Jorge Oliveira
A petezada pirou de vez. Agora vai às ruas pedir diretas já como se o
país não vivesse na sua plenitude democrática. Como se o vice tivesse
chegado ao poder por via indireta, sem voto, dando um golpe na
Constituição. Esses lunáticos petistas acham ruim tudo que não é bom
para eles. Quando perderam as eleições, foram às ruas e derrubaram o
Collor (Lindbergh estava lá com os caras pintadas). Aceitaram o Itamar
como governo de transição. E depois esperaram oito anos para chegar ao
poder. Na presidência destroçaram a economia, promoveram o maior
escândalo de corrupção do mundo e deixaram um legado de 14 milhões de
desempregados.
Mas o pior veio a galope: a Comissão de Constituição e Justiça caiu
no conto do paco do senador Lindbergh Faria e aprovou Emenda à
Constituição que prevê a realização de eleição direta para presidente e
vice-presidente da República se os cargos ficarem vagos nos três
primeiros anos de mandato. Atualmente a Constituição determina apenas se
a vacância ocorrer nos dois primeiros anos. O único senador que teve
coragem de peitar o casuísmo foi o Ricardo Ferraço (PSDB-ES). O resto –
que é resto mesmo! – embarcou no conto do vigário do PT e aprovou a
emenda. Essa CCJ, sem dúvida, é a mais imbecilizada e corrupta de que se
tem notícia na história do Congresso Nacional.
A PEC, se aprovada no plenário, simplesmente antecipa as eleições.
Como a petezada que evitar que o Lula vá para a cadeia, eles agora vão
se organizar para tocar fogo no país e sair por aí pregando as diretas
já como se as instituições brasileiras estivessem trincadas. Querem
porque querem trazer de volta a organização criminosa chefiada por Lula,
Palocci e Zé Dirceu para acabar com o que ainda resta do país. Dessa
vez – pasmem! – com a conivência de alguns senadores idiotizados que
integram essa CCJ desmoralizada.
A petezada e seus lunáticos torcem para o quanto pior melhor. Não se
conformam terem sidos banidos do poder como ladrões e chefes de
quadrilha, como vem dizendo o juiz Sérgio Moro em suas sentenças e o STF
quando julgou o mensalão. Eles acham, por fanatismo, que o Lula é o
Messias que veio ao mundo para salvar a humanidade das ovelhas negras.
Não querem que o vice que eles mesmo elegeram governe. Provocam
movimentos populares para enganar os mais incautos. Tentam parecer
democrático quando na verdade não passam de tiranos golpistas que,
quando não ganham no voto, tentam incendiar à nação. Não enxergam –
porque são ignorantes politicamente e despreparados – que o caminho para
sair da crise é ter as instituições fortalecidas. Quebrá-las só
interessa aos vândalos, aos déspotas e os oportunistas. Eleições fora de
hora é golpe, simplesmente golpe. E mesmo assim, a CCJ deixou-se levar
no grito. Alguma coisa esses senadores estão armando, porque boa parte
dessa comissão está enrolada na Lava Jato.
O Brasil está acostumado a conviver com vices desde Floriano Peixoto.
Na Nova República conviveu com Sarney e Itamar que concluíram seus
mandatos sem quebrar a normalidade democrática. Se conseguiram
administrar bem o país ou não são outros quinhentos. Terminaram seus
mandatos aos trancos e barranco sem ferir os preceitos constitucionais.
Ressalve-se, contudo, que Itamar botou o país nos eixos ao criar o Plano
Real.
A petezada esconde-se no manto da farsa. Quer trazer de volta os
gritos das ruas pelas eleições diretas, a exemplo do que ocorreu nos
idos de 1980, como um apelo popular para legitimar os seus atos de
vandalismo. Acha que pode arrastar multidões por uma causa que eles
consideram nobre, quando, na verdade, não passam de golpistas,
oportunistas e incendiários. Por trás de toda essa “pelegância”, o capo
tutti capi Luis Inácio que vem tentando evitar a primeira condenação
ameaçando tocar fogo no país se isso ocorrer pelas mãos de Sérgio Moro. A
própria Polícia Federal já interceptou conversa dele com seu pupilo
Lindbergh onde eles tramam levar as centrais e os sindicatos às ruas
para provocar badernas e criar um clima de instabilidade política.
O mais triste de tudo isso é assistir um monte de artistas – muitos
deles que estiveram engajados na redemocratização do país na época da
ditadura – clamando para que o povo se manifeste contra um governo que o
PT agora considera ilegal, mas o escolheu como comparsa durante os dois
mandatos da Dilma. Gritar diretas já nas ruas é compactuar com a
organização criminosa que assaltou a nação, provocou a tragédia do
desemprego e destroçou a economia. Mais de trinta anos depois da Direjas
Já (com caixa alta), o movimento cívico e pacífico que aglutinou o povo
contra a ditadura, surge agora uma quadrilha de criminosos tentando
fazer do povo massa de manobra para levá-lo a uma tragédia anunciada.
Se você não quer mais que seu país seja governado por criminosos e
assaltantes dos cofres públicos, diga não a essas diretas fajutas,
oportunista e golpista. Está provado que o voto, apenas o voto, não
livra ninguém de bandidos políticos. Se assim fosse, o país não tinha
desmilinguido nas mãos de Lula/Dilma, os mais corruptos e venais
presidentes que já governaram o Brasil.
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