Por Altamir Pinheiro
Além de ser abençoada pela Mãe Natureza,
Garanhuns é uma cidade privilegiada pelas manifestações humanas de ordem
comunicativa que denominamos de artes. Aliás,
já dizem os artistas que a arte é um reflexo do ser humano e muitas
vezes representa a sua condição social e essência de ser pensante. Em nosso
caso apesar de pertencermos a uma
Garanhuns desprovida de ostentação, mesmo assim, ela se
destaca através do talento de seu povo com
habilidade na poesia, música, folclore, jornalismo, teatro e principalmente
na literatura, pois sempre foi abastada de bons músicos e escritores. Dentre
tantos que tivemos, hoje, o destaque maior
ou merecido vai para o filósofo, pesquisador, escritor, poeta, músico e
compositor garanhuense JOÃO MARQUES. Para se ter ideia do chamado cabeça
pensante que é ou se apresenta este
intelectual, hoje, setentão, ele é
exposto à mostra como sendo nada mais
nada menos que o autor do hino de
Garanhuns(letra & música), que no dizer do também poeta de mão cheia,
Gonzaga de Garanhuns, ao afirmar categoricamente que só existem três hinos
bonitos no mundo: o hino nacional brasileiro, o de Pernambuco e o hino de
Garanhuns. Nem a Marselhesa francesa bate de frente com estes três hinos, diz
Gonzaga.
Quem se atreve a ter um dedo de prosa com
João Marques, por pouco tempo que seja,
percebe de imediato a sua perceptibilidade cultural, além da lucidez latente e
de uma inteligência perspicaz, àquela que enxerga ou vê longe por ser uma
pessoa de visão larga. Neste campo específico, donde, a natureza lhe ofertou um cérebro privilegiado, pois ele é possuidor de um QI avançado por se somar com a inteligência linguística em
razão de ter facilidade em se expressar,
oralmente ou através da escrita; na inteligência
musical ele tem a destreza ou desembaraço
de criar músicas ou harmonias inéditas
como é o caso do Hino de Garanhuns e arremata com sua inteligência
intrapessoal por ser dotado de um senso observador em analisar, compreender ou
exercer influência sobre as pessoas, mas de maneira mais subjetiva, utilizando
IDEIAS e não ações...
No campo da memória, João Marques é um
bem dotado. Como se diz no popular: ele tem memória de elefante, pois lembra-se
e nos conta “causos” do arco da velha numa precisão milimétrica, tanto de datas quanto de tempo e espaço como se fossem hoje, além de
ser um “expert” em suas reminiscências
amorosas, trabalhistas, fotográficas e culturais... Como dizem os estudiosos,
quanto mais alto o nível de inteligência de uma pessoa atrelada a uma boa
memorização dos fatos corriqueiros,
maior a chance de ela ter uma vida mais longa. Pois muito bem, com a
descoberta dessa faceta inesperada da longevidade pelos cientistas e
profissionais da saúde, tranquilamente, João Marques ultrapassará a barreira da
casa dos 100.
Por ter a responsabilidade de se
comportar como escritor, João Marques é um grande gramaticólogo. Conhece todas
as nuances e o modus operandi da gramaticologia ou da gramática portuguesa
propriamente dita. Quem observa bem a letra do Hino de Garanhuns escrita por
João Marques percebe que ele é adepto da língua CULTA e não coloquial. As
estrofes do hino têm uma adequação
linguística colossal. Em que pese, nossa pátria(diferente de Portugal), as
palavras apressadamente envelhecem e
caem como folhas secas, porém a gíria
não pegou João Marques. Pois ele ainda teima em usar a primeira pessoa, tanto
do singular como do plural do que a gíria “A GENTE”. Apesar de, a própria linguagem corrente
vai-se renovando e a cada dia que passa uma parte do léxico cai em desuso. A
Internet que o diga!!!
Outra faceta desconhecida e que passa
despercebida por muitos que os cerca é o
seu poder de mediunidade. Ou seja, particularidade ou dom de médium. João
Marques é uma pessoa detentora de dons que supostamente lhe permitem conhecer
coisas, dados e determinadas
ocorrências por meios
sobrenaturais. Diga-se de passagem, ele é um profundo pesquisador da doutrina
filosófica do espiritismo. Allan Kardec, fundador do espiritismo e maior
estudioso da mediunidade que já existiu, em seus livros e estudos rezam que: “A capacidade para ser médium
espiritual é algo inerente a qualquer pessoa”... O autor do Hino de Garanhuns tem um grau de
intensidade bastante acentuado no que
diz respeito aos preceitos da mediunidade.
Por fim, a capital do Agreste Meridional, conhecida como Suíça pernambucana, ao longo de sua história
centenária teve a honra de ser gravada pelos mais diversos cantores,
violeiros e trovadores dos mais diversos
rincões. Do cordelista Gonzaga de Garanhuns ao maior cancioneiro nordestino que
foi Luiz Gonzaga de Exu; dos Vocalistas da Saudade (Ai, Garanhuns, Terra das
flores) ou Augusto Calheiros(Adeus, Pernambuco tão guerreiro / Garanhuns
hospitaleiro / Terra onde eu vivi / ... ),
a Onildo Almeida (Onde o Nordeste Garoa); sendo ainda eternizado em verso
& prosa e sanfona pela voz do seu
filho ilustre, Dominguinhos. Garanhuns teve vários hinos belos e impactantes
compostos por esses monstros sagrados da música regional e local, porém todos
são “oficiosos”. Pois, de caráter OFICIAL só existe um: Salve,
Garanhuns!!! Os jardins, as palmeiras e alguns pedaços do céu... Mãos
divinas!!! Salve as sete colinas!!!
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