus escritos que o personagem do UNCLE BAWLEY, no filme interpretado pelo ator Chill Wills é sem dúvida um personagem Gay. Mas todos fingem ignorar esse fato, pois seria impossível imaginar, um texanos, machão Gay, no meio de tantos machões da região, o diretor e roteirista também fazem vista grossa, mas por vias das dúvidas, mantém o personagem, no estado civil de solteiro em todo o filme, mas com muita dignidade.
Desde o começo do filme, ao chegar à fazenda Reata, o personagem JET RIT (James Dean) chama a si toda atenção, devido aos seus maneirismos no modo de falar e na sua postura corporal. Parece uma enguia se escondendo e aparecendo, na verdade querendo chamar a atenção para o seu personagem, o que ele consegue em parte. Miss Taylor, com uma beleza exuberante, não precisa se esforçar para chamar a atenção sobre si, pois é o protótipo da mulher bela e ela sabe explorar muito bem essa graça recebida de Deus.
O machão (no filme), Rock Hudson, faz uma força tremenda para parecer um texano autêntico e durão, mas em vão, seu desempenho fica muito a desejar, o papel merecia um ator com mais força e personalidade e não esse ator de comédias românticas, sem nenhum apelo dramático. Não dá para entender, quer dizer, se você conhece os bastidores dos prêmios Oscar, vai entender o porquê da sua absurda indicação ao prêmio de melhor ator nesse filme.
O cultuado ator James Dean, também foi indicado ao prêmio de melhor ator, nesse filme. Porem nesse caso entendemos a indicação do seu nome como melhor ator, devido a sua morte trágica, ocorrida antes do lançamento do filme. Foi apenas uma homenagem, mas não uma indicação por mérito, uma vez que a sua atuação neste filme é a pior da sua breve carreira. Da metade até fim do filme , ele se repete nos seus maneirismos interpretativos, sem qualquer originalidade e mudança de postura, uma vez que o seu personagem exige uma nova postura de poderoso milionário e não de um, cafajeste rural, conforme ele interpreta a sua postura como poderoso homem de negócios e cidadão proeminente dentro do Estado.
A autora quis demonstrar e conseguiu no seu romance, de como as pessoas se comportam quando o dinheiro jorra escandalosamente em cima da suas cabeças. Tudo muda literalmente. Como exemplo, cito um diálogo ocorrido no meio do filme:
A sra, Benedict L.Taylor ) pergunta :
Como vão os negócios?
a outra responde: Estamos conseguindo um milhão.
- Um milhão de barris de óleo?
-Não, um milhão de dólares.
-Um milhão de dólares por ano?
-Não, um milhão de dólares por mês.
Quer dizer, não há cabeça que se mantenha lúcida, depois dessa.
Nem a autora do livro e nem o filme explica, porque somente o xicano ( Sal Mineo ) filho de uma empregada da fazenda, quando cresce vai a guerra e volta dentro de um caixão militar. Porque o filho do fazendeiro não vai a guerra? Porque o genro do fazendeiro vai a guerra e volta são e salvo? Será que só os Xicanos são heróis e valentes e merecem morrer pelo Texas, sua terra adotiva?
As cenas finais são constrangedoras, com acentuadas denuncias de preconceitos raciais, não só no livro, mas também no filme. As cenas do confronto e brigas de R.Hudson e J.Dean estão ridículas, mal planejadas, mal interpretadas e sem qualquer aceitação, seja no livro, como no filme. Nem um mágico diretor poderia melhorar aquelas cenas deploráveis, difíceis de serem aceitas, no contexto da estória original.
É de notar que o responsável pela maquiagem dos personagens estava muito longe do Texas durante a filmagem. Seu trabalho é lamentável. Quando os personagens precisam aparentar uma certa idade, 50/60 anos, ele simplesmente borrifa exageradamente os cabelos dos atores com uma tinta ou pó cor de cinza exageradamente e o rosto e corpo dos personagens ficam sem mudança desde o início do filme. Grande falha da produção, que também não cuidou muito bem da direção de arte.
Aquele final do Bilionário fazendeiro racista, lutando e sendo esmurrado violentamente, pelo direito do neto xicano ser servido no restaurante, é inverossímil e causa até constrangimento. É digna de uma comédia dos três patetas.
Ao final, entendemos que todos são derrotados, mas ignoram as derrotas e voltam às suas vidinhas ricas e vazias, numa piscina transbordando de dólares. O resultado final fica muito abaixo do esperado de um filme do excelente diretor George Stevens.
https://www.youtube.com/watch?v=IGJVuTn461c