PT PERDE RECEITA COM “DÍZIMO” E PRECISA SE ADAPTAR À REALIDADE FINANCEIRA.
SEGUNDO A DIREÇÃO, A QUEDA DA RECEITA LEVOU A DEMISSÃO DE FUNCIONÁRIOS. MESMO
ASSIM, A PUTADA ESQUERDOPATA PETRALHA FOI CONTRA A PEC DE CONTENÇÃO DOS GASTOS
POR 20 ANOS, EMITIDA POR MICHEL TEMER...
Enquanto se opõe às medidas de cortes de despesas
públicas propostas pelo governo Michel Temer, o PT faz o seu próprio ajuste
fiscal. Com a redução do “dízimo” proveniente de cargos comissionados no governo
federal perdidos depois do impeachment de Dilma Rousseff e a derrota histórica
nas eleições municipais de outubro, o partido foi obrigado a cortar despesas.
Segundo a direção petista, a queda da receita levou até a demissão de
funcionários.
“O PT vem se adaptando à nova realidade financeira. Recentemente,
conseguimos diminuir ainda mais nossas despesas de custeio. Entregamos mais uma
parte da nossa sede em Brasília, estamos renegociando os contratos com
fornecedores, além de também termos sido obrigados a realizar demissões de
funcionários”, disse o secretário nacional de finanças do PT, Márcio Macedo.
O partido não informa o número de cargos perdidos, valores da queda de
receita nem o número de funcionários demitidos. Segundo a prestação de contas entregue
ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referente às contas de 2015, o orçamento
total do PT no ano anterior ao impeachment foi de R$ 144,3 milhões, dos quais
R$ 26,9 milhões eram provenientes do “dízimo” e outros R$ 116,2 milhões do
Fundo Partidário.
Os números do TSE mostram tendência de queda na arrecadação do “dízimo”
nos últimos anos. Em 2013, o PT arrecadou R$ 32,6 milhões em contribuições, em
2014 foram R$ 31,6 milhões e em 2015, R$ 26,9 milhões.
Além disso, a legenda não conta mais com o financiamento empresarial. Em
resposta às investigações da Lava Jato, que apontavam para o recebimento de
propinas referentes a contratos da Petrobrás em forma de doações ao partido, o
PT decidiu por conta própria que não aceitaria mais ajuda financeira de empresas.
Pouco depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) vetou as doações empresariais
para todos os partidos.
O PT tenta ainda reverter na Justiça uma série de multas impostas pelo
TSE por irregularidades nas contas partidárias.
Questionado se o partido está passando por problemas financeiros, o
presidente nacional da legenda, Rui Falcão, admitiu: “Está. Primeiro porque,
por decisão nossa, desapareceu o financiamento empresarial. Segundo porque
fomos punidos numa sucessão de multas por parte da Justiça Eleitoral. Terceiro
porque a saída de deputados, prefeitos, a redução das bancadas agora por conta
da derrota eleitoral, tudo isso reduz os recursos próprios”. (AE)
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