terça-feira, 24 de abril de 2018

SAFADEZA PARA TIRAR LADRÃO DA PRISÃO E COLOCAR NA ELEIÇÃO ESTÁ EM CURSO



O ex-presidente Lula foi efetivamente condenado e preso pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, sem que houvesse qualquer comoção social, contrariando a previsão catastrófica do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello. Poucos dias antes da prisão de Lula, o ministro afirmou que a prisão do petista incendiaria o Brasil. "Eu duvido que o façam, porque não é a ordem jurídica constitucional. E, em segundo lugar, no pico de uma crise, um ato deste poderá incendiar o País", ameaçou o ministro que está se coçando para rever a prisão de condenados em segunda instância na Corte.

O golpe na Lava Jato e no juiz Sérgio Moro desferido na tarde desta terça-feira, 24, pelos ministros da Segunda Turma do STF, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar mendes acende um sinal de alerta, fortalece a perspectiva de que a prisão de Lula não representa o fim da carreira do ladrão. Os três ministros simplesmente retiraram das mãos de Moro uma série de depoimentos de executivos da Odebrecht, inclusive em relação ao caso do triplex do Guarujá, e ordenaram a remessa dos depoimentos para a Justiça de São Paulo, sob a alegação que os fatos não possuem qualquer relação com a Petrobras.

Isto na verdade pode ser apenas o início de um golpe para livrar Lula da cadeia, mesmo diante da confissão do cúmplice direto no caso, Léo Pinheiro. O ex-presidente e ex-amigo de Lula, que chegou a citar favores de sua empresa ao ministro Dias Toffoli em sua delação, confirmou ao juiz Sérgio Moro que reservou o triplex para o ex-presidente em contrapartida por contratos superfaturados entre a Petrobras e a OAS. Além de retirar de Moro os depoimentos relativos ao triplex, os três ministros do STF também ordenaram a remessa para a Justiça de SP depoimentos relativos ao sítio em Atibaia, ao terreno onde seria erguida a nova sede do Instituto Lula e até mesmo os depoimentos sobre superfaturamento na Usina de Belo Monte.

Mais cedo, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a análise do recurso apresentado pela defesa do de Lula no STF pode ter sido prejudicada "Eu acredito que já esteja prejudicado, porque o Tribunal (TRF-4) negou o recurso", afirmou o ministro. Gilmar Mendes foi além e ainda questionou a condenação de Lula, sugerindo que a condenação do petista pode ser revista , restando apenas a imputação por corrupção - e, neste caso, a lavagem de dinheiro considerada uma ação feita no contexto da corrupção passiva. “É preciso discutir se os dois crimes a que ele foi condenado são realmente dois crimes”, afirmou Gilmar Mendes. "Se, eventualmente, o entendimento for de que houve apenas um crime, a pena do ex-presidente poderá ser reduzida" opinou.

No mesmo evento, o ministro Luiz Fux voltou atrás de suas declarações de meses atrás e admitiu a possibilidade do ex-presidente Lula registrar sua candidatura nas eleições de outubro. Fux afirmou que uma das tarefas do TSE é preservar a Lei da Ficha Limpa, mas admitiu a hipótese do presidente Lula ter sua candidatura à Presidência da República registrada. “A lei prevê que o acesso ao judiciário é uma cláusula pétrea. Evidente que se o Supremo Tribunal Federal deferir uma liminar, e o TSE vem abaixo dele, manda quem pode obedece quem tem juízo.”, disse. “Se o Supremo emitir uma ordem eu terei que, necessariamente, cumprir”, alegou Fux, tirando o corpo fora.

O fato é que, mesmo diante do repúdio da população, do entusiasmo da sociedade com os avanços no combate à impunidade representada pela prisão de Lula, a sensação de que os ministros do STF possuem um rabo muito grande preso nos pés do petista persiste. Ainda mais após as declarações e ações perpetradas sorrateiramente contra a Lava Jato e o juiz Sérgio Moro nesta terça pelos ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Está claro que todos estão empenhados em livrar Lula da prisão e colocá-lo na eleição. Retirar de Moro parte dos depoimentos do caso do Triplex pode ser uma manobra para anular todo o processo e livrar Lula da prisão. Ai sem, os ministros do STF vão ver o que é incendiar o país. - Imprensa Livre - 

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