Protesto realizado no Rio em 2009 contra o assassinato de PMs. De lá pra cá, a coisa só piorou. A esquerda nunca protestou. Ao contrário: pede a extinção da Polícia e silencia sobre o narcotráfico |
Reinaldo Azevedo
“Não acabou, tem que acabar; eu quero o fim da Polícia Militar”.
Ouviu-se, nesta quinta, esse grito em várias cidades brasileiras, especialmente
no Rio e em São Paulo. Como antevi que aconteceria em textos nesta madrugada,
as esquerdas foram às ruas e às praças para acusar as forças oficiais de
segurança pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL. Seu
partido, em coro com o PT, tentou jogar a tragédia nas costas da intervenção no
Estado, como se a ocorrência não reforçasse a necessidade da ação do governo
federal.
É claro que o debate sobre o assunto pode ser travado no terreno dos
valores, da ideologia, da política. Mas pretendo aqui evidenciar a vigarice
moral dessa gente com números, com a matemática. Entrar na rinha puramente
valorativa corresponde a dar aos esquerdistas o seu palco predileto, que é o da
autovitimização triunfante. Ou vocês, como eu, não cansaram de ler textos a
lembrar que Marielle era mulher, negra, favelada, socialista, lésbica e contra
a intervenção”? Isso faz supor que a eventual morte de um homem branco, do
asfalto, liberal, hétero e favorável à intervenção mereceria indignação menor.
Não é de hoje que as esquerdas fazem hierarquia de vítimas e mortos,
desde que isso possa servir à sua causa. Há quantos anos escrevo no meu blog
contra a barbárie nos presídios e cadeias? Sempre existiu tortura no Brasil. Os
camaradas vermelhos só lutaram por indenizações para os torturados com pedigree
ideológico. A propósito: se Marielle, ainda que negra e favelada, fosse hétero e
de direita, a indignação já seria menor. Se lésbica, mas branca, ainda que
socialista, também a comoção industriada seria mais contida. Esses
papa-defuntos precisam de uma morta que seja, ao menos tempo, um “combo” de
opressões para que, como dizem, “seu martírio não seja em vão”.
O conjunto é nauseante. Essa gente é incapaz de expressar o luto,
palavra oriunda do vocábulo latino “luctus”, que deriva do verbo “lugeo”, que
quer dizer chorar a perda de alguém. Antes mesmo que possa demonstrar
sofrimento, o cadáver é logo carregado em triunfo em nome de uma causa.
Sim, só Marielle trazia tantas marcas distintivas da militância e
portava tantas bandeiras — inclusive o equivocado estandarte contra a
intervenção. Mas sabem quantos outros seres humanos, a exemplo dela, que também
tinha essa condição, foram assassinados no Estado no ano passado? 6.371! O que
fez com que a taxa de homicídios chegasse à escandalosa marca de 40 por 100 mil
habitantes. Sim, há unidades da federação com números ainda piores. E as esquerdas
ficaram em casa.
Ataca-se a Polícia? Com efeito, desse total, 1.124 mortes se deram em
decorrência de ações policiais, uma taxa de 6,7 mortes por 100 mil habitantes —
o número é realmente escandaloso. Mas nada, meus caros, nada mesmo se equipara
ao que acontece com os próprios policiais militares, eleitos os vilões da hora.
Em 2017, foram assassinados 134, de um total de 45.429 homens.
Preste atenção, leitor, para o tamanho da delinquência moral da esquerda
que grita “Não acabou, tem que acabar; eu quero o fim da Polícia Militar”.
Relembro: houve 40 homicídios por 100 mil habitantes no Rio; a PM matou 6,7
pessoas por 100 mil habitantes. É tudo estúpido e assustador. Ocorre que a taxa
de mortalidade dos policiais, se convertida a essa relação, atinge a marca
insana de 249,6 mortos por 100 mil.
Confrontar um esquerdista com a verdade pode não ser nem fácil nem
difícil, mas apenas inútil. Mas sou obrigado a fazê-lo.
Que se vá até o fim para saber quem matou Marielle. Até porque aquele
que o fez sabia que a esquerda botaria a boca no trombone contra a intervenção.
Era o que queriam os assassinos. Os companheiros vermelhos, também contrários à
ação federal, cumprem rigorosamente a vontade do crime organizado. Contra o
narcotráfico, nem um miserável pio.
“MARIELLE, PRESENTE!”
Essa mesma esquerda deveria ter saído às ruas, no ano passado, para
dizer “Washington, presente”; “Claudenilson, presente!”; “Wilson, presente”,
“Josés da Silva sem Pedigree Militante, presente!” Poderia tê-lo feito q cada
uma das 134 vezes em que o crime organizado matou um PM. Também ele, quase
sempre, preto de tão pobre e pobre de tão preto.
Sei que um esquerdista diante da verdade se comporta como o diabo diante
da cruz, mas a verdade inescapável é que perigoso mesmo, arriscado mesmo, quase
suicida, no Rio, não é ser mulher, homem, negro, branco, hétero, homo…
Arriscar-se de verdade, no Rio, é ser policial militar. E isso os delinquentes
não admitem porque lhes falta a moral necessária para consultar a matemática
dos fatos e lhes falta a matemática dos fatos para instruir a sua amoralidade
barulhenta.
PREFEREM ATUAR COMO
PROPAGANDISTAS DO NARCOTRÁFICO.
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