O ex-presidente Lula, em mais de uma oportunidade, tentou desafiar a astúcia da juíza Gabriela Hardt e emitir recados sutis para a militância petista. Durante o interrogatório no processo do sítio em Atibaia, Lula percebeu que cometeu um erro ao subestimar a inteligência da substituta do juiz Sérgio Moro, ao tentar se colocar no papel de vítima da justiça, ao mesmo tempo em que sugeria que a militância do PT deveria tomar providências contra os membros do Ministério Público Federal.
Se dirigindo ao procurador do MPF presente na audiência, Athaíde Ribeiro Costa, Lula afirmou que "Se eu fosse presidente do PT, pediria para que todos os filiados do PT do Brasil inteiro abrissem processo contra o Ministério Público para ele provar o power point”, disse o ex-presidente, que foi interrompido pela juíza, mas chegou a entabular um bate boca com a responsável pelos processos da Lava Jato na 13.ª Vara Federal do Paraná:
Hardt: “O senhor está intimidando a acusação assim, senhor presidente. Por favor, vamos mudar o tom. O senhor está instigando e intimidando a acusação e eu não vou permitir”.
Lula: “Eu não estou intimidando, estou apenas contando um fato verídico”.
Hardt: “O senhor está estimulando os filiados ao partido a tumultuarem o processo e os trabalhos. Se isso acontecer, o senhor será responsável”.
Cristiano Zanin, advogado de Lula: “A referência feita foi a processo judicial. Eu não acredito que a Justiça seja meio para instigar o Ministério Público”.
Hardt: “Mas tumultuar a Justiça, sim. Tumultuar a Justiça, sim”.
Zanin: “Aí cabe análise judicial. Eu não acredito que a Justiça fosse ser meio de pressão contra o Ministério Público”.
Lula: “Isso dito pela própria Justiça é grave”.
Hardt: “Eu não estou falando que a Justiça vai deferir, mas você tumultuar a Justiça por meios de diversas ações que vocês têm que responder, que tem que contestar, que tem que prestar informação, sim. Isso é intimidar porque nos tira do nosso trabalho diário para ter que ficar respondendo a intimações, informações e questões que não são pertinentes”.
Zanin: “Isso não é um fato concreto, vossa excelência, ele fez uma referência”.
Lula: “Doutora, as pessoas prejudicadas recorrerão a quem?”.
Hardt: “As pessoas prejudicadas recorrerão à Justiça”.
Lula: “A Justiça, eu só queria ouvir isso”.
Hardt: “O senhor já foi julgado em primeira instância, em segunda instância e seu processo está em tribunais superiores. E o senhor será julgado em tribunais superiores. Vamos adiante”.
Diante da firmeza da magistrada, Lula tentou recuar de suas ameças.
“As vezes eu fico nervoso, mas não é pessoalmente com ninguém, porque vocês sabem que eu tenho um respeito profundo pela instituição [MPF], tenho muitos amigos dentro do Ministério Público. As vezes eu fico muito nervoso com as mentiras que foram contadas no power point. Fico muito irritado”, disse o petista, ainda meio surpreso com a POSTURA ENÉRGICA da juíza Gabriela Hardt.- Imprensa Viva -
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