Por Altamir
Pinheiro
Há 70
anos, o ator HENRY FONDA(pai de Jane Fonda) foi protagonista do filme
“PAIXÃO DOS FORTES”, película cinematográfica em preto e branco realizado
pelo grande cineasta e diretor norte-americano John Ford, corria o
ano de 1946 e o ótimo ator FONDA estava na flor da idade com 41 anos de vida.
Na direção, embora não atinja os níveis alcançados em “No Tempo das
Diligências”, “Como Era Verde o Meu Vale”, “Depois do Vendaval” e “Vinhas da
Ira”, dentre outros, o diretor John Ford nos brinda com um belo trabalho.
A fotografia em preto e branco é outro quesito que merece ser destacado. No
elenco, chamam atenção as atuações de Henry Fonda e Walter Brennan, seguidas
pelo bom ator VICTOR MATURE, que no filme é o médico Holliday e o cawboy
pistoleiro da cidade por nome estranho de CEMITÉRIO. Enfim, “PAIXÃO DOS FORTES”
é um filme imperdível para os amantes do gênero faroeste. Recomendo-o.
O
cenário desértico do filme é esplendoroso, haja vista as cidades
cinematográficas são
compostas, geralmente, de apenas uma avenida principal onde se destacam o
SALOON e, no caso de PAIXÃO DOS FORTES tem um requisito ou ingrediente a
mais: O lugarejo fora construído ao
lado do MUNUMENT VALLEY, que apresenta uma visão panorâmica deslumbrante. Deixamos de apresentar a sinopse do filme, no
entanto John Ford(que tantas vezes dirigiu John Wayne), com
sutileza e com sequências de seu enternecedor lirismo, como nos brinda o
cinéfilo e pesquisador Darci Fonseca, o diretor de “PAIXÃO DOS FORTES” envolve
o espectador fazendo-o acompanhar os passos de um homem com os ideais de
Lincoln e a nobreza de Tom Joad, personagens interpretados pelo mesmo Henry
Fonda em filmes de Ford (“A Mocidade de Lincoln” e “Vinhas da Ira”).
A chegada dos novos hábitos indicando o processo de
civilização do Velho Oeste foi o que Ford imprimiu a este western com pouca
ação, mas denso em sentimentos e conflitos entre os personagens. O salão de
barbeiro com suas loções recendendo ao cheiro de frondosas flores trepadeiras; a troca das roupas
de vaqueiro pelos ternos com estilo importado do Leste; o
médico-pistoleiro-jogador que recita Shakespeare quando o ator esquece o texto;
a própria presença da companhia que apresentará uma peça clássica numa cidade
onde gente de bem se mistura a assassinos e ladrões de gado. A simplicidade,
idealismo e poesia das imagens de “PAIXÃO DOS FORTES” fazem desse western um
sublime exemplo da “Americana” do excelente diretor, John Ford.
Não importa a geração à qual o adepto de filmes de
faroestes pertença, pois pode ter conhecido Henry Fonda de formas diferentes.
Para alguns, mais jovens, ele pode ser lembrado como o avô da sumida Bridget
Fonda. Para outros, o pai dos premiados JANE E PETER FONDA. Mas muito mais do
que o patriarca de uma prole de dedicados talentos, Henry Fonda foi um astro.
Um dos mais respeitados em Hollywood, figura que trabalhou com os maiores
diretores do cinema – Fritz Lang, John Ford, Alfred Hitchcock, Sidney Lumet e o
excelente Sergio Leone, no filme Era Uma Vez no Oeste – e contracenou com
tantos outros gigantescos nomes da sua época – James Stewart, John Wayne, Bette
Davis, Woody Strode, Claudia Cardinale, Charles Bronson, entre
tantos outros.
O
crítico de cinema Rodrigo Oliveira, grande estudioso da vida artísticas da
família FONDA, nos confidencia que, ele tinha um grande laço de
amizade tanto com o ator James Stewart quanto com o diretor John Ford. Os bem
sucedidos trabalhos ao lado do diretor continuaram em O Fugitivo (1947)
e Forte Apache (1948), este último com uma bela dobradinha com
o cowboy John Wayne, e a parceria teria tudo para continuar não fosse um
terrível desentendimento durante as filmagens de Mister Roberts (1955).
Em certo momento, houve uma conversa acalorada entre ator e diretor (que estava
sob influência do álcool no momento) acabou em um soco desferido por Ford no
astro. Pedidos de desculpas foram feitos, mas a relação azedou. O cineasta nem
chegou a terminar o filme, por causa dos seus problemas com a bebida, e Fonda
prometeu nunca mais trabalhar com seu antigo diretor do filme
Paixão dos fortes.
FILMES IMPRESCINDÍVEIS DE HENRY FONDA: As Vinhas da
Ira (1940), sua primeira indicação ao Oscar; - FILME ESQUECÍVEL:
Tentáculos (1977), co-produção Itália/EUA, primeiro filme-catástrofe de Henry
Fonda; - MAIOR SUCESSO DE BILHETERIA: Num Lago Dourado (1981), arrecadando
US$ 120 milhões em uma produção de orçamento modesto; - PRIMEIRO FILME:
Amor Singelo (1934), já vivendo o protagonista da história; - ÚLTIMO
FILME: Nos cinemas, Num Lago Dourado (1981); - OSCAR: Indicado em As
Vinhas da Ira (1940) e vencedor em Num Lago Dourado (1981). Por incrível que
pareça, o excelente ator HENRY FONDA É até hoje o recordista de maior intervalo
entre indicações na Academia: 41 ANOS. Em 12 de agosto de 1982, poucos meses
depois de ter vencido o Oscar, Henry Fonda faleceu, aos 77 anos, vítima de
doença no coração.
Assista ao vídeo abaixo, do DUELO mais longo da
história dos faroestes com Henry Fonda e Charles Bronson no espetacular filme,
ERA UMA VEZ NO OESTE. Desnecessário informar do estupendo cenário, onde se
passou as filmagens externas que foram
realizadas em MONUMENT VALLEY, nos Estados Unidos e no deserto de Almeria, na
Espanha. Para brindar ainda mais o vídeo, se delicie com uma trilha sonora magistral sob a batuta
do maestro italiano Ennio Morricone.
https://www.youtube.com/watch?v=BdK0jaLuJL8
Nenhum comentário:
Postar um comentário