Ricardo Noblat
Caiu, ontem à noite, o que parecia ser um argumento poderoso da defesa
de Lula para tentar absolvê-lo no processo em que ele é acusado de receber
propina da construtora OAS por meio da posse de um apartamento tríplex na praia
do Guarujá, em São Paulo.
Em suas alegações finais, a defesa afirma que a OAS transferiu os
direitos econômicos e financeiros sobre o imóvel a partir de 2010 para um fundo
gerido pela Caixa Econômica Federal. Assim, não teria como ceder a Lula a
propriedade do imóvel ou prometer a sua posse.
EM NOTA OFICIAL,
A CAIXA AFIRMOU QUE NÃO É DONA DOS DIREITOS
ECONÔMICOS DO IMÓVEL. O FGTS adquiriu debêntures da OAS garantidos pela hipoteca do prédio,
do qual o tríplex faz parte. Mas isso não impediria a comercialização dos
imóveis.
A qualquer momento, o juiz Sérgio Moro poderá divulgar a sentença que
condenará ou absolverá Lula. Nem Lula nem os que o cercam mais de perto apostam
na absolvição. Se ela acontecesse, segundo alguns, SERIA COMO SE MORO ASSINASSE O
ATESTADO DE MORTE DA LAVA JATO.
Da mesma forma, Lula e os seus não imaginam que Moro possa decretar a
prisão do ex-presidente. Se Lula permaneceu solto até aqui, não haveria razão
para prendê-lo antes de a segunda instância da Justiça confirmar ou rever a
sentença de Moro.
Uma vez que seja condenado, Lula cumprirá uma extensa agenda pelo país
a fora para receber a solidariedade da militância do PT. Haverá também eventos
no exterior, alguns já acertados com partidos e entidades sindicais.
O PT torce para que o Supremo Tribunal Federal não decrete a prisão do
senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Se Aécio continuar solto e não for
cassado pelo Senado, Lula só terá a ganhar, apresentando-se como a única vítima
de fato da Lava Jato.
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