Enquanto o ex-presidente Lula
continua tentando tirar das mãos do juiz Sérgio Moro o processo relativo ao
sítio em Atibaia, o Ministério Público Federal, MPF sustenta que o petista é
dono da propriedade rural no interior de São Paulo.
O caso está prestes a ser concluído e Lula deverá ser interrogado nos próximos dias. Esta semana, o juiz Sérgio Moro ouviu mais uma testemunha de acusação num dos processos contra o ex-presidente.
Um laudo da Polícia Federal aponta que o sítio foi vendido por um valor um pouco acima da avaliação de mercado para a época, o que gerou desconfiança de peritos. As investigações levam a crer que Lula é o verdadeiro dono do sítio e que o petista teria recebido o imóvel a título de vantagem indevida proveniente de um esquema de corrupção envolvendo empreiteiras e a Petrobras.
O sítio foi adquirido em 2010 por Fernando Bittar, filho de um aliado político de Lula, e Jonas Suassuna, sócio de um dos filhos do petista, pelo valor de R$ 1,5 milhão. Segundo a PF, o sítio, na ocasião da compra, valia cerca de R$ 1,425 milhão.
Segundo os peritos, essa diferença --de pouco menos de R$ 75 mil-- leva a "algumas observações importantes". Uma delas é a de que o antigo proprietário do sítio, o empresário Adalton Santarelli, não havia colocado a propriedade à venda, mas tinha sido procurado por interessados. "Condição particular que usualmente eleva o valor final de negociação de uma propriedade", anotaram no laudo, anexado ao processo na última semana.
A PF descobriu que, na ocasião em que a venda foi formalizada, o mercado imobiliário passava por um bom momento. "Em mercados aquecidos, o preço de negociação das propriedades supera seu custo de reprodução [valor do terreno mais benfeitorias e construções], fato conhecido como 'vantagem da coisa feita'".
Em depoimento à Operação Lava Jato em janeiro de 2016, o antigo proprietário do sítio indicou que não estava com a propriedade à venda até que foi procurado por interessados. Ele aceitou a oferta feita por Bittar e Suassuna por meio de um corretor de imóveis.
Segundo o UOL, o antigo dono do sítio confirmou aos procuradores "que parte do pagamento seria feita após a eleição presidencial de 2010, que levou a então ministra Dilma Rousseff (PT) ao Planalto. O motivo disso não foi explicado, segundo o empresário. Apenas após a venda do sítio, Santarelli disse ter ouvido rumores de que Lula seria o real proprietário.
O processo referente ao sítio começou a ouvir, neste mês, as testemunhas de acusação, solicitadas pelo MPF. Alguns dos envolvidos na reforma do sítio ouvidos pelo juiz federal Sergio Moro apontaram participação na propriedade de pessoas ligadas ao ex-presidente.
A ação é a terceira em que Lula é julgado por Moro. Na primeira, que envolve um tríplex, Lula foi condenado. No segundo processo, sobre benefícios pagos pela empreiteira Odebrecht, acontecem perícias antes que a tramitação entre na reta final para a sentença. – Fonte: Imprensa Viva -
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