segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O CACHORRO LOUCO É UM EXEMPLO A SER SEGUIDO


















Por Diego Mello

Construção do muro na fronteira com o México, protecionismo econômico, combate aos imigrantes ilegais, recusa em receber refugiados. Só para citar algumas decisões tomadas já no primeiro mês de governo, completado hoje, 20 de fevereiro, pelo presidente Donald Trump e que, como consequências, em grande parte, parecem chocar o mundo, deixar estarrecida parte da própria população americana, servir de base para protestos de populares, celebridades e ativistas, e um mote pronto para críticas da imprensa.

Em pouco tempo no poder, o que parece coisa de um aTRUMPalhado gestor público, insensível às causas humanitárias, desconectado com a própria história americana e de como os Estados Unidos se tornaram um exemplo de nação democrática e livre, símbolo do capitalismo mundial, na verdade está completamente conectado com tudo aquilo que ele apresentou como propostas para seu governo, caso eleito.

Quando um novo governo começa, mesmo que de continuidade apoiado pelo gestor anterior, ou até reeleito, aprendemos, erradamente, a ter paciência, a dar prazo de tolerância, achamos normal em um governo de apenas quatro anos, esperarmos seis meses para o gestor "colocar a casa em ordem". Quando este governo é de transição então, aí é que aceitamos pacificamente, quase como uma causa natural, o governante colocar toda culpa na gestão anterior por ele só trabalhar e implementar seu programa de governo quase a partir do segundo semestre do primeiro ano de gestão. E então Trump sapeca sua primeira primeira lição: a velocidade. O ensinamento de que o tempo é precioso, de que os quatro anos de uma gestão ou mesmo o tempo que ela durar, se desenham desde o primeiro dia, do primeiro ato. E, a reboque deste ensinamento de Trump, vem logo outro na sequência: pra que perder tempo se está (ou foi) tudo escrito, se o que ele iria fazer estava devidamente prometido na campanha, detalhado no plano para o governo.

De fato, Trump, como é sabido, é um "forasteiro", um "outsider", um neófito na política. Mas, como característica de um homem de negócios, investe tempo demais planejando para quando for executar gastar o menor tempo possível. Esta regra ele trouxe à política. E, em um mês na Casa Branca, carregou nas tintas com uma coerência difícil de enxergar em qualquer político: seguiu à risca o que prometeu e imprimiu velocidade, já que tudo já havia sido planejado e divulgado anteriormente.

Trump é um midiático, um comunicador, e usou a mídia tradicional e as redes sociais para pré-dizer tudo aquilo que agora executa. Não se pode reclamar de incoerentes as ações tomadas pelo novo presidente americano. Talvez seja ingenuidade ou um mau costume do eleitor achar que é normal o sujeito fazer promessas para se eleger e, quando eleito, mudar a rota. Nos atos de Trump, não há fator surpresa.

Trump é um ensinamento mundial da importância do voto. Da reflexão antes de apertar o Confirma ou preencher uma cédula eleitoral. É uma lição global de ação e consequência. De pensar antes de agir.

Não está em pauta aqui a concordância com os fatos e, sobretudo, com os atos do presidente americano. Isso ele expôs na campanha, com amplo debate e repercussão, com o contraditório em sua adversária, e as urnas escolheram a proposta dele. Os votos o elegeram para ele cumprir o que apregoou por meses. Trump demonstra corretamente que campanha, eleição e gestão são, e devem ser, uma coisa só.


E assim Trump deixa uma lição ao mundo, aos políticos e aos eleitores, programa de governo e promessas de campanha são coisas sérias. Num mundo em que a gente cobra tanto que os políticos, uma classe que sempre ouvimos ser a que promete, mas não cumpre, Trump é um exemplo a ser seguido. – A imagem e a manchete não fazem parte do texto original - 

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