terça-feira, 19 de junho de 2018

MULÉ DO SEBOSO QUERIA CONSTRUIR UMA IGREJA DA PROPINA NO SÍTIO DE ATIBAIA



O PT se prepara para mais uma condenação pesada contra o ex-presidente Lula no processo relativo ao recebimento de propinas no caso do Sítio em Atibaia. Esta semana, o encarregado de obras da empreiteira OAS, Misael de Jesus Oliveira,  confirmou em depoimento ao juiz Sergio Moro, que sofria cobranças por parte de Lula em relação ao lago do sítio de Atibaia (SP). Misael narrou que o caseiro “Maradona” passava recados do petista. Ele também afirmou ter recebido ordens pessoalmente da ex-primeira-dama Marisa Letícia sobre obras no sítio.

Misael foi ouvido como testemunha de defesa de outros dois réus no mesmo processo, o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e o executivo Paulo Gordilho. Léo Pinheiro é um dos responsáveis por colocar Lula na cadeia no caso do triplex do Guarujá. O ex-presidente da OAS e ex-amigo de Lula confirmou que a empresa havia reservado a cobertura para o petista para abater propina relativa a contratos superfaturados de sua empreiteira junto à Petrobras.

Segundo o encarregado de obras da OAS, a ex-primeira dama Marisa Letícia, morta no início de 2017, lhe pediu pessoalmente várias coisas e também o ex-presidente Lula, por meio de recados. Ele relatou que a ex-mulher de Lula pediu para avaliar um forno na churrasqueira. “A primeira-dama me pediu diretamente algumas coisas. O presidente, só através de recados. “Ele [Maradona] falava: o presidente tá perguntando quando vai ficar pronto o lago, quando que vai mexer no lago, o que está acontecendo no lago?”

O encarregado de obras disse ainda a Moro. “Ela [Marisa] me pediu para ver com ela para colocar o forno, me pediu para a gente olhar, dar uma opinião para ela”, disse. “Todas as quartas ela [Marisa Letícia] ia com o segurança e nos finais de semana. O ex-presidente eu vi duas vezes lá”, afirmou.

Misael contou que Marisa e “Maradona” nunca perguntaram os custos da reforma, custeadas pela OAS. O encarregado de obras estimou as obras em “R$ 400 mil a R$ 500 mil” entre material e mão-de-obra.

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO ERA COMPRADO EM DINHEIRO VIVO

“Quando eu saía da OAS, do escritório da Avenida Angélica, eu levava um valor em dinheiro. Junto com esses valores em dinheiro, eu fazia as compras e guardava as notas. Tudo que eu comprava lá em Atibaia, nos depósitos da região, eu prestava contas quando eu voltava para a empresa”, afirmou.

O funcionário da empreiteira relatou que não usava o nome da OAS para as compras. “Normalmente, eu pedia no meu nome, Misael. Pedia para entregar no endereço que era no sítio.”

Ao juiz Moro, o funcionário disse que participou das obras do sítio de Atibaia em 2014. A reforma teria começado logo depois do carnaval e durado até as eleições daquele ano.“Meu gerente Luis Alberto me chamou na área dele, com mais três pessoas que trabalhavam comigo, e falou que a gente ia fazer uma reforma num sítio em Atibaia, seria uma reforma no sítio do presidente”, narrou a testemunha.

PROJETO DE CAPELA DA PROPINA NÃO SAIU DO PAPEL

Em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, Misael disse que ia “todos os dias” à obra em Atibaia. Ele contou que havia um projeto para construção de uma capela para 12 pessoas na propriedade, que não chegou a ser realizada.“Assim que passasse a eleição, [ia] começar o serviço da capela”, afirmou. “Conversando com o pessoal da empresa, eles pediram para esticar um pouco, para deixar a eleição passar até para ver se a presidente Dilma ia ser reeleita. (...) Pelo que eu entendi, se a Dilma ganhasse, a gente fazia a obra.”

Afirmou que havia “sigilo” sobre as obras “desde o começo”. Segundo ele, os funcionários que trabalhavam na obra, iam para o sítio sem o crachá da OAS, deixavam “guardado na empresa”. “Eles pediram para a gente fazer sigilo porque a gente ia trabalhar no sítio do presidente. (inaudível). Ninguém pode ficar sabendo disso, nem aqui na empresa, nem fora. (Inaudível) que a gente não usasse o uniforme da empresa. Foi feito um uniforme sem o nome da empresa”, relatou. - Imprensa Viva - 

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