AO FAZER UMA AUTOANÁLISE,
CONSIDEROU-SE APENAS UM RAPAZ LATINO AMERICANO E, AO OLHAR SUA FOTOGRAFIA 3×4,
IMEDIATAMENTE TRAÇOU UM PEQUENO PERFIL DE UM CIDADÃO COMUM. DESTA FORMA,
PERCEBEU QUE VIVIA A PALO SECO E SENTIU FOME, POIS JÁ ESTAVA NA HORA DO ALMOÇO.
ALMOÇOU, E APÓS FAZER UM BREVE COMENTÁRIO A RESPEITO DE JONH, RIU, EM SEGUIDA,
VESTIU A SUA VELHA ROUPA COLORIDA E PARTIU PARA A BALADA DE MADAME FRIGIDAIRE.
Jandeilmo Cleidson
Ao se espremer entre homo
sapiens no transporte coletivo no qual embarcara, concluiu que A VIDA NÃO PASSAVA DE
UMA DIVINA COMÉDIA HUMANA, todavia era preciso manter as
aparências. No caminho, presenciou um
caso comum de trânsito, onde uma pessoa gritava enfurecida: SAIA DO MEU CAMINHO! Ignorou e, como não era com
ele, julgou-se um sujeito de sorte. De modo disfarçado, riu novamente ao olhar
o semblante dos ocupantes da condução lotada na qual entrara há quase meia
hora, ao perceber que cada um se considerava um ser de primeira grandeza. A
ansiedade para vê-la o fizera chegar cedo ao local combinado, observou o
ambiente, que parecia ter sido todo projetado através de esquadros e, enquanto
um baihuno servia-lhe aquele drink barato, lembrou-se do conselho dado pelo seu
velho amigo quando fora encontrá-la a primeira vez: “NÃO LEVE
FLORES!”. As pessoas começaram a chegar e,
repentinamente, do meio do populus, como uma ALUCINAÇÃO, ela surgiu!
Estava brasileiramente linda, como o diabo gosta. Ofereceu-lhe um drink, e
ficou um tempo apenas apreciando-a. Ao lado dela, não notava as horas passarem,
mesmo assim, fez mentalmente um pequeno mapa do tempo e lembrou-se da viagem a
sua terra que os dois fariam naquela madrugada. De lá mesmo tomaram um táxi
para o aeroporto, ao entrar no carro o taxista, não se conteve e riu daquele
sujeito esquisito, TODO SUJO DE BATON. Embarcaram
com 10 minutos de atraso e, na hora da decolagem, segurou firme na mão dela,
pois nunca escondera de ninguém o seu MEDO DE
AVIÃO. Durante
a viagem conversaram sobre diversas coisas e, ao ser indagado se aquela viagem
havia sido uma boa ideia, respondeu: –
Conheço meu lugar! Relembrou os GALOS, NOITES E QUINTAIS, e de uma
terrível seca, quando houve um verdadeiro clamor no deserto por parte do seu
povo. Quando ela perguntou a opinião dele acerca das transformações sociais que
estavam ocorrendo, respondeu: – A SOCIEDADE PODE ATÉ MUDAR,
MAS A ESSÊNCIA DAS PESSOAS PERMANECE INTACTA, AINDA VIVEMOS COMO NOSSOS PAIS. Sobre se
havia arrependimento por algo que fizera, afirmou sem pestanejar que se tivesse
oportunidade, FARIA TUDO OUTRA VEZ. O tempo
passou, ele viveu o auge, o esquecimento, sumiu, reapareceu… Mas o anjo do
Senhor (de quem nos fala o Livro Santo) desceu do céu pra uma cerveja, junto
dele, no seu canto e a morte o carregou, feito um pacote, no seu manto… Que a terra lhe seja leve! Os
verdadeiros não morrem, sua memória se eterniza por meio das suas obras. Belchior é um desses!
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