domingo, 4 de junho de 2017

JAMES STEWART, O DEDO DURO DO FBI  



Por Altamir Pinheiro

Por ser possuidor de um caráter íntegro, James Stewart transformou-se  num baita de um ator inesquecível ou memorável que foi reconduzido na personificação do herói nacional norte-americano em filmes como A Felicidade Não se Compra (1946) ou A Águia Solitária (1957). Suas interpretações foram sempre marcadas pelo personagem desajeitado e pelo modo de falar inseguro. As colaborações com o diretor Alfred Hitchcock reforçaram a sua identificação com o modelo de norte-americano médio, de perfil simples e de enorme caráter, especialmente em Janela Indiscreta (1954) e Um Corpo que Cai (1958). STEWART NUNCA INTERPRETOU PAPÉIS DE VILÃO, nem sequer nos muitos westerns que protagonizou como o espetacular filme,  O Homem que Matou o Facínora (1961), ao lado do Papa dos filmes de faroestes,  John Wayne.


Pois bem!!! O presidente americano Harry Truman costumava dizer que, se um dia tivesse um filho, queria que ele fosse como o ator James Stewart (1908-1997).  O presidente democrata sabia do alcance de sua afirmação: não havia em Hollywood, e não houve até o aparecimento de Tom Hanks, nenhum ator com melhor imagem de pureza e honestidade como James Stewart. Patriota ao extremo, como também mulherengo que era, se tornou um convicto MONOGÂMICO após se casar com a socialite Gloria Stewart e nunca mais foi visto na companhia de nenhuma outra mulher. Assim, diante desse anjo de candura e exemplo de bom-mocismo, James Stewart era RACISTA e DELATOR, tendo colaborado por livre e espontânea vontade com a caça às bruxas (entenda-se caça aos comunistas). Stewart foi informante direto do   FBI em sua época, que via em Hollywood comunistas escondidos até em recheios de pasteis.

Pesquisando sobre a vida do ator percebe-se claramente que,  o seu envolvimento com a DEDURAGEM afirmando que teria delatado apenas os comunistas mais notórios, tudo aquilo   se valia do ator e futuro presidente americano Ronald Reagan como garoto de recados para a entrega de seus dossiês.  A queda de Stewart para a delação “NASCEU COM BONS PROPÓSITOS” (se é que há propósito saudável num delator): o seu ideal era o de barrar a ascensão do crime organizado em Hollywood, como também o comunismo desembestado.  As atividades do ator como informante do FBI,  lhe custaram, inclusive, a perda da amizade de Henry Fonda – eles eram inseparáveis desde a juventude e chegaram a morar juntos numa fazenda em Hollywood. O FBI, de fato, investigava tudo e todos, e  não poupou sequer o seu próprio informante: também a vida de James Stewart foi vasculhada devido à boataria de seu suposto envolvimento homossexual com Henry Fonda(pai de Jane Fonda).
Voltando-se a sua atividade cinematográfica, James Stewart foi um dos atores mais queridos do cinema norte-americano e um dos favoritos dos fãs de faroestes. Mas, conforme nos confidencia o crítico de cinema Darci Fonseca, Stewart poderia ter sido  qualquer coisa na vida, menos ator. Magro demais, desengonçado, parecendo tropeçar nas próprias pernas, porém pior do que a presença física de James Stewart era sua voz meio fanhosa parecendo ter um ovo quente na boca e gaguejando nervosamente. Pois foi com todos esses “DEFEITOS” que James Stewart venceu em Hollywood e pode-se afirmar que poucos atores participaram de um número tão grande de obras-primas e clássicos do cinema quanto ele.

Quando jovem James Stewart aprendeu a tocar acordeão, instrumento que fazia muito sucesso aqui no Brasil nos anos 50, época em que a RCA Victor praticamente só prensava discos de Luiz Gonzaga, “O REI DO BAIÃO”. Instrumento da moda, as moçoilas iam aos conservatórios musicais sonhando em serem novas Adelaide Chiozzo, atriz e acordeonista brasileira, estrela da Atlântida Cinematográfica e renomada cantora da Rádio Nacional. E que ninguém chamasse o acordeão de “SANFONA”, pois saía até briga... James Stewart nas horas vagas gostava de dedilhar seu acordeão e sonhava poder aparecer num filme tocando esse instrumento. A oportunidade surgiu com “A Passagem da Noite”, em que além de tocar, James Stewart se meteu a cantar também...

Em se tratando de filme faroeste, ninguém ganhou mais dinheiro que James Stewart nos anos 50, nem mesmo John Wayne, Gary Cooper ou Marlon Brando. A galinha dos ovos de ouro que  apareceu na vida de Stewart foi o filme WINCHESTER 73, o western que mudou Hollywood. Em 1950 James Stewart estava com 42 anos de idade e há 15 anos no cinema. Stewart deu um cheque-mate nos donos dos estúdios, justamente com o western “Winchester 73”, mudando radicalmente o sistema de se fazer cinema. Analisando  a película cinematográfica, o Winchester 73 é um filme norte-americano passado em tempos áureos do velho-oeste, dirigido pelo consagrado diretor Anthony Mann que eu recomendo aos cinéfilos de bang bang.  O RIFLE Winchester 1873, o qual dá título ao filme, é mostrado como a melhor e mais desejada arma do faroeste. Um dos grandes westerns da história. A arma acaba se tornando um dos personagens. Vale a pena assisti-lo!!!

Por fim, James Stewart foi um aclamado ator americano de cinema, teatro e televisão. Atuou em inúmeros filmes considerados clássicos, e foi indicado a cinco prêmios de Oscar de Melhor Ator, ganhando em 1941 por seu papel em Núpcias de Escândalo. Além disso, recebeu um Oscar Honorário, em 1985, pela sua carreira. James Stewart foi casado com Gloria Stewart por 45 anos, ou seja, até 16/02/1994, quando ela veio a falecer. O casal teve duas filhas gêmeas, Kelly e Judy.  A morte da esposa fez com que sua vida deixasse de fazer sentido.  Ele começou, então, a sofrer uma série de problemas de saúde que culminaram com sua morte em julho de 1997 de embolia pulmonar, aos 89 anos de idade. Logo abaixo, assista ao vídeo de 2 minutos do filme original Winchester 73.

https://www.youtube.com/watch?v=R7BtbxXJv9Y&t=27s

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